Recomeço escrita por darling violetta


Capítulo 12
Mundo Real


Notas iniciais do capítulo

Ah, não! Este é o último capítulo! Tem apenas um epílogo, mas este é realmente o fim.
Até que eu gostei de escrever isso. Escrever para o Batman é diferente, eu tentei trazer uma história mais escura, mas gostei do resultado final. Espero que quem ler isto, também goste.



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Mais que decidida, Diana se aproximou da estrutura de um armazém abandonado. O local parecia inutilizado há anos, mas ainda assim, lá estava ela. Segundo Alfred, o último paradeiro de seu patrão foi aquele lugar. Ele foi atender um pedido de ajuda, e desde então não tinham mais notícias do homem morcego.

            Caminhou a passos apressados, mas à medida que se aproximava da estrutura escura e suja, sentia como se fosse seguida. Num movimento preciso, ela se virou e agarrou seu possível opressor, prensando-o contra uma parede. Conteve um golpe ao perceber a cabeleira ruiva seguida do olhar espantado. Diana soltou a ruiva, que caiu de volta a seus pés, alisando a garganta.

            ─Eu diria para você ir com calma, mas a culpa também foi minha por andar atrás de você.

            ─O que faz aqui, Shayera? ─Indagou, ao mesmo tempo em que fuzilava a tanagariana com o olhar.

            ─Sabia que você não ficaria parada, e decidi ajudar.

            ─E por que me ajudaria? ─Perguntou desconfiada, já a ruiva deu de ombros.

─O Batman é como um irmão mais velho. Além do mais, é uma das poucas pessoas que ainda fala comigo.

Embora Diana relutasse em aceitar ajuda que lhe era oferecida, ela sabia que era preciso algo grande para deter Batman. Assim, mesmo não gostando, não tinha como recusar a mão que lhe era oferecida. Então, as duas heroínas caminharam na direção do armazém. Shayera olhou ao redor.

─Por que estamos aqui? Justo aqui?

─Este foi o último paradeiro do Bruce. ─Disse. ─Me Admira que ninguém tenha procurado.

─Não há nada aqui.

Diana franziu o cenho e encarou a ruiva de braços cruzados.

─Como sabe?

─Porque J’onn e eu reviramos todos os cantos deste lugar e não encontramos nada.

─Talvez não procuraram direito. ─Disse, agarrando ao que restava de uma janela. Usando de toda sua força, jogou-a longe. Entrou, seguida por Shayera.

Como do lado de fora, o armazém parecia abandonado há anos. Andaram através dos escombros. Desta vez, no entanto, havia algo diferente.

─O que é isso?

As duas se aproximaram de uma estranha rachadura na parede. Não era grande, apenas alguns centímetros. Shayera tocou a rachadura e franziu o cenho. Trocando um olhar cúmplice, elas tiveram a mesma idéia. Ela ergueu sua clava, ao mesmo tempo em que Diana vinha na direção da parede.

*****

─Está feito. ─Hera Venenosa afirmou assim que o último de seus aparelhos estivesse desligado, restando apenas o monitor de batimentos cardíacos. Seus planos eram outros, contudo, não daria chances a Batman de voltar, seja lá como ele fizesse.

Coringa deu de ombros, entediado com o fim próximo da brincadeira. Agora, com o fim iminente de Batman, não parecia tão bom quanto antes. Foi fácil demais. Ele pensou que teria um pouco mais de tortura.

De repente, eles ouviram um estrondo. Hera Venenosa se afastou de Batman, enquanto Coringa se aproximava da porta. O vilão foi parar longe, como a porta foi arrebentada pelo lado de fora. Qual não era sua surpresa ao ver duas heroínas paradas ali?

Elas deram uma boa olhada no lugar. As paredes em um branco doentio escondiam uma tecnologia muito avançada, poderosa o bastante para bloquear os poderes telepáticos de J’onn. O armazém abandonado era apenas uma fachada para o laboratório. O lugar todo era repleto de estranhas tecnologias, inclusive uma estufa cheia de plantas monstruosas. Porém, o que mais chamava atenção era a figura negra mantida na maca, ligado a fios e aparelhos.

─Batman! ─Diana gritou e correu na direção do herói caído.

No entanto, ela foi interceptada. Sentiu o duro golpe apenas quando era tarde demais. O Coringa acertou em cheio em seu rosto bonito. Diana cambaleou, mas logo se recompunha. Colocou-se em posição de luta. O Coringa não seria um grande adversário contra ela. Hera Venenosa correu para ajudar o vilão, no entanto, Shayera logo estava na sua frente.

─Nem pense nisso, queridinha!

As duas mulheres se encararam um instante. Shayera girou sua clava, ao mesmo tempo em que Hera Venenosa corria para ela. A vilã segurou em sua clava, impedindo a heroína de usar sua arma. Elas giraram, sem Shayera conseguir se libertar. Hera Venenosa estava mais forte que o usual. Era difícil colocá-la para baixo.

Diana também parecia ter dificuldades contra o Coringa. O vilão vestido de palhaço lançou a ela um sorriso sinistro, ao mesmo tempo em que a golpeava novamente no estomago. Diana caiu, segurando o local atingido. Ela olhou para cima, enquanto ele caminhava em sua direção. Agarrou-a pelos cabelos, puxando-a para cima.

─À medida que o morcegão enfraquece, nós ficamos mais forte.

Embora Diana não entendesse o que aquelas palavras queriam dizer, ela sabia que precisava tirar Batman de sua prisão. Com toda sua força, conseguiu acertar o Coringa. Ele a soltou com o golpe, e deu alguns passos para trás. Diana viu algo se mexendo por baixo das roupas dele, e seja o que for, ela sabia ser a fonte de sua força.

Ela logo vinha para cima do vilão, acertando-o onde podia. Em um dado momento, segurou algo com a textura pegajosa, mas semelhante a um tentáculo. Ela puxou com toda sua força. Foi difícil, mas aquela estranha criatura foi se desgrudando do corpo do vilão. A criatura, metade planta metade animal, soltou um grito feio e começou a secar diante de seus olhos, ainda em sua mão. O Coringa também soltou um estranho grito, e caiu no chão, inconsciente.

Hera Venenosa escutou as lamúrias de sua planta e se voltou para ver o que acontecia. Ela viu o Coringa caído, e sua planta se desfazendo nas mãos de Diana. Shayera aproveitou a distração da inimiga e se lançou contra ela. A vilã não esperava, e Shayera voou contra ela, na direção da estufa cheia de plantas híbridas.

Com o impacto, a estufa se quebrou, fazendo as duas mulheres caírem no meio das plantas estranhas. Shayera foi se levantar, mas sentiu alguma coisa agarrar sua asa. Tentáculos surgiam das plantas, e vinham na direção dela. Enquanto a heroína tentava se livrar, Hera Venenosa aproveitou o momento para fugir.

Shayera aproveitou a carga elétrica em sua clava, e deu um choque na estranha criatura que a agarrava. Ela viu como a coisa se desfazia, secando e soltando-a. sabia então o que deveria fazer. Sua clava não seria o suficiente, então ela correu e derrubou os aparelhos elétricos. O que começou como uma fagulha, logo se espalhava mais e mais.

Hera Venenosa parou em sua fuga, tentando se decidir entre salvar suas criações, ajudar o Coringa ou fugir. Embora tenha gostado da parceria, ela sabia que ele jamais se arriscaria por ela. Assim, decidiu fugir, assombrada pelos grunhidos de dor de suas plantas monstruosas sendo queimadas. Embrenhou-se nas sombras, aproveitando a distração das duas heroínas.

Com o Coringa ainda desacordado, Diana se aproximou de Batman. O herói abriu os olhos por um instante, contudo os fechou em seguida. Outra das estranhas criaturas saiu de suas costas, caindo ao chão e secando como as outras. O aparelho que monitorava seu estado debilitado, mostrava seus batimentos caindo com uma rapidez alarmante.

Ela olhou ao redor. O Coringa ainda estava desacordado, e Shayera colocava fogo no lugar. Sem a barreira telepática, J’onn já deveria saber onde eles estavam. Soltou Batman dos aparelhos que não serviam para mais nada, e correu para fora, com o herói desacordado nos braços.

Do lado de fora, ela ouvia o som das sirenes, se aproximando de onde estavam. Diana deitou Batman no chão e tentou ouvir seu coração, mas ele havia parado. As ambulâncias ainda estavam longe, então começou ela mesma as manobras de ressuscitação.

─Por favor, reaja! ─Ela pediu e continuou fazendo massagem cardíaca, alternando com respiração boca a boca. ─Por favor!

Shayera saiu pouco depois, arrastando um Coringa ainda desacordado, enquanto o lugar atrás delas pegava fogo. Diana tomou-lhe a clava das mãos, e usou uma descarga elétrica como um desfibrilador. A eletricidade percorreu o corpo do herói, e reanimou seu coração. Ambas as mulheres soltaram um suspiro de alívio.

O som das sirenes estava ao redor. Uma ambulância logo recolhia Batman, e lhe dava o atendimento necessário. A viatura levava o Coringa, e ele teria que responder muitas perguntas. Apesar do dia ruim, elas venceram. E Batman logo voltaria para casa. Ele ficaria bem, elas tinham certeza...

Algum Tempo Depois...

Batman andava pelos corredores da liga. Era seu primeiro dia de volta depois de tudo que houve. Estar em um outro mundo e perder a vida perfeita foi um duro golpe, até mesmo para ele. Aquilo tudo não mexeu apenas com seu corpo, mas principalmente com sua mente e era assustador.

Depois de um pouco de caminhada, encontrou uma das pessoas a quem queria agradecer. Shayera estava sozinha no refeitório, até que sentiu uma presença a seu lado. Deu um meio sorriso ao amigo.

─Soube que tinha voltado. Fico feliz em saber que está melhor.

Batman sentou de frente a ela.

─Ainda não agradeci por ter me ajudado.

            A ruiva deu de ombros.

            ─Eu não fiz nada, foi a Diana. Ela não desistiu. Tentou te ressuscitar até os médicos chegarem.

Embora soubesse que era verdade, não poderia deixar de agradecê-la. Ele lembrou do sacrifício dos amigos na outra realidade. Pensar na morte dos amigos, mesmo que não fosse real, deixou-o um pouco doente. Sem eles, talvez não estivesse ali para agradecer. Ainda não se livrara de todos os traumas da experiência ruim, contudo, ele sabia que logo o faria.

─Eu não sei o que você passou, mas acho que deveria contar a alguém. Não a mim, claro...

Shayera deu um sorriso, e não era preciso muito para o homem morcego entender o que ela queria dizer. Pela maneira como Diana lutou por ele até o fim, sabia que os sentimentos da princesa amazona iam além de uma amizade. E aquilo o agradava deveras. Talvez fosse hora de abandonar um pouco a vida solitária.

─E você deveria prestar atenção nas pessoas ao redor. ─Disse, lembrando-se do casal incomum que ela formava na outra realidade com o Flash. Batman sabia que ela ainda tinha sentimentos pelo Lanterna Verde, contudo talvez fosse hora de recomeçar. ─Tenho certeza que há alguém que gostaria de sua companhia.

─O que quer dizer? ─Ela indagou, mas em resposta obteve apenas um meio sorriso enigmático. Batman simplesmente levantou e saiu. Ela descobriria por si mesma. E também, havia um outro alguém com quem ele desejava muito falar...

*****

Diana ouviu a porta se abrir, e franziu o cenho diante da intromissão. Abriu a boca para dizer palavras duras, mas tudo que conseguiu foi exibir um grande sorriso ao ver a figura que se encontrava em sua porta. Esquecendo protocolos e qualquer falta de um contato mais intimo, jogou-se nos braços do homem morcego.

Estava tão feliz em vê-lo bem e de pé que se esquecia de todo o resto. Batman foi pego de surpresa, um pouco desconcertado, mas aos poucos se viu retribuindo aquele abraço. Perdeu a conta de quanto tempo ficaram lá, até que Diana foi a primeira a quebrar o contato.

─Fico muito feliz em te ver acordado. ─Fez uma pausa ─Imagino que tenha sido difícil.

─Será que podemos conversar? ─Pediu. Diana assentiu e os dois sentaram lado a lado na cama. Batman então começou seu relato.

*****

─Não havia Superman, nem Lanterna Verde ou Caçador de marte. Nem liga da justiça, nem heróis. Mas você estava nessa realidade. Enquanto todos lutavam para me manter prisioneiro, você me ajudou. Correu riscos por acreditar em mim...

Batman contou-lhe cada detalhe da outra realidade. Contou como não existiam heróis e os dilemas daquela vida. Contou também como foi crescer com os pais, e que as falsas memórias ainda se misturavam com as verdadeiras. No outro mundo, ele era um homem comum, e era bom, mas ainda assim, quando soube da verdade, sabia que precisava urgente voltar a seu mundo, porque ele não era um simples homem comum.

E foi difícil, ele disse a ela. Foi difícil abandonar uma vida perfeita, onde tinha tudo que queria e mais. E contou o quanto foi difícil abandonar a versão dela naquela realidade, e no entanto, essa mesma versão que o ajudou a sair. Sem Diana, ele nunca teria voltado. Assim, Diana soube como o ajudou duas vezes, em ambas as realidades. Foi preciso algum tempo para ela entender tudo que ele lhe dissera. Era muita informação.

            ─Então o Flash e a Shayera eram casados, nós duas éramos melhores amigas e eu era sua esposa?

            ─Todos pareciam felizes, foi realmente difícil sair. Sem a sua versão naquele mundo, eu não teria forças para lutar. Não apenas você me ajudou, mas foi principalmente você. Serei eternamente grato.

            ─Não há nada a agradecer, Bruce. Eu só fiz o que meu coração mandou. E acredito que a outra Diana também.

            ─A lembrança dela sempre estará comigo. ─Confessou.

            Diana segurou-lhe a mão.

            ─E eu estou com você. Sempre.

            Batman sorriu. Ele não era um homem de muitos sorrisos, porém aquela promessa o agradava. Se Diana disse que ficaria sempre a seu lado, ela o faria. Ele tinha certeza.


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Notas finais do capítulo

Gratidão!!!



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