Agora Ou Nunca escrita por RaelFitch


Capítulo 17
Delírios e sensações




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Delírios e sensações 

 

Fiquei sem chão ao ver ele ir embora, meu coração parou e voltou bater, quando olhei para meu lado José estava com cara de quem não estava entendendo nada.

— desculpe, você me perguntou algo? — falei sem graça.

—  quer tomar sorvete comigo? — perguntou novamente.

— estou satisfeito, obrigado — respondi procurando por Ítalo.

— o que aconteceu? — perguntou.

— achei que tivesse visto um amigo — respondi.

Entramos na sala do filme José estava com seu sorvete na mão, parecia uma criança feliz, nos sentamos no fundo do cinema, José ficou no canto, aos poucos a sala foi sendo preenchida, José tirou uma foto do sorvete e então o filme começou, era um filme de terror, conforme o filme passava José posou sua mão em meu joelho, fazendo meu coração acelerou, respirei fundo.

Eu não poderia ficar me lamentando pelo Ítalo para sempre e se o beijo acontecesse não seria nenhum crime, pois não estava mais comprometido.

Encontrei o olhar de José para mim, ele veio na minha direção, dessa vez não resisti e então nosso beijo aconteceu, feroz e envolvente, a medida que o beijo acelerava a mão dele subia indo em direção ao meu cinto, ele o soltou e colocou a mão em meu membro e começou a massagear, era tão bom, comecei a gemer, e então ele veio até meu ouvido.

— mais baixo por favor — sussurrou — você está quase lá — então mordeu minha orelha e voltou a fazer movimentos cada vez mais frenéticos.

No meio de nossos beijos cheguei ao ápice e me controlei tanto para não deixar meus delírios e sensações tomarem conta de mim.

Depois seguimos trocando beijos carinhosos até o fim do filme e então fomos para meu carro, durante o caminho conversamos sobre o casamento da minha irmã e outras coisas.

— não esperava que você fosse ceder — confessou.

— eu também não — sorri.

— é muito bom estar na sua companhia — ele segurou minha mão.

Quando chegamos ao seu prédio nos beijamos novamente e então quando nos soltamos ele beijou minha testa.

— eu te convidaria para entrar — começou — mas quero te poupar do interrogatório da minha mãe.

— sei como é — respondi sem graça.

E então fui pra cima dele e o beijei com todo o desejo que estava sentindo, confesso que queria muito subir e terminar o que começamos, mas respeitei sua decisão, após esta beijo ele desceu e entrou em seu prédio. 

Dei partida no carro e parei na faixa para um casal atravessar e eu estava completamente bobo com o que tinha acabado de acontecer, a mulher viu que eu estava feito bobo no carro e riu de mim, segui meu caminho até em casa cantando — gritando na verdade — pois aqueles beijos me renovaram, mas dessa vez eu não podia mergulhar de cabeça em um novo relacionamento tudo seria mais calmo.

Quando cheguei em casa Luiza e minha mãe estavam escolhendo o vestido da minha mãe, que optou por um vestido verde escuro, sentei-me com elas.

— como foi? — perguntou minha irmã.

— legal — pisquei para ela.

— já sabe o terno que vai usar? — minha mãe perguntou folheando a revista.

— vou ver isso logo — respondi indo até a cozinha e voltando com uma maçã — cadê meu pai? 

— foi dormir — minha mãe não tirava os olhos da revista — ele já não aguentava mais nossa conversa de vestidos e foi dormir.

— acho que vou fazer o mesmo — joguei a maçã no lixo e subi as escadas.

Antes que pensasse em tirar a roupa eu já estava adormecido.

Quando me levantei já haviam cinco mensagens do Gabriel dizendo que estava me esperando, tinha me esquecido, tomei banho correndo, vesti minha roupa do futebol, chamei um uber e fui correndo para o clube.

Quando cheguei estavam separando os times — com camisa e sem camisa — acabei indo para o time dos sem camisa, pois faltava um jogador, eu e meu amigo ficamos no mesmo time, foi um jogo difícil Gabriel fez um gol com dificuldade, mas acabamos perdendo de 2 a 1 para os caras com camisa.

— veio de carro? — perguntou Gabriel.

— uber — respondi enquanto saímos do vestiário e íamos em direção do estacionamento do clube.

— eu te levo em casa — ele sugeriu.

— tá bem — respondi.

— beijou muito ontem? — perguntou.

— sim — confessei.

— espero que seja gata — ele riu.

— na verdade — respirei fundo, eu não poderia mais esconder a verdade, tinha medo que ele mudasse comigo, Gabriel nunca demonstrou ser homofóbico, mas também nunca apoiou nenhum gay que eu soubesse, ele era meu melhor amigo e já não podia mais deixar algo interferir nisso.

— na verdade? — ele perguntou a minha frente e nesse momento reparei que eu tinha parado de andar.

— eu estou conhecendo um cara, eu sou gay — falei baixando a cabeça.

— você é um amigo muito leal — ele começou — você consegue melhorar o dia de todos a sua volta, eu te apoio, tenho muito orgulho de você, e sei que posso sempre contar com você — ele se aproximou de mim — porque você é uma pessoa muito boa.

Abracei meu amigo e fiquei muito grato por ter tido apoio dele.

— achei que você fosse voar a cara para mim ou sei lá — disse indo em direção ao carro.

— você acha que eu não desconfiava? — perguntou, fiz uma cara de confuso — Léo você olha muito para o Ítalo.

— sério? — o fantasma de Ítalo ainda me assombra escutar o nome dele foi como levar um soco no estômago.

Dei uma risada sem graça e entrei no carro.

...

— suponho que sua família não sabe ainda — ele disse estacionando no meu jardim e vendo meus pais na frente da porta.

— ainda não, nem a Luiza — suspirei.

— ela está desconfiada de algo — ele respondeu — fez aquela reunião ontem para falar sobre você.

— e o que ela disse? — perguntei.

— ela acha que você está envolvido com alguma gangue ou algo assim — riu.

— acho que vou contar para ela — falei tirando o cinto — já conversei com uma tia minha e com a Sofia.

— você acha que eles vão aceitar de boa? — perguntou.

— não sei — admiti — minha tia acha que eles já sabem.

— também acho Léo, afinal eles são seus pais e pais conhecem até o caminhar dos filhos — ele falou.

— isso é verdade — admiti — obrigado por me escutar e me aceitar.

— relaxa — ele bateu no meu ombro — estamos todos com você.

— obrigado — respondi saindo do carro e entrando em casa pela porta dos fundos, escutei a buzina do carro de Gabriel, provavelmente estava se despedindo dos meus pais.

Luiza não estava no andar de baixo, fui até seu quarto para contar tudo pra ela, e também não a encontrei.

Desci as escadas, encontrei meus pais na sala pegando as chaves do carro.

— vamos a casa dos pais do Felipe quer ir?

— quero descansar — falei fingindo cansaço — Luiza já foi né? 

— já sim — disse minha mãe.

— tchau filho — meu pai disse ao sair.

— tchau.

Me troquei, cai num sono leve e acordei com o celular tocando.

— oi biel — atendi ainda tonto.

— mais animação — respondeu do outro lado — vou te levar a um lugar.

— que lugar? — me levantei da cama.

— uma boate gay — ele riu, eu você Sofia e nossas namoradas.

Dei risada.

— vou me arrumar — falei por fim.

— vamos passar aí as onze — ele riu.

Fui tomar banho, e pensei em ligar para José para irmos todos em casal.

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí o que estão achando dessa reviravolta?



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