Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 17
A Caminho de um Descanso


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Estou de volta...



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Enquanto Batman repassava as informações da última batalha, ele ouviu suspiros e resmungos. Olhando em volta, percebeu que poucos eram os que realmente o ouviam. Isso se resumia a John Stewart, Superman e J’onn, que mesmo cansados, tentavam prestar atenção. Honey estava na baía médica, e assim Kira foi com ela, apenas para verificar a amiga.

Terry, ainda em seu uniforme de Batman, dormia em cima da mesa de reuniões. Martha e Diana se encontravam de pé, e a menina se abraçava à mãe, quase dormindo também. Tanto Jason quanto John pareciam acabados. Lily estava na cadeira de Shayera, mas abraçado à cintura da mãe, enquanto ela alisava os cabelos da menina. Rex tentava não cochilar sentado, enquanto John Stewart tinha as mãos apoiadas no encosto da cadeira.

Todos estavam esgotados, com suas roupas rasgadas e cheios de cortes e hematomas. Com um suspiro, Batman também se rendeu.

─Reunião encerrada. Podem sair...

Ele não se lembrava de ouvir tantos suspiros aliviados de uma única vez. Mais que depressa, todo mundo estava pronto para sair.

─Como membros ativos da liga da justiça, vocês deveriam ser um pouco mais resistentes.

─Na verdade, apenas Rex e John são membros ativos. ─Martha se aproximou de Batman, juntamente com Diana. ─Os demais ainda estão em treinamento, o que inclui a mim. Jason e Terry serão ativados no fim do ano. Eu deveria estar com eles, contudo ainda não me sinto pronta graças a alguns fantasmas...

─Entendo. ─E ele realmente o fazia. Martha lhe contara algumas coisas sobre suas primeiras missões, e o resto ele deduziu por si mesmo. ─É uma boa menina, Martha.

─Obrigada, pai. Talvez o senhor devesse convidar minha mãe a jantar conosco. ─Arriscou. Batman deu um meio sorriso para as futuras mulheres de sua vida.

─Talvez...

Martha retribuiu o sorriso do pai e decidiu deixá-los a sós. Caminhou até onde John estava, ao que parecia trocando algumas palavras com Rex e ela se aproximou apenas no caso do amigo precisar de ajuda. Então pegou parte da conversa.

─Aquilo mais cedo... ─Era Rex. ─Foi legal... mesmo eu ficando na sua sombra...

John deu de ombros. Martha já estava ao lado deles e colocou a mão no ombro de John.

─Ninguém ficou na sombra de ninguém. Não venceríamos sozinhos...

─Acho que não. ─Fez uma pausa. ─Eu tenho que ir.

Rex saiu logo em seguida. John se virou para a amiga e sorriu.

─É a segunda vez nesta realidade que ele fala comigo sem tentar me ofender. Impressionante.

─Impressionante mesmo é que vocês dois não se dão bem, mas ainda assim, quando trabalham juntos, são sempre excelentes. ─Martha comentou.

─Nós éramos mais ou menos amigos antes do episódio Katy.

─É, essa Katy atrapalhou a vida de muita gente.

─Eu tive minha participação. ─Fez uma pausa e encarou a amiga. ─Sinto muito por tudo, Martha.

─Eu já era uma bagunça, John. Você não estragou muita coisa.

─Mas também não consertei nada. ─Retrucou.

─Não vamos falar disso, sim? Eu, ah... preciso ir...

Ele então a observou sair, rápido demais para seu gosto. Ele também saiu, mas seguindo a direção contrária. Jason parou na porta, após todos os outros heróis terem buscado um caminho para fora. Todos, menos um. Ele parou, e olhou a namorada, ainda sentada na cadeira de Shayera.

Eram raras as ocasiões em que Lily ficava quieta. E em todas elas, não era bom. Aproximou-se dela, e sentou a seu lado. Abraçou-a, e a menina retribuiu com um sorriso.

─Conheço essa expressão. O que foi, Li?

A ruiva deu de ombros.

─Eu sei que heróis morrem em batalha, e eu pensei que tinha chegado minha hora. Eu estou apavorada!

─É normal sentir medo. Seria estranho se não sentisse.

Lily virou o rosto, fitando um ponto qualquer do chão.

─Eu sei, mas... achei que eu ia morrer, sem ver meus pais de verdade, ou sem poder me despedir.

Jason beijou o topo de sua cabeça.

─Fico feliz que tenha errado. Nós ainda temos muita coisa para fazer juntos, lembra?  Mochilão pela América do sul, faculdade e o melhor... casamento...

Por um momento, ela se lembrou de todos os planos que eles já fizeram juntos. E até se imaginava sendo fotografada por Jason nas paisagens pelas quais passariam algum dia. Também, embora com menos freqüência, imaginava os dois em um casamento bastante alternativo na praia. Tinha muita sorte que Jason a perdoara por seus erros infantis. Ela não imaginava mais uma vida sem ele.

─Acha que eu valho a pena? ─Encarou o namorado. Jason a apertou mais.

─Muita...

*****

Diana entrou em seu próprio quarto e sorriu diante da presença familiar. Ao menos nos últimos tempos a presença dele se tornava familiar. Batman, que olhava para fora, virou-se na direção da princesa amazona pouco depois da porta se fechar. Aproximou-se um pouco mais dele.

─Demorei? ─Ela indagou.

─Não muito. ─Fez uma pausa. ─O que acha de um jantar em minha casa? Martha estava certa, eu devo te chamar mais vezes para jantar conosco.

─Eu adoraria, Bruce. Esperei a semana toda por um convite.

─E eu esperei a semana toda por uma desculpa para convidá-la sem levantar suspeitas.

─Hm, claro... ainda sem relacionamentos para o Batman...

O tom dela lhe pareceu um pouco decepcionado, assim, Batman tirou a máscara.

─Não quero precipitar nada, você sabe.

─Sei, ainda assim...

Diana soltou um suspiro pesado e deu-lhe as costas. Embora desejasse que fosse diferente, ela começava a acreditar que Batman nunca mudaria. Aproximou-se dela e segurou-lhe os ombros. Diana fechou os olhos, sentindo o calor dele contra ela.

─Me desculpe. ─Sussurrou. ─Eu realmente desejo sua presença conosco esta noite.

A voz dele soava tão convidativa e ela não conseguia ficar com raiva muito tempo. Assim, virou-se para ele. No instante seguinte seus lábios se encontraram com os dela, suave e gentil, mas também famintos. Havia uma fome crescente em seu peito, um sentimento que só conseguia amenizar quando estava com ela. Para Diana, aqueles pequenos momentos da relação escondida faziam todo o resto valer a pena. Estava apaixonada, apenas esperava ser correspondida por ele.

Mesmo que fosse bom continuar, uma parte de sua mente lembrou-se de manter as aparências, e ele não deveria demorar muito mais no quarto de Diana, embora o quisesse. Gentil, separou-se dela, com um meio sorriso.

─Vou esperá-la no teletransporte.

Diana assentiu com um sorriso. No momento em que Batman saía, ela se apressou em ir se arrumar. Não queria se atrasar para o jantar, nem para encontrar o homem de sua vida...

*****

Shayera gemeu um pouco enquanto se desenrolava da toalha após um merecido banho quente. Virou-se, tentando ver o estrago. Pelo espelho, ela via um corte em suas costas, porém não era o que mais lhe preocupava. Faltavam algumas penas em sua asa direita, e ela não poderia voar pelos próximos dias. Ao menos não estava quebrada, mas ela se sentiria incompleta do mesmo jeito. Voar era tão importante para ela quanto respirar.

Soltou um suspiro pesado ao mesmo tempo em que a porta se abriu. Wally estava lá, vestido em roupas casuais e com um sorriso no rosto. Ele a viu de pé, se observando no espelho.

─Hey, Shay! Eu vou...

A ruiva gritou, e apertou a toalha contra seu corpo. Apenas naquele momento ele percebeu que ela não estava vestida. Shayera tentava se cobrir, contudo, ele ainda tinha um bom vislumbre das pernas dela, e via um pouco a curva de seus seios. Wally corou ao mesmo tempo em que ficava de costas para ela.

─Eu não vi nada! ─Apressou-se em dizer.

─Você é louco? Não sabe bater?

─Como eu ia saber que você estava pelada? ─Fez uma pausa. ─Pensei em te chamar para dormir na minha casa. Foi um dia difícil e pensei que gostaria de passar a noite com a gente. Sem pressão, claro.

Shayera se apressou em vestir um jeans qualquer e uma blusa de manga. Ela gemeu um pouco enquanto se vestia, o que fez Wally olhá-la de relance. Ele se virou por completo quando percebeu que ela estava vestida.

─Eu estou toda dolorida, Wally. ─Ela soou verdadeiramente cansada. ─Quero apenas o conforto da minha cama.

─Tudo bem, eu entendo. Dói muito?

Ela deu de ombros. Estava acostumada com a dor, tanto física quanto emocional. Levou anos para convencer-se o quanto era forte, e eram agora raras as ocasiões em que se mostrava o contrário.

─Minha maior preocupação são essas penas faltando. ─Indicou-lhe.

Ela se virou um pouco para que ele pudesse ver. Wally analisou as asas delas. Algumas penas foram arrancadas, outras estavam fora do lugar. Ele não estava na hora, mas imaginava que deve ter doído. Shayera lhe parecia frustrada por causa das penas arrancadas. Ele então deu um meio sorriso e tentou animá-la.

─Ah, suas asas continuam bonitas do mesmo jeito.

─Não posso voar sem elas, Wally. ─Explicou-se. ─Você corta as penas de um pássaro quando não quer que ele voe.

─Elas vão crescer de novo, certo?

─Em algumas semanas. Até lá...

Soltou um suspiro triste. Ele estendeu a mão na direção da asa defeituosa e a encarou.

─Posso?

Mesmo relutante, assentiu. Wally pegou a asa dela, e com cuidado, começou a massageá-la. Embrenhava seus dedos entre as penas, ajeitando aquelas fora do lugar, e tirando qualquer material estranho entre elas. Ele ia devagar, e parecia concentrado na tarefa.

Apesar de sentir algum desconforto, era bom ter as mãos de Wally trabalhando em suas asas. Próximo ao local aonde as penas foram arrancadas, ela sentiu as mãos dele. Doía um pouco, contudo era bastante agradável ter os dedos dele ali. Shayera fechou os olhos e suspirou. De imediato, ele parou e olhou para cima. Ainda segurava a asa, mas soltou-a em seguida.

─Me desculpa se te machuquei, Shay. Não era minha intenção.

Ela se virou para ele.

─Está ok. Você não fez nada.

Os ruivos se encararam por um instante. Era estranho. Wally sentia como se devesse se curvar e beijá-la, porém tinha medo da reação dela. Shayera tinha um sentimento parecido no peito. Ela queria, mas se manteve parada. Ele coçou a cabeça.

─A gente vai sair daqui a pouco, se você mudar de idéia.

Wally parou na porta, pensando em dizer algo mais, contudo desistindo. Saiu pouco depois, deixando Shayera sozinha. Quando se viu só, a ruiva nem parou para pensar. Calçou os sapatos e nem se deu ao trabalho de verificar o visual. Ela não sabia o que acontecia com ela. Correu para fora, torcendo para que Wally e seus filhos ainda estivessem na torre.

*****

─Tem algum evento para a noite?

Vixen se voltou ao namorado com um sorriso casado. Com as mãos, indicou sua própria figura.

─Neste estado, eu não sairia nem de casa, quanto mais um desfile. Olhe só para mim!

John Stewart olhou. A mulher morena tinha sua fantasia rasgada em várias partes, e hematomas e cortes pelo rosto e corpo. Ela estava destruída, e ele não se sentia muito melhor. Estava cansado demais com a luta, e só queria o conforto de sua casa. Mas então se lembrou que Vixen e Rex deveriam se sentir da mesma maneira. Assim, decidiu terminar aquele dia em família.

Embora não se mostrasse muito presente graças aos últimos acontecimentos, depois daquele ataque, John decidiu se tornar alguém diferente. Seria um bom pai para Rex, mesmo que o garoto ainda não fosse seu filho, e um companheiro melhor para Vixen. Se tinha planos de se casar com ela algum dia, deveria rever melhor seus conceitos.

─Eu já conversei com Rex, agora vim lhe fazer o mesmo convite. Não tenho certeza, a gente só deveria ficar em família. Se você quiser, claro.

A morena piscou algumas vezes. John andava distante dela, e ela chegou até a pensar que seu relacionamento estaria no fim. O convite era um agradável surpresa. Com um sorriso, se jogou em seus braços.

─É obvio que eu quero. O que eu mais quero no momento é uma noite tranqüila, e com minha família melhor. Eu só preciso me trocar...

─Eu espero você. ─E ela sabia que ele o faria.

Vixen o beijou rapidamente e logo caminhava na direção do banheiro. Não queria demorar muito. Logo voltou, usando um vestido longo floral e uma jaqueta verde.

─Você está linda, Mari. ─Disse e a abraçou. Logo saíam juntos, para curtir a noite como uma família.

*****

Parecia um pouco com os primeiros dias em que chegaram naquela realidade, onde eles e seus pais tiveram jantares em família para conhecerem melhor seus filhos. Estavam todos reunidos no teletransporte, esperando suas respectivas famílias. Quase todos estavam lá, com exceção de Honey, que estava na baía médica, e J’onn, que monitorava a menina.

─Jason e eu vamos ficar na torre por causa da Honey, mas os outros estão dispensados pelo resto do dia. ─Falou Superman, abraçado ao filho.

─Eu também vou ficar. ─Disse Kira. ─Quero ver se a Honey está melhor...

─Ficarei com Martha e Terry pela noite. ─Diana disse, abraçada com a filha, enquanto esperavam Terry e Batman chegar. ─Vamos para a casa do Bruce.

─A gente vai dormir na casa do papai. ─Lily disse.

─Mi casa és tu casa. ─Eles riram do falso sotaque espanhol do Flash.

─Acho que vou com vocês. ─Shayera apareceu, não muito certa do que fazia. ─O que? Quero cuidar dos meus filhos.

Os heróis presentes pareciam realmente surpresos com sua declaração. Mas John e Lily a encararam esperançosos. Eles a abraçaram, agradecidos por ela acompanhá-los. Ainda abraçada, Shayera olhou de relance para Wally e eles trocaram um sorriso cúmplice. Silencioso, ele queria dizer-lhe “obrigado”. Ela revirou os olhos, mas sorriu também.

─Vamos, pirralhos?

Os garotos concordaram. Lily e Jason se despediram com um beijo. Flash abraçou Shayera e eles e seus filhos saíram juntos.

─Que estranho! ─Vixen comentou, ganhando uma risada de John.

─Muito. Vamos?

John Stewart abraçou Vixen e logo o casal saía na companhia de Rex. Terry chegou pouco depois, assim como Batman, e seguiram seu caminho. Os que iriam sair da torre o fizeram, e aqueles que pretendiam ficar, tomaram seus próprios rumos. O dia acabava e todos esperavam uma noite tranqüila, sem a sombra do dia ruim que tiveram...


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Notas finais do capítulo

Acho que vai ser como uma segunda noite em família, com a diferença que os heróis estão um pouco mais acostumados com seus filhos do futuro. Em breve eu trago mais atualizações.
Gratidão!!!



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