Recomeço escrita por darling violetta


Capítulo 9
Tiro no Escuro


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Estou de volta!



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Coringa se aproximou da figura inconsciente de Batman.

─Por que ele abre os olhos?

Hera Venenosa parou o que fazia e olhou para o vilão. Deu alguns passos até estar ao lado dos monitores. Os sinais vitais de Batman estavam cada vez mais fracos, e em menos de dois dias, seu experimento estaria acabado.

─Ele abriu os olhos? Outra vez?

─Há algumas horas. ─Disse.

─E quando pretendia me contar? Idiota!

A vila correu para outro monitor, que estava desligado. Apertou um dos botões e pequenas luzes vermelhas piscavam na tela. As tais luzes formavam pequenos padrões, que ela ainda não conseguia entender. Contudo, entendia muito bem o que eles significavam.

─Isso é muito estranho. ─Franziu o cenho. ─Ele parece criar alguma resistência à minha Djinn. Não deveria acontecer.

─E o que isso quer dizer?

Observou a forma de Batman.

─Significa que vou apressar o processo. Não vou deixá-lo sair.

*****

Ele perdeu a conta de quanto tempo se passou desde que chegou ao Arkham. As horas seguiam um ritmo diferente, e na maior parte do tempo, se sentia dopado. Como se soubessem que deveriam deixá-lo preso ali. As poucas horas de lucidez eram usadas em busca de uma fuga. E agora era uma dessas horas.

Bruce estava em uma cela acolchoada, com nada além de sua companhia. Seus braços estavam presos em uma camisa de força, o que incomodava um pouco, mas nada que tirasse sua concentração. Estava sentado no chão, em posição de lótus, com os olhos fechados. Seu inconsciente vagava, procurando respostas.

De repente, a porta foi aberta. Bruce sentia a presença de duas outras pessoas no recinto. Talvez fossem os enfermeiros, vindo dar-lhe mais remédios. No entanto, não sentia a necessidade de se erguer e lutar, como das outras vezes. Será que perdia suas forças? Será que ele desistia de lutar?

─Você tem alguns minutos. ─Uma voz masculina disse. ─Se alguém a encontrar, eu não sei de nada.

O enfermeiro disse e pouco depois, a porta se fechou. Ainda havia uma presença no recinto. Bruce sentiu-a cada vez mais perto. Duas mãos femininas tocaram seu rosto, e ele se obrigou a abrir os olhos.

─Oh, Deus, Bruce! ─Diana sussurrou. Ela estava agachada de frente a ele, segurando-lhe o rosto. ─Como senti saudade!

─Diana? ─Sua expressão era tão confusa quanto ele pensava em ser? Bem provável. ─O que faz aqui?

A mulher beijava-lhe o rosto, ignorando suas indagações, e exprimia toda sua raiva por vê-lo naquela situação.

─O que fizeram com você? Eu não acredito que sua própria mãe te colocou nessa situação!

─O que faz aqui? ─Repetiu.

Diana se recompôs um pouco. Balançou a cabeça e ficou de pé. A posição era ruim, considerando que estava grávida.

─Sinto muito por não ter vindo antes, Martha deu ordens expressas para não deixarem ninguém te visitar. Eu tentei, contudo, o doutor Ledger não me deixou entrar.

─Como então...

Ela deu um meio sorriso e ergueu a mão. Bruce era um bom detetive, e a aliança de casamento de Diana chamou sua atenção. Ou melhor, a falta dela.

─Eu não tenho jóias, e desde que Martha passou a me hostilizar, só me restava a aliança de casamento. Eu a penhorei e usei o dinheiro para subornar um dos enfermeiros, e aqui estou eu.

Bruce não podia deixar de dar uma leve risada. Aquela Diana era muito parecida com a verdadeira. Por isso, era tão fácil gostar dela. Era uma mulher muito forte. Mas então, lembrou-se da verdade. Aquela Diana não era real.

─Você não é real. ─Sussurrou, mais para manter-se com a verdade que qualquer outra coisa. Ainda assim, Diana o ouviu.

─O quê? Como assim eu não sou real? ─Indagou.

Bruce encarou a esposa. Ela tinha os braços cruzados, e aquela expressão que não sairia sem antes ouvir a verdade. E ela estava ali por ele. Talvez, apenas talvez, ela fosse uma luz no fim do túnel. Era arriscado, porém decidiu contar-lhe a verdade.

─Você não é real. ─Repetiu, ganhando risos da parte dela. Não se abalando, prosseguiu com o relato. Diria a ela tudo que sabia. ─Nada neste mundo é real. São apenas ecos, criados a partir de uma realidade alternativa, feitos para me manter sob controle.

─E por que você é tão importante para criarem algo do tipo?

─É uma longa história, mas se estiver disposta a ouvir...

─Acho que nenhum de nós irá a outro lugar.

Bruce concordou e começou seu relato. Contou-lhe tudo. Falou sobre sua vida real, onde era Bruce Wayne, mas também um herói conhecido por Batman. Deu um resumo de sua vida nos últimos anos, inclusive como conhecia a verdadeira Diana, que era uma princesa no mundo real. Enfim, disse-lhe sobre a última semana, e como foi parar naquele mundo alternativo.

Diana tinha a boca aberta e os olhos arregalados em horror. Tudo que Bruce lhe disse, era demais. Era informação demais. Levou a mão à barriga crescida. Ela esperava um filho, e era cruel demais ouvir que era tudo uma mentira. O amor deles, o casamento, os amigos... nada então era real? Talvez Martha estivesse certa, e Bruce sofria de algum transtorno. Melhor mesmo deixá-lo internado.

Ela balançou a cabeça, e caminhou para a saída, ignorando os apelos dele. Bruce suspirou, pensando que perdia sua única ultima chance de sair. Mas então, Diana parou na porta. Por um instante que pareceu eterno, relutou consigo mesma entre dar as costas ao marido e jamais voltar, e acreditar nele. Sua intuição gritava para acreditar nele. Bruce nunca a decepcionou, e não começaria agora. Devagar, se voltou a ele.

─Perdi meu único bem de valor, e minha casa para estar aqui porque acredito em você. Então, por favor, faça valer a pena.

─Não estou entendendo.

─Como eu posso ajudar você, Bruce?

─Você quer me ajudar? ─Questionou.

─Sim, sim. Quero te tirar deste lugar maldito.

            ─Não acha que estou louco também? ─Retrucou.

            Diana deu de ombros.

            ─Eu até penso nessa possibilidade, e posso me arrepender muito pelo que vou fazer, mas... é na alegria e na tristeza. Só estou seguindo meus votos.

            ─Você é perfeita demais para ser real.

            Ela riu.

            ─Se sou sua imaginação, sou exatamente como você quer, senhor Wayne. Vamos aos negócios?

            Bruce sorriu e concordou. Independente do que acontecesse, agora tinha uma aliada. Ele sabia que Diana o ajudaria. A amazona jamais o deixaria na mão.


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Notas finais do capítulo

Será que ele consegue sair, minha gente? Veremos...
Gratidão!!!



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