Entre o amor e a guerra escrita por Ania Lupin


Capítulo 12
O que mais tem aí




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Quarta, 11 de outubro.

A ruiva deitou a cabeça no travesseiro exatamente uma e quarenta da madrugada, pegou no sono às duas, e se levantou às cinco para terminar o relatório sobre vampiros. Três horas de sono. Realmente, ela estava amontoada até o pescoço de lições, que tendiam a se multiplicar quando pertenciam as matérias mais desprezadas pela jovem. Ginevra estava começando a odiar seu quinto ano.

"Voltou tarde ontem, Gin." comentou Sati, colocando uma torrada na boca. "Raven e eu desistimos de esperar você quando o relógio bateu meia noite." a japonesa explicava-se. "O que ele arranjou dessa vez? Dá pra demorar tanto assim separando sapos?"

"Foram caldeirões." respondeu, bocejando antes de tomar um gole de suco de abóbora e procurando seu rotineiro bolinho de framboesa - talvez estivesse na hora de começar a variar o cardápio. "Viu o Colin por aí? Ele voltou cedo ontem?"

"Onze horas e ele já estava indo pra cama." Se não estivesse com tanto sono, sentiria o sangue ferver, com certeza. Se não estivesse com tanto sono, começaria a pensar em como o final da noite de ontem havia sido errado em tantos níveis diferentes.

Aquela noite havia passado da melhor forma possível - muito melhor do que ela esperava - até a hora dela despedir-se do sonserino e abrir a porta. A bruxa ainda não sabia como tudo começara a dar tão errado.

"Me fale que, depois do que aconteceu sexta passada, você não está pensando em andar sozinha nas masmorras a essa hora." Ginevra escutou a porta da sala de Poções fechar, o sonserino andando até ela com passos pesados. "Como você consegue ser tão idiota?" Sabia que ele, se pudesse, estaria gritando.

"E você queria que eu fizesse o que?"

"Não viesse para essa detenção estúpida!" A raiva surgiu quando o sentiu pegar seu pulso e começar a puxa-la em direção a saída.

"Quem você acha que é para sair me puxando-"

"Você com certeza não reclamou na semana passada!"

Como aquele fim de noite tinha se tornado tão detestável?

"Draco Malfoy me solta, e me solta agora!"

"Isso, grita mais, acorda toda a merda do castelo!" E ela sentiu a bunda entrar em contato com o chão frio quando o sonserino realizou seu pedido, e a pousou 'delicadamente' na frente do retrato da mulher gorda, após carrega-la nas costas desde as masmorras.

"Isso é tudo sua culpa!" rosnou, enquanto se levantava.

"Minha culpa? Do que, minha culpa que você estava em detenção? Minha culpa que eu te ajudei?" Outra vez estavam tão perto, mas não havia nada de agradável naquele momento. "Minha culpa que você me beijou? O que é minha culpa, bruxa?"

Como que, em um minuto, a coisa que mais queria era ele assim perto, e no seguinte, a coisa que mais desejava era estar o mais longe possível?

"Entra logo na merda do seu salão comunal, ou-."

"Ou o que? Vai me dar de presente para os seus amiguinhos comensais? Acha que eu daria um bom entretenimento para uma festinha?"

Ela sabia que tinha passado de algum limite com aquelas palavras segundos depois que as falou.

"Faça o que quiser, Weasley."

Era tristeza que tinha visto naqueles olhos por um momento? Estava imaginando coisas com certeza, quando que ela conseguiria feri-lo com alguma palavra, ela, justo ela?

"Gina?" sentiu um toque no seu braço.

"Desculpa Sati, o que você disse?"

"Perguntei da carta! Descobriu de quem era?" continuou a morena. "Aquele bando de corujas de domingo eram da mesma pessoa?"

"Gina, DLM. Não te lembra nada?"

Ela nem mesmo lembrava da existência daquele poema. Por Merlin, Draco Lucio Malfoy oficialmente não fazia o menor sentido.

Ele é louco e está brincando com você. Esqueça isso.

"Desisti. Não faço ideia de quem me mandou tudo aquilo, e juro, estou ocupada demais para me incomodar com isso." mentiu, tentando ignorar o olhar desapontado da amiga.

"Mas Gina-"

"Sati, eu não sei se você percebeu, mas cada professor está nos dando pelo menos vinte parágrafos de pesquisa por aula!" reclamou a ruiva, enquanto se servia de mais um bolinho, dessa vez de abóbora. "Se você quiser fazer a minha parte para eu poder me preocupar com esse remetente idiota, que teve essa ideia infeliz de se intrometer na minha vida, conversamos."

E as jovens não falaram mais nada pelo resto do café da manhã.

...

"Ei, Gina!" Foi no almoço, enquanto caminhava para a mesa da Grifinória, que a ruiva ouviu uma cada vez mais conhecida voz masculina a chamar.

"Aeon!" tentou fazer sua voz sair agradável apesar do péssimo dia que estava tendo. Olhou um tanto que temerosa para o irmão, e agradeceu por este estar entretido o suficiente numa conversa com uma lufa-lufa do sexto ano. "Tudo bem?"

"Melhor agora." o corvinal respondeu, como sempre cumprimentando a ruiva com um beijo estalado na bochecha. "Como está sendo a semana?"

"Infernal." disse, sincera. "Não vejo a hora de chegar sábado," confessou, seus olhos indo inconscientemente para a mesa sonserina. "Nunca precisei tanto de um final de semana."

Ginevra estava voltando os olhos para Storms quando estes captaram cabelos platinados, fazendo todos aqueles sintomas irritantes voltarem. Sentiu o coração acelerar e as mãos gelarem, seus batimentos ainda mais rápidos quando os olhos cinzas do sonserino acharam os dela. Não foi a raiva ainda presente no rosto de Malfoy que fez seu coração parar por um momento, mas sim a loira que o acompanhava, grudada no seu braço de um jeito que parecia tão errado.

Era errado aquela menina que ele nem mesmo gostava estar ali, ao invés dela.

"O convite para um chocolate quente ainda está de pé."

Ela precisava aceitar aquele convite, precisava aceitar qualquer convite e desintoxicar seu corpo de qualquer sentimento que nutrisse por aquela cobra sonserina sem coração.

"É só me falar o horário."

...

Draco não sabia porque estava na biblioteca naquele fim de tarde: não era como se a bruxa fosse aparecer, e não era como se ele quisesse que ela aparecesse. Virou a página do livro de Transfiguração, tentando focar inutilmente no que lia: ainda não fazia ideia do que o capítulo falava e já estava na página cinco.

Iria cancelar a merda daquela aposta com Flint assim que o visse, e foda-se que admitiria sua derrota, foda-se que não teria mais aquilo como distração. Distração o caralho, encontrar-se com a bruxa nos últimos dias só tinha piorado mais a sua cabeça: estava passando longe de ser qualquer coisa positiva. Parkinson era boa o suficiente para beijar, e se em alguma hora cansasse daquela bruxa, sempre tinha alguma outra para se divertir - essas outras sim eram distrações.

Deveria mesmo ter dado a bruxa desbocada para seu amiguinho comensal, amaldiçoou a hora que a ajudou quando ouviu aquelas palavras na noite passada. Ele não precisava de alguém que o fizesse sentir qualquer coisa. Maldita Weasley. Maldita ruiva do caralho.

Que estava bem na sua frente.

Virou com tanta raiva a página seguinte que escutou um rasgo em sua beirada.

"Não preciso mais de suas aulas, Weasley." falou, forçando os olhos a se manterem no livro.

Maldito cheiro de baunilha.

"Achei que tivesse sido claro noite passada." Ele se controlou para não derrubar os livros que foram praticamente jogados em cima da mesa. "Não sabia que além de pobre era-"

"Essa mesa é minha." Ela não podia estar falando sério. Quase arrancou mais uma página do Guia para Transfiguração Avançada enquanto se forçava a não responde-la. Outra, quando uma cadeira ao seu lado foi puxada e a jovem sentou-se, abrindo um livro e retribuindo o tratamento que ganhava. Então, a ruiva ia tentar fingir que ele era invisível outra vez?

Apoiando os cotovelos na mesa, colocou a cabeça nas mãos e esfregou com força os olhos, respirando fundo. Ela estava o tirando do sério em uma velocidade surpreendente.

"Eu realmente deveria ter te entregado para o meu amiguinho comensal." bufou, enfim se virando para a bruxa.

"Não seja por isso, eu tenho outra detenção hoje à noite, por que não o avisa?"

Como ela conseguia falar naquele tom tão irritante, e tão destemido, justo com ele? Teve que se controlar um minuto a mais para não mostrar o quão perigosas tinham sido aquelas últimas palavras: se ela soubesse no que o que acabara de falar poderia implicar, talvez passasse o resto do ano letivo em seu dormitório.

Draco estava prestes a responder quando escutou uma voz familiar demais chamar pelo seu nome.

Mas que merda de sorte.

Os pensamentos surgiram na sua mente em uma seqüência veloz: aquela voz era de Pansy, se Pansy o visse sentado ao lado da ruiva, ela faria um escândalo, se Pansy fizesse um escândalo, eles seriam expulsos da biblioteca, e se eles fossem expulsos da biblioteca por causa de um escândalo idiota, ele não tinha muita certeza do quanto mais conseguiria manter seu autocontrole naquele dia.

Mas aquela mesa, abençoado Merlin, além de ficar num canto mais isolado, tinha uma cobertura de madeira na parte inferior, com a abertura apenas onde estavam aquelas duas cadeiras, e era por aquele motivo que a mesa era sempre escolhida por ele. O bruxo, assim, poderia fazer tranquilamente a primeira coisa que lhe veio a cabeça, que foi se enfiar embaixo desta, como já fizera algumas vezes, recebendo um olhar de confusão quase engraçado da grifinória.

A expressão confusa se transformou numa carranca em um segundo.

"O que você acha-"

"Fica quieta só desta vez," ele sussurrou. "Que eu vou embora assim que essa louca sair daqui!"

"Ei Weasley!" Draco escutou a voz chamar de longe, e amaldiçoou sua falta de sorte. "Essa mochila é do Malfoy. Onde ele está?"

Desde que Parkinson não se aproximasse tanto, o sonserino conseguiria manter seu esconderijo sem problemas. Desde que a ruiva não a provocasse, a ponto de faze-la se aproximar tanto, estaria tudo bem. Ginevra estava colaborando para aquilo acontecer? Claro que não.

"Obviamente não aqui." O bruxo queria manda-la calar a boca, mas limitou-se em apertar sua perna, o que lhe rendeu um quase chute na cara. Ginevra rosnando para Parkinson, tudo que ele precisava.

"Então o que isso está fazendo em cima da mesa?" escutou a namorada falar, já subindo um tom. "Está me chamando de cega por acaso? Eu posso ser tudo, mas cega ainda não sou!"

"Que bom, pelo menos você admite que é burra!"

Respirou fundo, frustrado mas ao mesmo tempo tentando segurar uma risada: tinha que admitir, a ruiva tinha boas respostas - maldição, outra vez admitindo que uma Weasley era boa em algo. Mas ela não poderia provocar a Parkinson uma outra hora, preferencialmente com ele longe das duas? Já estava imaginando o que iria acontecer: Pansy partiria para cima de Ginevra, elas começariam a brigar e ele seria obrigado a sair de debaixo da mesa para separar as jovens. E claro, aquilo seria um escândalo até maior do que o de sua namorada e Susana Bones, e se espalharia pelo colégio até mais rápido.

"Essa mochila é minha, Pansy." uma voz nova anunciou, e aquela talvez tenha sido uma das vezes em que ficara mais contente em ouvir o amigo sonserino, por mais que este sentasse na sua cadeira e praticamente o chutasse na ação. "A Ginevra aqui estava precisando de ajuda em algumas matérias e eu pensei: por que não?" Draco escutou o amigo dizer, cortando mais uma vez Parkinson antes dela conseguir falar qualquer coisa. "Acho que Malfoy nem saiu do quarto esta tarde. Você já procurou por lá?" Draco só saiu de debaixo da mesa quando recebeu outro chute do amigo, avisando que já era seguro se mostrar.

Mas claro, óbvio, que Zabini não havia aparecido sozinho.

...

"Dá pra me explicar o que o Malfoy está fazendo embaixo da sua mesa, Gina?"

Então era com aquele loiro que Colin estava saindo. Aquele loiro sonserino, amigo de Draco Malfoy, tão agradável de se olhar quanto o próprio.

"Colin-"

"Segunda eu também vi vocês aqui, conversando pacificamente como se fosse a coisa mais normal do mundo." Sabia que deveria ter contado ao amigo o que estava acontecendo desde o começo, porque não fazia ideia nem de por onde começar agora. Então Col, eu estava dando aulas de Latim pra esse babaca que me salvou de um maldito perseguidor, que é tão perigosamente sexy quando seu novo paquera, e que, por um acaso, eu beijei e gostaria de beijar outras vezes porque eu só me interesso por problemas.

"Blaise, sério, que porra o seu amigo está fazendo com a minha amiga?" Creevey perguntava já irritado, olhando cismado para os dois sonserinos. Zabini estava de volta ao seu lado em um segundo, sua mão discretamente apertando a de Colin.

"Nada." Mas o moreno não estava com a melhor das caras, e não se mostrou nem um pouco convencido com a resposta dada.

"Nada?"

Ginevra voltou a olhar para o sonserino que queria arrancar de sua vida, já de pé frente a ela. Por que mesmo querendo mata-lo, gostaria de imitar o gesto de seu amigo? A mão dele era fria, mas lembrava-se do abraço e corpo quente. Ela sabia que ele poderia ser uma boa companhia, e naquele momento, desejava nunca ter conhecido qualquer outro lado de Malfoy a não ser o do 'eu sou um sonserino babaca melhor do que todos vocês'.

"Malfoy não está fazendo nada, Colin." disse, sentando-se de volta na mesma cadeira em que estava antes, fingindo interesse em seu pergaminho ainda vazio. "Inclusive ele está indo embora, porque eu realmente preciso estudar."

Ela não levantou mais os olhos do livro aberto, mas de canto de olho viu Draco jogar seu material dentro da mochila e escutou passos pesados se afastando dali. Ok, uma pequena vitória: uma pessoa a menos para lidar, e justo a mais difícil. Quando teve certeza de que não veria mais o bruxo levantou novamente a cabeça, olhando para os dois garotos ainda parados a sua frente.

"O que está acontecendo aqui?" A pergunta veio do sonserino restante, que parecia não estar entendendo a situação. Mas Ginevra não teve mais que falar nada naquele momento, Colin mostrando-se como sempre o melhor amigo que a ruiva já tivera.

"Blaise, me dá uns minutos aqui, tudo bem?" pediu o moreno, sua voz muito mais suave do que antes. "Te vejo depois da janta?" Blaise não mostrou-se muito contente com a dispensa, sua mão soltando relutante a do grifinório. "Por favor, Blai. Vamos, só uns minutos."

"Vou cobrar esses minutos, bruxo." E com essas palavras, o loiro seguiu para a saída da biblioteca.

"Agora, é melhor você tem uma boa, grande e convincente explicação para o que eu vi." seu amigo começou a falar, ocupando a cadeira onde antes estava o sonserino. Ela sabia que Colin não aceitaria o resumo da história, mas não custava tentar.

"Eu tenho uma bem curta: Malfoy é um babaca." Recebeu um não de imediato. "É complicado."

"Ele te mandou os doces, não foi?" Teve que confirmar. "Ele te mandou a carta, não foi?" D.L.M., era óbvio, e confirmou outra vez, dessa vez até para ela mesma. "O que mais tem aí?"

"Ele me ajudou na sexta feira passada." Colin ainda a olhava desconfiado. "Ele realmente me ajudou, Col. Eu nem sei porque! Eu teria me ferrado se não fosse por Malfoy. E eu não sei explicar," Escondeu o rosto nas mãos, respirando fundo. "Eu não sei mesmo explicar o que está acontecendo. O que está acontecendo comigo?" Quando se virou novamente para o amigo, sabia quais seriam as próximas palavras.

"O que mais tem aí?"

"Não tem mais nada." Os olhos castanhos continuaram nela, como se esperando a informação que ela não queria dar. "Colin, relaxa, tá?" Tentou focar outra vez no livro aberto de Poções. Ela iria ter um encontro no sábado, e com certeza tudo se resolveria e ficaria bem outra vez. "Não é como se eu tivesse alguma coisa com Malfoy, e ele agora só estava confirmando tudo o que achamos dele e sendo um babaca." Mas o grifinório continuou a olhando daquele mesmo jeito.

"Gina, você lembra quem é Draco Malfoy?" Draco Lucio Malfoy, o sonserino perigosamente atraente, filho de Lucio Malfoy, futuro provável comensal da morte que ela queria mais do que tudo tirar da sua vida e de seus pensamentos? Sim, lembrava muito bem quem era aquele bruxo. "O que mais tem aí, Gin?"

Maldição.

"Eu não queria que ele fosse um babaca." admitiu, fechando os olhos.

...

Não havia ninguém além dos dois bruxos naquela antiga sala de História da Magia, já aposentada há alguns anos. Alguns poucos livros empoeirados repousavam no chão ao lado de onde o grifinório sentava, o garoto em cima dele não sendo muito receptivo com sua vontade de falar.

"Blaise, eu sei que você não pode me contar," Um beijo interrompeu o moreno, o outro bruxo o prensando mais contra a parede, as mãos já entrando debaixo de sua camisa. "Mas eu preciso saber se," Ele mal conseguia se livrar daqueles lábios, e se continuasse naquele ritmo, desistiria de tentar. "Eu preciso saber se ele quer fazer alguma merda com a minha amiga Blai, é sério." Diminuiu o ritmo dos carinhos, terminando o beijo e olhando naqueles olhos azuis que já estava aprendendo tanto a gostar.

"Chato." O sonserino se deu por vencido, encostando a cabeça na curva do pescoço de Colin. "Fale logo, o que você quer saber?"

"O que Malfoy está querendo com a Ginevra." O grifinório observou curioso um sorriso se formar nos lábios do outro bruxo. "O que foi?"

"Malfoy está querendo com sua amiga o mesmo que eu quero com você, seu bobo." Blaise confessou, a mão ainda debaixo da camisa indo para a cintura do moreno.

"Ele quer tirar a camisa dela e beija-la numa sala cheia de pó como se não houvesse amanhã?" Uma risada.

"É isso que você acha que eu quero com você?" Novamente aqueles olhos azuis estavam nos seus. "Colin, eu quero você, e só você, ninguém mais. Eu quero tirar apenas a sua camisa, e beijar apenas você, nessa maldita sala suja, no Salão Principal, e em todos os lugares possíveis. E é isso, Col, que eu sei que Draco quer com a sua amiga. Ele quer isso aqui." Zabini segurou o rosto do bruxo com as mãos e estava o beijando novamente no segundo seguinte, um beijo terno, inédito vindo do sonserino.

"Posso acreditar em você?" Colin perguntou, quando eles partiram o beijo.

"Em cada palavra." respondeu o loiro, um sorriso verdadeiro. "Agora, onde nós estávamos?"

Não demorou mais para os lábios voltarem a se achar.

...

Ela abriu a porta pouco antes da meia noite, o caminho decorado na sua cabeça. Esquerda, direita, passa três corredores, direita, passa dois, direita, esquerda, e a saída estará na sua frente. Se andasse realmente rápido e silenciosamente, não haveria problema nenhum, com certeza. Fecharia a porta sem fazer barulho algum, e se tivesse muita sorte, não haveria ninguém nos corredores.

E se houver, eu azaro quem entrar no meu caminho e pronto. Claro, e seria assim fácil. Eu também poderia correr.

Quase infartou quando viu o sonserino encostado na parede em frente a porta.

"Eu não quero te dar de presente para meu amiguinho comensal." ele disse, descruzando os braços.

Não conseguiu evitar um sorriso, não retribuído pelo bruxo daquela vez. Não importava, naquele dia, ela provavelmente não merecia a reciprocidade - o gesto e a companhia até a casa grifinória eram mais que o suficiente. Em frente ao retrato da Mulher Gorda, a coisa que ela mais queria era repetir suas ações daquela última sexta feira, e mesmo usando de todo seu autocontrole, não conseguiu impedir-se de ir até o sonserino e abraça-lo, só percebendo o que fazia quando se viu naqueles braços.

O cheiro que tanto gostava, ela teria aquilo por cinco segundos. Cinco, apertou mais seus braços ao redor da cintura do sonserino. Quatro, sentiu o coração acelerar ao sentir o corpo quente do bruxo tão próximo. Três, ignorou suas mãos suadas e levantou a cabeça. Dois, ficou na ponta dos pés, mesmo com as pernas trêmulas. Um, seus olhos encontraram os cinzas que ela estava se acostumando a observar.

"Obrigada."

Eles separaram-se sem nenhum beijo, Ginevra entrando no salão comunal enquanto Draco permanecia parado, seus olhos já fechados, seus punhos cerrados.

Sair com Storms não adiantaria nada, e agora, ela sabia.


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