Entre o amor e a guerra escrita por Ania Lupin


Capítulo 48
Fogo I




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O sol estava insuportavelmente quente para um dia de ainda inverno - com certeza fazia mais de vinte e cinco graus debaixo daqueles raios, que incomodavam tanto ele quanto o pequeno que carregava nos braços. Mas era claro que faria calor no dia em que um Malfoy se casasse com uma Weasley, independente da estação do ano, independente do quanto chovera nos últimos dias: com certeza era o inferno vindo para terra, com certeza aquelas duas famílias se unindo abrira algum portal para isso e agora, além de tudo, teriam novos problemas além de uma guerra bruxa.

Um barulho feito por Leo o fez voltar para aquela realidade e todos ao seu redor naquele pedaço da praia já não mais protegido pelo fidelis. Ele sabia que estavam fora de qualquer proteção mágica, sabia que poderiam ser atacados a qualquer momento, será que os cabeças de fogo sabiam que ele sabia? Será que sua nova família - e praticamente única ali presente - tinha ideia do que ele faria assim que surgisse o primeiro comensal?

Nunca sentiu tanto enjoo pré-aparatação como agora.

"Nervoso?" escutou o melhor amigo, já parado há algum tempo ao seu lado, perguntar. Creevey com certeza estava preparando a noiva, pensou ao ver o lugar que deveria ser dele ainda vazio.

"Como nunca estive na vida." Draco admitiu, agradecendo mais uma vez a Merlin por ter o filho no colo: era a melhor coisa para esconder as mãos suadas e para força-lo a parar de tremer.

"Não posso nem te oferecer uma fuga, cobra." Zabini constatou olhando rapidamente ao seu redor. "Se aparatássemos para longe, Colin com certeza acabaria sofrendo as consequências."

"Colin vai acabar sofrendo as consequências pelo que fez cedo ou tarde. E não é como se eu fosse fugir sem aquela maldita bruxa." disse, revirando os olhos e virando-se novamente para o começo daquele corredor improvisado.

Ele nunca se acostumaria com todo aquele fogo, teve certeza naquele instante. Ali estava a maldita ruiva, e como muitas vezes acontecia, Draco perdeu a capacidade de respirar por alguns segundos, assim como seu coração parecia estar prestes a estourar de tão forte que batia. Maldita bruxa, que com apenas a presença o fazia perder todo seu maldito foco. Maldita maravilhosa bruxa, que mesmo apenas uma semana depois de parir aquela mistura dos dois já conseguia faze-lo ficar sem uma maldita palavra.

Todos os olhos estavam nela, e os dele pareciam que nunca mais iriam conseguir desviar. Cada detalhe que conseguia ver era maravilhoso: o vestido branco que de alguma forma conseguia ressaltar todas aquelas sardas cor ferrugem, o cabelo que agora batia nos ombros ganhando ainda mais vida moldados naquela coroa de flores, o buquê de margaridas - porque precisavam ser margaridas e Zabini fez a gentileza de consegui-las sabe Merlin como. O batom vermelho que ele queria tirar com sua própria boca, e que mancharia seus lábios tanto quanto manchava os dela.

"Outra vez se protegendo com o filho no colo, fuinha?" Maldita. "Draco?"

"Como você consegue ficar cada dia mais maravilhosa, sua bruxa?" Se não fosse por Leo no meio deles, agora passado para os braços da mãe, teria agarrado a ruiva naquele momento - e foda-se o bando de Weasleys que o olhariam ainda mais torto. E Ginevra sabia de seus desejos, o sorriso que vestia dizia que sim, ela sabia e muito. Aquele sorriso vitorioso apenas a fazia ficar mais linda, e tão mais sonserina.

"Furão, controle-se." E Blaise igualmente conhecia o amigo que tinha, e foi dele que veio a leve repreensão enquanto subia no pequeno altar e se posicionava no meio dos dois. A presença de Colin ao seu lado só confirmou o quanto Ginevra acabava com toda sua concentração - mas não, aquilo não era nada bom no momento. "O que foi, não falei que além de tudo serei seu mestre de cerimônia também?" Foi a resposta que veio para seu olhar confuso.

"Como sempre me escondendo as coisas, Zabini."

"Podemos começar?" Os sonserinos se olharam, a magia da visão de Ginevra sendo quebrada e os sentimentos de antes voltando, uma mão indo parar na cintura de sua futura esposa enquanto a outra tentava esconder o nervosismo dentro o bolso da calça - precisava focar, poderia começar a qualquer segundo agora. Blaise sabia que poderia começar a qualquer instante, certo? "Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem iguais. Eu não tenho certeza de quem foi a primeira pessoa a falar isso, mas no momento é a frase que melhor explica o meu defeito: minha incapacidade de mudar."

Draco suspirou, tentando parecer focado nas palavras do amigo e não em toda mínima movimentação ao seu redor. Mudança, Blaise não poderia ter escolhido mesmo tema melhor. A palavra que regeu sua vida naqueles últimos meses, como não escolhe-la para abrir seu casamento? Percebeu os olhos castanhos procurando os dele e não evitou devolver o sorriso, a mão na cintura a puxando para mais perto. Calma, ela conseguia além de tudo lhe passar calma.

"E eu não acho que estou sozinho nisso. Quanto mais conheço outras pessoas, mais eu percebo este tipo de defeito. É fácil permanecer igual, é bom permanecer igual. Se você está bem, realmente, pra que mudar? E se você está sofrendo, pelo menos a dor é familiar. Porque se você agarrar esse salto de fé, se for para fora da caixa em que vive e fizer algo inesperado, quem saberá que outra dor pode estar esperando no novo? Então você se mantém igual e escolhe a estrada já conhecida, e isso não parece tão ruim. Você não está matando ninguém, afinal. Exceto um pouco de você mesmo."

Olhou rapidamente ao seu redor, percebendo o quanto o amigo era bom com palavras: toda a atenção estava presa naquele discurso.

"Quando finalmente mudamos, eu não acredito que aconteça como um terremoto ou uma explosão onde subitamente tudo que somos vire uma pessoa diferente. Acho que é muito menor que isso. O tipo de coisa que a maioria das pessoas não vai nem perceber a menos que elas olhem de perto, extremamente de perto. É tão imperceptível que são poucos os que percebem. Mas você já percebeu isso. Dentro de você, essa mudança se parece como um mundo de diferença, e você espera que assim seja. Para que esta seja a pessoa que você será pra sempre. Porque você não quer - e nem consegue - voltar para a pessoa que era antes disso."

O sorriso que tomara conta de seus lábios lhe passou despercebido: era exatamente o que havia acontecido, era exatamente como ele se sentia. Conseguia lembrar o dia em que algo mudara dentro dele. O dia em que não mais considerava seguir seu plano mas o da Ordem. O dia em que não queria mais apenas esperar o fim do ano letivo. O dia em que o vermelho tornara-se parte de sua vida. O dia em que percebeu que queria beijar aqueles lábios e que não deixaria que nada de ruim acontecesse com ela.

"Estamos aqui reunidos nesse dia tão irritantemente ensolarado para unir dois bruxos que foram feitos um para o outro." Mas o sorriso foi logo embora ao ver o sarcástico do amigo quando os olhos azuis se encontraram: já conseguia imaginar as próximas palavras. "Eles são teimosos, orgulhosos, e não tem o mínimo senso de autopreservação." Próximo do que imaginava, pensou ao escutar algumas risadas de fundo. "E eu não entendo até agora o que a ruivinha viu nesse sonserino, mas tenho conhecimento de tudo que fez meu amigo se apaixonar pela grifinoria. E agradeço a Merlin por seja lá o que Ginevra tenha visto para dar uma chance a Malfoy, porque foi isso que fez a diferença." Sorrio mais ao sentir a cabeça vermelha encostar em seu ombro, o cheiro tão dela o intoxicando ainda mais. Foi então que viu a capa negra atrás do amigo. "Foi esse amor que o fez mudar e-"

"Abaixa!" gritou ao ver a ponta da varinha acender, se abaixando com a mulher e filho e procurando sua própria para sair dali. Mas assim que tocou a madeira viu que sua mente deixara de cogitar uma coisa muito simples, e nunca quis tanto ter aquela chave de portal no bolso. Merda, ele não conseguia aparatar, por que não pensara que eles viriam com algo que não deixasse ninguém sair? "Estupefaça!"

Os olhos castanhos lhe diziam que Ginevra não havia nem mesmo cogitado aquela possibilidade.

"Nós vamos sair daqui, ok?" De algum jeito, sairiam. Olhou ao redor, tentando ignorar o choro agudo do filho e se concentrar em tudo que poderiam feri-los: aquele lugar já estava tão caótico quanto o final da festa do último casamento que fora. "Nós vamos sair, Gin." voltou a afirmar, notando o buquê já pisoteado no chão de areia. Talvez teria sido bom um casamento calmo - mas então, o que fora calmo naquele relacionamento até hoje?

"Um círculo em Potter e um nos dois, vamos!" escutou de longe o sogro falar, e segundos depois bruxos começavam a cerca-los, os gritos de Leo já abafados com todo o barulho do cenário - o quanto aquilo podia piorar?

Xingou-se novamente por não ter considerado mais a possibilidade do plano A dar errado. Puta que pariu, eles estavam no meio da guerra, pensou enquanto lançava mais um feitiço, o dementador pairando para mais perto lhe mostrando que tudo aquilo poderia piorar sim, o corpo sem vida caindo quase em cima da ruiva afirmando que pioraria e muito a partir dali.

"Ginevra, olha pra mim." tirou sua capa, envolvendo-a junto com o filho na veste grande demais. "Vai dar tudo certo, ok?" afirmou, arrumando a capa ao redor dos dois. "Nós vamos sair daqui."

O choro ficava mais abafado por baixo da capa, até mesmo conseguia desfocar dos sons do filho e ficar atento ao que precisava, a todos os perigos ao seu redor. Estuporou um, dois bruxos, e conteve a vontade de fazer a chama verde sair da ponta da varinha ao ver o rosto de Avery. Ele não precisava tirar a vida de mais ninguém, eles não estavam assim desesperados para que Draco precisasse carregar ainda mais uma vida tirada na consciência.

Mas pessoas morrem em guerras, era a lição que ele aprendera muito bem, há muito tempo.

"Não desgrude de mim, ouviu?" gritou, brevemente olhando para trás, antes de uma luz verde acertar a pessoa que estava a sua esquerda, fios vermelhos entrando em contato com o chão no instante seguinte. Verde, e não vermelha. "Merda!" Respirou fundo, olhando para frente e não mais hesitando em lançar a maldição imperdoável - eles teriam que aceita-la naquela situação, ele teria que viver com mais uma vida tirada naquela situação. Temeu ao pensar que a grifinória poderia ter um ataque de pânico justo naquele meio, era possível, não era? O irmão dela estava morto, era totalmente possível.

"Percy." Se não conhecesse tão bem aquele timbre o nome dito passaria despercebido. Olhou de relance para trás mais uma vez, os protegendo de qualquer raio com o próprio corpo, tentando não se desesperar com o par de olhos arregalados. Ele não poderia se desesperar, não se quisesse conter qualquer pânico que pudesse estar se formando em sua grifinória.

"Respira, Ginevra!" ordenou, ele mesmo o fazendo profundamente. Maldito dementador que estava cada vez mais perto, maldita esperança que era consumida por aquele bicho do inferno. "Respira." Nunca conseguira lançar o feitiço em todos aqueles anos, e não faltara prática.

"Expectro Patronum!" E ao ver a mulher ter tanto sucesso quanto ele mais jovem, nunca precisou tanto conseguir. Maldição, onde estavam todos que a minutos atrás praticamente os sufocavam?

"Você sabe que tem algo de muito errado com a sua cabeça, não sabe? Era para você estar há quilômetros daqui, correndo assustada do grande e malvado comensal, como uma boa grifinóriazinha deve fazer."

"O grande e malvado comensal não é muito assustador, e sabe que eu provavelmente escolhi a casa errada."

"Eu vou te perguntar uma vez, Ginevra. Sabendo que eu tenho a marca, que por mais que não queira participar eu estou sim nesse meio, e que não posso dar garantia de nunca te machucar com minhas ações no futuro. Sabendo de tudo isso, você quer continuar? Comigo?"

"Eu quero continuar, Draco."

Conseguia sentir o calor no peito ao reviver aquele melhor momento: o momento no qual ganhara sua chance, mesmo ela sabendo da marca em seu antebraço. O momento que fez tudo aquilo possível. O momento que tornara Leo possível. Ele precisava conseguir.

"Mas-"

"Expectro Patronum!" Draco mal acreditava no animal que saía de sua varinha, acertando em cheio o peito do dementador e o mandando para longe dos três. Ginevra parecia estar tão descrente quanto, os olhos enfim deixando o corpo de seu irmão e indo grudar nos cinzas dele.

"Você não conseguia!"

"E aí eu te conheci, bruxa." o esboço de um sorriso era o suficiente para saber que não precisava mais temer pela sanidade da ruiva, e seus olhos acharam a porta da casa para qual ele desesperadamente precisava ir com sua pequena família. "Leo não pode ficar no meio disso, você não pode ficar mais no meio disso!" falou, segurando-a pelo pulso livre enquanto tentava abrir caminho com azarações - e mais uma vez, Avery estava perto demais. Deveria ter matado esse bastardo quando teve a chance na Itália. "Estupefaça!" Deveria não se incomodar tanto em tirar vidas. "Weasley, a próxima não vai ser vermelha, então sai da minha frente!" avisou Guilherme, que parecia insistir em aparecer entre seus alvos e sua varinha.

"Nós vamos levar vocês para dentro da casa, lá ainda é-" era Remus Lupin quem falava antes dos olhos de Ginevra novamente arregalarem. Daquela vez Draco ouviu um grito sofrido de longe, uma maldição praticamente raspando nos fios ruivos e atingindo em cheio um comensal. Ok, talvez ela paralisasse com o antigo professor estirado no chão - ele mesmo estava lutando para continuar e ignorar as fatalidades da guerra.

Por Merlin, que eles não sejam os próximos.

"Ginevra, olha pra mim!" a puxou mais forte, se livrando com um soco do bruxo que tentara para-los - maldição, ele não deveria somente soca-los. Não, e desistiu dos socos ao escutar o grito da sua mulher que quase fora para o chão quando o comensal de segundos atrás grudara em seu cabelo. "Avada Kedavra!" não hesitou mais após derrubar o bruxo pela segunda vez, o silenciando definitivamente.

A porta já estava tão próxima! Então por que diabos aquela sensação de que algo estava muito errado tomava conta de seu peito? Algo daria muito errado?

"Nós vamos chegar, nós estamos chegando." eram apenas mais alguns malditos passos.

"Malfoy, não!" escutou o aviso de um dos irmãos. Mas claro que não parariam de aparecer malditos bruxos para tentar impedi-lo - sinceramente não sabia como ainda estava vivo após o círculo de bruxos que tentava protege-los ter se desfeito.

"Atrás de mim, Ginevra!" O raio verde só saiu de sua varinha após a adaga do homem cravar em seu ombro. "Porra!" Viu tudo preto por um segundo, mas forçou-se a abrir os olhos e continuar mesmo com a dor aguda.

Foi só com o bater da porta que voltou a escutar o choro de Leo, os olhos indo da adaga recém arrancada para o filho já não mais coberto pela capa. A ruiva embalava o pequeno para tentar lhe passar um mínimo de calma enquanto olhava aterrorizada para o sangue que escorria pelo ferimento - para todo o sangue que sujara seu vestido, não apenas o dele.

"É só um corte, não foi nada." Mas aquelas definitivamente não eram as palavras certas para a situação.

"Ele enfiou isso no seu ombro-"

"Está tudo bem, bruxa!" Draco falou muito mais alto do que pretendia, colocando a adaga em um dos bolsos da capa. Tirou de outro um frasco cheio de um pó amarelo, colocando um pouco na mão e esfregando no ferimento que já deixava toda sua camisa vermelha. "Está tudo bem agora, Gin." tentou assegura-la, se livrando de seu paletó, ignorando a queimação que aquele ingrediente provocava - ao menos pararia de sangrar, pararia e conseguiria voltar para o caos que estava lá fora.

Tudo que acontecera com ele durante sua curta vida o ensinara uma coisa muito importante: tenha um maldito plano B. O plano A era aparatar dali o mais rápido possível. O plano B era enfia-la na casa junto ao filho e tentar ganhar a merda daquela guerra. E ao olhar para os olhos castanhos de quem já considerava sua esposa mesmo sem a conclusão da cerimônia, sabia - pois a conhecia tão irritantemente bem - que a bruxa tanto estava irritada por não ter sido informada do que Draco sempre soube, quanto não o deixaria tirar os pés daquele chalé.

Ele nem mesmo precisou verbalizar sua vontade.

"Draco, não."

"Vocês estão bem, vocês vão ficar bem-"

"Você não vai lá pra fora!" uma mão foi para seu antebraço, como se aquilo o fosse impedir de algo. Ele precisava sair dali, precisava. Aquela incomodação, aquela sensação de que algo muito errado estava prestes a acontecer lhe deixava inquieto e lhe dava ainda mais certeza que era necessário voltar para o campo de batalha para ajudar.

"Fleur está aqui, Ginevra!"

"Você acha que eu estou preocupada porque não quero ficar sozinha?" A mão pequena se negava a solta-lo. "Você não vai mais sozinho para lugar algum, ainda mais quando a sua cabeça está sendo caçada! Não vai Draco!"

"E qual o plano então? Se esconder para sempre nessa maldita cabana?"

Uma risada desafinada lhe deu mais uma lição sobre situações como aquela: sempre tenha um plano C. Foi naquele segundo que o algo errado finalmente fez sentido, como não percebera aquilo antes? Como deixara passar algo tão óbvio? Seus olhos acharam a porta enquanto ainda fora do terreno protegido pelo fidelis. Não era Guilherme o fiel do segredo.

Era Percy.

"Abaixa a varinha."

Fechou os olhos, se colocando mais uma vez na frente de Ginevra e do filho, a varinha que estava na sua mão direita se negando a ir para o chão: Bellatrix estava com a dela pressionada contra o pescoço de sua praticamente cunhada, mas ela poderia explodir a francesa que Draco continuaria lutando por sua sardenta.

"Pode mata-la se quiser." falou ao voltar a abrir os olhos, e seu cérebro registrou mais um aprendizado: na guerra, é matar ou ser morto. Se puder matar, mate.

"Tem certeza?" Era a voz de Avery que ele escutava, mas o bruxo não estava em seu campo de visão.

Claro que não estaria. O comensal estava atrás dele, deles, e quando Draco se virou e viu sua mulher na mesma situação que Delacour, a varinha foi para o chão de madeira. O filho nunca chorara tanto.

"Deixe os três e vamos para fora." E mais uma vez, a risada que tanto odiava.

"Então, querido sobrinho," Bellatrix começou, dando um passo para frente enquanto empurrava Fleur para o chão - que Merlin faça Ginevra não fazer nada estúpido agora, foi uma prece silenciosa. "O que acontece agora é que nós não queremos mais você." O que? "Do mesmo jeito que não quisemos mais sua mãe." Sua tia continuou, um sorriso doentio tomando conta dos lábios enquanto uma memória era compartilhada com ele. "Do mesmo jeito que não precisávamos mais de Lúcio."

O sonserino não imaginava que fosse haver alguma rota de fuga para os dois, assim como não esperava nenhum perdão para traidores. Nem por isso a imagem de ambos deitados sobre a mesa de jantar sem vida, Snape ainda com a varinha empinada, deixou de ser perturbadora.

"Eles eram sua família, sua doente. Ela era sua irmã!"

"Ela era uma traidora, e tal mãe tal filho, estou errada sobrinho querido?" Era tão bom e tão ruim não ter mais a varinha na mão. "E agora você vai aprender o que acontece com traidores."

Já dava um passo para frente, se preparando para qualquer que fosse a maldição a ser lançada. Não esperava que pudessem haver tantos erros num espaço tão curto de tempo: não ter um plano C, não se atentar mais ao B, deixar o inimigo viver. Não estar esperando as próximas palavras.

"Você não, Draco." E a varinha foi apontada justo para quem ele queria fora dali. "Ela vem."


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