50 Tons de Fanfiction escrita por Nymeria


Capítulo 12
[DOCTOR WHO] Companion


Notas iniciais do capítulo

Tema 20: Uma fanfic com 10 passos sobre “como ser _____” ou “como não ser ____”.

Fandom: Doctor Who
Ship: 10th/Rose

Essa fic não segue exatamente linha cronológica do canon, mas há menções de alguns acontecimentos das seasons 1 e 2 (incluindo a SF da season 1), além de alguns acontecimentos da série clássica. Há alguns fatos citados na fic que só foram presenciados por companions posteriores a Rose, mas ela é quem os menciona. Estou dizendo isso apenas para vocês não estranharem. Abstraiam, por favor. Considerem essa fic uma espécie de canon divergent da segunda temporada do New Who. Acho que muita gente já não consideraria spoiler os eventos citados aqui, mas se você começou a ver a série agora e quer evitar até menções de spoiler, achei que você deveria saber de antemão com o que pode se deparar. No mais, boa leitura! =)



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Dentro da TARDIS, mais precisamente no painel de controle, o Doutor ajeitava as últimas coordenadas para seu próximo destino. Ele estava empolgado, pois tratava-se de um planeta no qual nunca esteve antes com Rose e alguma coisa dentro de si lhe dizia que a jovem iria adorar o novo destino. Visto que a loira não estava ali, decidiu que iria chamá-la. Ela devia estar em seu quarto naquele momento.

Sem delongas, seguiu pelo longo corredor da nave, até os aposentos da companheira e bateu à porta da mesma. Não houve resposta, entretanto, o que fez com que o Senhor do Tempo ponderasse de deveria adentrar o recinto, enquanto batia pela segunda vez. Após alguns segundos de total silêncio, o Doutor decidiu entrar. Rose poderia, de repente, até estar passando mal naquele momento, sem que ele soubesse.

“Estou entrando!” anunciou o Doutor, num volume que julgou alto o suficiente para que ela ouvisse lá de dentro. Abriu a porta lentamente, para que houvesse tempo da companheira reclamar ou mandá-lo embora. Não ocorreu nem um, nem outro. “Rose?” chamou. O cômodo parecia estar vazio.

Seus corações já começavam a disparar com a preocupação, mas o extraterrestre forçou-se a recordar que a TARDIS era o local mais seguro do mundo para a companheira e que ela provavelmente estava bem e não estava machucada de maneira alguma.

Observou por um momento o quarto que parecia bastante arrumado, exceto por um papel em cima da mesa. O Doutor imaginou que talvez Rose tivesse esquecido algo em casa e tivesse voltado para buscar. Eles estavam atualmente em Londres, na era de Rose, onde haviam feito uma parada para que a loira pudesse visitar a mãe. Aquele era provavelmente um recado que ela deixara para ele, avisando que saíra.

O Senhor do tempo se viu curioso para saber o que Rose escrevera. Para sua surpresa maior, o que havia no papel não era nenhum recado, mas sim uma lista. Nela dizia o seguinte:

 

COMO SER UM BOM COMPANHEIRO PARA O DOUTOR:

 

1) Diga que a TARDIS é  enorme e ressalte que ela é maior por dentro.

2) Elogie a inteligência do Doutor (não será muito difícil, ele é muito inteligente).

3) Seja curioso(a) e faça muitas perguntas sobre os lugares/períodos que vocês visitarem (mesmo que pareçam perguntas idiotas).

4) Não deixe o Doutor sozinho. Ele já é muito solitário e tende a fazer besteira quando está só.

5) Não seja uma anomalia no tempo. Ele provavelmente vai te querer o mais longe possível da TARDIS, o que impossibilitará que você viaje com ele.

6) Às vezes o Doutor conversa com a TARDIS (honestamente, às vezes ele até flerta com ela). Ignore. Não, o Doutor não está louco (apesar de às vezes parecer). Entenda que a TARDIS é a mais antiga companheira do Doutor e vai continuar sendo mesmo depois que você for embora. Ela é também senciente e de alguma forma parece entendê-lo melhor do que ninguém.

7) JAMAIS insulte a TARDIS ou se indisponha com ela. Você pode acabar irritando o Doutor ou, pior, irritando a TARDIS. Lembre-se do item 6: ela é senciente. Além disso, ela pode ser bastante temperamental e até vingativa. Acredite.

8) Se o Doutor se abrir com você e falar sobre Gallifrey, os Senhores do Tempo ou sua família, aprecie. Não é sempre que isso acontece, nem com qualquer pessoa.

9) Se você se apaixonar pelo Doutor (e isso provavelmente vai acontecer em algum momento, porque o Doutor é a pessoa mais apaixonante do mundo), não esconda isso, como eu. O Doutor merece ser amado de todas as formas possíveis.

10) Se você tiver a grande sorte do Doutor se apaixonar por você, trate-o como o ser mais importante do mundo, dê-lhe todo o amor necessário e não o deixe escapar por nada no universo (seja ele qual for).

 

O Doutor sabia que Rose não era uma companheira qualquer. Também sabia que a relação deles tinha algo que ia além de amizade, mas ver isso por escrito, confirmado a punho pela companheira era outra coisa.

Quando Rose saiu da suíte de seu quarto, deparou-se com o Doutor logo ali, junto a cômoda. Contudo, apesar da visita inesperada, o que mais a surpreendeu foi o fato dele estar segurando a lista que fizera, com uma expressão surpresa no rosto, que intensificara-se ao olhar para ela.

A loira eventualmente percebeu que o choque do Senhor do Tempo devia-se provavelmente ao fato de que ela estava apenas de toalha.

“Você  poderia…” começou a jovem.

“Claro!” respondeu o Doutor, saindo do seu estado de torpor. “Eu vou esperá-la no painel de controle.” E, com essas palavras, o gallifreyano saiu do quarto de Rose, mais rápido que uma bala. Ela nem teve tempo para questionar o fato de que ele ainda estava com sua lista na mão.

Poucos minutos depois, Rose chegou ao painel de controle, completamente vestida. Ela encontrou o Doctor sentado próximo aos controles, enquanto segurava o maldito papel. Rose deveria tê-lo queimado, ou não passaria por todo aquele constrangimento que estava passando naquele momento.

Ao invés de tocar no assunto, entretanto, ela decidiu perguntar-lhe outra coisa: o por quê ele fora em seu quarto, visto que ele não costumava fazer isso. Ele apenas comentou que batera na porta antes de entrar e chamou por ela também. Não queria que ela achasse que ele era algum  stalker nojento e pervertido ou que, no mínimo, não respeitava a privacidade dela.

“Aconteceu alguma coisa?” prosseguiu a companheira.

“Não, eu só queria te levar para um novo planeta. Eu havia prometido, lembra?” O Doutor sorriu. Rose sorriu de volta, como ela sempre fazia quando o Doutor sorria para ela. Ela não podia evitar, era contagiante. Ele passava os dedos levemente sobre a superfície do papel, Rose também notou isso.

“Não era para você ter lido isso.” comentou a loira.

“Desculpe.” respondeu o Doutor. “Eu pensei inicialmente que poderia ser um recado para mim, já que você não estava. Pensei que você poderia ter ido para casa e, por algum motivo, eu ter achado que estava num dos cômodos da TARDIS. Ainda estamos em Londres, afinal… Depois que percebi o que era, eu não consegui parar de ler. Não é muito comum meus companheiros fazerem listas sobre como é ser meus companheiros. De fato, você é a primeira a fazer isso. Fiquei curioso para saber sua opinião a meu respeito.”

Rose não conseguia sentir-se magoada ouvindo o Doutor falar daquela forma. Ele tinha interesse em ouvir (ou, no caso, ler) suas opiniões e isso a fazia sentir-se importante. Adorava também quando o Doutor lhe dizia que fizera algo que nenhum outro companheiro fizera antes ou que estavam em algum lugar que ele nunca viajara com ninguém. Ela sentia-se especial nestes momentos e parte dela desejava que o Doutor a considerasse especial também. Isso era outra coisa que ela não conseguia evitar.

“Tá tudo bem.” respondeu Rose. Não é como se aquilo tudo fosse um grande segredo. Ela sabia que, em seus mais de novecentos anos de vida, o Doutor provavelmente conseguia reconhecer quando alguém tinha uma queda nele e Rose tinha uma que era que nem a TARDIS - maior por dentro - desde a encarnação anterior do viajante do tempo. “Mas eu apreciaria se você devolvesse o papel, assim posso tentar destruí-lo, junto com a minha dignidade.”

“Não veio por qual motivo sua dignidade seria destruída.” replicou o Senhor do Tempo. “Eu achei a lista adorável. E você tem razão sobre muitas coisas. Por exemplo, eu realmente gosto da reação que as pessoas têm quando entram na TARDIS pela primeira vez, gosto quando admiram meu intelecto, e gosto quando os companheiros fazem perguntas.”

“E faz besteira quando está sozinho, como querer enfrentar uma frota inteira de Daleks sozinho.” acrescentou Rose.

“Diz a pessoa que absorveu o vórtex temporal da TARDIS e quase morreu.”

“Diz a pessoa que quase morreu pra me salvar.”

“Eu estava com você nessa hora, não sozinho.” retrucou o Doutor. Rose concedeu esta à ele. “E salvar você nunca será uma besteira, Rose Tyler… Eu daria todas as minhas regenerações em troca da sua vida.”

O coração da humana disparou e ela, de repente, sentiu dificuldades em focar na conversa. O Doutor estava lhe fazendo criar esperanças.

“Você tava falando de Jack no item 5, não tava?” perguntou o Senhor do Tempo, quebrando a tensão que se formara no ar.

“Sim, tava. Foi por isso que você o abandonou, certo?”

“Sim, é complicado viajar com uma anomalia temporal. A TARDIS reclama demais porque é difícil pra ela…”

“O que nos leva ao fato de que você realmente conversa com a TARDIS.”

“Sim, mas não flerto com ela.” Rose ergueu uma sobrancelha, como quem pergunta ironicamente se ele está falando sério. “Ok, talvez um pouquinho. Mas é que ela gosta quando a elogio… E você tem razão, ela pode ser bastante temperamental às vezes também. Mas, no final, a gente se entende.” O Doutor deu uma olhada na lista. “Item 8: Eu realmente não falo muito sobre família e sobre Gallifrey. Mas é só porque eles já se foram há muito tempo…”

“E você não lembra mais deles?”

“Não é isso…” respondeu o Doutor. “Eu lembro de cada rosto.” Rose esperou que ele continuasse, a seu tempo. Após alguns segundos, ele completou: “É doloroso demais lembrar deles.”

Rose queria abraçar o Doutor. Mas ela estava longe demais, então preferiu tentar levar a conversa para um assunto mais leve.

“E sobre o último item?” perguntou Rose, hesitante. “Você já se apaixonou por alguma companheira? Quero dizer, você e Sarah Jane me parecem ter sido muito próximos.” A loira tentou esconder a pontada de ciúmes que despontara em seu coração. “Vocês… Estavam juntos?”

“Oh, não.” o Doutor respondeu. “Talvez em algum momento houvesse a possibilidade, mas nós nunca andamos nessa direção. Sempre fomos apenas amigos. A verdade é que Sarah foi a companheira que ficou mais tempo ao meu lado, então acabamos ficando super próximos.”

“Entendo…” respondeu a humana. “E o que aconteceu? Quero dizer, por que vocês não continuaram viajando juntos, se eram tão próximos e se davam tão bem um com  o outro?”

“Esse é um outro motivo para o nosso reencontro ter sido tão emocionante.” disse o Doutor. “Nossa separação foi abrupta, nenhum de nós pretendia parar de viajar juntos.”

“O que aconteceu?”

“Fui chamado de volta à Gallifrey e, na época, humanos não eram permitidos no planeta. Jamais nos reencontramos, até aquele dia, na escola.”

“Entendo… Às vezes eu esqueço que somos apenas um ponto na sua linha do tempo. Somos tantos, que no final todos acabamos sendo deixados para trás e esquecidos. É isso o que vai acontecer comigo também, Doutor?”

“Não. Não com você… Nunca.” respondeu o Doutor. “Não é que eu esqueci Sarah. Nunca falei dela pelo mesmo motivo que não falo muito de Gallifrey: é doloroso. Eu odeio despedidas e, eventualmente, todo mundo vai embora...”

“Eu não irei, Doutor.” disse Rose, prontamente. “Vou viajar com você para sempre!”

“Isso quer dizer que o item 9 é verdade também?” perguntou o Senhor do Tempo, com um sorriso maroto no rosto. Rose esperava que ele tivesse esquecido que ela escrevera aquele item da lista, mas a memória do Doutor, infelizmente, era boa demais para isso.

“Doutor!” respondeu Rose, corando levemente.

“Sim ou não? ”  questionou o gallifreyano.

Rose olhou nos olhos do Senhor do Tempo e corajosamente respondeu:

“Sim.”

“Então, eu suponho que deveria te dizer: Rose Tyler, eu te amo.” respondeu o Doutor, com um sorriso no rosto.

“Eu também te amo!” retrucou Rose quase que imediatamente, sorrindo de volta para o Senhor do Tempo. O Doutor abriu um sorriso ainda mais largo e, soltando o papel de qualquer jeito, foi em direção da companheira e a abraçou, erguendo-a do chão. Em seguida, seus lábios se encontraram com os dela e parecia que eles foram feitos para encaixarem-se um no outro. Continuaram sorrindo e trocando beijos, como dois bobos apaixonados, a viagem completamente esquecida, ao menos, por algum tempo. Mas não havia pressa, essa era uma das vantagens de ter uma máquina do tempo, afinal de contas...


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Notas finais do capítulo

Faz umas três vidas que eu não vejo Doctor Who, mas espero que tenham gostado da fic. Comentários são sempre bem vindos, lembrando que vocês podem entrar em contato comigo também pelo Twitter (@nymeriadwolf), caso queiram bater um papo ou fazer pedidos de fic. Como eu ainda to atrasada na meta das fics, vou tentar postar fics todos os dias nos próximos dias para acompanhar, mas isso vai depender de alguns fatores como tempo livre e inspiração. Independente disso, amanhã terá uma fic nova por aqui. Será uma fic de SPN, como a maioria dessa coleção. Não consigo evitar isso porque estou acompanhando a série, então surgem várias ideias. Inclusive, amanhã tem episódio novo, alguém aqui pretende ver? Enfim, vejo vocês amanhã! o/



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