Disintegration escrita por Mozart


Capítulo 1
Plainsong


Notas iniciais do capítulo

olá, crianças!
faz muito tempo que eu quero escrever uma long wolfstar e finalmente consegui escrever isso, espero que gostem.



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PLAINSONG

 

I think it's dark and it looks like rain, you said
And the wind is blowing like it's the end of the world, you said
And it's so cold, it's like the cold if you were dead
And then you smiled for a second

I think I'm old and I'm feeling pain, you said
And it's all running out like it's the end of the world, you said
And it's so cold, it's like the cold if you were dead
And then you smiled for a second

Sometimes you make me feel
Like I'm living at the edge of the world
Like I'm living at the edge of the world
It's just the way I smile, you said

 

Estava escuro, ventava forte e Remus Lupin estava morrendo de frio. Não podia haver cenário mais apropriado para uma desilusão amorosa.

— Não foi nada demais, nós estávamos bêbados, não vai acontecer de novo…

Ele não respondeu, mas temia que seus olhos falassem em seu lugar.

Na verdade, não havia nada de complexo naquela situação.

Sirius e Remus transaram.

Sirius tinha uma chupada no pescoço, cortesia de Remus Lupin.

Remus tinha um coração despedaçado, cortesia de Sirius Black.

E em meio a isso havia James Potter, perdido naquele mundo desconhecido, esforçando-se para que os amigos fizessem as pazes sem ao menos saber dos fatos completos. Rindo e oferecendo bebidas e contando piadas e falando de garotas pelas quais Remus jamais se interessaria por estar tão obcecado por Sirius, Sirius este que provavelmente já saíra com uma meia dúzia de garotas desde aquela noite.

E então haviam todas aquela garotas que James achou que seriam o remédio mais apropriado para recobrar a amizade de dois marotos, talvez ele até estivesse correto se o que houvesse entre Sirius e Remus fosse uma amizade pura e simples.

Mas não era.

Remus até tentava, mas a todo o tempo seus olhos desviavam da garota ao seu lado e caminhavam sorrateiramente até onde estava Sirius, rindo com aquela garota que ele nunca vira na vida e não seria a primeira e nem a última vez que ele iria pra cama com alguém que mal conhecia, para falar a verdade.

Em seu íntimo, Remus sentiu que podia desmoronar a qualquer momento.

Seu corpo pesava e ele não sabia por quanto tempo mais conseguiria segurar aquele turbilhão de emoções dentro de si.

Eu preciso ir murmurou finalmente com a voz rouca, e levantou-se da mesa sem dar tempo de alguém protestar.

Estava incrivelmente escuro, o vento incrivelmente forte e Remus não achava que houvera uma vez em que sentira tanto frio em toda a sua vida.

Era como congelar até morrer. Pior, era como ver Sirius congelar até morrer.

Seus passos eram rápidos, talvez se fosse veloz o suficiente ele seria capaz de guardar tudo para seu travesseiro, mas ele não era. Mal conseguiu chegar a esquina quando tudo desabou, Remus não se lembrava de ter chorado tanto alguma vez em sua vida desde que descobrira a licantropia. Era horrível.

Ter o coração partido era tão horrível quanto licantropia, aquilo o assustava.

Recostou-se em uma parede de pedra e deixou-se escorregar até o chão enquanto permitia que as lágrimas inundassem seu rosto. Já fora forte por tempo demais, já era tempo de deixar algum resquício de fraqueza tomar conta de si.

Remus jamais saberia quanto tempo passou daquele jeito, mas só despertou do torpor ao ouvir aquela voz.

O que você está fazendo?

E foi como se uma canção dolorosa de se ouvir ecoasse em seus ouvidos.

Os olhos cinzentos o fitavam, mas Remus era incapaz de se mexer por qualquer que fosse o motivo. Sirius o agarrou pelos braços e o ajudou a ficar de pé. Remus não conseguia encará-lo, tudo o que queria era que ele fosse embora e o deixasse viver sua fossa em paz.

O que você está fazendo? devolveu a pergunta com rispidez.

Sirius esboçou um meio sorriso que fez o coração de Remus saltar no peito, mas seus olhos eram tristes e sombrios como aquela noite.

Eu… eu vim atrás de você.

Remus sorriu com sarcasmo não conseguindo se conter.

O que você ‘tá pensando, Sirius? Você acha que eu vou estar sempre esperando? Quer dizer, você chega, me fode LITERALMENTE , vai embora e SOME, depois me encontra em algum lugar qualquer por atitude do James e diz que você estava bêbado e não vai acontecer de novo?! Você acha que eu sou uma puta?! Por que você ‘tá aqui? Tem várias garotas ali te esperando, volta logo pra elas! Não é possível que você tenha mudado toda a sua filosofia de vida em menos de cinco minutos as lágrimas jorraram pelo rosto de Remus enquanto ele jogava tudo na cara de Sirius, mas a raiva e a tristeza eram maiores do que seu senso de dignidade. Seria muito mais fácil se você simplesmente me deixasse ir. Na verdade, foda-se você, eu vou embora daqui!

Remus fez menção de ir embora, mas Sirius o segurou pelo braço e o empurrou contra a parede, o beijou, um beijo urgente que exigia todo o fôlego de ambos, Remus sentiu um gosto salgado. Eles se separaram e Sirius chorava, um choro gutural que parecia vir do fundo de sua garganta. Remus o abraçou e era como ninar uma criança perdida, suas lágrimas molharam o casaco de Remus. Ele soluçava incessantemente.

Me desculpe, Remus proferiu em meio ao choro , me desculpe.

Parecia genuíno, por isso foi tão difícil quando tudo se desvaneceu.

Sirius! a voz da garota do pub soou há alguns metros dali, Remus congelou. O que está fazendo aí?!

Sirius limpou o rosto rapidamente e fez um sinal para a garota, seus olhos estavam vidrados no outro garoto, mas Remus não ousava encará-lo.

Remus, eu…

Por Merlin, vá embora!

Ele não discutiu, o que doeu ainda mais, era como se Remus afundasse cada vez mais em areia movediça a cada passo que Sirius dava em direção a garota. Foi como se toda a tristeza e toda a raiva penetrassem nele de novo, seus ombros tornaram-se novamente pesados e seu coração era como chumbo implantado em seu peito.

Remus voltou-se na direção oposta a dos outros e continuou seu caminho, só queria chegar ao dormitório, se jogar na cama e morrer dormindo.

 


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Notas finais do capítulo

desculpa já começar a história com tanto sofrimento, mas é que não tinha outro jeito. lembrando que eles vivem em uma época em que homossexualidade era ainda muito mais vista (mais do que hoje em dia).
acho que eu me inspirei um pouco em brokeback mountain (meu filme favorito) pra esse capítulo, e pode ter várias referências ao filme aqui mais pra frente (quem viu o filme deve ter percebido que o beijo deles nesse cap é parecido com o beijo de reencontro de ennis e jack, né).
enfim, deixem suas opiniões, por favor! eu não mordo.



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