50 Tons de Fanfiction escrita por Nymeria


Capítulo 11
[SUPERNATURAL] Arrependimento?


Notas iniciais do capítulo

Tema 19: Começar uma história com “Nunca mais, é uma promessa...”

Fandom: Supernatural
Ship: Destiel
Avisos: Nenhum.

Não tenho como me defender, mas juro que o próximo capítulo não será de SPN! Boa leitura! :)



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“Nunca mais, é uma promessa…” Sam Winchester entrou na sala deparando-se com o irmão mais velho resmungando para si mesmo essas palavras, com o cabelo bagunçado e uma expressão de desespero no rosto, enquanto mexia no celular.

“Nunca mais o quê?” perguntou o mais alto, confuso e preocupado.

“Nunca mais eu vou beber.” disse Dean, ainda com um ar consternado.

“O que você fez? Mandou nudes pra alguém?” perguntou Sam, rindo. Contudo, a expressão de Dean fez com que ele parasse no mesmo instante e arregalasse as orbes verdes. “Você realmente mandou nudes pra alguém?”

“QUÊ? NÃO!” respondeu o de cabelos curtos. “De onde você tirou isso?”

“Você tá mexendo no celular e resmungando sobre nunca mais beber, então deduzi que você mandou alguma coisa que não devia para alguém.”

“Mandei uma mensagem.” respondeu Dean. “Sem fotos, graças a Deus!”

“Dean, isso não é o fim do mundo, todo mundo já mandou mensagens bêbado. Eu mesmo outro dia mandei mensagem para Eileen, pedindo para adotarmos um cachorro e a gente nunca conversou sobre isso antes…”

“Acontece que você e Eileen estão juntos, só falta ela trazer as malas para cá.”

“Pra quem você mandou mensagem afinal? Foi pra mim?” Sam pegou o aparelho e verificou se havia mensagens do irmão.

“Não, não foi pra você.”

“Então pra quem foi?” Sam achou que suas vistas estavam enganando-no porque o irmão parecia estar corado. “Qual é, Dean! Você não vai me dizer?  Não é como se eu conhecesse a pessoa.” Dean estava definitivamente corado agora. “Ai meu Deus! Eu conheço a garota? Quem foi?”

“Sam, deixa isso pra lá! Eu não quero falar sobre isso.”

“Dean! Eu sou seu irmão, me fala quem foi. De repente eu posso até ajudar.”

Dean pareceu relutante entre se abrir ou não  para Sammy, mas por fim cedeu.

“Foi pro Cass, tá bom?

“Ah, Dean!” disse Sam, em um tom que indicava que o irmão estava fazendo tempestade num copo d’água. “Isso não é grave, Cass é seu melhor amigo. Dependendo da mensagem, com certeza que ele já deve saber que você tá bêbado.”

“Sério? É do Cass que estamos falando aqui.”

“Se você tá realmente preocupado com isso, manda outra mensagem pra ele e diz para ignorar a anterior, que você estava bêbado quando mandou. O que tinha na mensagem, afinal?”

“Nada de mais.” O Winchester mais velho respondeu rápido demais.

“Ok, não me conte.” respondeu Sam. “Mas depois não venha me pedir ajuda quando você perceber que estragou a amizade de vocês por conta de alguma merda que você disse enquanto estava bêbado…”

“Isso nunca iria acontecer…” resmungou Dean. “Isso nunca iria acontecer, certo?” O mais velho estava inseguro agora. “Quer dizer, do Cass nunca mais querer falar comigo por causa de alguma coisa que eu disse…”

“Seja lá o que for que você disse, com certeza você já disse coisas piores antes.”

“Não ta ajudando, Sammy!” disse o caçador, sentindo um leve pânico.

“Me mostra a mensagem que eu tento ajudar de forma menos vaga.”

Foi decididamente relutante que Dean mostrou o celular para o irmão. Desapontado, mas não surpreso, o mais novo começou a rir descontroladamente, para sua humilhação maior.

“Sammy!!”

“Quando vocês pretendem me convidar para o casamento?” perguntou Sam, perturbando o irmão mais velho.

“Vadia!” retrucou Dean, vermelho como pimentão maduro, enquanto tomava o aparelho da mão do irmão. “Não te mostrei pra rir da minha desgraça.”

“Desculpa!” respondeu o de cabelo comprido. “É que eu nunca imaginei você dizendo isso pro Cass nem em cem anos! Por acaso você tá afim do Cass? Sabe o que dizem… Mensagens de bêbado são as mais sinceras...”

“E daí se eu tiver?” explodiu o irmão mais velho.

“Não, pera...” Sam conhecia Dean o suficiente para saber que aquela insinuação poderia não ser meramente hipotética. Imediatamente o irmão caçula parou com a zoação e assumiu uma postura séria. “Você gosta mesmo do Cass? Sério?” perguntou Sammy, surpreso.

“Sim…” respondeu Dean, quase que para si. Sam esperou-o falar mais alguma coisa, ele parecia estar guardando aquilo há muito tempo. “Mas não era pra ele saber disso assim…”

“Olha, isso pode ter sido até uma coisa boa. ..”

“Sammy, como diabos isso pode ter sido uma coisa boa?”

“Você sempre pode dizer pro Cass que mandou a mensagem por engano, mas honestamente, essa pode ser a oportunidade perfeita pra deixar as coisas claras de uma vez entre você e o Cass.” Sam explicou. “Eu sempre percebi certa tensão entre vocês, mas não entendia o motivo... Agora tudo faz sentido.”

“Não há tensão, ok?” retrucou Dean. “Não há nada entre mim e o Cass. Isso é algo totalmente platônico.”

“Só tem uma maneira de você saber…”

“Você não vai me convencer a fazer isso.”

“E se ele gostar de você também?” insistiu Sammy.

“Sem chances.”

“Por que?”

“Porque Cass é um anjo, ele não pensa nas pessoas assim.”

“Mas casou enquanto estava desmemoriado, deu uns pegas naquela ceifadora e beijou Meg… Definitivamente não pensa nas pessoas assim.” respondeu Sam, com ironia.

“Ok, talvez ele pense em mulheres assim,” retrucou Dean. “O que, obviamente, eu não sou.”

“Você sempre podia tentar se vestir de uma…” O Winchester mais velho olhou para o de cabelos longos com uma expressão assassina no olhar. “Desculpa, ok. Parei de zuar.” Sam passou mão pelos cabelos castanhos e expirou pela boca. “Olha, é como eu te disse: você pode dizer que tava bêbado e mandou por engano ou você pode ser sincero com ele logo de uma vez. Eu duvido que Cass vai deixar de falar com você, independente do que você faça. Sério. Você já fez muita merda nessa vida. Dizer que ama o Cass e pedir ele em casamento não é, nem de longe, uma delas, mesmo que vocês não estejam namorando.”

Dean ponderou acerca do que Sam dissera e constatou que o irmão tinha razão. Além disso, Cass não era preconceituoso, ele mesmo disse uma vez que era indiferente a gênero.  De repente, o anjo não se incomodaria que Dean pensasse nele dessa forma, tampouco ia sentir-se ofendido com a declaração súbita do caçador. Mesmo assim, a mente do mais velho já começava a elaborar todo um discurso para explicar como aquela mensagem fora enviada por engano e, logicamente, culpar a bebedeira por isso, afinal, apesar dele realmente nutrir sentimentos além de amizade pelo anjo, ele jamais admitiria isso nessa encarnação, se estivesse sóbrio.

Apesar das preocupações de Dean quanto a reação de Castiel à sua mensagem enviada em estado de embriaguez, não recebera nenhuma resposta do anjo. Dean ficou divagando se o motivo do silêncio seria porque Cass não vira o recado ainda - o céu não tinha uma rede muito boa, pelo que o amigo já comentara - ou se porque ele estava ignorando-o. Entretanto, o moreno apareceu no bunker no dia seguinte. Cumprimentou ele e Sammy como de costume; nada em seu comportamento parecia fora do normal, mas Dean precisava ter certeza que a amizade deles não fora abalada em nenhum nível, então quando seu irmão avisou que iria ao supermercado, ele resolveu abordar o anjo.

“Então, Cass… Como foram as coisas lá em cima?”

“Foram bem. E por aqui?” perguntou o serafim.

“Também foram bem.” respondeu o caçador. “Exceto pelo fato de que eu bebi demais ontem à noite…”

“Oh…”

“O que você quer dizer com ‘oh’?” perguntou Dean, tentando esconder o nervosismo.

“Oh… Nada.” respondeu Cass, nada convincente. “É só que isso explica muita coisa. Eu recebi uma mensagem sua, quando o sinal do meu celular voltou. A princípio tinha achado que você tinha sido possuído, mas lembrei que você e Sam usam tatuagens anti-possessão. E Sam parecia calmo demais quando cheguei para estar lidando com um irmão possuído.”

“Não estou possuído.” respondeu Dean.

“Okay.” O anjo olhou em seus olhos e parecia a Dean que ele estava lendo sua alma. Ele sentia-se constrangido de olhar o amigo nos olhos depois de ter dito tudo o que disse naquela maldita mensagem - não que tivesse sido alguma mentira, de qualquer forma -, mas não conseguia desviar o olhar, tampouco.

“Então…” Dean procurava em sua mente as palavras para dizer o que queria. “Tá tudo bem entre a gente? Quero dizer, você não tá com vontade de me bater ou sei lá? Porque a última coisa que eu quero é  estragar-”

“Dean.” O anjo interrompeu. “Tá tudo bem, não precisa se preocupar. Eu já entendi o que aconteceu: Você estava com o discernimento afetado pela quantidade exacerbada de álcool que consumiu na noite em questão e acabou fazendo algo que, em seu estado sóbrio, você nunca faria.” Castiel suspirou levemente e prosseguiu: “E mesmo que não fosse esse o motivo da mensagem, ainda assim estaria tudo bem.”

“Sério?” Dean estava surpreso.

“Claro que sim.” respondeu o ser celestial. “Dean, você acha mesmo que eu ia recriminá-lo por gostar de mim? Por que eu faria isso?”

“Porque você é um homem, ou pelo menos está no corpo de um, e você gosta de mulheres.”

“Eu não sou um homem, sou um anjo. E lembro-me de já ter lhe dito que sou indiferente a gênero. Durante minha existência, já tive vasos masculinos e femininos e ambos foram-me igualmente úteis…” Dean ficou surpreso, Cass nunca havia compartilhado nada sobre já ter sido “mulher”. “De mesmo modo, sou indiferente à orientação sexual.”

“Cass, você tá querendo me dizer que gosta de homens também?” O coração de Dean parecia querer sair pela boca.

“Sim.” Cass respondeu francamente. “O que me atrai em alguém não é o genero dele, mas a personalidade.”

“Você já transou com homens?” Dean desconhecia esse lado bissexual de Cass e sabia que a pergunta que fizera fora indiscreta, mas sua mente fervilhava de curiosidade. Além disso, o anjo era seu melhor amigo, ele sentia que poderia perguntar esse tipo de coisa pra ele. Deus, ele estava até sentindo-se inclinado a revelar a verdade sobre si mesmo para Cass.

O anjo, como era de se esperar, pareceu-lhe levemente encabulado com a pergunta, da mesma forma como ficara quando Dean perguntou-lhe se ele era virgem, anos atrás, pouco antes de enfrentarem Raphael - que por sinal, também usou um vaso feminino, depois que Cass destruíra sua casca anterior - e Dean imediatamente  soube que a resposta era não.

Dean costumava transar com pessoas experientes, mas alguma coisa na inocência de Cass era extremamente apelativa para ele. De repente, Dean viu-se querendo ser o primeiro - primeiro? Não. Único! - homem de Cass e certas partes do seu corpo concordavam plenamente com a ideia. Tentou desviar os pensamentos do assunto, antes que seu corpo acabasse o denunciando.

“Eu nunca tive a oportunidade.” confessou o anjo, tal como naquele dia chuvoso, no qual enfrentaram o arcanjo. “Mas não é preciso copular com alguém para saber que você gosta dele.”

O jeito que o anjo falou, passou a Dean a impressão de que esse “ele” de quem Cass falava não era genérico. Por um momento, Dean acariciou a possibilidade de ser ele, mas descartou a ideia logo em seguida. Com tanto homem gostoso no mundo, por que Cass quereria justo ele? Ainda assim, ele precisava saber quem fora este sujeito que roubara o coração do seu anjo.

“Quem é ele?” Dean teve a impressão de ver o anjo corar. “Pelo seu tom, você tinha alguém em mente quando disse isso, não tinha? Quem é, Cass?”

“Não importa.”

“Claro que importa!” replicou Dean. “Converse comigo, Cass.” Eu quero saber o que você sente e se o infeliz por acaso partiu seu coração, vou partir a cara dele em partes iguais. Pensou o mais novo.

“Não importa porque ele é hetero e nunca vai me ver da mesma forma.” respondeu Cass um tanto tristonho.

Pelo menos, a pessoa que você gosta não está afim de outra pessoa. Dean pensou. Mas, no fim, concluiu  que a situação de Cass era pior que a dele porque por mais que o anjo não estivesse apaixonado por ele, visto que o anjo gostava de homens, havia sempre a possibilidade de um dia isso acontecer. Mas não tinha como um hétero virar gay. O caçador ficou ponderando sobre como poderia ajudar o amigo nessa situação até que uma ideia surgiu em sua mente.

“Cass, se ele é hétero e você é indiferente a gênero, você podia usar uma casca feminina.” A ideia de ajudar Cass a conquistar outro homem não entusiasmava o Winchester mais velho, mas ver o anjo sofrer por um amor não correspondido o fazia querer fazer de tudo para poupá-lo dessa dor e isso incluía ajudá-lo a esgotar todas as alternativas. “Quer dizer, eu já me acostumei com você nesse corpo, mas tenho certeza que você seria uma mulher igualmente atraente.”

“Não é tão simples assim.” respondeu Cass. “Nem todos os humanos podem ser casca. Nos últimos séculos, a linhagem Novak tem se mostrado compatível, então tenho dado preferência à eles, mas eu jamais faria isso com Claire de novo. Além disso, não é certo escolher um vaso diferente, sendo que tenho um perfeitamente funcional, que me foi dado de boa vontade por Jimmy, só porque quero cortejar alguém.” O anjo fez sua típica expressão de confuso em seguida e acrescentou: “Você, por acaso, me chamou de atraente?”

A voz de Dean perdeu-se na garganta. Ele não havia percebido que havia feito isso, mas lembrando suas palavras anteriores, de fato, ele o chamou de atraente. Não tinha como negar isso, mesmo porque ele realmente achava o serafim atraente.

“Cass, vai me dizer que você nunca notou como  as mulheres - e alguns homens - olham pra você quando estamos num bar ou nos passando por agentes do FBI... Você é um cara bonito. Claro que é atraente.”

“Obrigado.” respondeu Cass. “Você também é bonito e atraente.”

Dean engoliu seco com o elogio. Ele encarou o anjo e o ser sobrenatural o encarou de volta. Ficaram Deus sabe por quanto tempo daquela forma, sem dizer uma palavra sequer.

Eu sempre percebi certa tensão entre vocês, mas não entendia o motivo... Agora tudo faz sentido. A voz de Sammy ecoava em sua memória, lembrando da conversa que ambos tiveram mais cedo. E se ele gostar de você também? Não… Cass não poderia estar falando dele esse tempo todo, poderia? Claro que não, essa ideia era um absurdo.

Mas a tensão que Sam falara estava visivelmente ali, o caçador poderia cortá-la com uma faca, se quisesse. Dean respirou fundo, criando coragem. Ele estava sóbrio demais para o que estava prestes a fazer, mas decidiu arriscar.

“Cass, faria alguma diferença pra você se eu te dissesse que não sou hetero?” perguntou o de olhos verdes, suas mãos estavam tremendo. O que ele realmente quis dizer foi: “Cass, tem alguma chance desse cara que você gosta ser eu?”

O anjo, entretanto, sorriu e essa foi toda a confirmação que ele precisava.

“Isso quer dizer que você não mandou aquela mensagem porque estava bêbado?” Cass perguntou, hesitante, mas também esperançoso. Tradução: “Isso quer dizer que você também gosta de mim?”

“Oh, eu estava totalmente bêbado!” respondeu Dean, mal acreditando naquela conversa cheia de entrelinhas que ele estava tendo com Cass, de todas as pessoas. “Isso não quer dizer que eu não quis dizer aquilo.”

“Então você realmente me ama?”

A resposta de Dean deu-se em forma de um beijo. A princípio foi apenas um encostar de lábios, ligeiramente hesitante, pois o caçador temia que tivesse lido as entrelinhas de forma equivocada. Mas quando o anjo correspondeu, ele percebeu que talvez tivesse razão: ele era o homem que Cass estava interessado. Tratou então de beijá-lo de verdade e tentar fazer o anjo entender através daquele simples gesto, todos os sentimentos que ele guardara por tantos anos.

“Vou entender isso como um ‘sim'” comentou Cass, ao apartarem-se dos lábios um do outro.

“Anjo esperto.”

“Eu também te amo.”

Dean sorriu e o beijou novamente, sem saber bem como não havia feito isso antes, ao longo de todos esses anos ou como poderia ter tanta sorte. Nenhum deles pensou sobre o quão demorada fora a ida de Sammy ao supermercado ou sequer desconfiou que sua delonga fora premeditada e proposital.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não sei exatamente quando postarei a próxima fic, mas vou tentar fazer isso no próximo final de semana. Ênfase no “tentar”. Batendo a saudade, podem falar comigo por MP ou pelo Twitter: @nymeriadwolf =)



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