Entre o amor e a guerra escrita por Ania Lupin


Capítulo 32
Obliviate


Notas iniciais do capítulo

capítulo especial pra barbara, que recomendou essa fic - obrigada, ba! espero que goste ;)

e vou adorar ler comentários de vcs, leitorinhos!
enjoy!



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Sexta feira, 26 de janeiro.

E ali estava ela, na entrada da Floresta Proibida - porque tinha sérios, mas sérios problemas - colhendo com uma colher de prata uma maldita gota de orvalho de um lugar que não tinha sido tocado pelo maldito sol por sete dias. O sol não havia aparecido por mais de dez, então era justo assumir que aquela maldita gota era uma gota que não ferraria todo seu trabalho, certo?

Esperava que sim, ao coloca-la dentro do frasco de cristal junto a folha - realmente aquilo estava nojento - e um fio de seu cabelo. E a secreção da mariposa - que não era uma mariposa exatamente, e que quase estragou a poção inteira por ser tão irritantemente difícil de se encontrar.

Agora era só deixar aquele frasco ali por sete dias e rezar pra nenhum imbecil olhar para ele. Seria lua cheia a partir daquela noite - o tempo tinha sido perfeito. Depois ela teria que fazer o que mesmo? Esconder a droga do cristal até a próxima tempestade de raios, certo? E ficar recitando o maldito encantamento todo dia e toda noite - por que mesmo estava tentando virar uma animaga antes de terminar as aulas? Sabia que tinha tido algum motivo, mas não conseguia se lembrar qual era por nada no mundo.

Só podia ser por causa da guerra que estouraria a qualquer momento agora, pensou enquanto andava de volta para o castelo. Só podia ser por isso.

Já deveria ser quase seis, então não precisava necessariamente apressar o passo - se fosse pega aquela hora fora de sua casa, não estaria quebrando nenhuma regra, já que não era mais exatamente noite. Mas Filch não era a pessoa mais amável - com alunos no geral, porém ainda mais com grifinórios - e com sua sorte ultimamente, a chance de encontrar Filch junto com um monitor sonserino era altíssima.

Franziu a testa com o pensamento. Mas sua sorte não estava tão ruim, estava? Tinha dado tudo certo com a poção, mesmo que de último minuto, e já estava no Hall de Entrada - poderia simplesmente ir para o Salão Principal e esperar o café ser servido.

E estava mesmo colocando em prática seu último pensamento quando sentiu uma mão segurar seu braço. Já se virava esperando ver o zelador, mas o que achou era quase pior. Muito mais bonito, mas muito, muito mais irritante - a última coisa que precisava era encontrar justo ele como monitor.

"Você quase me matou do coração, sua fuinha maldita!" falou num sussurro, arrancando seu braço das mãos do sonserino enquanto o fuzilava com os olhos. Maldito bruxo, com certeza arranjaria alguma desculpa para tirar pontos da grifinória. Iriam mata-la, teve certeza quando olhou para a pontuação exposta no Hall. "Eu não estou quebrando nenhuma regra, Malfoy. Já são seis horas e estou dentro do castelo." falou séria, tentando manter sua expressão igual enquanto enfrentava o rapaz.

Mas a resposta que teve com certeza não foi a que estava esperando. Porque sim, Ginevra esperava qualquer comentário típico do bruxo podre de rico sobre suas roupas, suas malditas sardas, seu cabelo cor de ferrugem, seu cheiro de baunilha. Ok, talvez não sobre o último - da onde viera aquilo? - mas esperava algo mais normal do que a expressão assustada e a cara pálida que via agora.

"Por que está me olhando assim?" Era quase como se ela tivesse o machucado com suas palavras. "O que foi, Malfoy? Qual das suas vadias comeu a sua língua?" Comentário desnecessário, mas o silêncio junto àquela expressão tão errada a deixavam totalmente nervosa - que diabos estava acontecendo com aquele bruxo? Harry poderia mesmo ter razão ao afirmar que Draco Malfoy estava envolvido em algo muito errado naquele ano. Explicaria o comportamento bizarro.

"Apenas tentando entender essa sua falta de bom gosto." Foi estranho seu coração ficar aliviado ao ver a cara arrogante de sempre aparecer, o bruxo arrumando sua capa enquanto a olhava com quase ódio. "Weasley. Dez pontos." Foi também estranho ver o sonserino sair com quase pressa de perto dela, batendo a porta da passagem para as masmorras.

Deveria ter reclamado daqueles dez pontos. Bem, era melhor dos que os sessenta perdidos com Snape - por que mesmo perdera aqueles?

"Idiota." É, talvez sua sorte não estivesse nos melhores dias.

—__

Estava estirado na cama após o jantar. O dia passou mais rápido do que imaginava, mais devagar do que o necessário, ele dando a mesma desculpa a todos que perguntavam sobre sua ausência: varíola de dragão, quase um mês acamado - não era uma total mentira, visto que ficara na cama por realmente um mês, quase todos os seus músculos gritando dia após dia. Engraçado como o único que não lhe machucava antes parecia ter sido dilacerado agora. Draco Malfoy, até aquela manhã, não sabia que corações poderiam também, doer pra caralho.

"Cara, a gente vai dar um jeito nisso." Sua vontade era de rir das palavras do amigo - dar um jeito justo naquele feitiço?

"Vocês apagaram a memória dela com um obliviate, não é mesmo?" No que era praticamente irreversível? A não ser que o bruxo realmente não saiba realizar a merda do feitiço - o que poderia, no caso, piorar a situação toda. "Quem fez?" Torceu para vir uma resposta diferente da que veio.

"Eu que fiz." Sorte, claro. Draco e sua grande sorte.

"Então realmente não tem jeito." Fechou os olhos, tentando fazer aquela dor passar - e só piorava. Maldito dia em que pediu aquilo para Zabini, maldita paranoia, maldita marca que tinha em seu braço, maldita ruiva que ele amava a ponto de queimar seu peito. "É melhor assim." Ele iria morrer assim.

Respirou fundo, tentando limpar seus pensamentos.

"Por que você não voltou depois do Natal?" Na mão direita ele segurava o colar prateado, agora única coisa que conseguiria aproxima-lo da ruiva.

"Infeccionei uma dezena de cortes me deitando no jardim dela." A foto dentro do camafeu não trazia exatamente conforto, confirmou mais cedo naquela noite. "Ridículo, não? Merda de gnomos de jardim." Soltou um riso sofrido, olhando novamente para o teto - vê-la tão claramente de olhos fechados o faria sufocar. "Quase não me mexi por umas duas semanas, saí da merda do meu quarto anteontem." Deveria jogar aquele pedaço de prata dentro do lago. "Preferia não ter saído nesse momento."

"Você queria isso, Malfoy. Eu apenas fiz o que você queria."

Talvez fosse realmente melhor assim, talvez assim ele pudesse simplesmente sentar e assistir os dias passarem até chegar o inferno do mês de junho, até ele fracassar - então voltaria para sua casa e tudo acabaria.

Sim, para o momento, aquele era um bom plano.

—__

Sexta, 02 de fevereiro.

Colin estava estranho, muito estranho - pensara no amigo o treino inteiro de quadribol, e aquilo lhe rendera algumas chamadas, fora um balaço que quase - fosse um pouco mais para cima - a acertou na cabeça, e a faria terminar o dia com Madame Pomfrey. Queria gritar no caminho para o vestiário, as últimas palavras de Harry ouvidas num looping em sua mente.

Continuamos na próxima quarta, Gina!

Morra.

Queria bater naqueles bruxos: tanto no menino que sobreviveu, capitão do time que a tirava dez minutos mais cedo do treino, quanto em seu irmão, goleiro que lhe dava um olhar de reprovação enquanto sacudia a cabeça. Pro inferno os dois! Seu irmão era um tapado que demorou séculos para enxergar o quanto gostava de sua amiga - que agora namorava com Krum -, e o bruxo de óculos, era melhor nem comentar nada sobre Potter. Tinha tão cansado de tentar fazer com que ele a visse além de uma irmã - mas então o moreno parecia olha-la um pouco diferente naquele almoço.

Com certeza coisas de sua cabeça.

Empurrou a porta do vestiário mal humorada, já jogando luvas e capa no chão sem nem mesmo olhar ao seu redor. Foi quando as mãos foram para a camiseta vermelha - um botão da calça já aberto - que a bruxa notou não estar sozinha naquele banheiro, e sua vontade era de gritar ao ver pela segunda vez em menos de uma semana aquele rosto pontudo.

"Malfoy," bufou, fechando os olhos e tentando recuperar um pouco de sua calma, já quase ausente naquela sexta. "Que droga você está fazendo aqui?"

"Você está no banheiro errado." A voz saiu arrastada, o sonserino nem se dando o trabalho de se virar antes de começar a se despir de sua capa, seu moletom, e por que diabos ela estava encarando aquele bruxo? "Gosta do que vê, Weasley?" Seu rosto estava queimando após aquelas palavras.

"Você está no banheiro errado!" gritou, já pronta para arrancar um dos protetores de seu antebraço e arremessar na cara do bruxo quando seus olhos acharam um ponto do ombro desnudo deste.

Wow, aquela era uma senhora cicatriz - estava tão vermelha, aquilo era recente? Por isso que Malfoy tinha passado o último mês fora do colégio? Como ele tinha conseguido aquilo? Há, com certeza com os amiguinhos comensais dele - e seus olhos foram procurar um ponto preto no antebraço esquerdo tarde demais, toda aquela pele branca já coberta pela camiseta e capa do uniforme sonserina.

E amiguinhos comensais? Desde quando estava voltando a pensar como Harry?

"Você realmente parece gostar do que vê, Weasley." Malfoy provocou, se despindo da calça que usava sem o menor pudor.

E então eles estavam se beijando embaixo do chuveiro, e meu Merlin, estava tomando banho com ele, com o seu sonserino. Não conseguia desviar os olhos daquele corpo, a visão do bruxo debaixo da água era açúcar para seus olhos. Ela mesma estava nua, e seu coração iria explodir se continuasse a bater rápido da maneira que batia - o cheiro dele era tão bom.

Parecia derreter ao sentir dois braços a segurarem firme, o bruxo a deitando no banco de madeira - e sim, seu coração iria explodir, ainda mais quando sentiu o corpo molhado em cima do dela. Sentiu um ardor entre as pernas e mordeu o ombro pálido para abafar um gemido de dor - e não havia nenhuma marca se não a de seus dentes quando se afastou.

"Mas então, você gosta de cicatrizes, não gosta?" Tipo aquela cicatriz-

Que merda foi aquela?

Sentia os olhos crescerem, ainda no sonserino, ainda tentando entender exatamente que MERDA foi aquela.

Meu Merlin, eu estou fantasiando com Draco Malfoy. Eu sou doente.

"Weasley?" Sacudiu a cabeça como se querendo limpar seus pensamentos - ela queria, e muito, limpar tudo aquilo de sua mente, desde quando sua imaginação ficara assim fértil? Fechou os olhos, passando as mãos pelos cabelos enquanto respirava fundo, o coração ainda acelerado - acelerando ainda mais. "Pode abrir os olhos se foi a falta de uma calça que te incomodava." Babaca. Escroto. Imbecil.

Escutou a porta sendo aberta e achou que enfim fosse ser salva por uma das meninas do time, mas seus olhos novamente abertos acharam os verdes do capitão grifinório, e droga, ela estava realmente no banheiro errado.

"Sério que vocês dois estão aqui?" Decidiu ignorar o sorriso sarcástico de Harry enquanto pegava com pressa as peças que tinha deixado no chão. Sim, sério que ela estava ali justo com aquele sonserino porque tinha errado a droga do maldito banheiro! "O seu irmão vai entrar aqui em cinco minutos e você está no vestiário com ele?" Ele estava implicando exatamente o que com aquela frase?

"Você acha que eu estou-" Pegando esse babaca? Não conseguiu terminar aquela frase em voz alta, as palavras entalando na garganta ao ver direito aqueles olhos cinzas. Ele estava mais magro, sem dúvida, e as olheiras estavam até maiores que no fim de dezembro - ela por um acaso havia reparado nele antes para saber disso? E por um segundo, naqueles olhos da cor de uma tempestade, Ginevra viu uma coisa que pensou o resto do dia ser fruto de sua imaginação de antes. A frase que seguiu, a expressão do sonserino voltando a ser uma de total desdém, com certeza ajudou-a a convencer-se de que não, aqueles olhos nunca lhe mostraram nenhum tipo de afeto.

"Não tocaria nessa imunda nem se fosse a última sangue puro do mundo." o loiro disse em sua voz arrastada característica, esbarrando na ruiva antes de sair pela porta.

"Como se algum dia eu tivesse pensado em tocar em você!" Idiota! Merlin, ela odiava aquele bruxo! Odiava, odiava tanto, como que há segundos atrás- "Estúpido." Recolhia pela segunda vez a capa do chão, as mãos trêmulas de raiva. Mais magro? Que definhe, sonserino maldito! Como se ela se importasse!

Já saía pela porta quando o grifinório ali presente voltou a falar.

"Vocês brigaram?" Que tipo de pergunta era aquela?

"Harry, é Malfoy! Draco filho de uma mãe Malfoy!" praticamente gritou, se controlando para não xinga-lo de todos os belos nomes que se passavam na sua mente. "É claro que nós brigamos, o que mais eu poderia fazer com ele ao invés de brigar?" Não esperou uma resposta antes de bater a porta.

A raiva continuou até o final daquele dia - justo antes da madrugada que precisava retirar o maldito frasco da floresta - os pensamentos invadidos pelo maldito loiro sonserino até mesmo durante seu breve sono.

De Colin para Malfoy, que ótima troca.

—__

Sábado, 10 de fevereiro.

Sábados eram geralmente bons dias: sábados ela conseguia ir para Hogsmeade. Sábado não havia nenhuma aula, não existia nenhuma preocupação, não precisava se preocupar com nenhuma maldita tarefa ou com nenhum maldito problema que lhe tirava o sono durante os dias da semana. Então porque diabos estava tão desanimada no meio do Três Vassouras?

Viu Luna e Hermione conversarem num canto e pensou em se unir aos sorrisos por um instante - mas então, que preguiça de sorrir e jogar conversa fora. Colin, o estranho, não estava no meio dos alunos que vieram para o vilarejo - totalmente não característico ele pular uma visita, mas iria empurrar para longe a preocupação. De longe, via aquele corvinal que todas as meninas comentavam olhar para onde estava: por que diabos Aeon Storms estava a observando? Era lindo, mas não era como se a ruiva quisesse alguma coisa com o menino ou fosse querer algum dia - preferia que fosse apenas um colírio para seus olhos.

Suspirou, tomando mais um gole de sua cerveja amanteigada. Ao menos tinha conseguido terminar com sucesso - ao menos assim esperava - sua poção. E de primeira! Será mesmo que daria certo? Que caia logo uma tempestade de raios para checar. Mas por que diabos ela queria mesmo ser uma animaga justo agora?

Ia pedir mais uma bebida quando suas colegas de quarto lhe pouparam o esforço, aparecendo com três novos canecos e ocupando as cadeiras vazias.

"Então, nós temos uma novidade que vai te animar." era a grifinória morena que falava, tomando quase metade do caneco de uma vez enquanto olhava de canto de olho para uma mesa cheia de bruxos.

"Raven, quem disse que estou desanimada?"

"Sua cara talvez?" Revirou os olhos, pegando a caneca que era empurrada para ela. "Gina, quanto tempo você andou isolada nesses últimos meses?"

Isolada, ela? Estava sempre cercada por um monte de gente! Tinha Hermione, e Colin, e-

Hermione, e Colin, e-

O que ela fez mesmo naqueles últimos meses?

Tinha Hermione, e Colin, e com certeza passou o semestre com mais gente. Estava estressada com as provas de fim de ano, sem dúvida. Claro que estava, ela nem mesmo se lembrava do porquê de sua rebelião quanto à animagia! E Colin, estranho? Com certeza o amigo estava agindo normalmente. E Malfoy e sua fantasia doentia!

"Eu não andei isolada, Raven."

"Você andava com Creevey pra cima e pra baixo, até chegamos a achar que você estivessem juntos!" Segurou o riso, será que alguém ainda tinha dúvida sobre o que o grifinório gostava? Mas ok, então realmente passara bastante tempo com Colin. Normal, não? Ele era seu melhor amigo. "Aí depois começaram aqueles rumores que você poderia estar com um sonserino," O que? "Mas não fazia o menor sentido você com um sonserino."

"Disseram que eu estava com quem?" E por que disseram que ela estava justo com um sonserino?

"Marcos Flint." Marcos quem? "O bruxo que foi expulso bem na época que você caiu da escada." Sati continuou ao ver a cara confusa da amiga. Quando ela caiu da escada? "Você lembra que caiu da escada, não lembra? Alguma coisa foi afetada na queda, bruxa?"

Ela até poderia ter ficado com algum sonserino - mas quem, Merlin do céu, quem? Ela também poderia ter se isolado um pouco - afinal, não lembrava de muitos feitos daquele último semestre, sua memória melhorando mesmo naquelas últimas semanas. Mas de uma coisa tinha muita certeza, e nem sabia como, só tinha aquela maldita certeza: a bruxa, definitivamente, não tinha caído da escada.

"Fala logo a novidade que vai me animar nesse dia estúpido." já dizia um tanto mal humorada.

"Vai ter uma festa de dia dos solteiros no próximo sábado - muito mais legal que o dia dos namorados em plena quarta! Vai ser nas masmorras, porque ninguém melhor do que aquelas cobras para dar uma festa. E nós temos um convite."

—__

Terça, 13 de fevereiro.

"Ok, podem falar." foram as primeiras palavras da grifinória após entrar na sala 52-C.

Colin já estava ali há uma boa meia hora pensando junto de Zabini como pedir ajuda justo para aquela bruxa. Ele havia ferrado com tudo? Havia ferrado com tudo, e tinha total certeza daquilo. Precisava de ajuda? Desesperadamente. Agora, havia algum jeito de reverter aquela situação? Ele não fazia ideia, Blaise não fazia ideia, e Malfoy, se fazia ideia, não estava disposto a compartilhar a ideia. Hermione poderia ser chamada de última esperança, porque se houvesse uma saída para aquilo, sem dúvida a garota saberia.

"Colin, você me tirou dos meus estudos para isso." as palavras vieram aborrecidas após um minuto de silêncio. "Hoje é terça e eu tenho centenas de páginas para terminar - é sério."

"Calma, Granger." escutou o namorado falar, mas sentia o olhar impaciente de ambos agora.

O problema era que Colin não fazia ideia de como começar a contar aquilo. Hermione sabia que havia algo entre Ginevra e Malfoy, ela vira, ela era uma das confidentes da ruiva, ela não apoiava mas sabia o quanto aquilo deixava a amiga feliz. Mas exatamente o que ela sabia? Tudo? O que Colin poderia falar? Ele deveria não falar alguma coisa, a situação estando bagunçada daquele jeito? Ele deveria falaralguma coisa?

"Ok, estou ind-"

"Tem algo errado com a Gina." soltou antes que a bruxa se virasse. "Como você já deve ter percebido, tem alguma coisa errada com a Gina." E a culpa é toda dele, por mais que tivesse sido assumida pelo outro sonserino na história contada para Malfoy - ele vai matar você, Cols. "Ela fica um pouco aérea às vezes, não fica? E também não se lembra de algumas coisas. E acha que tem algumas memórias que não encaixam."

Não, ele sabia que não era nada simples aquele feitiço. Sabia que tinha gente que perdia a cabeça quando o feitiço era executado de forma incorreta - mas ele era bom naquilo! O quanto poderia fazer um feitiço dar errado? E foi com esse exato pensamento na cabeça que na tarde do dia 24 de janeiro, após um mês do sumiço daquele sonserino, após um mês vendo sua amiga afundar, não comer, não dormir, passar todas as suas horas preocupada - sua amiga tão forte, tão viva, tão corajosa, desabando na sua frente -, resolveu executar o pedido do comensal.

E os dois primeiros dias foram ok, tudo parecia ok.

Então no terceiro, ela simplesmente não conseguia se lembrar de várias partes da matéria de história da magia daquele ano. Mas claro, poderia ser estresse, não poderia?

No quinto dia, Ginevra simplesmente desligou no meio de uma conversa dos dois, voltando minutos depois com uma expressão totalmente confusa, um olhar perdido.

E os dias que seguiram o fizeram descobrir que sim, algo havia dado muito, mas muito, errado: além de partes de várias matérias - ele tão precisava passar todas as horas possíveis com ela para faze-la recuperar aquelas informações importantes - não lembrava de Marcos Flint, não fazia ideia de quem era Blaise Zabini - a não ser a cobra sonserina que pega tudo que se move, que nem o idiota do Malfoy —, não sabia que seu irmão estava junto com a amiga mais velha - o que causou um quase escândalo, como ela não me falou isso Colin, como? -, e em breve - porque havia passado menos de um mês e já haviam aparecido todos esses problemas - haveria mais alguma informação que o faria ver o quanto ele tinha sido péssimo naquele obliviate.

"E lembra que eu te disse para não comentar nada sobre Malfoy, porque os dois supostamente terminaram?" Foi aquela última frase que fez a bruxa entender tudo, os olhos castanhos arregalando cada vez mais conforme absorvia a informação.

"Colin, você não fez isso." a grifinória colocar a mão na boca e sacudir a cabeça não era resposta que o bruxo esperava receber.

"Eu fiz, mas devo ter feito algo um pouco errado." Muito errado. "Então Hermione, por favor, diga que você sabe o que pode desfazer um obliviate mal feito."

"Bem," A risada irônica continuava sendo uma péssima resposta. "Para recuperar as memórias originais após esse feitiço," Assim como a cara da bruxa, que o olhava com o olhar mais reprovador que já vira - ela podia competir com McGonagall. "Você pode rezar."


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Notas finais do capítulo

Tenho que confessar que odiei escrever esse capítulo, acho que me apeguei demais aos dois, me doeu tanto separar! Mas ok, já estamos trabalhando para dar um jeito nisso! Eu acho rs

Beijão pra todos os leitores, e fiquem a vonts pra mandar seu comentário ;)

Ania



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