Nuclear Blast Perigo Mediterrâneo escrita por Girl Gemini


Capítulo 10
Capítulo X – Ciúme ou doença?




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Nuclear Blast - Perigo Mediterrâneo.

Capítulo X – Ciúme ou doença?

 


Navegaram sob comando de Saga e Kanon. A manhã foi bem tranqüila, todos conversavam sobre vários assuntos. Miro e Aioros conversavam sobre mulheres, Kamus e Mu sobre como fariam para resgatar o petróleo, Aioria conversava com os gêmeos sobre transporte aquático e as meninas faziam o almoço. Logo o cheirinho gostoso da comida que elas preparavam fizessem com que ancorassem para almoçarem.

- Meninos o almoço está pronto. – Saori falava enquanto desamarrava o avental.
- Saori! Não sabia que você cozinhava!
- Comecei a aprender com as meninas agora, Aioros.
- O que vocês fizeram de bom? – Kanon falava cheirando o vaporzinho que saia de uma das panelas.
- Moqueca de Peixe! Sei que você e seu irmão adoram e vocês? – Samylla falava olhando para os outros.
- Eu gosto muito! – Mu falava de olhos fechados.
- O Aioria e o Aioros também gostam. – Marin dizia abraçando o marido.
- Eu também gosto. – Agora era a vez de Kamus pronunciar.
- E você, Miro?
- Bem Samylla, eu não gosto muito.
- Ah! Não se preocupe Mu já tinha dito que você não gosta de peixe, então eu preparei estrogonofe de frango pra você.
- Estrogonofe? Eu adoro estrogonofe! Vocês são demais! – Os olhinhos de Miro faltavam pular em cima da panela. Passou a mão em um prato e foi se servir. Parecia mais uma criança avançando na sobremesa.
- Vai devagar Escorpião, não é só pra você! – Saga o olhava com cara de poucos amigos.
- Eu hein! Não vou comer tudo sozinho não, Dom Juan!
- Para vocês dois! Tem estrogonofe pra todo mundo. – Samylla entrou no meio dos dois.
- Acho que eu escutei você dizer que preparou para ele.
- Não Saga! Estávamos todas cozinhando, a Marin e a Sullamyta preparavam o peixe e Saori e eu fizemos o estrogonofe.
- Viu Saga? A sua Amazona fez estrogonofe pra mim! – Miro fazia festinha. Estava disposto a tirar uma com a cara do geminiano.
- Você quer virar escorpião assado ou ir para uma outra dimensão? – Saga estava com os olhos mais estreitos que nunca.
- Calminha aí Saga, eu só estou brincando.
- É bom parar com a brincadeira.
- Podemos almoçar sossegados?
- Fique a vontade Marin, só estou extraindo o veneno desse Escorpião suicida.
- Relaxa Saga, estamos aqui também para nos divertir, em breve vamos enfrentar sabe lá que perigo. Precisamos estar bem relaxados para termos boas idéias.
- Você tem razão Marin. Minha cabeça anda a mil.
- Deve ser os chif... – Miro não pode continuar porque foi calado com um soco de Kanon em sua cabeça.
- Cala boca seu aracnídeo de merda!
- Ai Kanon seu... O quê? Aracnídeo de merda?
- É! E chega de conversa fiada!

Enfim conseguiram terminar o almoço sem que houvesse um assassinato ou homicídio doloso.

Para sobremesa, Samylla fez mouse de maracujá para acalmar os nervos dos seus amigos.

Descansaram e voltaram ao mar. A tarde passou rápida, e a noite logo chegou. Ancoraram na ilha de Creta.

- Por hoje está bom, amanhã chegaremos à ilha de Rodes.
- Estou cansado vou ver como Marin está.
- Vai lá Aioria.
- Saga, eu vou dormir, você não vai?
- Vou depois, Kanon.

O iate era enorme. Saori mandou que o arrumasse da seguinte maneira: 6 suítes, sendo 4 com cama de casal e 2 com duas camas de solteiro em cada. Foi dividido: Os casais em cada suíte de casal e na suíte de solteiro ficaram Mu e Aioros em uma e Miro e Kamus na outra. Saori ocupou a outra suíte de casal.

Quase todos já estavam em seus quartos, menos Saga.

Samylla sentiu a falta dele e então foi procurá-lo. Achou-o debruçado no para-peito da polpa do iate, tomando vinho.

- Saga!
- Oi Samylla.
- O que foi?
- Não foi nada. Você também perdeu o sono?
- Fiquei preocupada com você.
- Não precisa se preocupar comigo.
- Saga me diz o que foi?
- Estou pensando em como vamos atacar aquele lugar.
- Não adianta pensar nisso agora, primeiro temos que chegar lá e investigar primeiro.
- Você tem razão.
- Seus olhos me dizem que você está preocupado com outra coisa.
- Você sempre percebe quando eu não estou bem.
- Porque somos únicos Saga, quando você está triste eu também fico triste.
- Isso é muito bonito Samylla. O problema é comigo. Não sei o por que, mas às vezes fico tão possessivo. Sendo sincero, não gostei como você brincou com Miro hoje na hora do almoço.
- Eu sei, mas estávamos todos brincando e eu não falei por mal.
- Há coisas que pegam mal, Samylla. – Saga dizia olhando nos olhos dela.
- Me desculpa, não foi minha intenção.
- Certas coisas que falamos, dão margem às imaginações férteis de outras pessoas.

- Tudo bem, Saga, mas eu acho que a atitude da pessoa, fala mais alto.
- E fala, mas o que dizemos tem ligação direta com nossas atitudes.

- Mas tudo pra você é motivo de desconfiar.
- Talvez seja mesmo, mas você também é culpada, Samylla.
- Você ainda não esqueceu. Não foi?
- Acho que não vou esquecer nunca.
- Você precisa por uma pedra em cima disso.
- As coisas não são fáceis assim.
- Saga, olha, não fique pensando bobagens. Vamos dormir que é melhor. Você me conhece, sabe que te amo! O que aconteceu não foi de verdade. Esqueça isso!
- É melhor irmos dormir mesmo.

 

~*~*~


Hospital de Atenas.

- Nikolas, como se sente?
- Me sinto bem, doutor.
- Ótimo, amanhã terá alta.
- Amanhã? Já era tempo.
- Tenho algumas recomendações: Você não poderá tomar nenhum tipo de bebida alcoólica por no mínimo três meses, não poderá comer nada picante e não poderá fumar, entendeu?
- Mas por que, doutor?
- Por que seu estômago foi praticamente reconstituído, comendo ou bebendo esses alimentos, farão com que ele fique prejudicado.
- Ah... Entendi...
- Agora, quanto ao seu nariz e sua boca, irei encaminhá-lo a um bom dentista e um bom cirurgião plástico.
- O senhor acha que vai ter jeito para meu nariz?
- Claro! Após a cirurgia, ele voltará ao mais normal possível.
- Aquele maldito vai pagar cada centavo. – Nik dizia entre os poucos dentes.
- O que você disse, meu jovem?
- Não é nada. Estou falando sozinho.
- Espero que não cause mais confusão, senhor Nikolas. Boa Noite.
- Boa noite, doutor.

// Você verá Saga. Samylla ainda será minha. Você não perde por esperar.


~*~*~


Era de madrugada quando Saga já estava preparando para saírem da ilha de Creta. Mais uma noite dormira pouco, acordou por volta das 4:00h e foi assumir seu posto de Almirante. Kanon acordou com o balanço do iate e foi ver o que era.

- Saga? O que está fazendo aqui uma hora dessas?
- Estou seguindo viagem, perdi o sono outra vez.
- O que está acontecendo, Saga?
- Nada. Só estou sem sono.
- Vou fazer um café pra gente então.
- Não precisa ficar aqui comigo, Kanon. Volte para seu quarto e durma mais um pouco.
- To sem so...ono também. – Bocejava.
- É estou vendo. – Saga ria da cara do irmão.
- Mesmo assim, vou ficar aqui com você. Agora vou fazer o café.
- Melhor eu ir fazer o café, Kanon.
- Meu café é tão ruim assim?
- Ruim? Não... Péssimo!
...

- Toma Kanon. – Saga entregava uma xícara de café para o irmão.
- Saga, estava aqui pensando: E se o inimigo for algum deus enlouquecido.
- Isso nós veremos quando chegarmos lá. Mas de qualquer forma, devemos primeiro, verificar o lugar e quem são essas pessoas para não nos expormos à toa.
- E quanto às cargas, será que nós vamos recuperá-las?
- É a principal razão para estarmos aqui. Aquelas cargas são valiosíssimas e elas serão as responsáveis para que cumpramos nosso projeto. Não podemos falhar, Kanon!
- Não falharemos, irmão. Mas mudando de assunto, como vai com a minha cunhada?
- Estamos bem.
- Ontem, vocês discutiram?
- Não discutimos, só disse a ela que não gostei como ela brincou com o Miro.
- Não liga pro Miro, Saga. Ele faz isso só pra te provocar. É assim com todos.
- O Kamus que o diga.

- É verdade, ele amola o pobre coitado o tempo inteiro.

Ambos riram lembrando-se do Miro enchendo o saco do Kamus.


~*~*~

 

O dia amanheceu, tomaram café da manha e depois foram para piscina.

Estavam se divertindo bastante. Saga ainda estava no comando do iate, mas estava um pouco incomodado. Não sabia se era a voz de Miro fazendo brincadeiras ou a voz de Samylla rindo. Chamou por Kanon e pediu para ele ocupar seu lugar por alguns instantes.


...

Kamus e Mu estavam no guarda-sol. Aioros conversava com Aioria, as amazonas estavam se bronzeando e Miro dentro da piscina jogava água nelas.

- Pára, Miro! – Samylla dizia rindo das gracinhas dele.
- Vocês precisam se molhar para se bronzearem. – O Escorpião falava com graça.
- Já nos molhamos Miro, agora pára.
- Se dissesse com mais convicção ele parava, Samylla.
- Saga!
- Mas, como parece estar gostando, fica difícil, não é?
- Am?
- Saga, nós todos estamos brincando. – Miro explicava-se.
- Todos? Não escutei as vozes deles hora nenhuma.
- Qual é Saga? Estamos aqui numa boa.
- Estavam, Miro. Samylla, eu quero que venha me fazer companhia na cabine. Agora!
- Não pode falar dessa maneira comigo, Saga!
- Ah não? Tem certeza? Acho que não vai querer me deixar esperando. Não é mesmo?

Samylla levantou muito sem graça e foi se trocar.

- Samylla, você não pode deixar que ele lhe trate dessa maneira. – Miro estava injuriado.
- Se eu fosse você Miro, ficava longe dela e da mira do Saga, porque se ele te acertar em cheio você já era. – Kamus falava sério.
- Qual é a sua também, Kamus? O cara ta maior purgante. Acha que todo mundo vai tirar a menina dele. Ele tem que deixar esse ciúme de lado e aprender a ser social.
- Miro, você conhece o Saga. Ele sempre foi assim e não vai mudar nunca.
- Se ele continuar assim, a Samylla não vai agüentar
- Se ela vai agüentar ou não isso é problema deles e não seu.
- Quer saber de uma coisa, vão se ferrar!

 

Miro estava quieto em um canto. Os outros que assistiram à cena de camarote, apenas se olharam, não falaram nada.
...

 


Saga andava de um lado para o outro, aquele ato estava incomodando Kanon que não entendia nada.

- Saga! Pára com isso, está me irritando. Por que você está assim?

No exato momento Samylla chegou.

- Kanon me deixa a sós com essa senhorita.
- Am?
- Pode nos dar licença, Kanon? – Saga pedia nervoso.

Kanon saiu depressa e logo foi perguntar à sua esposa o que havia acontecido.

Para não piorar a situação, Saga sentou-se e numa tentativa de tentar se acalmar passou as mãos sobre os cabelos, jogando-os para trás e os segurando em seguida.

- Samylla me responda, eu preciso que me esclareça uma coisa, por acaso, a minha presença não significa nada pra você?
- Saga? Não estou entendendo! – Samylla se assustou com a pergunta.
- Ah não?

 

O Cavaleiro de Gêmeos levantou irritado e foi na direção dela.

- Não está entendendo? Então você vai entender! – Segurou os dois braços dela com firmeza.
- Ai Saga! Está me machucando...
- Não é só porque eu coloquei uma pedra em cima do que aconteceu que você vai me fazer de idiota, ficou bem claro? – Disse as últimas palavras sacudindo-a.
- Ai... – Samylla começou a chorar.

Saga percebendo que tinha se excedido, a soltou e saiu de perto dela.

Ela numa tentativa de se aproximar dele, esbarrou bruscamente numa poltrona e foi direto ao chão, causando um grande barulho.
...


Saori, Kanon e Sullamyta levantaram-se e foram ver o que tinha acontecido. Os outros foram seguindo-os.

- Saga! Samylla! O que foi isso? – Saori estava com os olhos estatelados.

Samylla permanecia chorando no chão. Saori foi ajudá-la.

- Não é da conta de vocês, saiam daqui! – Saga estava alterado e com o olhar nada amigável. Até Kanon sentiu medo naquele momento.
- Como não é problema nosso! Ela é minha irmã! O que você fez com ela, Saga? – Sullamyta estava desequilibrada e partiu para cima dele com tudo, mas este segurou seus punhos.
- Kanon, leve sua mulher. E eu não fiz nada com a sua irmã, Sullamyta.
- Saga, acalme-se!
- Eu estou calmo, Kanon! Agora vocês, vão ficar todos aí parados me olhando?

Samylla reagiu e foi em direção à Saga.

- Está tudo bem gente! Athena está tudo bem! Estamos só discutindo, acontece que eu tropecei e caí, foi só isso. Agora me deixe a sós com meu noivo.

- Foi isso que aconteceu?

- Sim, Athena.
- Se é assim, vamos deixá-los conversar. – Saori puxava Kanon e Sullamyta para fora.
...

- Saga, pra mim já chega! Olha o que você fez com o meu braço! Se noivos você me trata como se eu fosse um objeto me colocando aonde quer, imagina quando casarmos! Isso eu não quero pra mim.
- O que quer dizer?
- Quero dizer que não faz sentido continuarmos assim.
- Samylla...
- Se você não confia em mim, não podemos ficar juntos. – Samylla retirou a aliança e a colocou nas mãos dele.

Saga ficou sem ação, não esperava que ela tomasse tal atitude radical.

- Foi maravilhoso ter sido sua... – Samylla não conseguiu conter suas lágrimas que desciam apavoradas.
- Não acredito que está fazendo isso comigo. – Os olhos de Saga lacrimejaram também.
- Não podemos nos unir para fazermos mal um ao outro!

O Cavaleiro virou-se de costas para ela e pôs a observar o mar, enquanto sentia as lágrimas desceram furiosas de seus belos olhos que causavam uma combinação ilustre com a nuance azul do oceano.

Samylla saiu da cabine e o deixou. Sullamyta estava inquieta lá fora e quando viu a irmã correu ao seu encontro.

- Samylla o que aconteceu?
- Nós... Nós... Tudo se acabou... – Soluçava tanto que mal conseguia pronunciar as palavras.
- Venha... Minha pequena.

Sullamyta a levou para o quarto para conversarem melhor. Aioros foi atrás de Saga na cabine.

- Saga! O que foi que aconteceu?
- Aioros, a Samylla, cara...

- Calma Saga... O que aconteceu?
- Foi o maldito ciúme! Não sei o que eu faço.
- Espera aí.

Aioros foi até Kanon e pediu para ele ir ficar no lugar de Saga.
...

O clima estava bastante tenso. Perto da piscina estavam todos boquiabertos. Mu resolveu seguir Aioros. Miro resolveu abrir a boca.

- Tudo isso não foi por minha causa, foi?

Saga apenas o encarou, mas não disse nada.

- Não estou entendendo nada, Kamus!
- É melhor você ficar na sua, Escorpião.
- Eu hein! Que povo mais esquisito.
...


Em seu quarto, Samylla desabafava com a irmã.

- O Saga não pode continuar assim! Ele não confia em mim. Não posso mais nem me divertir com meus amigos.
- Samylla, acalme-se. Saga gosta muito de você. Isso vai passar é questão de tempo.
- Sabe o que ele disse?
- O quê?
- Falou com aquele ar autoritário dele: Não é só porque eu coloquei uma pedra em cima do que aconteceu que você vai me fazer de idiota, ficou bem claro? Você pode?
- Ele disse assim? – Sullamyta achou engraçado e começou a rir.
- Você está rindo? A coisa foi feia.
- O que você está pensando em fazer, Samylla?
- Vou deixar do jeito que está, se ele quiser, ele que tome a iniciativa de mudar e me procure.
- Você dois não tem jeito mesmo, hein!
...

No quarto de Aioros e Mu, ambos conversavam com Saga.

- Saga o que aconteceu?
- Ah Mu! Samylla e eu somos muito diferentes.
- Por que diz isso?
- Ela mistura as coisas. Das duas uma: Ou ela faz de propósito por que gosta mesmo ou ela é inocente demais.
- E o que você acha?
- Prefiro não achar nada.
- Você diz pelo fato dela ter brincado com o Miro?
- Você sabe como o Miro é, Aioros.
- O Miro é brincalhão, ele não fez de propósito.
- Pode até ser.
- É sim.
- O fato de sermos diferentes está na idade, a expectativa dela é diferente da minha, por isso ela e o Nik se davam bem, eram da mesma idade, tinham a mesma cabeça.
- Ah, mas se vocês têm é no máximo uns dez anos de diferença, não?
- Eu estou com 29 e ela com 19. Dez anos exatos, Mu.

- Mas não é muita coisa Saga.
- É sim, principalmente para mim. Eu que não tive um passado agradável, às vezes me sinto com o dobro da minha idade.
- Que bobagem Saga, você nem tem mais os cabelos cinza.

Todos riram da piada de Aioros.

- Nem me lembre daqueles cabelos, Oros!

Riram novamente.

- Mas voltando no que eu estava falando, ela espera que eu seja mais brincalhão, mais social, não sei, ela deve me achar um porre.
- Pára com isso Saga, o problema é que você tem muito ciúme dela.
- Eu sei, mas não consigo me controlar! Ela me tira do sério.
- Você tem que aceitá-la do jeito que ela é.
- E se você não confiar nela Saga, vocês nunca ficarão juntos.
- Eu sei Mu, mas e quanto a mim? Ela também tem que me aceitar.
- Mas aí são vocês dois que terão que combinar.
- Depois que a poeira abaixar, vou conversar com ela.
- Converse e coloque seus sentimentos para fora Saga.
- Vou fazer isso. Agora vamos sair desse quarto que eu estou ficando abafado.
...

Lá fora Miro andava de um lado para o outro, quando viu Saga foi falar com ele. Pegou-o pelo braço e foi logo dizendo:

- Vem cá Saga, quero falar com você.
- Fale, Miro.
- Não quero que fique com raiva porque eu estava conversando com a sua noiva.
- Não Miro. Eu não estou com raiva de você. O meu problema com a Samylla é outro.
- Ah bom! Eu não quero criar problemas nenhum com vocês dois.
- Está tudo bem Miro.
- Vocês vão se acertar.
- Vamos sim. Agora preciso ir até Kanon.
- Ta legal.

Kanon estava impaciente, quando Saga chegou suspirou aliviado.

- Saga!
- Kanon, pode deixar que agora eu assumo.
- Você está melhor?
- Estou! Mais tarde vou conversar com a Samylla.
- Vocês não podem ficar assim. Vou ver como elas estão.
...

Saori e Marin prepararam o almoço. Saga almoçou na cabine mesmo.

 

A tarde passou rápida e logo já era noite, graças às companhias de Aioros e Aioria. Navegaram bastante até chegarem à ilha de Rodes. Ancoraram.

Saga chegou em seu quarto, Samylla já estava deitada, mas antes preparou uma cama para ele no chão.

- O que isso significa?
- É muito simples, Gêmeos! Como não temos outro quarto, você vai dormir no chão. Ficou bem claro? – Samylla dizia com ironia fresando bem as últimas três palavras.
- Tudo bem! Pelo menos eu posso tomar um banho aqui ou vou ter que pular no mar?
- Pode ficar a vontade senhor Saga.
- Porque está me chamando de senhor, me acha velho, é isso? – Saga alterou-se.
- Às vezes te acho velho sim.
- Então isso explica tudo Samylla. Você deve relacionar-se com pessoas mais novas.
- Você já teve o que queria e agora está querendo pular fora, Saga de Gêmeos?
- Que bobagem é essa que está dizendo, Samylla?
- Não é bobagem! Você não pode me tratar como se eu fosse um objeto. Se realmente gosta de mim, deveria confiar.
- Samylla, eu não confio em ninguém.
- Estão ficará sozinho, Saga!
- Fiquei sozinho por treze anos e morto por quase um! Isso não será difícil.
- Quando vai deixar de ser ignorante e orgulhoso?
- Se fiquei assim, foi por sua culpa. Porque tem que abrir esse sorriso para todos?
- Eu sou assim Saga! Você não consegue entender? Sou assim com todo mundo! Homens, mulheres, crianças.
- Somos muito diferentes, Samylla. A começar pela idade...
- Isso é bobagem Saga, a minha irmã e Kanon têm diferença de oito anos.
- Mas Kanon e eu também somos diferentes.
- Isso não importa, você não pode culpar a nossa diferença de idade. A questão é que você não confia em mim. Por isso é melhor terminarmos.
- Talvez seja melhor mesmo, não é? Assim você fica livre para voltar com o Nik.
- Que voltar com Nik, Saga! Está louco?

 

Samylla, irritada levantou-se, estava vestida com uma camisola preta de seda rendada nos seios.

Saga a olhou de cima para baixo.

- Por que me olha dessa maneira?
- Samylla...Não me provoca...
- Eu não estou te provocando!

Saga aproximou-se dela. Como aquela mulher o fascinava, só o seu jeito o encantava. Não podiam ficar perto um do outro que seus desejos se afloravam.

- Não chegue perto de mim, Saga!
- Não?  – Se aproximou ainda mais.

- Não... – Sussurrou após sentir os lábios dele colados ao seu.

 

Com um movimento ágil e firme, o Cavaleiro beijou sua Amazona, ela por segundos obteve resistência, mas logo se acalmou quando percebeu que não iria conseguir se desvencilhar dos braços fortes dele. O beijo seguia com vigor e logo os corpos se excitaram quando o geminiano encostou-a na parede e investiu seu corpo contra o dela, instigando-a sentir o quando ele a queria e a necessitava naquele momento.

 

Depois de minutos de pleno prazer, o ar pediu passagem e foram obrigados a cessarem o beijo, mas Saga ainda permanecia prendendo o corpo dela contra o seu.

 

- Saga... Me deixa...

- Samylla... Eu quero você. – O geminiano tentava beijá-la novamente.

- Pare, por favor... Não quero... – Sentia tentada, mas não podia se dar por vencida.
- Por quê? – Perguntava enlevado pelo desejo.
- Não quero! Me solta!

 

Ela quase não conseguiu pronunciar as palavras, mas se esforçou para ser firme, empurrando o Cavaleiro em seguida.

 

- Está falando sério?
- Sim! Agora porque não vai tomar seu banho?

Saga saiu indignado para o banheiro, Samylla riu baixinho com a reação dele. Demorou por volta de 30 minutos no banho. Quando saiu, Samylla não se segurou:

- Achei que tivesse descido pelo ralo, Saga. – Novamente riu da cara do geminiano. Aquela briguinha até que estava sendo divertida.

Saga apenas olhou pra ela, não disse nada.

- Coloquei dois cobertores para sua cama não ficar muito dura.
- Mas quem disse que eu vou dormi no chão?
- Ah não? E vai dormir aonde?
- Aí com você.
- Aqui!
- Isso mesmo.

Saga desenrolou-se da toalha, Samylla sentiu vontade de agarrá-lo ali mesmo, vestiu apenas uma cueca boxer preta e passou o bendito perfume Mediterranean Sea. Ela quase não acreditara que ele fora capaz de fazer aquilo para deixá-la ainda mais apaixonada. Aproximou-se da cama e a encarou profundamente. A reação dela foi corar e se virar pro outro canto, seu coração quase saltou para fora do peito. Ele sorriu com o efeito e se deitou.

- Vai ficar de costas pra mim?
- Vou.
- Isso é feio, sabia? – O Cavaleiro dizia enquanto deslizava os dedos pelas costas dela.

Ela não disse nada, apenas suspirou com a gostosa sensação que sentia sendo tocada por ele.

Saga alternava entre acariciar as costas dela e dar leves beijinhos em sua nuca, fazendo-a arrepiar o corpo inteiro.

 

Samylla sentia-se frágil diante aquele homem que a fascinava, seu corpo, seu rosto, seu cheiro, tudo nele a deixava arrebatada, mas não poderia se entregar simplesmente, esquecendo tudo que passara naquele dia que a deixara magoada. Mais uma vez respirou fundo e voltou-se para ele:

- Pára Saga. Acabou a brincadeira!
- Samylla...
- Se você não vai dormir no chão, então eu vou!
- O quê, você não vai...
- Chega de você não vai fazer isso, não vai fazer aquilo, chega! Não manda em mim!
- Não Samylla. Fique aqui. Eu durmo no chão.

Saga levantou e foi se deitar. Samylla sentiu pena de vê-lo daquela maneira, mas precisava ser firme senão não conseguiria controlar a situação.

O Cavaleiro ficou deitado algum tempo, depois se levantou, colocou uma bermuda e saiu. Chegou na cozinha, pegou uma garrafa de Rum que havia trazido e a bebeu por inteira.

Samylla acordou preocupada e foi atrás dele.

- Saga! O que está fazendo aqui fora?
- Essstou currrtindo a noite, amor. – Dizia muito sorridente, estava bêbado.
- Saga, você está bêbado?
- Eeeu? Bêeebado? Nãaao! Eu nunca fico bêeebado.
- É estou vendo! Vamos lá pra dentro.
- Nãaao! Eu agora vou pilotar o navio. Em breve seremos atacaados por piratas muito malvaaadooss!!!
- Am?
- E depooois que eu fizer issso, eu vou pegaar o Miro e vou bateer nele pra ele apreeender a não mexer mais com você.
- Caladinho, Saga! Agora vem comigo.

Samylla saiu puxando ele pelo braço e o levou para tomar um banho de água fria.

- Que vergonha! Um Cavaleiro de Ouro, bêbado! – Samylla esfregava a cabeça de Saga com raiva, pois até a mesma estava com cheiro de Rum.
- Ai amor! Ta doennndo!
- É pra doer mesmo! Vê se pode! Me tirar da cama há esta hora pra te achar bêbado e falando asneiras.

- Eu nunnnca falo asneeeiras!
- Ah não! Disse que até seríamos atacados por piratas malvados.
- Eu disse isso?
- Disse!
...

Um tempo depois debaixo da água fria, Saga pode sentir que estava melhorando.

- Samylla?
- O que é?
- Você me ama?

Samylla pode sentir as lágrimas vindo em seus olhos, mas conteve-as.

- Me ama? – O geminiano franzia o cenho.
- Claro que eu te amo! Se eu não te amasse, estaria cuidando de você agora?
- Me perdoa? Eu não queria machucá-la.
- Saga... Está tudo bem...
- Eu sei que não está.
- Eu disse da boca pra fora. Sabe que eu não fico sem você!
- Eu quero que saiba que eu confio em você sim, o problema é que eu sou um cara ciumento.
- Eu também sou ciumenta Saga. Apenas não devemos deixar que ele se transforme em doença. Pois se não o controlarmos ele nos controlarão.
- Você tem razão. Vou tentar ser uma pessoa melhor.
- Você é uma excelente pessoa, Saga! Precisa apenas controlar mais seus impulsos.
- Vou tentar, eu prometo!
- Ótimo, agora vamos sair dessa água gelada senão você vai acabar se resfriando.

Saíram do banho, Saga se sentia mais aliviado por terem feito as pazes, porém sua cabeça doía muito por causa da bebida forte. A única coisa que conseguiu ver foi sua cama, precisa urgente de uma boa noite de sono. Deitou e apagou.

Continua...


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