Recomeço escrita por darling violetta


Capítulo 8
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Eu chamo de “escuridão” aquele momento em que alguém se encontra muito próximo da loucura. Quando alguém perde a si mesmo, sua mente, é como se estivesse dentro da escuridão. Um lugar profundo e muito difícil de sair.



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Uma Diana muito inquieta batia o pé enquanto observava J’onn em transe. Seus olhos brilhavam amarelos, e ele vasculhava a mente das pessoas, em busca de Batman. O herói estava desaparecido há quase uma semana e ninguém recebia notícias dele. No início, eles pensaram que Batman apenas quisesse um tempo afastado, contudo, quando os dias foram passando e ninguém sabia de seu paradeiro, eles perceberam que havia algo muito errado.

Depois do que pareceram horas, ele saiu do transe. Olhou para a amazona inquieta, e infelizmente não tinha notícias, como das inúmeras outras vezes. Balançou a cabeça em negação.

─Nada? ─Ela indagou preocupada.

─Isto é estranho. Não sinto as ondas cerebrais dele em lugar nenhum.

─Como é possível? Ele está morto?

─Ou em coma. ─Retrucou.

─Se o Batman estivesse em coma, não seria possível senti-lo?

J’onn deu de ombros.

─A não ser que algo poderoso o bloqueie.

Diana queria gritar com a raiva e a frustração que tomavam conta dela. Como era possível que o Batman tenha simplesmente desaparecido? E, embora toda a liga estivesse atrás de respostas, para ela, ainda era muito pouco. Ela se sentia de mãos amarradas.

─Estamos fazendo o possível, Diana. ─Superman tocou seu ombro.

─Não tem sido o bastante! ─Ela gritou e saiu, decidida.

*****

Bruce observou novamente a criatura de suas costas. Aquilo parecia profundamente ligado a seu cérebro, e não se mexia, por mais força que ele usasse. Talvez precisasse ser arrancado no mundo real, e considerando que seus inimigos o mantinham preso do outro lado, seria quase impossível que alguém o auxiliasse.

Tomou uma longa respiração, buscando se concentrar. Fechou os olhos por alguns segundos, e quando os reabriu, usou de todas as suas forças em uma ultima tentativa. Ele gritou, como sua cabeça parecia que ia explodir. No entanto, algo mudou.

Ele abriu os olhos. No início embaçado, mas se via na realidade. Tentou mexer seu corpo, em vão. Por mais que quisesse, não conseguia se mover. Era como se uma força enorme o mantivesse para baixo. Apenas seus olhos se movimentavam. Batman se viu num enorme galpão, pouco iluminado e bastante acabado. Reconheceu-o como o local onde, em sua mente, teve seu primeiro encontro com Diana. Sua mente misturava realidade e ficção.

Movendo os olhos mais uma vez, viu também Hera Venenosa. A cientista estava desaparecida de Gotham há meses, e era estranho vê-la trabalhar com o Coringa ou qualquer outro de seus inimigos. Quando tentou ver algo mais, sentiu uma pressão enorme no peito, e era como se não pudesse respirar. As imagens de sua prisão se dissiparam aos poucos, e Batman acordou em sua vida alternativa.

Diana e Martha o observavam apreensivas, e Diana tinha algumas marcas vermelhas pelo corpo. Quando tentou se mover, percebeu que estava amarrado.

─O que houve? ─Indagou. ─Me soltem.

─Talvez devêssemos soltá-lo? ─Era Diana. ─Não suporto ver meu marido nesta situação.

Mas Martha balançou a cabeça. Segurou as mãos da nora e deu um sorriso de conforto.

─Minha querida, como pode querê-lo solto depois de ter sido atacada? Melhor esperarmos até os médicos chegarem.

─Seria necessário?

─Eu diria que sim.

Diana olhou de seu marido atordoado para os arranhões em seus braços. Por fim, soltou um suspiro pesado e concordou.

─O que houve? ─Bruce repetiu a pergunta.

Martha se aproximou e deu um duro tapa no rosto do filho. Puxou Diana pelo braço e colocou-a na frente do filho.

─Houve isso! ─Gritou. ─Você surtou e bateu em nós! Se não fossem os empregados, não sei o que de pior teria ocorrido.

Bruce piscou perplexo, sem conseguir acreditar no que via. Sua mãe e sua esposa tinham arranhões e marcas vermelhas e roxas pelo rosto e braços. Diana parecia assustada, já Martha, exprimia raiva. Bruce abaixou a cabeça, envergonhado. Mesmo que não se lembrasse, sentia vergonha pelos atos de um outro que não era ele, mas usava seu rosto.

─Sinto muito. ─Disse.

─Isso não muda nada. ─Martha disse ríspida, e saiu.

*****

Diana acordou com os gritos angustiados de Bruce, vindos do banheiro. Levantou-se depressa, e correu para a porta, que encontrou trancada.

─Bruce! ─Ela bateu.

Bateu uma, duas, três vezes, até a porta ser aberta. Abriu a boca para perguntar se ele estava bem, contudo, preferiu se calar. Bruce se encontrava descabelado, sem camisa, e com um olhar furioso. Ficou parado um instante, então partiu para cima dela. Diana segurou seus braços, tentando se soltar, enquanto Bruce apertava seu pescoço.

─Martha apareceu pouco depois com o motorista, e eles conseguiram tirar você de cima de mim. Ele te nocauteou e o amarrou. ─Diana terminou o relato.

Bruce abaixou a cabeça, ainda mais envergonhado, ao mesmo tempo em que se encontrava confuso.

─Não me lembro de nada disso. ─Fez uma pausa. ─Sinto muito.

─Apesar de tudo, não estou brava com você. Assustada sim, mas não brava. Eu deveria te deixar e apoiar a decisão de Martha em te internar, contudo, sinto que há algo errado em tudo isso.

Ele ergueu a cabeça com as palavras dela.

─Errado? ─Questionou.

Diana assentiu, e abriu a boca para falar, contudo Martha apareceu logo em seguida, seguida por um médico e alguns enfermeiros. A mulher apontou para a figura de Bruce, amarrada à cadeira.

─É ele. Podem levar.

Diana correu e se colocou na frente da sogra, enquanto os homens seguravam seu marido.

─É uma atitude precipitada, Martha! O Bruce está bem agora e...

─Cale-se! ─Gritou. ─O que acha, doutor Ledger?

O médico riu e se aproximou. A figura tão familiar para Bruce, e que ainda assombrava seus pesadelos, se aproximou. Ele tinha os cabelos negros curtos e bem alinhados, e vestia um uniforme branco, com um jaleco sobre ele. Mesmo sem a maquiagem sinistra de palhaço, Bruce o reconhecia. Tentou se soltar, porém os enfermeiros o mantinham sob controle.

A versão do Coringa naquele mundo riu, de maneira ruidosa e sinistra.

─Levem-no daqui. ─E para Martha. ─Não se preocupe, senhora Wayne. Vamos cuidar bem do seu filho. Ele vai ter tudo que merece no Arkhan...

Bruce gritou, contudo Martha ignorou seus apelos, conversando um pouco mais com o médico. Diana era a única que parecia realmente se importar, e correu atrás dele. Correu para fora da mansão, enquanto seu marido era levado. Ela ficou na porta, observando sem poder ajudar.

Os enfermeiros jogaram Bruce na ambulância, e ela ainda ouvia o desespero dele. Martha saiu pouco depois, seguida pelo doutor Ledger. Os dois trocaram um cumprimento.

─Faremos a estada do senhor Wayne ser o mais confortável possível.

Martha concordou e voltou a entrar na casa. O médico entrou na ambulância e eles partiram. Apenas Diana ficou lá, observando seu marido ser levado. Aquilo tudo era muito errado. Ela precisava encontrar um jeito de ajudá-lo. Louco ou não. Era errado. Ela só não entendia por que.


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Notas finais do capítulo

Gente, esse capítulo ficou bom? Não ficou confusa a escrita? Eu achei que me enrolei com as palavras, sei lá. Me avisem qualquer coisa.
Bem, pelo que parece Diana quer ajudar o Bruce. Será que ela consegue? É o que veremos...
Gratidão!!!



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