Physalis escrita por Evelie Belinky


Capítulo 5
Perseverança


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, esse capítulo precisou ser reformulado por isso estou repostando, mas vale a pena dá uma conferida!



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Permaneço parada em frente à porta por alguns instantes até que Greasy Sae aparece com o fermento em mãos.

— Onde está Peeta? – Questiona.

— Ele não precisa mais – Respondo.

Entro sem dar mais nenhuma satisfação e ela não insisti. O jantar transcorre silenciosamente, apesar das inúmeras perguntas que nos rondam. Greasy nunca seria a primeira tocar no assunto e eu agradeço internamente por isso. Não queria falar, nem ao menos, pensar sobre hoje, só queria deitar e enfrentar os pesadelos da noite.

Mais tarde, após certificar que está tudo bem, Greasy vai embora e me deseja uma boa noite, fico grata com os seus cuidados, é o mais perto que terei de uma mãe. Me encaminho até o sofá da sala, o medo me impede de ir para meu quarto, e me  preparo para dormir, fico ali esperando que o sono venha, mas existem muitos pensamentos rondando minha cabeça agora.

Essa noite não havia sido como imaginei, ver Peeta após tanto tempo foi muito bom, mas não terminou como queria. Eu estava pensando o quê? Que depois de tudo ele voltaria e me abraçaria e então seria como antes? Não, não depois daquele dia.

~Flashback on~

Desci como de costume e tomei meu café. Greasy não estava muito falante, o inverno faz isso com as pessoas, às deixam mais pensativas. Fiz meu percurso até a sala e me preparei para mais um dia habitual, mas nada seria como ontem. Enquanto dormia as temperaturas despencaram e as flores no peitoril da janela morreram. As Evening Primrose morreram.

Saio para me certificar se é verdade, estavam todas murchas por causa do frio. Aquilo não podia está acontecendo, tiro a camada de gelo delas e elas se quebram em minhas mãos. Corro em direção a casa de Peeta, ele precisava fazer alguma coisa. Meus pés sapateiam na fina camada de gelo que se formou no chão.

Bato em sua porta e ele não atende, bato com mais força. Após uns minutos ele abre a porta ainda com as roupas de dormir.

— Katniss, o que houve? – Ele pergunta surpreso.

— Elas estão morrendo Peeta! – Exclamo – você precisa fazer alguma coisa.

— Elas quem? – Ele parece assustado.

— As Primrose – Eu choro compulsivamente – E Prim, elas morreram.

Peeta me abraça.

— Vem Peeta, você pode salvá-las – Eu o puxo pela mão e ele escorrega na entrada, havia me esquecido de sua prótese.

— Peeta me desculpa, eu, eu – Não sei o que fazer e isso me irrita. Eu choro de novo e Peeta se levanta do chão.

— Calma Katniss, são só flores – Ele diz.

Seu comentário me irrita ainda mais, não eram só flores, eram a Prim. Eu o empurro e ele cai novamente.

— Não são só flores Peeta, são para ela, você mesmo disse – Enxugo as lágrimas que insistem em cair – E elas estão morrendo, não, elas  estão mortas assim como a Prim. E você não me ajuda, você não se importa! Não dá pra cofiar em você Peeta. Você, assim como eu, a deixou morrer. Eu te odeio!

— Katniss eu...

— Te odeio Peeta Mellark! – Saio correndo em direção a minha casa, entro e subo as escadas até meu quarto, nunca mais sairia de lá.

~Flashback off~

Me aconchego na jaqueta de caça que pertencera ao meu pai  e me permito ser abraçada por ele. A noite prometia ser grande, mas eu enfrentaria o que viesse. Fecho os olhos e rapidamente o sono vem.

Quando acordo já é de manhã, o cheiro de café vem da cozinha, Greasy já havia chegado. Eu sorrio agradecida pela noite sem pesadelos que acabara de ter e levanto-me para minha higiene matinal.

Quando entro na cozinha percebo um clima diferente, Greasy Sae estava muito animada, mais que o normal. E quando vejo a cesta de pães sobre a mesa, sei o porquê de sua animação.

Sorrio, Peeta pensou em mim esta manhã. Olho para Greasy com a pergunta nos olhos e ela responde em prontidão.

— Ele perguntou por você hoje, na verdade, ele pergunta todos os dias desde que retornou. Ele nunca esqueceu você minha querida.

Meu coração derrete no peito e não consigo explicar ou entender o que sinto ao ouvir isso. Então isso era amor? Não podia ser. Mas o que era então?

Após o café da manhã me visto para ir a floresta, dessa vez mantenho Greasy Sae informada do meu intento. Na saída colho algumas Primrose para o túmulo de Prim.

A manhã na floresta transcorre rapidamente, depois de depositar flores para Prim, cacei algumas aves. Com sorte consegui capturar uma que daria um bom assado, estava perdendo a habilidade com o arco depois de tanto tempo sem praticar.

Retorno para a cerca, indecisa se faria meu percurso pelo distrito ou contornaria como tenho feito. Vou caminhando em direção as casas da antiga Costura, agora um lugar descampado com poucas construções ainda em andamento. No antigo Prego encontra-se o hospital em processo de finalização. Minhas mãos estão trêmulas, a ansiedade toma conta à medida que avanço. Da ultima vez que estive aqui havia morte em todo lugar, diferentemente do que vejo agora. Haviam muitas casas e edifícios em construções, umas já finalizadas. Olho as crianças saindo da escola recém-construída, reparo os sorrisos em seus rostos. Nada era como antes, onde existiu morte renascia a vida. Greasy estava certa, as coisas estavam se ajeitando.

Na área do antigo comércio algo me chama atenção, onde era a padaria dos Mellarks, agora é um terreno vazio. Peeta deve ter dado início a reconstrução.

Imagino o quanto deve ter sido doloroso para ele estar ali, quantas lembranças vieram a sua mente. Queria ter estado ao seu lado para lhe dizer que tudo ficaria bem, mesmo que não acreditasse realmente nisso.

Eu o admirava por sua força, apesar de todos os eventos que aconteceram em sua vida, capaz de desmoronar qualquer pessoa, ele continua firme e forte. Lutando contra as impossibilidades e vencendo uma luta por vez. Espero que essa força seja suficiente para trazê-lo de volta para mim. Eu certamente lutaria por isso.


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Notas finais do capítulo

É isso. Comentem o que acharam e até a próxima.



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