Um céu azulzinho com nuvens brancas, esta era a vista que Choji tinha ao olhar pela janela. Ele estava esperando pacientemente em um dos corredores do Hospital de Konoha, apesar de começar a ficar com fome agora.

— Só mais um pouquinho, Choji! — já era a quinta vez que a médica de cabelos rosa falava isso, enquanto ia de uma sala para outra com uma pilha gigantesca de folhas.

— Tudo bem, eu acho que vou almoçar e volto depois... — o rapaz se levanta, sorrindo só de pensar no que iria comer

— Almoço? — Sakura fala um tanto surpresa, voltando para o corredor e tentando olha-lo sobre a pilha de papéis — Já é hora do almoço?

— Acho que sim, já comi minhas batatinhas matinais e meu estomago ainda não se saciou... — apesar da fala um tanto engraçada, o estomago de Choji parecia irritado, já que não parava de fazer barulhos.

— Está me esperando sentado ai há quanto tempo!? — ela entra apressadamente na sala, deixando os papéis de lado e depois volta de encontro ao amigo no corredor.

— Foram cinco batatinhas e umas doze balas... — a voz era séria, enquanto o Akimichi tentava se concentrar em seus calculos de tempo — Acho que três horas e pouquinho. — ele sorri.

— Três horas e eu ainda tenho tantas coisas para fazer! — a garota suspira pesadamente, ficando desanimada — Mais um dia com hora extra...

— Então melhor eu contar o que houve depois. — enquanto falava, Choji desenrolava mais uma bala para enganar a fome até se deliciar com um almoço repleto de carnes.

— Mas se não era algo importante, por que esperou até agora? — a Haruna arqueia uma das sobrancelhas.

— É importante, mas não é urgente. — ele sorri, colocando a bala na boca — E de qualquer jeito, você mesma quem teria que ir ver a Ino, melhor fazer isso quando tiver tempo...

Depois da fala, o gordinho começou a andar pelo corredor, deixando a amiga sozinha lá. Agora, o rapaz já estava na saída do hospital enquanto Sakura tentava se decidir entre ficar e não atrasar mais ainda o trabalho ou ir atrás de Choji e descobrir o que havia acontecido com a Yamanaka.

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Longe dali, no escritório do Hokage, Shikamaru tentava se explicar para o Rokudaime sem ter tanto sucesso. Apesar de ser o "número um em fugir", o Nara não estava conseguindo se desviar daquela conversa com toques de sermão por parte de Kakashi.

— Você não deveria ter se atrasado... — o olhar inexpressivo do Hokage conseguia criar um certo nervosismo em Shikamaru, por não saber mais como se esquivar do assunto.

— Todos nos atrasamos as vezes, só se torna algo problemático quando vira um habito... — o moreno sorri de canto, alfinetando Kakashi para tentar cortar o assunto.

— Então devo presumir que este pequeno atraso de algumas horas não vire algo habitual de sua parte sempre que a sua namorada volte para Suna... — agora o mais velho apoiava os cotovelos na mesa e o queixo sobre as mãos.

— Não foi por causa dela que eu me atrasei. — ele se apressa em avisar — Eu só estava esperando o Choji para saber se ele conseguiu descobrir mais alguma coisa...

— E aonde ele foi? — era possível notar uma pitada de cinismo pela parte do Rokudaime.

— Eu deixei ele na floricultura com a Ino... — a fala é seguida de um suspiro. — E fui me despedir da Temari. — apesar de já esperar qualquer alfinetada devido a isso, ele julgou melhor não esconder essa parte.

— E por que não foi buscar ele lá na floricultura, ao invés de esperar? — apesar da máscara, um sorriso de canto era perceptível, a fala foi um "xeque-mate".

— Porque ele não estava mais lá quando eu voltei. — Shikamaru desvia o olhar, já esperando um longo sermão.

— E por que não me avisou? Quando se encontraram no cemitério você veio me avisar antes de ir atrás dela outra vez... — ele suspira, se levantando — E ainda mandei que o Choji fosse para a floricultura assim que ela abrisse. — ele se virar de costas para Shikamaru, olhando pela janela — Para minha surpresa, nenhum dos dois ficaram lá e nem vieram me avisar sobre nada. — Kakashi olha por cima do ombro direito, encarando Shikamaru com uma expressão nada contente.

— Eu não voltei para a floricultura, mas fui falar com a mãe da Ino para tentar descobrir algo e ainda peguei algumas flores, por isso eu demorei. — o moreno tentava se explicar, enquanto pegava algo no bolço do colete — Não tem nada demais nelas, mas foi problemático pegar do jardim sem a senhora Inoichi notar e me dar uma bronca... — ele deixa algumas pequeninas mudas de flores sobre a mesa.

Antes de qualquer resposta do Hokage, ouvem-se algumas batidas na porta.

— Entre, Choji. — a voz de Kakashi se mantinha séria, mas agora ele olhava para as mudas.

— Desculpe a demora... — apesar de estar sorrindo, o Akimishi estava completamente sem graça.

— Você deveria ter ficado com a Ino... — Shikamaru encara o amigo. — Mas que saco, você só pensa em comer?

— Eu achei melhor pedir a Sakura para ficar com ela, por isso me atrasei. — não era mentira, apesar de ter comprado mais um saco de batatinhas no caminho devido à fome, ele havia se atrasado esperando a Haruno.

— E por que você pensou isso? — o olhar de Kakashi transmitia grande parte de seu desanimo com aquela notícia. — Eu pedi para não deixar a amiga de vocês sozinha e tentarem achar alguma coisa de errado nas flores, a Sakura tem as próprias obrigações... — a fala era descontente.

— Eu só achei algo de errado com a Ino. — o olhar de Choji era sério, encarando o Rokudaime.

— Deve ter sido só sua imaginação problemática, Choji... — Shikamaru suspira, tentando mudar de assunto.

— Não, ela brigou com o Sai ontem à noite e ela parecia triste, mesmo tentando esconder. — com essa explicação simples do Akimichi, Shikamaru respira mais tranquilamente enquanto Kakashi pega uma das mudas, voltando à sua indiferença — Ela até "matou" ele, de tão sério que a briga foi...

— Ela matou!? — agora o Hokage olhava de maneira bem mais séria para o rechonchudo, segurando uma das mudas — O que quer dizer com ela matar o Sai?

— Saco, foi só modo de falar, não é nada demais a Ino falar assim. — o Nara falava um tanto irritado.

— Ei... Não acha mesmo que a Ino mataria alguém, acha, Kakashi-sensei? — a voz de Choji era um misto de surpresa e decepção.

— Todas as provas apontam para isso. — com essa confirmação do mais velho, o clima pesado da sala consegue ficar ainda mais denso.

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Enquanto isso, Sakura finalmente se aproximava da floricultura. No meio do caminho, Sai havia encontrado a antiga companheira de time e insistido para que ela entregasse algo para Ino, Choji havia contado que os dois brigaram e ela encarou o pedido como uma tentativa dele de se reconciliar.

— Ino porca! — a voz de Sakura soava divertida, enquanto ela entrava na floricultura.

— Testuda... — a loira sorri, terminando de laçar um buquê e encarando a amiga, um tanto desanimada.

— Olha só isso! — ela segura a flor que Sai a havia pedido para dar a Ino, uma belíssima rosa amarela.

— Ganhou de um admirador secreto é? Elas simbolizam o mistério... E as segundas intenções também! — ela fala com um tom malicioso, deixando as bochechas de Sakura tão rosas quanto os cabelos.

— Na verdade, ela é para você. — a Haruno sorri, estendendo a flor. — Gostou?

— Claro que sim! Ela significa alegria e amizade quando dada para uma amiga, obrigada. — a loira pega a rosa com cuidado, admirando.

— Foi o Sai quem pediu para entregar, eu acho que ele... — antes de completar a fala, os gritos histéricos de Ino a interrompem.

— ELE MORREU E EU QUEM GANHO FLORES!? — ela parecia irritada agora, jogando a rosa de lado — E ainda tem a audácia de me mandar uma rosa amarela! Só pode significar a traição que ele cometeu!

Olhando o estado de nervos que a amiga se encontrava, Sakura suspirou e começou a pensar em como ajuda-la. Choji realmente tinha razão em estar preocupado com a amiga, Ino simplesmente ignorar o problema e agir como se Sai não existisse mais só faria mal a ela.

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Apesar de uma rosa amarela ter muitos significados, Sai a mandou como um aviso de desconfiança sobre ela. Claro que ele confiava na namorada, mas infelizmente, as pistas de mais um dos assassinatos misteriosos acontecendo pelas redondezas de Konoha apontavam para Ino.