Entre-Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 23
The Fear Is Just an Illusion - Ester


Notas iniciais do capítulo

Ester
Hallo hallo, peps! Como vão vocês? Voltando à vida pós feriado?
Well, espero que vocês tenham se divertido com o último cap da Stelfs porque hoje... O bagulho é tenso -q Acho que essa é uma das ones com carga mais emocional dessa fic. Então, peguem os seus lenços e vamos chorar um pouco :')
Boa leitura ;)

Stelfs
Eu volteeeei, agora é pra ficaaaaar ~cantarola.
Oi, minha gente! Como vocês estão, hum? :}
Antes de mais nada, FELIZ PÁSCOA pra vocês! o
Quero dizer que, se eu esqueci de responder alguém nos comentários, podem me dizer que eu vou lá ler ♥ Aliás, quero agradecer pelo carinho de vocês! Nunca esperava que a Entre-Laços desse tanto ibope assim! ♥ Obrigada meninas pela dedicação.
Quero dizer que esse capítulo pra mim é um dos mais fortes que temos na coletânea. Vocês vão mergulhar um pouco mais nos feelings da Ester, então, peguem seus lenços e tentem não se desidratar. Bacione pro cêis. Boa leitura :3

Bia
Oi, pessoas! Vamos ficar aflitas com a Ester? Vamoosss!
Boa leitura!



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Contexto da one

Essa one se passa cerca de quatro anos após a formatura (até perdi a contagem exata dos meses, então vamos ser mais específicos) e os dois estão juntos há nove anos, com quatro anos de casados.

Agora, peguemos os lenços.

***

Encarei o papel mais uma vez. Devia estar fazendo isso pela última meia hora. Okay. Calma, inspira, segura, solta devagar. Se concentra na sua respiração, Ester, na sua respiração. Não deixa sua mente vaguear... Mas e se...

Chega! Para de pensar nas possibilidades. Inspira, conta até dez e vai se livrando de todas as suas preocupações aos poucos.

Fiz isso, porém não resolveu.

Abracei a barriga e tirei os chinelos, colocando os pés sobre o sofá e trazendo os joelhos mais para perto.

E se fosse responsabilidade demais pra mim? Mas você não vai assumir tudo sozinha, Ester. Lysandre vai estar com você, ele vai adorar a notícia, é certeza.

Mas e se eu não fosse capaz de educar uma criança? E se eu não fosse capaz de criar uma criança? Uma coisa é lidar com os filhos dos outros, a outra... Para, cérebro, para!

Apertei o abraço ainda mais em mim, apenas desejando que tudo passasse.

Então você queria não estar grávida, Ester? Não exatamente… Eu só não sabia o que pensar. Eu sempre tive dúvidas sobre isso.

Depois da conversa que tive com Lysandre meses atrás, eu comecei a pensar nisso. Coisa que eu costumava evitar. Mas eu não deixava de ter dúvidas. Medo. E incertezas. Será que eu seria uma boa mãe? Como eu lidaria com uma criança? Como eu… Ah, eram tantas coisas.

Eu só queria que tudo passasse e minha mente parasse de me atormentar com tantas possibilidades. Eu… Eu estava tão confusa.

Meus sentimentos nas últimas duas horas brincavam entre preocupação, medo, ansiedade e alegria. Era tanta coisa que chegava até a me dar um pouco de tontura. Que me fazia ficar perdida e me dava vontade de chorar.

É irônico pensar que eu, que todos tinham uma visão de responsável, capaz e de tantas coisas… Estava tendo uma reação dessas. Eu me sentia fraca por deixar esse medo me consumir. Me sentia incapaz, por deixar essa preocupação ser mais forte do que eu. Mas quando eu tentava olhar pro que viria, pro que seria dali pra frente, era incerto. E as incertezas sempre me assustaram.

Eram inúmeras as possibilidades que passavam pela minha mente e eu estava me afogando nelas. Por mais que eu tentasse ignorar e empurrar esses pensamentos para longe, parecia impossível. Impossível porque eu sabia que ia ter que pensar nisso, mais cedo ou mais tarde.

Encostei o rosto nos joelhos e os abracei. Eu já estava suspeitando de uma gravidez tinha alguns dias, porém, fui adiando para fazer o teste. Até que meu próprio marido começou a suspeitar de algo também. Então, decidi parar de protelar e ir fazer o exame. Resultado? Positivo.

Quando vi o papel assinalado positivo, a primeira coisa que eu senti não foi alegria, mas o meu medo aumentar. De repente, todas as preocupações que estavam passando pela minha mente, se tornaram reais.

Vim para casa e continuei pensando nisso. Uma hora atrás, me sentei no sofá e fiquei. Comecei a considerar tudo. Por algum tempo, consegui mandar minhas incertezas embora e fiquei feliz. Pelo menos um pouco feliz. Afinal de contas, eu gostava de crianças, apesar de tudo. Eu gostava de interagir com elas, só que… Essa situação era diferente!

E acabei voltando, de novo, a pensar nas mesmas coisas.

Depois, as preocupações voltaram e comecei a encarar o papel com o exame, que eu deixei em cima da mesa de centro, como se ali estivesse a resposta para tudo.

Levantei o rosto e respirei fundo. Olhei para a porta da varanda e vi que já estava escuro. Que horas será que eram? Não fazia ideia. Mas deveria estar quase na hora de Lysandre chegar.

Apoiei o rosto nos joelhos de novo e reclamei baixo, ao sentir um desconforto no estômago. Eu estava deixando a ansiedade acabar comigo. Só que não conseguia evitar. Tudo que eu temia estava bem ali. Era tão real...

Ouvi um barulho na porta e fiquei tensa. Permaneci em silêncio. A porta foi fechada e passos passaram pela sala. Apertei mais o aperto em mim e segurei uma respiração. Lysandre chamou por mim, porém, não respondi. Permaneci calada.

Ele passou pelo sofá e eu tensionei ainda mais.

— Ester? — Me chamou com carinho e não olhei pra cima. Tinha certeza que ele percebeu que eu não estava bem só de me ver. — O que aconteceu? — Vi-o ajoelhar na minha frente.

Finalmente soltei a respiração que segurava e apontei pro papel com a cabeça. Lysandre olhou pra trás e o pegou. Se voltou para mim e eu abaixei a cabeça de novo. Esperei que ele lesse.

— Você está... — Não tentei completar sua frase. A única reação que esbocei foi ficar calada. E segurar as lágrimas.

Queria comemorar com ele, abraçá-lo e pular de alegria, como a maioria das pessoas costuma fazer na ficção. Mas comigo não foi assim. A vida nem sempre é igual a ficção. Nós temos medos e temores e inseguranças. Isso, raramente mostram.

Lysandre deu um jeito de me puxar para um abraço. Encostei a cabeça no seu ombro. Minhas emoções eram uma bagunça.

— Respire, devagar — ele me orientou e tentei fazer isso. — Calma, Ester, está tudo bem. — Não consegui relaxar completamente. Lysandre me apertou ainda mais contra ele, enquanto passava uma das mãos nas minhas costas, em movimentos circulares. A outra levou até minha nuca, massageando meus cabelos.

Tentei me concentrar nisso, para mandar embora todos os pensamentos que chegavam até a minha mente. Soltei mais um respiro devagar e absorvi seu perfume. É o perfume de Lysandre, que está comigo há tanto tempo. Ele está comigo agora. Intensifiquei o meu aperto e senti o tecido de sua camisa. Ele está comigo e não vai me deixar passar por nada sozinha.

— Como se sente? — questionou em um tom mais baixo, me afastando dele e colocando as mãos sobre os meus ombros, massageando-os. — Respire. — E finalmente olhei para ele. Respirei fundo.

— Eu... — E tomei fôlego mais uma vez, tentando procurar como me expressar. — Eu não vou conseguir — soltei sincera e fui puxada pra um abraço novamente. — É muita responsabilidade, eu não vou conseguir. — Tentei focar meus pensamentos em uma coisa só: o momento em que estávamos ali. Tudo isso pra sossegar os meus pensamentos, que passavam por mil e uma coisas.

— Você não vai ter essa responsabilidade sozinha. — Voltou a me afastar um pouco, para que pudesse olhar para o meu rosto. Levou uma mão até ali, acariciando-o com os dedos. — Tente pensar em coisas boas....

— Você está feliz com a notícia, não tá? — Atropelei ele com essa pergunta. Lysandre assentiu e eu fui logo continuando. — Acho que eu também. — Tentei deixar que a alegria me dominasse, porém, no fundo, eu estava preocupada e amedrontada. Eu era pequena em meio a tanta coisa.  — Mas eu também estou com medo. — E me segurei mais forte a ele, tentando buscar consolo.

Depois de anos, eu tinha mais facilidade em confessar meus próprios sentimentos e medos. A convivência, o tempo, a confiança, a companhia, tudo isso fez com que, aos poucos, eu mudasse aquela minha pessoa que ficava com as palavras presas na garganta. Nunca seria fácil lidar com meus próprios sentimentos, porém, não precisava me afogar neles. Não precisava trancá-los. Acabei mostrando tanto e dando tanto de mim a conhecer, que isso se tornou mais simples.

— Tenho medo que eu não vou ser uma boa mãe — concluí o pensamento anterior.

Delicadamente, Lysandre levantou meu rosto com as mãos, para que eu olhasse para ele.

— Você está com medo do desconhecido — soltou compreensivo e eu abaixei o olhar. — Ninguém nasce sabendo como ser um pai ou uma mãe. É uma aprendizado. — Me encorajou em uma voz suave e eu concordei com a cabeça.

— Mas não é como na escola onde você pode errar...

— Todos nós erramos alguma vez. — Ele ficou um pouco em silêncio, esperando pela minha reação. Apenas o abracei. Dessa vez eu precisava de seu apoio. Eu realmente precisava. — Eu sei que você vai dar o seu melhor. — E senti sua mão em meu cabelo, em seu costumeiro carinho.

— Eu vou. — E era verdade. Eu iria me esforçar o máximo possível, mas... — E se o mesmo o meu melhor não for suficiente? Tanta coisa pode acontecer, Lys. E se… — Mal consegui concluir meu próprio raciocínio.

Nesse momento, acabei me afastando um pouco bruscamente. Senti minhas lágrimas começarem a cair.

Lysandre colocou suas mãos sobre as minhas, que estavam no meu colo, e as segurou. As segurou firme. Com um gesto apenas, queria me transmitir confiança.

— Nós não podemos saber se o nosso melhor é o suficiente, Ester. Nós não podemos saber o futuro ou o que virá amanhã. — E olhou para os meus olhos. Eu havia levantado meu olhar apenas ao sentir seu toque quente e carinhoso sobre as minhas mãos. — A única coisa que podemos ter certeza... — Soltou uma de suas mãos da minha e levou-a até a minha barriga. — A única coisa que podemos ter certeza é que essa criança será amada. E que nós dois vamos aprender juntos a ser bons pais.

Nessa hora, minhas preocupações se esvaneceram em parte. Elas não deixariam de estar ali tão facilmente, mas, nosso amor era maior do que qualquer preocupação, do que qualquer medo. Ele estava certo. Em duas horas que eu fiquei me remoendo junto de minhas ansiedades e temores, não cheguei a considerar isso: amor. Mesmo que o meu melhor não fosse suficiente, nós tentaríamos e amaríamos essa criança. Nós dois.

Minhas lágrimas aumentaram ainda mais. Mas minha confusão diminuía um pouco. Eu ainda era um turbilhão de emoções, porém, meus pensamentos não eram mais descontrolados. Porque eu tinha encontrado um foco. Eu havia encontrado para onde olhar e onde me firmar em meio a tudo.

Levei uma das minhas mãos até a minha barriga e coloquei sobre a dele.

— Eu te amo tanto, Lys — confessei sincera, olhando para seus olhos e o vi sorrir. Um sorriso que chegou até seus lábios em seguida.

Ele soltou a outra mão que segurava a minha e a levou o meu rosto com ternura.

— Também a amo — declarou e eu vi a emoção que havia em seus olhos. Me deu um beijo breve e delicado — Os dois. — Em seguida, deu um beijo um pouco mais demorado em minha barriga. Sorri ao sentir seu toque afetuoso.

— Eu também amo vocês dois. — Minha voz saiu um pouco trêmula, devido o choro.

Lysandre ergueu o rosto e deixou-o próximo ao meu. Com os dedos, tentou secar as minhas lágrimas. Olhei para seus olhos e vi que ele também parecia tentar segurá-las.

De forma repentina, levei as mãos até o seu rosto e cortei qualquer distância que ainda havia e o beijei. O beijei com amor, com carinho, quase com desespero. Mas sem tanto medo.

Aquele meu medo estava ali. Sempre estaria. Mas eu o enfrentaria, porque ele não era maior do que eu. E porque eu não enfrentaria isso sozinha. Nós dois estávamos juntos e eu não enfrentaria isso sozinha. Nós passaríamos por tudo, juntos.


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Notas finais do capítulo

Ester
Antes de qualquer coisa, vamos para as músicas dessa ones, pois elas foram muito importantes:
The Lost Song, part 2 do Anathema: https://youtu.be/KH7icBnCTrQ
Confesso que, quando escrevi, fiquei um pouco sem saber onde terminar essa one. Parei e fui ouvir uma música. Ouvi essa e lembrei de toda a história por trás dela. Por coincidência, um tema parecido com a situação tratada na fic, apesar de haver várias interpretações para a música :b
Por último, A Sinfonia de Tudo que Há, do Fresno, de novo (mas esse CD é maravilhoso ♥): https://youtu.be/wnG2JPG7_dc
Semanas após terminar essa one, eu continuava achando que faltava algo nela. Enquanto eu pensava no que fazer, ouvi essa música e parei pra pensar nos versos: E o que fazer, se a missão que o destino deu é bem maior que eu/Sinto que não sou capaz, mas já não quero mais olhar pra trás.
Well, acho que já deu pra entender a inspiração do negócio xD
Espero que não tenha matado ninguém hoje -q Estava muito ansiosa pra postar essa one, a anterior (e a próxima também), porque quero saber da opinião de vocês :3 Bora talkear com a gente?
Até sexta, com muitas emoções ainda xD

Stelfs
Ai, gente, que que foi isso, hein? Olha só quem mais vai ser papai e mamãe :) Depois desse momento de aflição e medo, cá está Ester e Lysandre juntinhos para cuidar do novo serzinho que está chegando ♥ Bem, é isso. Até a próxima, minha genti!

Bia
Mais um bebê a bordo, gente! Apesar dos questionamentos da Ester, ela com certeza será uma boa mãe :3
Além do Lysandre que imaginamos ser muito paciente, né? hsaygsh Mas qualquer coisa, é só pedir uma ajuda pra Stelfs :p
Nos vemos no próximo o/



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