Depois de contemplarem a pintura, os dois desceram e foram até a varanda, sentaram no mesmo velho sofá-balanço de dois lugares. Chegando lá ficaram observando a vizinhança tranquila.

— Eu quero que você fique com a pintura – disse Lilly depois de um tempo. Barry passou o braço envolta de seus ombros e a olhou por um segundo, surpreso e ao mesmo tempo feliz, pois tinha amado a representação do amor que um tinha pelo o outro.

— Você tem certeza Lil? Não que eu não queira, ao contrário, eu amei e com certeza a quero – perguntou Barry. Lilly respirou fundo e o olhou e com um aceno de cabeça disse:

— Tenho sim! Olha, eu fiz pensando em você e nada mais justo do que seja seu! E de qualquer maneira aquele momento está gravado em minha memória – Olhando fundo nos seus olhos e segurando a mão com um aperto de leve, sorriu para ele – Você me inspirou. É para você!

Emocionado, que de todas as demonstrações faladas, esta foi à primeira vez que Lilly fora tão profunda e sincera em uma conversa simples.

— Então senhorita Lilly, sinto-me honrado – disse puxando a mão que estava segurando e dando um beijo casto na mesma. Com uma risadinha seguida por um rubor, sem jeito Lilly deu um empurrãozinho com o seu ombro no dele e disse:

— Oh BarryBarry, o senhor é tão bobo as vezes – E os dois soltaram gargalhadas e se abraçaram e ficaram assim por um tempo, cada um perdido em seus pensamentos.

Barry esbanjava felicidade, seus olhos continham o mesmo sorriso que seus lábios habitavam. Ansiando o futuro com a garota de seus sonhos e a viagem, que uma voz dentro dele dizia que iria mudar suas vidas por completo.

Já Lilly, sentia-se protegida nos braços do garoto ao seu lado, sã e salva, um sentimento que sempre predominou na presença de seu namorado. Porém um sentimento desconhecido pairava em sua cabeça, o medo do futuro, algo lhe dizia que uma nuvem passageira iria pairar por um tempo. Só não sabia como isso iria afetar seus relacionamentos, principalmente com Barry.

Com um suspiro Barry levantou-se e puxou Lilly consigo.

— Então... Que tal embrulharmos a tela e eu guardar no meu quarto, pelo menos por enquanto, afinal, aquele quarto será o meu velho quarto— Disse Barry, dando ênfase no velho quarto.

Entraram em casa e subiram as escadas até o atelier de Lilly.

— Concordo – Disse Lilly – Acho que podemos ir ao meu futuro velho atelier.

Chegando lá eles embrulharam a tela e a colocou no banco traseiro do carro de Barry, se despediram e prometeram que se veriam no jantar. Barry tinha uns projetos de casa para terminar, já estava montando seu portfólio. Já Lilly foi arrumar a bagunça de seu quarto, o chão dele estava coberto por roupas, a maioria com manchas de tinta.