Entre-Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 16
Dino - Bia


Notas iniciais do capítulo

Bia
Olááá pessoas!
Vocês devem estar pensando "Dino? Como assim? Eles vão adotar um dinossauro?"-qq
No texto tem uma explicação sobre isso, e é totalmente baseada em fatos reais da minha vida xD
Espero que vocês se sintam tão nervosos quanto eu me senti quando estava escrevendo kkk
Boa leitura!

Stelfs
Ei, personas! Como vocês estão?
Recuperadas da emoção da one passada? -q (que emoção, né? kkk). Enfiim… essa semana voltamos com nossa Entre-Laços e mais uma historinha da nossa querida Bia e seu loiro sedução, Sr. Nath ♥ Boa leitura!



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Cheguei em casa, deixei meus tênis no móvel de sapatos, larguei as chaves na ilha e deixei a mochila em uma das cadeiras da mesa. Lavei as mãos no banheiro e depois me sentei no sofá, exausta.

Essas últimas semanas têm sido agitadas. Estávamos tendo muitos livros novos na editora, devido ao mês do escritor e as promoções.

Todos os dias tinham textos para diagramar, capas para montar, tipografias para testar, tudo carregado de sonhos e desejos dos clientes.

Era incrível participar da realização de um sonho, mas gente, isso cansa, viu?

Peguei o celular e ativei o wifi, indo para o facebook.

Fui passando o feed de notícias, enrolando pra ir tomar banho, e só vendo as publicações de amigos e familiares.

Um post sobre gravidez, outro sobre cachorros, outro sobre sintomas de gravidez, outro sobre comidas, outro sobre como fazer um enxoval...

Eu hein, tá todo mundo engravidando?

Sai do aplicativo, indo para o whatsapp, respondendo as poucas mensagens.

Tomei coragem e fui tomar banho, indo para o quarto em seguida.

Abri as portas do meio do guarda roupa, caçando algo para vestir, quando vi uma camiseta de mangas compridas do Nathaniel.

A peguei, lembrando que ele estava usando aquela roupa na minha primeira vez que o vi na faculdade e sorri, nostálgica.

Tirei do cabide, o colocando de volta no lugar e a vesti, e depois coloquei um short.

Dei a volta na cama e fui até a cômoda, que ficava na parede da janela, abaixo dela, e peguei um par de meias de pelinhos.

Vi o calendário que estava ali em cima, onde eu costumava anotar alguns eventos e dias especiais e o peguei, procurando um possível compromisso que eu tinha marcado e esquecido.

Deixei a bolinha de meia em cima da cômoda, e, enquanto olhava o papel, penteei meus cabelos molhados com os dedos.

Não tinha nada previsto para o final do mês, mas eu estava estranhando. Tinha algo faltando, mas o quê?

Virei a folha do calendário, olhando o mês anterior.

Do dia 5 ao dia 10 tinha uma pequena bolinha vermelha, onde eu costumava marcar os dias que o mar vermelho estava presente.

Uma onda gelada passou pelo meu corpo quando eu voltei pro mês atual, e vi que eu ainda não tinha marcado a visita do “dino” do mês.

Parei pra tentar lembrar que dia era e meu estômago afundou quando lembrei que era dia vinte.

Dino está atrasado.

Ok, respira.

Coloquei o calendário no lugar e peguei minhas meias. Sentei na beira da cama e as calcei, tentando lembrar dos sintomas que geralmente tenho antes da sangreira chegar.

Eu não conseguia lembrar de ter sentido nada.

Respirei fundo.

Não, não tem como, Bia. Tira isso da cabeça.

Minhas mãos começaram a ficar geladas. Meu corpo todo ficou.

É sério, não tem como. Impossível.

Olhei pelo quarto, me sentindo elétrica de repente.

Tá, chega. Preciso pensar em outra coisa.

Levantei e fui pra sala. Peguei meu celular, vendo as horas.

Nathaniel vai chegar daqui a uma hora, mais ou menos. Melhor eu adiantar a janta.

Fui pra geladeira e a abri, pensando no que fazer, mas no fundo estava preocupada.

Hoje teríamos risoto de espinafre com legumes assados. Peguei cenouras, tomates cerejas, abobrinhas, cebola roxa e um pimentão vermelho.

Cortei tudo em tiras e coloquei em uma assadeira. Reguei azeite, e temperei com sal, pimenta, cominho, alecrim, manjericão e páprica defumada. Misturei tudo com a mão e coloquei no forno, o ligando.

Peguei espinafre e o creme vegetal na geladeira. Enchi a chaleira com água e coloquei pra esquentar, enquanto cortava a cebola e o espinafre. Deixei a cebola e as folhas verdes picadinhas e deixei em um prato.

Escutei a campainha enquanto pegava uma panela no armário debaixo da pia.

— Entra! — falei alto.

Levantei, olhando para a entrada e vendo a porta abrindo e Ester colocando a cabeça pra dentro.

— Oi, Bia. — Ela disse, terminando de entrar e fechando a porta, e andando até a ilha. — Tá mandando ver aí no jantar?

— Pois é, depois o Nath fica com a louça. — Dei risada, colocando a panela no fogo e o acendendo. — Tá tudo bem?

— Sim, sim, tudo. Eu vim te pedir emprestado uma cebola. Não vi que acabou lá em casa e o Lysandre esqueceu de comprar

Eu ri. — Ah, pra variar né. Pode pegar ali. — Indiquei a fruteira, onde não tinha só frutas, perto da entrada da lavandeira.

Enquanto ela passava por de trás de mim, coloquei azeite na panela e joguei a cebola cortada, para refogar. Enquanto mexia com a colher de madeira com uma mão, roía as unhas da outra mão.

Ester voltou pra perto da ilha e deixou a cebola ali, e senti que ela estava me olhando.

Me virei para olhá-la. Ela fazia uma cara meio desconfiada.

— Que foi, menina? — Ela perguntou.

— Que foi o quê? — perguntei na inocência, mastigando a unha recém arrancada.

Ela riu. — Tá toda elétrica aí. O que aconteceu?

— Hm, nada. — Dei de ombros.

Peguei o pacote de arroz arbóreo e o abri. Medi duas xícaras e joguei na panela, mexendo.

— Tem certeza? Não é o que parece — comentou divertida.

Olhei para ela, mordendo o lábio de baixo de nervoso.

— Eu não quero me precipitar — expliquei. — Mas... o dino tá atrasado. — Fiz uma careta.

Dino era o apelido carinho para o dinossauro que destruía meu útero todos os meses. Parecia que era isso mesmo, um dinossauro mordendo minhas entranhas e que me fazia ficar me contorcendo de dor.

Ester fez uma cara de preocupação. — Tem certeza? Você fez as contas certas?

— Certeza eu não tenho, só sei que tá atrasado. Mês passado veio lá pro dia cinco. — Voltei a roer outra unha.

— Hm... e você não toma nada? Porque às vezes o remédio faz atrasar.

— Não, eu não tomo essas coisas. Sou natureba, lembra? — Dei uma risadinha. — Não gosto de tomar remédios.

— Então... por que você acha que atrasou?

Dei um sorriso amarelo, sentindo as bochechas ficando um pouco quentes. Fiz uma cara de “é isso mesmo o que você tá pensando”.

Ela começou a rir da minha cara e deu uma coçada na bochecha. — Tá, não vamos nos precipitar. Respira. — Encenou uma respiração profunda e eu fiz igual. — Quer que eu compre um teste pra você?

Neguei, balançando a cabeça rapidamente e ela fez uma cara confusa. — Ainda não. Tá muito cedo pra isso.

— Mas pelo menos acaba logo com a aflição. — Fez cara de mãe dando conselho, com o rosto meio inclinado.

— Ai, Ester, eu nem sei o que fazer. — Fiz uma voz de quem estava fazendo força.

— Bia. — Deu uma risadinha se aproximando. Segurou meu ombro. — Não fica assim, a gente não tem certeza de nada, ficar se preocupando aí sem saber não adianta.

— Eu sei, eu sei. — Suspirei. — Tudo bem. Acho que seria melhor eu falar com o Nath primeiro, né?

— É, acho que sim. Se quiser fico aqui até ele chegar.

Sorri. — E o Lys?

— Ele vai chegar lá pras oito hoje... O que você tá fazendo de comida? — Olhou para a panela.

— Risoto. — Peguei a garrafa de vinho branco no armário acima da geladeira, enchi um copo pequeno e despejei no arroz, mexendo em seguida. — De espinafre e legumes assados — contei, me sentindo uma chef de cozinha.

— Que chique, hein. — Riu e puxou a banqueta da ilha para a ponta dela, mais perto, e se sentou. — Não vai fazer uma carne pro Nath? — Brincou.

Eu ri. — Eu não. Se ele quiser, que coma fora — falei me achando e ri. — Mas sério, ele nem tá reclamando da falta de carne. Eu disse desde o começo que não teria problema se ele quisesse comer, mas ele nunca fez ou me pediu pra fazer.

— Então ele virou vegetariano também.

— Praticamente... Ele é muito compreensível e companheiro. — Sorri. Suspirei, pensando de novo no atraso do dino. — Como será que ele vai reagir? Se eu estiver grávida?

— Vocês já conversaram sobre isso?

— Ah... algumas vezes, mas sempre com um tom leve, sabe? Não tinha aquele fundo de coisa séria.

— Ele já disse alguma vez que quer ser pai?

— Não com todas as letras, mas ele falava “quando tivermos nossa família”, então imagino que sim, né?

— É, parece que sim. Mas e você? Como se sente com isso? — questionou com ar de Marília Gabriela.

Eu ri. — Ah, sei lá. Eu não quero pensar nisso, mas fico dividida entre ficar em desespero e ficar feliz. Você sabe que eu quero muito ser mãe... Ai, é tão complicado. — Coloquei um pouco de água quente no arroz, mexendo sem parar.

— Por que complicado?

Olhei pra ela. Ester estava com o cotovelo na bancada, com a mão apoiando o queixo, com maior cara de psicóloga.

Ri de leve. — Ah, é que é algo que pega de surpresa, ué. Eu quero ser mãe, mas tenho medo de não saber fazer as coisas direito. Acho que medos de toda mãe de primeira viagem.

— Acho que entendi. Foi muito repentino e você foi pega de surpresa, certo? Isso considerando que você esteja realmente grávida, porque não temos certeza.

— Sim, exatamente. — Coloquei mais água no risoto. — Mas bom... vou falar com o Nathaniel quando ele chegar.

A porta da entrada foi aberta e Nathaniel entrou.

— Vai falar o que comigo? — Sorriu, fechando-a.

Arregalei os olhos pra Ester e ela fez uma cara de final de episódio de “Avenida Brasil”. Só faltou tudo ficar preto e branco.

— Deixa eu ir terminar meu jantar. — Ester riu, pegando a cebola e levantou, colocando a banqueta no lugar e foi cumprimentar o Nath com um breve abraço.

— Mas já vai só porque eu cheguei? — Ele perguntou, fingindo estar ofendido. — Eu posso ficar trancado no quarto, pode ficar. — E riu.

Ester riu. — O Lys também precisa de janta, Nath, outro dia eu volto.

— Tá, vou cobrar a visita depois.

— É só mandar a conta lá pra casa — disse indo pra porta. — Obrigada pela cebola, Bia! Vou lá chorar um pouco.

— Por nada! — Eu dei risada.

Então, ela acenou e saiu, fechando a porta.

Agora é a hora.

Nathaniel tirou seus sapatos e deixou suas chaves na ilha, e veio me dar um beijo. — O que vocês estavam falando?

Devolvi o beijo. — Curioso, hein? Por que você não vai tomar um banho e relaxar primeiro?

— Vocês estão aprontando alguma coisa? — Sorriu, divertido.

— Hm, não, não estamos aprontando. Só vou te contar depois. — Voltei minha atenção pra panela.

Nathaniel saiu da cozinha e andou rápido para o quarto. Ri sozinha, imaginando que ele tomaria um banho rápido só pra saber logo.

Enquanto ele se banhava, o risoto terminou de cozinhar e coloquei o creme vegetal e o espinafre picado. Mexi mais um pouco e tampei, pra manter o calor.

Arrumei a mesa com os pratos e talheres, e deixei os apoios de panela no centro da mesa.

Coloquei a panela do risoto e também a forma com os legumes, e me sentei.

Estava pensando em como falaria, quando Nathaniel voltou, passando por ali e deixando a toalha molhada na lavanderia. Depois voltou e sentou na minha frente, com a sua carinha curiosa.

Sorri, meio divertida, meio nervosa. — Pode se servir.

Ele deu um sorriso charmoso, mas pegou seu prato e se serviu de comida. Fiz o mesmo.

Peguei meu garfo e peguei uma porção de risoto, o levando até a boca.

Estava muito bom.

— Vou ter que comer a comida toda pra ter a resposta de sobremesa? — questionou com um sorriso brincalhão.

— É uma boa ideia. — Fiz cara de pensativa, e ele fez um bico. — Mas tá, eu conto antes.

Nathaniel olhou bem pra minha cara, esperando, ansioso.

Suspirei. — Dino está atrasado.

Seu garfo parou no meio do caminho para a boca. — Como assim? — Franziu o cenho.

Ri. — Ele veio no dia cinco do mês passado. Hoje é vinte — expliquei devagar, esperando que ele entendesse.

O garfo voltou para o prato. — Você está atrasada? — perguntou como se não tivesse entendido.

— Sim. Dez dias de atraso.

Nath recostou na cadeira, olhando para outros lugares, pensando.

— Você... está grávida? — Me olhou, com um misto de sentimentos estampados na cara. Surpresa, preocupação, hesitação...

— Não sei — falei simplesmente. — Não é certeza, até porque ainda não acabou o mês, mas... é uma possibilidade.

— Caramba... Isso foi tão... de repente. — Riu, passando a mão no cabelo molhado.

Admirei aquela cena, apesar do momento, e dei um sorrisinho.

Não estava um clima tenso, nem tão surpreso, nem tão calmo. Estava um clima... nosso.

De repente, ele levantou e ficou do meu lado, se ajoelhando, e me fez virar, segurando minhas mãos.

— Bom... se estiver mesmo esperando um bebê, você sabe que eu estarei do seu lado, não sabe? — Levou minhas mãos até seus lábios e depositou dois beijinhos em cada uma.

Sorri, sentindo as bochechas corarem. — Eu sei.

— Vamos comprar um teste amanhã? Pra acabar logo com esse suspense? Não vou aguentar ficar esperando, eu preciso fazer festa, né? — Sorriu.

— Sim, vamos. — Dei risada. — Você realmente está feliz com isso?

— Claro — respondeu rápido. — Tudo bem, não acho que estejamos realmente prontos, mas... vamos aprender, certo?

— Certo. — Abaixei e o beijei. Me afastei depois de alguns segundos. — E se eu não estiver?

Ele deixou minha mão e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Sorriu, como se tivesse pensado algo na hora. — Bom, aí a gente pode treinar pra quando quisermos um filho.

Comecei a rir e ele me acompanhou. Demos mais um beijo e ele voltou para o lugar dele.

Bom, não foi tão ruim, né?

Jantamos, ele lavou a louça e ficamos vendo um filme até umas dez horas.

Depois disso fomos dormir, abraçados, como se estivéssemos mais unidos do que antes.

Acordei com um sábado brilhante, sentindo algo estranho e automaticamente já pensei que poderia ser um sintoma de gravidez.

Levantei com cuidado e fui ao banheiro fazer xixi.

Então vi o sangue.

Err... então tá. Dino só quis brincar com a minha cara.

Voltei ao quarto depois, peguei uma calcinha limpa e voltei ao banheiro, para colocar o absorvente.

Fui pro quarto depois e peguei meu celular no criado mudo, ativando o wifi, e digitei uma mensagem pra Ester.

Você não será tia agora, Ester. Dino apareceu kkk”

— O que você está rindo aí? — Ouvi a voz rouca do Nath e olhei pra ele, que estava virando de barriga para cima, coçando os olhos.

— Hm... — Deixei o celular no lugar e sentei na cama, ao lado dele. — Tenho uma notícia pra você.

— Qual? — Me olhou.

— Dino acabou de chegar.

Ele analisou meu rosto, parecendo absorver a notícia. Segurou minha mão. — Você está bem?

— Estou sim. E você?

— Se você está bem, eu também estou... Agora podemos treinar. — Riu, divertido.

Dei risada, balançando a cabeça. — É, depois que o dino for embora. Já estou começando a sentir ele fazendo uma algazarra no meu útero.

Nath riu e me puxou, me fazendo deitar em seu peito, e depositou um beijo na minha testa.


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Notas finais do capítulo

Bia
Aaiii! Esse Nathaniel é ou não é a coisa mais linda desse mundo? Eita homem!
Surtaram um pouquinho? xD
Enganei vocêsss ~ié ié

Stelfs
“Você não passou nessa fase, volte ao início” -q. AHHHHHHH, não foi dessa vez que teremos sobrinhos gracinhas para nos tirar a paciência! kkkk Alguém aí ficou tensa? Alguém na expectativa? Alguém, alguém? [Jesus, acho que ingeri muita glicose]. Bem, até mais, entonces! Bacione :*



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