Nas Profundezas do Lago - Dramione - 2ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 5
Amor que o tempo não apaga


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!! como estão?
E não é numa sexta feira linda que a fic sera atualizada? com certeza kkkk
Espero muito que gostem do capitulo
Boa leitura a todos s2



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Capitulo 05

Cabelos curtos e ajeitados e com farda do Departamento de Aurores. Era assim que Theodore chegava ao costumeiro restaurante, mas desta vez, ao lado de Pansy Parkinson. Seguiu até a mesa que corriqueiramente almoçava. Afastou a cadeira para que Pansy se sentasse e se dirigiu a cadeira a sua frente.

— O que vai querer? – perguntou encarando Pansy nos olhos.

A mesma o olhou de volta sem saber o que dizer a princípio. Seus olhos passaram sem nenhuma descrição pelo homem a sua frente. Fazia tantos anos que não se viam. Ficou realmente surpresa quando foi abordada por ele no saguão do Ministério, pois jamais imaginava que ele trabalharia como Auror. Aquela descoberta fez a sua curiosidade aflorar, questionando-o no mesmo instante:

— Como isso aconteceu? – perguntou gesticulando uma das mãos indicando a roupa do amigo.

Theodore soltou uma leve risada.

— Sempre direta!

Pansy riu baixinho.

— Pelo que me lembro de quando estávamos na escola, você nunca tinha comentado que seguiria carreira de Auror, Theo.

— A vida tem dessas trapaças. Realmente nunca pensei, mas depois da guerra, acabei encontrando motivações para isso. - Theodore quando jovem sonhava se tornar um grande medibruxo, mas o destino foi trapaceiro, pois depois da guerra, viu seu pai sendo levado a Azkaban. Assim que os interrogatórios e audiências terminaram, teve que ir embora de Londres e só voltando há um ano, quando estava decidido que entraria na Academia de Aurores.

— Motivações? Quais? – Seu olhar era desconfiado.

— Não precisa me olhar assim, Pansy! Estou no lugar que devo estar, tenho objetivos bem grandes quanto a isso.

— Quais?

Theo encarou a amiga, não muito certo se deveria abrir algo tão particular como aquilo. Por mais que soubesse que poderia contar com ela, ele não tinha o costume de dividir as suas motivações mais profundas com alguém. Sempre procurou guardar tudo para sim. Porem, naquelas circunstâncias, ele não podia dar pra trás, quando já tinha chego tão longe. Contou tudo a ela, tudo o que o levou a entrar na academia de Aurores e pôr em prática tudo o que passou anos colocando no papel. Mais precisamente, desde a guerra.

— Você quer vingança? – Perguntou Pansy depois de ouvir tudo o que Theodore lhe contou.

— Você não iria querer? Lembre-se Pan, estávamos todos no mesmo barco desde o início. Nossas famílias estavam do lado do Lord. A sua sorte é que seus pais não se envolveram diretamente assim como Narcisa, por exemplo. Por isso, foram inocentados. Mas e se estivesse no meu lugar? Não iria querer se vingar também? 

— Eu faria qualquer coisa! – disse convicta.

— É por isso que resolvi te procurar, porque sempre tivemos o mesmo pensamento. – sorriu.

— Mas como pretende fazer isso? – perguntou se aproximando mais dele para que tivesse a certeza que ninguém podia ouvir.

— Com isso... – Com cuidado pegou um pequeno pedaço de pergaminho, colocou em cima da mesa e emburrou devagar em direção a Pansy. – Fazer parte do Departamento de Aurores tem suas vantagens – deu uma piscada para ela.

— Como conseguiu essa informação?

— Na sala do Potter. Logo que ele saiu, eu entrei para pegar uns relatórios e me deparei com a primeira pista do mapa do tesouro. – deu uma leve risada.

— Acha que pode ser ele? Logo assim do nada, depois de tanto tempo?

— Ele pode ter aproveitado a oportunidade que o foco estava sendo o casamento do Draco com a Granger... Ainda nem consigo acreditar.

Pansy bufou.

— Nem me fale desse maldito casamento. – Pansy nunca iria admitir para quem fosse, mas seu sangue fervia cada vez que se deparava com alguma noticia nos jornais falando de Draco e a sua nova família feliz. Todas as vezes que pensava nas fotos e nas fofocas, ela tinha náuseas. Na visão dela, não era justo Draco está tendo a chance de recomeçar como se nada tivesse acontecido, como se de repente, o mundo tivesse sido obliviatado e simplesmente apagassem tudo o que ele foi. Tudo o que ele causou a todos antes e durante a guerra. Pelo que ela conhecia dele e não era pouca coisa, ela tinha a convicção de que a essência dele ainda permanecia ali. Draco nunca foi bom e nunca seria. Pansy ainda não sabia como, mas ela iria provar a todos que Draco não mudou tanto, como todos achavam.

— Ainda não superou Pan?

Ela entendeu o que ele quis dizer, mas do mesmo jeito, não pode deixar de cerrar os olhos para ele pelo seu ar de deboche.

— Apenas não admito ser passada para trás, Theo! Eu e Draco tínhamos uma historia e uma amizade de anos e anos. Éramos confidentes e eu tinha certeza que ficaríamos juntos. Não faz ideia de como me senti quando ele começou a me tratar mal por conta daquela maldita sangue-ruim.  Eu disse que eles estavam tendo um caso e ninguém acreditou em mim.

— Era difícil de acreditar, Pan! Estávamos prestes a entrar numa guerra, era impossível de acreditar que Draco estaria de caso com a Granger. 

Pansy revirou os olhos.

— Tanto estavam, que tiveram uma filha e agora estão vivendo o sonho da família perfeita, enquanto nós estamos aqui. – suspirou - O que pretende fazer com essa informação que encontrou?

— Ainda não sei, preciso descobrir mais coisa antes de tomar alguma decisão, mas de qualquer forma eu te conto. Mas... Agora é sua vez de me contar o que está acontecendo. Você estava muito estranha no Ministério...

— Recebi uma intimação de Frederico Miller – contou. Depois de Draco, Theo era alguém que ela sabia que podia contar, pois ela sabia que ele usava muito bem a sua descrição mediante as situações.

— Frederico Miller? O membro da suprema corte?

— Ele mesmo... Ele quer tirar a minha filha de mim.

— Não está querendo dizer que ele...

— Sim, ele é pai da Anne!

~*~

Duas horas passou voando naquele almoço em um dia comum. Apesar de estar com um problema enorme para resolver, ela estava feliz por ter tido um tempo com seu amigo, que há muito tempo não via. Foi bom para ela espairecer um pouco e rever seus planos. Sentia-se mais animada ainda por não estar totalmente sozinha. Pansy sabia que podia contar com Theo, pois ele era muito diferente de Draco ou Blás. Theodoro não era covarde como os outros e ela já estava se cansando de gente covarde. Levantou da cadeira já avisando o amigo que precisaria ir embora, mas que queria voltar a ter contato com ele, ainda mais agora, com as suspeitas do retorno de Lucius. Pegou sua bolsa e saiu do restaurante a caminho de Hogwarts. Ela precisava muito conversar com Anne a respeito do que estava acontecendo. Pansy sempre foi muito sincera com sua filha.

— Por favor, Filch! Chame Anne por gentileza! – Pediu ao zelador da escola e nem ao menos o olhou. Apenas seguiu o seu caminho para um banco próximo ao jardim e se sentou para esperar a filha. Pansy dificilmente ia para Hogwarts se encontrar com Anne, ia apenas quando era um caso urgente ou precisava busca-la. Não demorou mais que 25 minutos e Anne já estava chegando ao seu encontro. Vinha com seus cabelos negros e lisos perfeitamente arrumados. Seu uniforme da Sonserina como sempre impecável, mas seu rosto expressava confusão, pois não estava entendendo do porque sua mãe estar ali. Anne e Pansy eram muito parecidas. Anne lembrava muito a mãe, quando a mesma era mais nova.

— Mãe? – Chamou quando avistou Pansy – O que faz aqui?

— Precisamos conversar! – Pansy ainda não tinha encontrado as palavras certas para contar a Anne a respeito da intimação. Sabia que seria muito difícil para ela, mas não tinha outro jeito. Anne tinha que saber o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, ela lhe garantiria que ninguém a levaria para longe.

— É sobre a carta? – Perguntou se sentando ao lado da mãe.

Pansy assentiu.

— Sei que não costumo muito falar sobre o seu pai para você, mas preciso que saiba o que está acontecendo... – Preferiu ser direta. – Frederico me mandou uma intimação e ele quer a sua guarda.

Anne arregalou os olhos assustada.

— Mas por quê?

— Ele não acha que sou uma boa mãe para você. Ele acredita que sou uma má influencia e não quer que você continue comigo.

— Mas eu nem o conheço e isso nem é verdade. Eu não quero ir, mamãe! – Anne levantou e a abraçou em busca de conforto. Ela estava com medo.

— Você não vai a lugar nenhum, Anne! – Disse a tirando do abraço e a fazendo olhar em seus olhos - Ele só está assim por conta de tudo que aconteceu na audiência de Draco. Eu amo Draco e sempre vou ama-lo, mas é injusto tudo isso que estava acontecendo. – Ela se referia a liberdade de Draco, a segunda chance que ele estava tendo e a fuga de Lucius, Para Pansy nada daquilo era justo. - Você sabe de toda a nossa história, das nossas questões mal resolvidas e do quanto isso me machuca, mas em relação ao seu pai, não se preocupe porque nada vai mudar. Se ele tentar algo contra nós, vamos lutar e vencer.

— Me promete?

— Prometo! – Pansy deu um leve sorriso.

Anne abraçou a mãe novamente e disse baixo em seu ouvido:

— Tudo isso é culpa deles. Eu odeio aquela família.

Pansy se despediu de Anne com um beijo na testa e um ultimo abraço. Ela não tirava as razões de Anne de ter raiva dos Malfoy, pois era mais que verdade, toda a injustiça que ocorria ao seu redor. Se Draco não tivesse a machucado tanto, ela não seria obrigada a tomar as atitudes que vem tomando. Pansy nunca soube lidar com sentimentos de perda, já que sempre foi acostumada a ter tudo na vida, o que quisesse. Mas ter perdido Draco para a garota que mais odiava, foi demais para ela. Ela queria que ele sofresse, tanto quanto, ela vem sofrendo por ele desde os tempos de escola.

Ao observar sua mãe partir, Anne seguiu o seu dia com os pensamentos perdidos e o medo lhe afligindo.  Embora nunca demostrasse o que sentia verdadeiramente, a insegurança estava sempre dentro dela camuflada pelo orgulho. Ficou distraída durante as aulas, sendo chamada a atenção algumas vezes pelos professores. Não queria conversar com ninguém, nem com Mia implicou, mesmo a sua raiva só aumentando cada vez que a via.  

Sua vida não podia mudar, assim, de forma tão drástica. Não se conformava com a possibilidade de ter que se afastar de sua mãe e ir morar com alguém que nunca conheceu; que nunca quis saber sobre ela. Estava cansada de ver sua mãe triste cada vez que falava de Draco. Anne não aguentava mais lidar com aquilo.

~*~

Harry, Draco e Hermione seguiam pela larga rua de paralelepípedo em silencio. Harry na frente e Draco e Hermione logo atrás.  A rua não era movimentada, tinha varias casas em ambos os lados, mas nenhuma era tão grande quanto à mansão Malfoy logo no final. Mesmo estando quase na metade de rua, já era possível vê-la.  Imponente como sempre, mas que não trazia boas sensações em quem passava pelos portões, principalmente neles, que já haviam estado ali e nunca iriam esquecer as experiências que tiveram.

— Se lembra da casa, Draco? – perguntou Harry virando para ele se referindo a casa de Aurora. Os três haviam decidido que iriam até lá para conversar com a Srª Foster a respeito da carta e do que ela tinha vista na noite do casamento.

— É aquela logo ali na frente. – Disse apontando para a casa que ficava alguns metros da mansão Malfoy.

Harry observou a fachada da casa muito atentamente. Era bonita, toda pintada de cinza e tinha um belo jardim bem acabado logo na entrada, mas devido ao inverno, estava com um pouco de neve. O portão era alto, de ferro e preto. Ao lado tinha um grande sino que era usado como campainha. Era bem trabalhado e aparentava ser muito pesado e resistente. Logo a frente era possível ver a porta de entrada de madeira escura de suas folhas. As janelas eram altas e podiam-se ver as cortinas brancas voando no lado dentro em cada cômodo nos três andares, devido ao vento forte. Harry tocou a campainha e esperou. Alguns minutos depois, apareceu uma mulher vestida de forma elegante. Seu vestido era roxo escuro, simples, mas se arrastava pelo chão. Os únicos detalhes que tinha, mas muito discretos eram nas mangas e na parte de cima, pois eram aveludadas e brilhavam um pouco por conta da luz do dia. Seu cabelo estava preso em um coque alto como uma fivela de brilhantes. Não tinha dividas que aquela mulher era Aurora Foster.

— Draco? Hermione? Srº Potter? Que surpresa! – Disse abrindo os portões com o auxilio da varinha. – Não esperava vocês por aqui. – sorriu.

— Olá, Srª Foster. Como vai? – cumprimentou Hermione retribuído o sorriso. – Pedimos desculpas em aparecer por aqui, assim, tão de repente, mas é importante.

— Tudo bem... Entrem! Fiquem a vontade! – Deu espaço para os três passarem e trancou os portões.

Assim que chegaram próximo à porta de entrada, Aurora passou na frente deles de forma educada para abrir a porta e recebe-los de forma civilizada. A primeira coisa que viram logo ao passar pela porta foi à biblioteca, que ficava no final do corredor de entrada. Ao contrario da mansão Malfoy, que era escura e fria, a casa de Aurora era clara e bem arejada. A luz entrava facilmente em qualquer canto. Aurora os guiou até a sala de estar que ficava a direita no corredor. Como se podia imaginar, ela era toda branca e com detalhes em preto e preta.

— Por favor, sentem-se! – Disse indicando os grandes sofás brancos. – Aceitam algo para beber? Posso pediu para o elfo trazer!

— Não se preocupe Srª Foster, não vamos demorar – Disse Harry se acomodando no sofá.

— Tudo bem... Em que posso ajuda-los? Não esperava em vê-los aqui. – Disse se sentando no sofá logo a frente deles.

— Viemos conversar a respeito da carta e do que viu exatamente na noite de sábado. – Disse Draco. – O que exatamente aconteceu? – Foi direto.

— Imaginei que me procurariam, mas não esperava hoje já que estão com viagem marcada.

— Preferimos vir logo para entendermos melhor. Não conseguiríamos viajar com um problema desses na cabeça.

— Eu entendo! – Disse lhe dando um leve sorriso. – Bom... Na verdade, tudo aconteceu muito rápido. Quando estava chegando em casa depois do casamento de vocês eu realmente vi alguém saindo da mansão, mas estava escuro e não consegui ver direito.

— Tem certeza que não viu nada? – perguntou Hermione tentando faze-la se lembrar de algo. – A cor do cabelo ou a roupa que usava?

— Infelizmente não, querida! Mas parecia um homem, usava roupas pretas e usava um capuz. Quando o avistei, ele já estava correndo para aparatar, então não consegui ver nada.

— Ele tinha algo nas mãos? Não sei, qualquer coisa que ele possa ter tirado de lá?

— Não vi nada! – Disse sem graça por não poder ajuda-los. – Peço desculpas a vocês, mas não vi quem era. – suspirou frustrada. – Acham que pode ser o Lucius?

— É o que desconfiamos – Disse Harry – Pelo que parece, a única solução que temos, é colocar Aurores na casa para investigar e novas buscas serão feitas por ele.

— Mesmo acreditando que não poderia ajuda-los muito, preferi comunica-los.

— Fez bem, Srª Foster! – Disse Draco. – Quanto antes começarmos, melhor. Se for meu pai, ele tem muito que se explicar. – Ao desviar o olhar da mulher a sua frente, Draco olhou ao redor e viu que em cima do piano tinha um retrato que ele não conhecia. Era de duas garotas. Uma delas ele sabia que era a sua mãe.

— Conheci Narcisa no quinto ano... – Aurora começou a contar enquanto olhava também para o retrato.

 

Ano de 1970

— Aurora, precisamos terminar esse trabalho. Daqui a pouco temos aula e essa semana terá campeonato de Quadribol, então, não vamos ter muito tempo. – Disse Lucas Frankfox, um garoto de cabelos pretos, pele clara e olhos azuis. Era o melhor amigo de Aurora.

— Eu sei, Lucas... Vou procurar mais livros que possam nos ajudar. – Disse levantando e indo até as prateleiras próximas à mesa em que estavam. Passou os olhos por toda a extensão da prateleira procurando um livro de poções para o trabalho exigido e sobre o conteúdo que precisava estudar para o NOM’s. Já estava ficando angustiada por não encontrar exatamente o que queria, quando se assustou com barulhos de livros caindo no chão ao seu lado. Estava tão distraída procurando os livros que nem percebeu que tinha mais alguém ali. Não viu quem era, pois o seu reflexo foi para os livros que juntou ajudando a pessoa desconhecida. Ao entregar os livros, foi que ela viu que quem tinha os derrubado era Narcisa Black.

— Obrigada! – Disse Narcisa abrindo um sorriso discreto, pegando os livros que tinha derrubado e saindo em direção a uma das mesas que estavam algumas meninas da Sonserina. Narcisa nem tinha reparado que sua pulseira escapou de seu braço quando segurou os livros. Ao notar a pulseira brilhando no chão, Aurora foi até a mesa onde as meninas estavam para devolver. Ela só não contava com a grosseria de algumas delas, apenas porque Sonserina iria competir com Corvinal no campeonato.

— Com licença! – pediu Aurora educadamente. – deixou cair essa pulseira! – Disse olhando Narcisa e ignorando as outras garotas.

— Nossa, obrigada! Eu nem a senti cair do meu braço. – Narcisa pegou a pulseira e colocou no braço conferindo se estava bem presa. – Minha mãe me mataria se eu perdesse, foi um presente. – sorriu para a Aurora.

Aurora retribuiu o sorriso e ia dizer algo, mas foi interrompida pelas amigas de Narcisa.

— Cai fora agora Nardi. Já fez o que tinha que fazer, então, vá para o seu lugar – Disse uma delas. 

— Cuidado para não perdê-la de novo! – Disse Aurora antes de se retirar ignorando as meninas.

Ao seguir o seu caminho, foi até a mesa em que seu amigo estava e ela apenas escutou Narcisa falando de forma indignada para as amigas:

— Não tinha o porquê de serem grossas com ela... Ela só estava sendo gentil.

— Estamos prestes a competir com eles, Narcisa... Não acredito que está a defendendo.

— Isso não justifica trata-la mau! – Respondeu saindo de perto delas e indo até Aurora. – Nardi? - A chamou sem graça. – Posso falar com você?

Aurora assentiu e saíram da biblioteca indo para um canto mais afastado.

— Não liga para as minhas amigas, elas não sabem o que dizem. Não tinham o porquê ter te tratado mal. Desculpe-me por isso.

— Tudo bem, Black. Já passou. Eu na verdade, não me importei.- deu um leve sorriso.   

— Obrigada mais uma vez pelos livros e pela pulseira.

— Não precisa agradecer!

— E não se importe mesmo com as minhas amigas, porque elas não sabem o que dizem. Onde já se viu tratar as pessoas mal por conta de um jogo. – revirou os olhos.

Aurora riu.

— Realmente, mas não se preocupe com isso, Black.

— Pode me chamar de Narcisa. – pediu.

— Tudo bem, Narcisa. Então pode de chamar de Aurora. – estendeu a mão como uma forma de selar um acordo.

— Tudo bem, Aurora! Nós vemos no jantar. Até mais...

— Foi a partir desse dia que eu e Narcisa iniciamos uma amizade. Com o tempo nos tornamos tão próximas que parecíamos até irmãs – Disse Aurora sorrindo. – Essa foto foi tirada no aniversário dela de 18 anos. Narcisa estava tão feliz. Parecia que tinha um brilho muito especial nela. Depois de um tempo, eu entendi do por que. Ela estava apaixonada – riu de forma nostálgica.

— Era pelo meu pai, não era? – perguntou Draco.

— Sempre foi ele, Draco! Narcisa nunca amou ninguém como amou o seu pai. Quando ela achou o que o amor por ele não cabia mais dentro dela, você nasceu e mudou por inteiro o mundo dela.

Aquela declaração fez os olhos de Draco arderem, mas ele não choraria. Não na frente de Aurora. Suspirou e disse:

— Pode me contar mais histórias? – Ele precisava saber outro lado de sua família que talvez ele nunca houvesse conhecido, ou pelo menos, não se recordava. Apesar de não terem conseguido muitas informações a respeito da invasão, ele não se importou naquele momento. Draco apenas queria ficar ali escutando Aurora contar sobre seus pais de uma maneira tão leve que por algum tempo, mesmo que pouco, o seu caroção ficou mais calmo.

— Harry! Posso falar com você um instante? – perguntou Hermione. – Eu já volto. Tudo bem? – Disse a Draco ao mesmo tempo em que acariciava o seu rosto. Draco apenas assentiu pegando-lhe a mão e a beijando em seguida. Hermione levantou e foi com Harry para um canto mais afastado da sala. – Acho que não iremos ter mais informações além dessas e da carta, mas se puder já solicitar alguns Aurores para investigar a mansão, eu agradeceria.

— Pode deixar, vou para o Ministério da inicio ao caso.

— Obrigada!

— Não precisa me agradecer, Mione. Sei que está com raiva de mim ainda, mas eu farei o possível para te ter por inteira novamente. Para ter a minha irmã e minha melhor amiga. – Por alguns minutos, Harry enxergou o brilho no olhar dela que ele tão bem conhecia. O olhar meigo, sincero e acolhedor, mas só foi por alguns minutos, porque depois, ele só conseguia ver um olhar triste, amargurado e incerto.

— Me mande noticia, mesmo que estejamos fora. Se puder mandar alguns Aurores para Hogwarts também...

— Farei isso. Alias, estava pensado nisso mesmo. Não podemos ter surpresas. – Harry olhou para Draco e Aurora na sala conversando. Ele não tirava os olhos da senhora como se cada palavra dela fosse salvar a sua vida. – Acredito que não vai para o Ministério, não é?

— Vou, mas não agora. – Disse olhando também para Draco e Aurora. - Vou ficar com ele. Draco precisa desse tempo.

— Eu entendo!

— Fico tranquila, pois já organizei tudo por lá por conta da viagem, mas nunca passou pela minha cabeça ter um dia cheio como esse. Principalmente, quanto estou prestes a ir para a minha lua de mel.

— Se não estivéssemos vivendo isso, não seriamos nós, Mione. – brincou.

Hermione teve que rir, fazendo o seu brilho no olhar voltar para Harry sem perceber.

— O dia que não tivermos mais preocupação, eu vou estranhar tanto, que vou ser capaz de procurar uma apenas para não morrer de tédio. – brincou

— Vamos vencer essa também. Sempre vencemos.

— Sempre!

Harry se despediu de todos e saiu a caminho do Ministério. Se já achava que o seu dia ia ser longo, agora então, ele tinha certeza. Draco e Hermione permaneceram com Aurora até o final da tarde. Conversaram sobre a família de Draco, sobre a viagem, sobre Mia e sobre a vida de Aurora. Draco queria saber mais sobre ela também, porque depois daquelas horas em sua casa, ele sentia uma ligação forte com ela. Não só por conta de todo envolvimento que ela tinha com sua família, mas principalmente, por ela lhe revelar um lado de sua família que ele nunca teve a oportunidade de vivenciar.

Já era quase 19hs quando Draco e Hermione saíram da casa de Aurora. A conversa estava tão envolvente entre eles que nem viram a hora passar. Hermione nem foi ao Ministério, mas recebeu de Harry um pergaminho avisando-a que já tinha formado uma equipe de Aurores para fazer investigações na casa e que eles já começariam na manhã seguinte. Ao ler respirou aliviada. Harry também a comunicou que mandaria Aurores para Hogwarts e que acreditava ser melhor suspender as saídas de Hogsmeade até segunda ordem. Não podiam colocar a vida de ninguém em risco. Hermione caminhava pensativa abraçada em Draco até o beco em que podiam aparatar. Estava com tantas coisas na cabeça que não tinha mais certeza se deveriam viajar, pelo menos, não em um momento como aquele. Seus pensamentos foram para longe ao sentir o beijo carinhoso de Draco em sua cabeça, o que a fez sorrir e o olha-lo nos olhos.

— Sei que está preocupada, mas não vai acontecer nada de ruim com ninguém, Hermione! – Disse Draco tentando passar confiança para ela, mesmo que nem ele tivesse certeza de suas palavras. – Se for o meu pai, ele não vai fazer nada. Ele está desaparecido há muito tempo e se ele quisesse fazer algo de ruim, ele já teria feito.

— Eu sei, mas não gosto dessa incerteza.

— Eu também não. – Foi sincero. - Sabe... Eu gostei de passar essa tarde com a Srª Foster. Não conhecia essas histórias da minha mãe quando era adolescente.

— Ela nunca te contou?

— Na verdade eu nunca perguntei. Nunca me interessei, para ser sincero. Estava tão focado no meu próprio mundo e no que era importante para mim, que ignorei muitas coisas sobre ela. – Lamentou. – Se eu pudesse eu teria feito tudo de maneira diferente, ou ao menos, teria mais coragem para tentar.

— Eu acredito em você! – Hermione sorriu com compaixão. Os silêncio os abraçou por alguns minutos até que Draco se pronunciou:

— Hermione? Porque não volta a falar com o Potter e o Weasley?

Hermione franziu o cenho sem entender.

— Mas eu falo com eles. Alias, estávamos com Harry há algumas horas atrás. – Parou no meio da rua. – E com o Rony, eu falo com ele quando o vejo no Ministério e quando vamos para a toca. – Justificou.

— Não estou falando desse tipo de conversa. Essa conversa sem emoção, profissional ou num meio social. Estou falando de uma conversa que vocês sempre tiveram desde que se conheceram. Uma conversa onde há amizade e cumplicidade.

Hermione não soube o que dizer, apenas encarou o chão de pedra.

— Eu entendo que esteja com raiva deles ainda por conta de tudo o que houve no ano passado, mas já passou, não importa mais...

— Não é bem assim, amor! Eles fizeram algo muito grave. Passaram por cima do Ministério e mentiram, por conta de vingança. Não é algo que eu consiga perdoar, assim, tão fácil. – suspirou passando a mão no cabelo.

— Eu não tiro a sua razão, mas como já te disse e repito, eu mereci estar lá. Eles podem ter agido errado? Podem, mas eles fariam diferente se não fosse eu e todo o passado que nos envolve. 

— Por mais que eu tente assimilar o que quer dizer, eu não consigo. Não agora. Você fez tudo o que fez porque não tinha uma segunda opção, já eles, podiam escolher. Eu já tive muita raiva de você e você sabe, mas eu nunca faria o que eles fizeram, nunca condenaria alguém injustamente, por mais raiva que eu estivesse sentindo. Talvez, se eles tivessem agido de maneira certa, as coisas poderiam ser um pouco diferentes agora.

— Diferente como? – franziu o cenho. Draco ficou preocupado que o termo “diferente” tivesse alguma relação ruim com eles.

— Você estaria comigo e com Mia há mais tempo. Não teria passado 13 anos em Azkaban e... – Parou de falar quando sentiu Draco a envolver e a beijar. O beijo durou por alguns poucos minutos até o ar fazer falta. Afastaram-se e colaram suas testas a fim de continuar com toda a atmosfera boa que os envolviam. Podiam ter o problema que for, mas sempre conseguiam criar uma redoma e se isolarem num mundo só deles. Ficaram em silencio até que Draco se manifestou:

— Talvez as coisas tivessem que ser assim...

— Draco...

— Tudo bem... Não vou mais insistir nesse assunto. Faça o que achar melhor e terá o meu apoio. Se não está pronta para voltar a ser a mesma Hermione com eles, está tudo bem... Só não demore muito, porque eu sei que eles são importantes para você também.

Foi à vez de Hermione o beijar. O beijou de forma envolvente como se quisesse lhe dizer que ele não precisava se preocupar. Ela voltaria para os amigos, mas queria um pouco mais de tempo. O beijou para também lhe dizer que estava agradecida pelas palavras e pela compreensão. Hermione sabia que elas eram um conselho, um conselho que mesmo de forma simples e de poucas palavras, queriam dizer muitas coisas, principalmente, o medo que ele tinha que ela sofresse o mesmo que ele em relação aos amigos. Draco tinha medo que ela os perdesse por orgulho e que não desse mais tempo de fazer diferente. Ele sabia muito bem o que era isso. Todos os dias. Draco podia ter um jeito simples de se expressar, mas quando dizia era poderoso demais, intenso demais. Hermione vinha aprendendo esses sinais, conforme os dias passavam.

~*~

Harry apenas desejava mais do que tudo, era ir para casa. Depois que saiu da casa de Aurora, ao chegar ao Ministério, foi direto convocar uma reunião com o restante dos aurores no Departamento. Harry logo tratou de explicar do que estava acontecendo. Muito ficaram supressos e outros, receosos. Todos conheciam os fatos que cercavam a família Malfoy, então, saberem da possibilidade de Lucius estar realmente vivo, traziam a todos sentimentos misturados, como o medo e até a vingança. No final da reunião, Harry montou a sua equipe de apoio para as investigações, entre os aurores convocados, estava Theodore Nott, o que deixou o mesmo radiante. Ninguém ali naquela sala fazia ideia das verdadeiras intenções de Theo. Ninguém ao menos desconfiava e ele tinha a certeza disso. Tudo porque, desde o começo, demostrou ser uma pessoa dedicada ao trabalho e muito esforçado, o que chegava a impressionar muitos veteranos do Departamento. Sem contar que diferente de Draco, Theo nunca se envolveu diretamente na guerra. Então, era um ponto que o favorecia para estar ali.

 Os olhos de Harry se arregalaram por conta o susto, ao encontrar Theo em sua sala, ele não esperava encontra-lo àquela hora da noite. Nem ele era para estar ali, mas precisava ler os relatórios do treinamento dos novatos que Luigi tinha ficado responsável enquanto estava ausente. Com a reunião, tudo ficou atrapalhado.

— O que faz aqui, Nott? – Harry nem tinha entrado em sua sala direito.

— Precisava falar com você, mas como não estava, resolvi esperar.

— Aconteceu alguma coisa?

— Nada de importante, mas queria tirar uma duvida a respeito das investigações de amanhã. – Mentiu enquanto se apoiava na mesa de Harry e colocava disfarçadamente o bilhete de Aurora de volta no lugar que havia pego mais cedo. Sua sorte é que Harry não tinha voltado em sua sala durante a tarde, graça a reunião de ultima hora.

— O que quer saber?

— Porque Lucius nunca foi encontrado?

Harry o observou por alguns segundos enquanto fechava a porta. Não sabia ao certo se deveria contar isso a ele, mas por conta da convocação, Harry se viu obrigado a dizer. Theodore era um dos seus melhores Aurores e podia ajudar a equipe já que conviveu com a família Malfoy por muitos anos.

— Sente-se! – pediu se dirigindo a sua cadeira.

Theo obedeceu.

— Por dois anos fizemos buscas dia e noite por ele – começou Harry – Mas nada encontramos. Nenhuma pista. Até quando Malfoy foi preso, fizemos buscas na casa, já que ela havia sido confiscada, mas nada lá dava indícios de onde ele está até hoje. Até no mundo trouxa foram feitas buscas, mas eu duvido que ele esteja lá, ainda mais agora, que a mansão foi invadida por alguém “misterioso”.

As palavras de Harry não o convenciam nenhum pouco. Aliás, ele achava um absurdo alguém sumir da face da terra por tanto anos e nunca haver uma pista se quer. Algo estava muito errado ali e ele iria descobrir o que era. Sorriu convicto enquanto digeria aquelas palavras. Ainda te colocarei em Azkaban, Lucius! Pensou. Lembrava-se como se fosse o dia anterior, quando voltou a Londres depois de tantos anos. Assim que terminou os estudos em Hogwarts foi para a França, fez cursos extras em poções e feitiços. Quanto mais tivesse em seu currículo, melhor. Ele tinha que fazer qualquer coisa para ser aceito quando voltasse a Londres.

— No que vai mudar dessa investigação para a primeira?

— Se foi realmente Lucius, quem esteve lá, algo ele deve ter deixado para trás, e é isso que vamos tentar descobrir. Desde a guerra, muitas coisas evoluíram aqui no departamento também. Temos muito mais recursos do que antes. Lucius não irá escapar dessa vez. Quando encontrarmos, ele vai sofrer as consequências de seus atos como deve ser.

Theodore assentiu vagando pelas lembranças que o motivaram a entrar na academia.

 Julho de 1998

Já fazia dois meses que a guerra tinha acabado e ele ainda estava enfrentando audiência para esclarecer questões em relação ao seu pai. Em cada audiência perguntas e mais perguntas eram feitas e ele fazia de tudo para tentar livrar o seu pai de Azkaban, mas no final, foi tudo em vão. Nada do que ele dissesse livraria o seu pai de passar o resto de seus dias preso por toda sua participação, tanto na primeira, quanto na segunda guerra. Toda semana os jornais locais divulgavam quais eram os comensais capturados ou os quais foram mortos que com o tempo, o corpo foi reconhecido. Sempre que pegava os jornais passava os olhos rapidamente pelos nomes e em uma dessas vezes, o nome de seu pai estava lá, classificado como altamente perigoso. Não teve outra reação ao jogar o jornal na lareira de sua sala de estar. Obviamente, só estava ele em casa e aquilo começou a incomoda-lo. Não tinha muita ideia do que poderia fazer, mas ele não queria ficar naquela casa quando terminasse a escola. Antes de tomar qualquer decisão, precisava ir até Azkaban para conversar com o seu pai. 

Quando a balsa foi diminuindo a velocidade ao se aproximar das rochas da entrada de Azkaban, Theodore respirou mais profundamente. Era a primeira vez que pisaria naquele lugar e não sabia o que poderia esperar. Suas mãos suavam, mas ele tentava ao máximo se controlar para não chamar a atenção. Logo que chegou à entrada da prisão, foi recebido por Rodrigo, diretor de Azkaban. O cumprimentou de forma sutil e o acompanhou até a ala em que seu pai estava preso.

— Achei que te trariam pela chave do portal! – disse Rodrigo ao lado de Theodore.

— Preferi que fosse assim! – respondeu de forma seca.

— Tudo bem... Sabe fazer o feitiço do patrono? – Perguntou indiferente, pois era a mesma pergunta que ele fazia quando alguém iria fazer alguma visita em Azkaban pela primeira vez.

Theodore negou com a cabeça.

— Tudo bem... Apenas fiquei próximo a mim. Eles não farão nada com você se estiver sobre minha proteção.

Theo foi para mais perto de Rodrigo enquanto andava pelos corredores frios da prisão.

— EXPECTRO PATRONUM – Gritou Rodrigo chegando próximo a ala D onde tinha uma maior concentração de dementadores por conta dos presos ali presentes. Desde o fim da guerra Kingley estava com o projeto de tirar os dementadores de Azkaban, mas enquanto a mudança não entrava em vigor, os dementadores só tinham permissão de ficar na ala de segurança máxima. No instante em que passou pela porta de aço da ala D, Theodore começou a ter uma sensação estranha. Um frio intenso dominou cada parte do seu corpo e lembranças ruins invadiram a sua mente, mas conseguiu respirar um pouco melhor, quando viu um Lince sair da varinha de Rodrigo. Seus olhos castanhos se encheram, pois nunca tinha visto um patrono tomando forma corpórea. Conforme ia seguindo pelo corredor ao lado de Rodrigo os dementadores saiam do caminho, facilitando a chegada dos dois até a cela do senhor Nott.

— Tem visita, Nott! – Disse Rodrigo ao parar na frente da cela. Em seguida virou para Theodore – 15 minutos, estarei esperando na porta. Não se preocupe os dementadores não irão fazer nada enquanto eu estiver aqui.

Theodore assentiu e virou seu olhar para o pai que estava sentado no chão com a aparência deplorável.  

— Como vai, filho? – Perguntou o Srº Nott sorrindo para ele. – É bom te ver!

Theodore não disse nada no primeiro momento, precisava processar tudo o que estava acontecendo.

— Eu tentei fazer de tudo para te livrar disso aqui! – disse baixo para que Rodrigo não ouvisse.

— Eu imaginava, mas isso não é culpa sua, filho! O único responsável por eu estar aqui, conseguiu escapar bem debaixo dos nossos olhos.

— Quem?

— Lucius Malfoy... Foi ele quem entregou todo mundo e se mandou. Espero que um dia o encontrem e eu vou recebê-lo de braços aberto aqui em Azkaban. Ele foi tão cruel quanto qualquer comensal.

— Como soube disso? – perguntou Theodore intrigado.

— Lucius sempre foi o primeiro a querer se livrar de ter a corda no pescoço sempre que tinha a oportunidade. Principalmente, quando tinha as reuniões com o Lord. Ele era o primeiro a entregar quem fosse para se ver bem com o mestre. Lucius é um desgraçado, tão desgraçado que deixou o próprio filho para trás.  

— contou isso a alguém?

— Logico que contei, mas foi à mesma coisa que nada, porque pra eles eu tenho tanta culpa quanto ele, mas a diferença é que ele está por ai, enquanto eu vou ficar apodrecendo aqui pelo resto da minha vida. 

— Não vai não, papai! – Afirmou Theo encarando o pai nos olhos. – Você vai sair daqui!

— Não se iluda filho, mas quero que me faça um favor...

— O que?

— Acabe com Lucius. Ache ele no inferno se for preciso, mas o lugar dele é aqui nessa prisão horrenda... – Olhou ao redor - assim como todos nós. Faça isso filho e irá fazer justiça da maneira certa, porque infelizmente, o que chamam de justiça é falha. – o Srº Nott segurou o rosto do filho entre as duas mãos. Theodore não pode evitar em repara-las e do quanto nojentas estavam. Por alguns segundos ele sentiu nojo do próprio pai e vendo-o ali, sentiu raiva de Lucius por ter feito seu pai passar por aquilo. – Só você pode me ajudar a destruí-lo.

Theodore tirou as mãos do pai de seu rosto, mas sem tirar seus olhos dos olhos dele.

— Pode deixar, papai!

— Sei que Draco é seu amigo...

— Não é mais, já faz um bom tempo e nenhuma amizade, ou seja lá o que for, fica acima da minha família.

Srº Nott sorriu.

— Bom garoto! – Deu leves tapinhas no rosto do filho. – Mas lembre-se, seja inteligente e muito discreto como eu sempre te ensinei. Escolha muito bem a quem se aliar para não ser passado para trás... – Não terminou o que ia dizer, pois ouviu passos indo em direção a sua cela, era Rodrigo.

— Acabou o tempo! – Disse parando atrás de Theodore. – Temos que ir Srº Nott.

— Tudo bem... – Theo se afastou da grade e ficou próximo a Rodrigo, mas ainda não tinha desviado o olhar do pai. Enquanto aos poucos ia se distanciando até a porta de aço, apenas reparou no gesto que seu pai fazia, levando a mão suja em direção à cabeça e apontando para a mesma. Ele conhecia muito bem aquele gesto.

“Descrição acima de tudo. Seja esperto!” Era o que ele sempre lhe dizia.

Quando escutou a porta de aço bater atrás de si, Theodore tinha tomado uma decisão. Iria vingar sua família da traição de Lucius custe o que custar, nem que precisasse entrar para a Academia de Aurores. Enquanto andava pelo corredor em direção à saída, ele apenas disse mentalmente: “Adeus papai e pode deixar... Descrição acima de tudo!”

 Enquanto estava longe de casa, seu único pensamento era em seu pai que estava apodrecendo na prisão. Sua única família e sem nenhuma chance de redenção. Porque com Lucius, tinha que ser diferente?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capitulo (=
Comentem me contando o que acharam kkkk
Beijão a todos