Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 5
Uma Noite em Família, parte I


Notas iniciais do capítulo

Eu pensei em fazer os jantares em família como um capítulo só, mas achei que ficaria meio grande, e eu prefiro capítulos mais curtos. Então dividi em duas partes.
Essa é a primeira.



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Um raio vermelho passou por ele. John Stewart, o Lanterna Verde jogou um raio de luz, prendendo o speedster. Ele estranhou, até ver o amigo caminhando para ele. John soltou-lhe.

─Ah, oi Lanterna.

─Aonde vai com tanta pressa, Flash?

─To procurando a Zatanna. Você viu ela?

─Não. O que quer com ela?

Flash deu de ombros.

─Vou passar a noite com a Shay e queria que ela me ajudasse.

Lanterna ergueu a sobrancelha, ao que o Flash acrescentou.

─A gente vai jogar boliche e eu queria ver se a Zatanna consegue esconder as asas da Shay.

─Boliche, é? Parece divertido.

─Vai ser como uma noite em família, sabe? Eu, a Shay e nossos filhos. Ah, eu tenho que ir, mas se ver a Zatanna, avisa que eu to procurando ela.

No instante seguinte, Lanterna se encontrava sozinho. Parou um pouco para pensar. Boliche.

*****

Shayera escolhia o que vestir. Era apenas o Flash, por que estava tão preocupada com uma roupa? Alguém bateu em sua porta e ela foi abrir.

─Zatanna?

─O Flash pediu para ajudar você. Posso entrar?

A ruiva assentiu e deu passagem.

─Posso saber o que ele tá aprontando?

─Flash me pediu um feitiço para esconder suas asas pela noite.

Shayera assentiu novamente.

─E... você conseguiu?

─Não estaria aqui se a resposta fosse negativa.

Zatanna tirou sua cartola, e pegou um saquinho. Encheu sua mão com um pó roxo brilhante e o assoprou em Shayera. A ruiva tossiu com a fumaça, mas, quando a fumaça se dissipou ela se sentia mais leve. Olhando ao seu redor, suas asas haviam sumido. Ela parecia humana. Era ao incrível, que ela não conseguia descrever a emoção do momento em palavras.

Já Zatanna se mostrava orgulhosa de si. Devolveu a cartola ao lugar, e sorriu para a ruiva, ainda examinando a nova forma.

─Shayera. ─Chamou-a. ─Você tem até a meia-noite.

─O quê?

─Meia-noite o feitiço acaba. Não se esqueça.

─Estou me sentindo a Cinderela.

Zatanna parou na porta quando saía. Não queria atrapalhar a ruiva a se arrumar.

─Ele deve gostar mesmo de você. Nem perguntou o que eu queria em troca.

Então ela saiu. Shayera pensou um pouco nas palavras da outra mulher, mas deu de ombros e voltou a procurar o que vestir.

*****

Clark sem a fantasia de Superman foi o primeiro a chegar ao teletransporte. Ele carregava uma cesta de picnic, e estava nervoso, aguardando os filhos. Pouco depois, Wally e John se juntaram a ele. Os dois ruivos pareciam irmãos, era inegável a semelhança. Suas roupas também eram mais ou menos iguais, como vestiam jeans e camiseta. O trio se entreolhou.

─Não tá um pouco tarde para um picnic, Supes?

─Ah,eu vou sair com meus filhos do futuro e pensei em fazer algo diferente.

─Legal, a gente vai jogar boliche. Eu, a Shay e nossos filhos.

Martha e Diana riam enquanto se juntavam ao grupo. John fitou Martha em seu vestido preto, deixando a menina um pouco envergonhada. Ela sorriu para ele. John abriu a boca, como se quisesse falar, mas desistiu. Desviou o olhar para um ponto qualquer do chão. Eles sempre ficavam naquela situação. John não era nada tímido, mas nunca admitia o que sentia por ela. Martha também não se abria, então se mantinham naquela friendzone.

Shayera ganhou olhares interessantes por causa das asas. Ou a falta delas. Parecia menor sem elas, mesmo que as botas lhe dessem alguns centímetros. O jeans e jaqueta branca eram confortáveis para o programa em família. Flash acenou para ela. Como se não pudesse vê-los. Shayera rolou os olhos e foi até eles.

─Devo uma a Zatanna. ─Flash disse. ─Ela foi muito legal em ajudar.

Ela olhou o grupo.

─Acho que todos tivemos a mesma idéia. Sair em família.

Lily corria pelo corredor, até bater numa parede de músculos. Jason a segurou pelos braços e começou a beijá-la.

─Isso tudo é para mim?

─Vamos passar a noite nós quatro: John, mamãe, papai e eu. ─Ela estava animada. ─Eu chamaria você, mas então teria que chamar a Martha e não seria uma noite em família.

─Tudo bem, Li. Vou jantar com meu pai e a Honey.

─Demorou, pirralha. ─Shayera disse quando viu Lily correndo até eles. Ela estava com Jason logo atrás.

Lily beijou o namorado e correu para os pais. Jason foi ao encontro do pai.

─Vamos?

Os quatro se encaminharam para o teletransporte.    Eles acenaram para o grupo e logo eram levados para Central City. Terry apareceu minutos depois conversando com Honey. Eles se despediram e cada um seguiu com a própria família.

*****

Boliche foi o programa escolhido para a “noite em família dos West”. O lugar estava relativamente cheio para o meio da semana. Wally foi pagar, e os garotos foram com ele. Shayera deu uma boa olhada no lugar, pensando que agora era tarde para desistir da idéia de diversão em família e fugir.

Acordou de seus pensamentos quando Lily estendeu um par de sapatos a ela. Shayera franziu o cenho, confusa.

─Você tem que calçar isso se quiser jogar, Shay. ─Wally explicou, levando Shayera para sentar. ─Eu ajudo você.

Mesmo sob protestos, ela tirou as botas. Wally se agachou perante ela e ajudou com os sapatos especiais, como se ela fosse uma criancinha que não soubesse amarrar os próprios sapatos. Shayera revirou os olhos, mas não disse nada. Deixou Wally se divertir. John e Lily riram e se sentaram, trocando também os sapatos.

─Acho que o papai está tentando impressionar a mamãe. ─Lily comentou.

─E eu acho que a Shayera de 2018 nunca jogou boliche.

─Verdade, ela é muito diferente da nossa mãe. Tão fria.

John deu de ombros. Olhou dois pais para a imã.

─Estamos em outro tempo, Kiwi. É tão confuso para eles quanto para nós. Eles estão tentando.

Lily apoiou a o queixo na mão.

─Como acha que eles se apaixonaram?

Shayera e Wally se aproximavam.

─Não acho que foi jogando boliche...

*****

Diana, Martha e Terry pararam na porta da mansão Wayne. Antes que tocasse a campainha, a porta se abriu. Alfred apareceu para recebê-los e a reação de Martha foi pular em seus braços. Ela abraçou e beijou-lhe o rosto. O mordomo sempre esteve em sua vida, e ele fazia falta. Era bom revê-lo, mesmo que ele ainda não a conhecesse. Alfred recuperou a compostura, e disse:

─O mestre Bruce os aguarda.

Ele guiou os três por um grande salão, até a biblioteca. Para Diana, era estranho ver Bruce sem a fantasia de Batman. Assim, com roupas normais, ele parecia como qualquer outra pessoa. Bruce fechou o livro que tinha em mãos e encarou o grupo.

─Chegaram na hora. ─Disse.

─Não perderíamos isso por nada.

Bruce pensou em dizer alguma coisa, mas preferiu largar o livro e ficar de pé.

─Vamos ao jantar.

Encaminhava-se para fora quando Martha o chamou. Parou e fitou a menina que insistia em chamá-lo de pai.

─Ah, pai. Antes que eu me esqueça... ─Ela mexeu na bolsa. ─Aqui está o seu cartão. Muito obrigada, de verdade.

Bruce sentiu sua espinha gelar quando pegou aquele pedaço de plástico. Intuição, talvez.

*****

Clark levou Honey e Jason para o topo de um prédio. Eles conseguiam ver as luzes da cidade, e o lugar era perfeito. Estendeu a toalha no chão, e se amontoaram. Honey e Jason ajudaram a desmontar a cesta e Clark fitou os garotos. Jason era seu filho com Lois, e era fácil imaginar o quanto amava sua família no futuro.

Fitou em seguida Honey. A menina tinha os cabelos azuis trançados para o lado, e sorria. Tentou imaginar a cena descrita por ela no dia anterior.

Lex e Superman estavam em uma câmara, sem saída. Quando o prédio desabou, eles conseguiram se proteger naquele lugar.

─Estou ficando velho para isso. ─Disse Lex.

─Todos nós estamos, Lex.

─Eu queria tentar algo grande. A última jogada antes de me aposentar.

─Não deu muito certo.

Lex riu.

─Quem diria, vou morrer ao lado do meu maior inimigo. Seu filho vai crescer sem um pai, e eu nunca vou conhecer minha filha.

─Filha? ─Ele estava confuso. Lex não tinha filhos.

─Eu engravidei uma mulher. Cá entre nós, não tinha certeza se a criança era realmente minha, mas eu recebia seus exames e ultrassons e pensei, talvez esteja na hora de ter uma família e parar de ser o vilão da história. ─Fez uma pausa e encarou o escoteiro azul. ─Gostaria mesmo de conhecê-la.

As palavras de Luthor lhe soaram sinceras. Tão sinceras que deu-lhe novas esperanças. Ficou de pé.

─Se trabalharmos juntos, talvez possamos sair...

─Tudo bem, tio Clark?

Ele piscou, e percebeu que os dois garotos o encaravam.

─Sim, sim, Honey. Eu estava pensando.

A menina riu.

─Confuso, não é?

*****

Rex estava em seu quarto, pensando. Ele era o único na torre. Todos os outros estavam com suas famílias, se divertindo. Sua mãe era legal, e conversou bastante com ele, mas tinha um desfile naquela noite. Já seu pai, a quem era tão apegado, trocou poucas palavras. Era confuso, ele sabia, mas esperava que seu pai o tratasse melhor. Ele nem estava tentando.

Ouviu batidas e a porta se abriu. John Stewart apareceu, sem o uniforme de Lanterna Verde. Rex encarou o pai, sentando na cama.

─Eu sei que é estranho, e embora não tenhamos conversado tanto, eu quero mudar isso. ─Fez uma pausa e coçou a cabeça. ─Está em cima da hora, mas... O que acha de jogarmos boliche?

─Agora?

─Agora. Vamos encontrar uns amigos.

Rex praticamente pulou da cama. Pegou uma roupa qualquer e se vestiu.

─Vamos encontrar seus amigos em Detroit?

─Na verdade, eu pensei em irmos para Central City...


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Notas finais do capítulo

Em breve a segunda parte.
Gratidão!!!



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