Recomeço escrita por darling violetta


Capítulo 7
Dentro da Mente


Notas iniciais do capítulo

Ah, eu queria esperar pra postar isso, mas eu não aguento esperar.



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Batman estava desacordado, preso em uma maca, ligado a tubos e agulhas. Pelos tubos, um líquido vermelho passava, e caíam em algumas plantas estranhas, dentro de recipientes de vidro. Coringa o observava curioso, enquanto Hera Venenosa monitorava os sinais vitais do herói por um monitor.

            ─Por que não o mata simplesmente? ─Coringa indagou.

            Hera Venenosa deu de ombros, e voltou ao trabalho.

            ─Você me pagou para criar uma arma capaz de prender o Batman. Eu sou uma cientista, meu caro. Além do mais, estou alimentando minhas plantas com a vida dele.

            ─Por que não o mata? ─Repetiu. ─Se há uma saída, o morcegão deve procurá-la neste momento.

            A vilã se voltou ao Coringa, um pouco entediada.

            ─Ele não pode sair. Mesmo se descobrisse a verdade, todos na mente dele lutarão para mantê-lo. E ele só tem mais dois dias antes que minhas plantas suguem sua energia vital por completo.

            O Coringa riu alto.

            ─Muito cruel. E esperto.

            Ela pareceu satisfeita.

            ─Eu a chamo de “Djinn”. A planta dos sonhos.

*****

            Bruce saiu atordoado do consultório de Hastins. Ele estava preso em sua própria mente. Lembrou-se da Mercenária Negra, que foi usada há algum tempo contra o Superman.  Porém, a coisa que rastejou para sua espinha era um misto de planta e animal. Tinha a mesma função, embora diferente. Seja o que fosse, agora que ele sabia a verdade, precisava encontrar a saída.            Ele correu para casa. Embora duvidasse da existência de uma porta, precisava procurá-la.

*****

            Martha e Diana conversavam e sorriam. Diana mostrava à sogra as roupas e demais objetos que comprou para seu futuro filho. As duas mulheres estavam na sala, e olharam assustadas quando a porta foi aberta de modo repentino. Um Bruce Wayne quase atordoado apareceu. Ele ainda tentava se manter calmo, porém, deixava algo transparecer. E Diana era muito perceptiva.

            Ela ficou de pé, e caminhou para o marido, parado na porta. Ele as observava. Bruce lembrava que aquela versão de sua mãe não passava de um eco, e a verdadeira, estava morta há muito tempo. Já Diana, em outra realidade ela era uma princesa amazona, e não uma mulher comum. Ela também não era sua esposa.

            ─O que houve, Bruce?

            Diana segurou seu rosto, porém, Bruce a afastou. Segurou-lhe as mãos, e tirou-as de seu rosto. Saber a verdade e não conseguir sair era muito cruel.

            ─Eu preciso ficar um tempo sozinho.

            Ignorando os protestos das mulheres, Bruce correu para o andar de cima. Diana se voltou para Martha, tão surpresa quanto ela.

            ─Vocês estão bem, querida?

            ─Até esta manhã, sim. Seja o que for, eu vou descobrir ou não me chamo Diana Prince-Wayne.

Ele entrou em seu quarto e trancou a porta atrás de si. Acendeu as luzes, e tirou a camisa. Havia um grande espelho, e Bruce tentava distinguir algo em suas costas. Nada. Ele abriu as cortinas, e deixou o máximo de luz entrar no ambiente.

Devagar, ele se virou. Com a grande quantidade de luz, conseguia perceber a criatura em suas costas. Ela tinha escamas em formato de folhas, e era verde. Fios partiam de suas garras e boca, ligando-o às costas de Bruce. Se não soubesse que procurava aquela coisa, ele nunca a teria encontrado.

Ele bem que tentou puxar usando de toda sua força. Contudo, suas tentativas foram em vão. A coisa não saía do lugar. Desistindo, fechou as cortinas, assim como apagou a luz. Vestiu a camisa em seguida, para não correr o risco de não ver a coisa novamente.

*****

Depois de horas, Diana conseguiu entrar no quarto. A porta se abriu e Bruce a encarava com um olhar severo. Ela deu alguns passos para frente, com a intenção de tocá-lo. Contudo, o olhar era tão intenso que ela decidiu não o fazer.

─Qual o problema, Bruce? Nós estamos preocupadas.

Ele soltou um suspiro pesado, então observou a forma dela. Diana parecia frágil neste mundo, e ela estava grávida. Mesmo não sendo real, ele desejava que fosse. Naquele momento, percebeu que sair seria mais difícil do que imaginou. Afinal, aquela realidade foi projetada especialmente para ele. Seus desejos mais secretos, ganhando vida. Balançou a cabeça.

─Não foi nada, Diana. ─Fez uma pausa. ─Está tarde, melhor descansar...

Bruce sabia que não a convenceu. Diana era esperta demais, e ela conseguia ver os menores detalhes da parte dele. Mas, para sua sorte, ela decidiu passar. Ao menos por enquanto. Assim, assentiu.

─Quero saber a verdade. E não pense em me esconder nada.

─Amanhã. ─Prometeu. Ele só não sabia se poderia cumpri-la. Novamente, Diana concordou.

─Tudo bem. Martha dormirá em um dos quartos de hóspedes. Ela também está preocupada com você.

Para não levantar suspeitas, teve que concordar. Diana deu-lhe um abraço, e ele se viu obrigado a aceitar. O simples gesto o fez tremer. Era uma realidade perfeita. Se não fossem as visões estranhas, ele jamais perceberia. A cada instante naquele mundo ele se forçava a lembrar que não era real. A cada segundo com Diana, ele quase esquecia a verdade. Quase.

Ele precisava lutar. Assim, afastou-se dela. Era ela sua maior tentação naquele mundo.

─Eu não posso. Sinto muito.

─Bruce... ─Ela o chamou, porém ele saiu, deixando-a sozinha no quarto do casal. ─Deus, o que está acontecendo?

*****

─Eu não sei o que se passa com ele, Martha. ─Diana chorava para a sogra.

Era de manhã, e Bruce ainda estava fora. Diana explicou à Martha a frieza com que Bruce lhe tratou. E disse ser muito estranho. Eles estavam tão bem, e do nada, a mudança aconteceu.

─Olhe, querida, eu sinto muito, mas talvez...

Diana enxugou as lágrimas e fitou Martha.

─Talvez o quê?

─Não é uma atitude que eu esperaria do meu filho, contudo, ele talvez tenha uma amante.

─Amante? Não, o Bruce me ama. Ele jamais me trairia.

Martha segurou-lhe a mão, com o olhar pesaroso.

─Espero que esteja certa, minha querida. Pelo bem do meu neto.

*****

Bruce deu uma ultima olhada na gruta que foi ou deveria ser, a batcaverna, nos alicerces da mansão Wayne. No momento, era apenas uma gruta. Paredes de pedra, e sem iluminação a não ser a lanterna que ele carregava. Em outra realidade, aquela era sua base de operações. Seus equipamentos, suas fantasias, tudo ficara do outro lado.

Por mais perfeito que fosse, este não era seu mundo. Ele poderia ser um homem problemático e obscuro, no entanto Gotham necessitava dele. Ele era um herói, e sua vida era em benefício dos outros. Mesmo sacrificando sua realidade perfeita, Bruce decidiu usar de todas as suas forças para sair. Cedo ou tarde, ele iria sair...


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Notas finais do capítulo

Bruce decidiu sair. Vai ser fácil, certo? Não mesmo.
Gratidão!!!



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