Agora Ou Nunca escrita por RaelFitch


Capítulo 16
Nosso segundo encontro




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16. Nosso segundo encontro

 

Eu não ia mais correr atrás de alguém que não me quer, claro que a curiosidade para saber o real motivo do nosso término era gigante, mas não podia obrigá-lo a falar, o alívio era grande pois o estágio sob sua supervisão já estava nas últimas semanas, depois que acabasse eu não precisaria nunca mais encontrar com ele.

José me surpreendeu, quais eram suas reais intenções? Eu precisaria sair com ele para descobrir o que ele realmente queria.

— Me fale mais sobre esse garoto, o José — minha tia me despertou dos meus pensamentos, enquanto cortava um pedaço do seu frango.

— ele é garçom no Five Four Five, fui um dia lá com Gabriel e Sofia e ele estava me olhando muito — sorri — e então numa brincadeira Sofia entregou meu telefone.

— e você estava interessado? — perguntou apoiando o queixo em sua mão.

— não — respondi.

— e agora você está? — perguntou estreitando seu olhar como se me interrogasse.

— não — respondi rindo.

— sei — voltou a comer.

— é sério, eu não consigo me apaixonar por ele — assumi.

— de uma chance ao rapaz! 

— eu ainda amo o...

— Ítalo, eu sei — ela fez um gesto com a mão como se estivesse espantando algum inseto de perto — mas você precisa dar uma chance para o amor.

— tá bem — revirei os olhos.

— ao José — ela ergueu a taça de vinho.

Fizemos um brinde e voltamos ao nosso jantar.

Antonella estava dormindo, meu pai ajudou minha tia a colocá-la no carro, me despedi da minha tia, e voltei para meu quarto, amanhã eu iria ao cinema com José e provavelmente ele iria tentar me beijar e dessa vez eu não fugiria.

Tomei banho, enquanto q água quente batia no meu corpo, as lembranças dos toques de Ítalo me faziam delirar, desliguei o chuveiro antes que viesse qualquer vontade de fazer amor.

A manhã seguinte foi igual às outras, fiz minhas obrigações e quando meu plantão chegou ao fim fui embora sem pensar duas vezes, enquanto descia as escadas, esbarrei com Eleanor que era do grupo de estágio da minha irmã, ela estava com os cabelos castanhos quase avermelhados presos em um rabo de cavalo.

— olá Léo — ela disse animada.

— oi — respondi cabisbaixo.

— você está bem? — perguntou.

— sim —  tentado olhá-la nos olhos.

— não está não — ela veio até mim e me abraçou.

— obrigado — respondi.

— você está péssimo — Eleanor disse após me avaliar, ser sincera demais era uma das características dela.

— obrigado — respondi, dando uma leve risada.

— vem comigo — ela me puxou.

— onde estamos indo? — perguntei enquanto ela me arrastava para fora do hospital.

Digitei rapidamente para Luiza que ela poderia ir para casa sem mim.

Eleanor me levou até um bar próximo do hospital, quando chegamos lá, ela foi direto a um grupo de pessoas e cumprimentou todos.

— Léo, estes são: Catarina, Laura, Kaue, Pedro, Adilson, Daniele e Vitoria são alunos do terceiro ano, já conhecia a Catarina e ela me apresentou ao pessoal — eles acenaram e sorriram — pessoal esse é o Léo.

Nos sentamos e acompanhamos o pessoal nos copos de cerveja, prestei bem atenção no pessoal, um carro parou na frente do bar e saíram umas pessoas que sentaram-se do nosso lado, eles deixaram a porta do carro aberto e então Catarina se levantou e começou a dançar, Eleanor foi até ela e ficou dançando também. Todos riram.

— você é do grupo da Eleanor? — Kaue me perguntou ele tinha os cabelos engraçados, espetados para cima.

— não, minha irmã que é — respondi.

— ele tem uma irmã gêmea — disse Eleanor voltando à mesa e tomando um pouco de cerveja.

— sério? — ele ficou surpreso — que legal!

— você já vai querer ficar com a irmã dele né? — perguntou Adilson.

— qual é? A única diferença entre nós e que você é gay — Kaue riu — porque se fosse hetero estaria junto comigo cantando as meninas.

Gelei na hora, Adilson era gay, mudei minha postura o máximo que pude para ele não desconfiar, já que dizem que gays possuem radar para descobrirem outros gays, acho que eu ainda precisava aperfeiçoar o meu.

O tempo foi passando o pessoal deu a ideia de jogarmos verdade ou desafio, todos toparam menos eu que preferi ficar apenas olhando e tomando minha cerveja.

Eleanor desafiou Catarina a ir pedir cigarro para outra mesa, ela não pensou duas vezes e partiu para outra mesa e voltou com um cigarro e entregou a mandante.

Laura perguntou a Dani se ela ficaria com alguém da mesa e a amiga respondeu que não porque todos ali eram como irmãos e ela tinha namorado.

Depois Pedro desafiou Kaue a descer na boquinha da garrafa e ele totalmente sem graça cumpriu o desafio.

Eu precisava ir embora ainda queria descansar antes de sair com José, chamei o Uber no aplicativo, me despedi do pessoal, abracei Eleanor e agradeci pelo  e ela disse que me chamaria nas próximas vezes.

No Uber José me mandou mensagem perguntando se iríamos no meu carro ou no dele, respondi que eu iria dirigir, quando cheguei em casa tomei banho, quando sai encontrei Luiza lendo revista em seu quarto.

— Lu, preciso do carro hoje à noite — respondi.

— tudo bem — ela sorriu e voltou a ler a revista, era muito estranho ela não me perguntar onde eu iria e com quem eu iria, mas acho que ela  estava ocupada vendo alguma coisa do casamento sei lá. 

Quando terminei de fazer o curativo do corte que Lorena me causou, que por sinal estava com uma cicatriz discreta, fui me arrumar a campainha tocou, escutei Luiza descer as escadas, dois minutos desci encontrei Luiza, Gabriel, Sofia e a Keka.

— olha só quem resolveu descer para falar com os mortais — disse Sofia quando fui em direção dela e da Keka.

— Sofia veio apresentar a Keka para nos — disse Luiza — mas você vai sair né? 

— sim, desculpa Sofia, Keka — lamentei.

— não tem problema — Keka respondeu.

— é — concordou Sofia, Luiza olhou feio para ela — marcamos outra vez.

— tudo bem — respondi sem graça.

Gabriel me olhou com curiosidade.

— quem é a garota? — perguntou.

— vou sair sozinho — respondi sorrindo indo até a porta e pegando a chave do carro.

— amanhã vou jogar futebol com aquele pessoal de sempre, vamos comigo? — perguntou.

— sim! — respondi e acho que ele ficou bem surpreso — que horas? — perguntei já na porta.

— onze da manhã — respondeu depois sair do choque.

— combinado — sorri — tchau gente!

Quando cheguei ao prédio de José, liguei para ele e então ele surgiu, radiante, confiante e feliz.

— olá — ele sorriu ao entrar no carro.

— tudo bem? — perguntei.

— estou melhor agora — ele sorriu.

— vamos lá.

Quando chegamos ao shopping José falava sobre o novo relacionamento da sua mãe e como ele estava feliz por ela.

— agora só falta o cara que eu amo me dar bola — ele disse.

Eu ri, fomos em direção da fila de ingressos, quando olhei para trás vi Ítalo e sua mãe entrando na fila também, meu sangue gelou, José continuava falando, antes que vira-se de costas para Ítalo não me ver, seus olhos encontraram os meus e então ele olhou para José, falou algo para sua mãe no ouvido e os dois saíram rapidamente dali.

 

 


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Notas finais do capítulo

Eita, será que esse infortúnio vai fazer com que o encontro do Léo e do José acabe mal?



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