Harry tinha chegado no dia anterior a escola, ele havia embarcado no trem e agora um novo ano letivo se iniciava na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, há algumas semanas ele e seus amigos Rony e Hermione foram até o Beco Diagonal para comprar seus materiais escolares novos e enfim visitar a nova loja que Fred e George abriram, a Gemialidades Weasley, mas antes encontraram por acaso Draco Malfoy junto a sua mãe na Madame Malkins, o loiro estava diferente do normal decidiram segui-lo assim que tivesse oportunidade. Passado algum tempo viram que Malfoy havia conseguido despistar a mãe e foi para a Travessa do Tranco decidido, sendo seguido pelos garotos de perto sem notar as suas presenças pois estavam encobertos pela capa da invisibilidade, ele entrou em seguida na Borgin & Burkes onde ele pediu para o proprietário consertar algo e reservar algum objeto que certamente seria das trevas. Harry ficou extremamente curioso sobre o mistério por trás daquela visita e concluiu que Draco estava sendo treinado para substituir o pai dele como comensal da morte. Rony e Hermione não acreditaram nele, mas como ele estava cismado nada tirava da cabeça de Harry que agora Draco fazia parte dos Comensais da morte. Durante a viagem de trem até a escola ele seguiu Zabini até o compartimento onde estava com Draco. Após aguardar para ver se o garoto faria alguma grande revelação Draco atacou Harry o deixado à própria sorte petrificado e com o nariz sangrando e quebrado.

No outro dia às seis e meia Harry já estava com Hermione e Rony tomando seu café da manhã, o garoto estava distraído pois na mesa da Sonserina Malfoy encenava como quebrar um nariz arrancando aplausos e gargalhadas dos colegas. Hermione conversava com Gina e Parvati, sobre uma tragédia no condado de Little Whinging onde uma garota bruxa explodiu a própria casa, inicialmente o ministério achou que fosse obra dos comensais da morte pois mortes estranhas começaram a acontecer desde a revelação do retorno de você-sabe-quem porém após a intervenção dos aurores no caso, descobriram que a garota estava sendo torturada pelos pais por ter nascido bruxa, fora acorrentada no porão da casa por três semanas sem receber comida ou água, a magia acabou agindo por conta própria a libertando do cárcere.

— Alguém morreu? - perguntou Parvati de forma leviana.

— Não parece que não havia ninguém na casa no momento, o ministério apagou as memórias dos trouxas que presenciaram a explosão - Hermione respondeu mecanicamente

— E ela morreu? - Parvati perguntou novamente não prestando a devida atenção a Hermione.

— Como eu disse não houve mortes – a garota disse se virando para Harry e Ron para ver se ambos estavam prestando atenção ao que ela dizia – Coitada, imagina ser presa só por ter nascido bruxa.

— Alguns trouxa conseguem ser tão cruéis quanto comensais da morte – Disse Gina.

— Onde foi isso mesmo? – Rony perguntou com a boca cheia fazendo Hermione olhar para ele com reprovação.

— Little Whinging não diz onde exatamente – ela disse relendo a notícia no jornal e se virando para Harry em seguida – Ei Harry, não é onde seus tios moram?

— Aham – Harry respondeu não prestando atenção a pergunta estava começando a se irritar com Malfoy e sua exibição. Sem que os garotos notassem a professora Mcgonagall veio até a mesa com uma expressão muito séria no rosto.

— Weasley e Granger o Professor Dumbledore pediu para ambos comparecem em seu gabinete com urgência – ela disse lançando o mesmo olhar de reprovação a Ron que engolia a comida como se não houvesse amanhã.

— Mais professora eu ainda não terminei o meu café da manhã – Rony disse com a boca cheia e olhando com esperança para a torta de morango a sua frente.

— Não importa Weasley, o Diretor precisa imediatamente de vocês – ela disse de forma impaciente.

— Nos vemos mais tarde então – Harry disse fazendo menção de se levantar e rumar para aula de Herbiologia.

— Potter, você pode vir também.

Harry sem entender seguiu os amigos com a Prof. Minerva a frente, mesmo sabendo que não seria de grande ajuda pois não era monitor. Apesar de Dumbledore ter elegido ele capitão do time de Quadribol não sabia até onde sua nova função poderia ajudar. O garoto entrou logo atrás dos amigos, distraído ele olhava para o ambiente que estava exatamente igual aos anos anteriores, exceto pela figura solitária da garota sentada de frente a escrivaninha de Dumbledore. Ele arregalou os olhos sem poder acreditar no que ele via, pois ali na sua frente estava Alina, os cabelos negros com mechas azuis estavam mais compridos e estava um pouco mais magra e pálida, ela encarou Harry com a mesma expressão no rosto de incredulidade.

Alina ficou inquieta com a presença de Harry, ela já sabia que iria encontra-lo desde que descobriu que ele e o menino-que-sobreviveu eram a mesma pessoa. Quando ela havia o conhecido não passou pela sua cabeça que poderia ser a mesma pessoa, já que haviam várias pessoas na Grã-Bretanha que possuíam o mesmo nome que Harry. Afinal era um nome comum até mesmo entre os trouxas. Ela imaginou muitas vezes o reencontro mas em nenhuma hipótese ela imaginou que acontecesse tão rapidamente. Ele desviou o olhar mais do que rápido ainda chocado, olhou em volta pois seus olhos custavam a acreditar que bem ali na sua frente estava Alina, acabou encontrado os olhos do Diretor que o observava por cima dos óculos de meia lua, ele tentou bloquear sua mente para que o diretor não visse o que estava pensando, mas infelizmente nunca foi um bom Oclumente.

Harry havia mandado Edwiges todos os dias até Alina e em todas as vezes a coruja retornou sem resposta, ele olhou para a garota novamente tentando encontrar palavras que descrevessem o espanto e a felicidade de ela estar ali, onde ele jamais imaginaria a encontrar, mas ela desviou olhando para frente pois o Professor Dumbledore dirigiu a palavra a ela.

— Srta. Pierce quero apresentar a você os monitores de sua casa, a Grifinória – ele disse apontando os garotos – Esses são Ronald Weasley e Hermione Granger eles vão assessora-lá até a sala comunal, a senhorita já está ciente de algumas regras, portanto espero que sua conduta seja tão exemplar como foi em Beauxbatons.

— Sim senhor – Alina respondeu com os olhos na professora Mcgonagall que estava parada atrás do Diretor, mau contendo a vontade de desviar o olhar para encarar Harry novamente.

— Como os senhores já devem estar sabendo a srta. Pierce passou por dificuldades durante o verão – Assim que Dumbledore terminou a frase Hermione levou as mãos a boca chocada, Harry não entendeu o significado do gesto mais notou que algo sério havia acontecido – Foi melhor pela sua própria segurança trazê-la para Hogwarts. A senhorita Pierce passou por uma cerimônia seletora hoje pela manhã e foi selecionada com alegria para Grifinória por isso estou incumbido a vocês de apresentá-la aos colegas e aposentos. E senhor Potter peço que ajude seus colegas nessa tarefa, a estadia da Srta. Pierce pode ser um pouco difícil nesses primeiros dias – O diretor concluiu dando uma leve piscadela ao garoto.

— Me desculpe a indiscrição Professor – Hermione disse procurando encontrar as palavras – Mais os acontecimentos que o senhor disse são os mesmos que o Profeta diário noticiou essa manhã?

— Sim Srta. Granger devo informar que são os mesmos – Dumbledore respondeu calmamente não dando mais detalhes, Harry abriu a boca para perguntar mais levou um pisão em seu pé de Hermione que o fez se calar imediatamente.

Os quatro seguiram para a torre onde ficava a sala comunal em silêncio após serem dispensado da primeira aula, Hermione tentou estabelecer um diálogo com a garota mas Alina estava perdida em seus pensamentos. Desde que Harry tinha saído da Rua dos Alfeneiros muita coisa havia acontecido. Alina se recusou a voltar a ver Duda depois de ser assediada pelo garoto e Nicolas Pierce enlouquecido pela raiva deu uma surra na garota fazendo a desmaiar, quando ela acordou estava acorrentado no porão da casa que até então era desconhecido por ela.

O local era escuro, nem mesmo uma única fresta de luz entrava, mais aos poucos os olhos de Alina se acostumaram com a escuridão. Na primeira semana ela gritou até sua garganta doer no entanto com o passar dos dias ninguém apareceu para ajudar. Ela não entendia como sua mãe que também era bruxa podia permitir que algo assim acontecesse, assim como havia feito várias vezes desde pequena rezou para seu pai encontra-la, mas sabia que as constantes mudanças e o fato da mãe nunca ter mencionado a gravidez faria que isso não acontecesse.A tristeza tomou conta dela e aos poucos sua voz foi se calando, ela parou de gritar e teve certeza que morreria ali.

Em uma noite ela sentiu uma força tomar conta dela e teve vontade de viver e sair dali, não sabendo explicar como tudo aconteceu foi envolvida em uma esfera e tudo a sua volta explodiu fazendo ela enfim se libertar do cárcere.

Provar sua inocência foi fácil mesmo com seu padrasto jurando que ela tinha um mau gênio, a justiça dos trouxas foi feita e agora ele estava preso. Alina foi transferida de Beauxbatons mesmo contra sua vontade, mas como foi dito a circunstância era para sua segurança e mesmo que ela não admitisse naquele momento tudo que ela queria era estar perto de Harry.