The Bitsmaster escrita por Junior Lopes 03


Capítulo 8
El hombre que hablaba español


Notas iniciais do capítulo

E finalmente saberemos qual o segundo jogo em que Helena terá sua próxima aventura. Boa leitura!



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O homem, que não era nem muito novo e nem muito velho, me ajudou a levantar e, ainda desnorteada, perguntei:

— Onde estou?

— Estás na entrada da ciudad de Oatman. – ele me respondeu sendo ainda muito simpático.

Eu estava tentando assimilar todas aquelas informações novas para mim até que o rapaz fala:

— Y... Quién es la señorita?

Ainda um pouco tonta, respondi:

— Meu nome é Helena, Helena Cortez.

— Mucho placer señorita Cortez! – ele disse fazendo uma reverência – Me llamo Cormano! La señorita parece ser muy joven, cuantos años tens?

— Tenho 13 anos... – respondi um pouco envergonhada.

— Lo que uma muchacha tan joven está fazendo sozinha a noche por ahí? – Cormano perguntou de uma maneira preocupada, até parecia meu pai...

De repente, lembrei-me de tudo o que aconteceu: as mortes do garoto assassino da tesoura gigante e de Mary Barrows, Jennifer me falando aquelas coisas estranhas sobre eu estar no “mundo dos jogos” e, por fim, o sumiço dela. Ainda um tanto traumatizada devido aos acontecimentos na mansão Barrows, me afasto bruscamente de Cormano, desconfiada:

— Desculpa! Mas meus pais disseram para eu não falar com estranhos!

E saí correndo dali, de longe, deu para ouvir a voz dele:

— Ey! Espere!

Corri e quando me julguei livre daquele homem, comecei a andar no ritmo normal até que ouço um ruído vindo de trás de mim, pareciam passos e, quando me virei, um homem com um lenço no rosto me fala:

— A mocinha está sozinha? É uma pena...

De repente, aquele mesmo rapaz sacou um revólver e apontou para mim, mas mal levantei as minhas mãos em posição de rendida, o mesmo cara caiu duro no chão e, instantaneamente, começou a sair muito sangue do seu tórax... Ele levou um tiro e eu dei um grito assustada!

Quando olhei para cima, vi Cormano e, na hora, concluí que ele foi o autor daquele disparo.

— Helena, estás bien? – perguntou preocupado ao mesmo tempo que tinha guardado a arma que tinha acabado de usar. – Usted no debería ter corrido así de mí, yo no soy um bandido como éste! – concluiu apontando para o rapaz que parecia estar morto.

Comecei a chorar nervosamente e, do nada, Cormano me abraçou sem dizer nada, outro barulho surgiu naquele momento: era meu estômago roncando de fome...

— La señorita parece estar con fome, sí? Venga! Mis camaradas están em un saloon aquí perto y lá terás lo que comer! – ele disse me convidando.

Fiquei ainda parada, mas a expressão suave e também preocupada de Cormano, logo depois daquele ato heroico, me inspirou certa confiança; decidi segui-lo. Adentramos aquela cidade que até parecia abandonada, na verdade, lembrava muito cenário de faroeste aquilo, a propósito, o próprio Cormano vestia uma roupa característica de cowboy com uma capa rosa e um chapéu mexicano da mesma cor. Quando chegamos ao tal saloon que nada mais era que uma espécie de bar típico de Velho Oeste, pude ver que as coisas estavam correndo agitadas e alegres por lá: tinha música, homens bebendo, mulheres dançando e o que eu estava desejando fazia muito tempo – comida!

Cormano me conduziu até uma mesa onde estavam sentados três homens loiros que também trajavam aquele vestuário estilo cowboy, sendo que um vestia um conjunto quase que totalmente amarelo, mas com o chapéu de vaqueiro marrom; outro com a vestimenta totalmente azul, incluindo o chapéu; e o último vestindo verde e de chapéu vermelho.

— Señores! Esta aqui es la señorita Helena Cortez! Yo la encontré na entrada da ciudad e parece que ella está con fome, pobrecita... – disse Cormano com a mesma simpatia de antes. – Señorita! – continuou – Estes son Steve – apontou para o rapaz de amarelo – Billy – indicou para o moço de azul – y Bob! – disse se referindo ao cara de verde.

Eles apenas assentiram como resposta e pude perceber que, ao contrário de Cormano que era tão receptivo e comunicativo, os amigos dele pareciam ser mais reservados. Para quebrar aquele “silêncio” (a música estava tocando alta por todo aquele ambiente), me pronunciei:

— Eeeer... Encantada em conhecê-los! – falei lembrando-me das boas maneiras que meus pais tentavam me ensinar.

Levei mais um aceno com a cabeça por parte daqueles senhores até que, educadamente, Cormano puxou uma cadeira para mim, sentei e rapidamente a comida veio àquela mesa. Estava devorando aquilo ávida, mas começo a reparar em algo que me causou estranheza: aquele senhor simpático que salvou meu estômago estava comendo uma porção de bife e bebendo leite... Afastei alguns pensamentos cômicos e até maldosos de minha parte e voltei à minha refeição até que, muito sem graça, olhei para o salvador da minha barriga... Ele, adivinhando os meus pensamentos, disse:

— No se preocupe señorita Helena, yo pago! – Cormano disse sorridente.

— Ai ai Cormano! – disse o rapaz de nome Steve. – Sempre defendendo os oprimidos...

Os outros rapazes riram após a fala de Steve, eu fiquei extremamente constrangida e Cormano, por sua vez, não respondeu o colega, mas o encarou sério. Aos poucos, quase todos aqueles que estavam naquela mesa foram saindo: Steve tomou um assento no balcão, pediu algumas bebidas e ficou por lá mesmo; Billy tinha dito algo como ir fumar do lado de fora do bar; e Bob foi ver as dançarinas de cancan; ficamos apenas Cormano e eu até que ele me fala:

— Perdón por la brincadeira de Steve. Él no debe ter dicho por mal...

— Desculpa eu, Cormano... Desculpe-me se incomodo você e seus amigos... – disse de maneira a reanimá-lo, mas acabei ficando um pouco triste ao mesmo tempo.

— De manera ninguna, señorita! – ele me respondeu rapidamente, voltando à postura educada de antes.

Tentei então voltar a conversar com ele:

— Cormano, você tem um sotaque diferente dos seus colegas, o que você fala é uma mistura que coloca o espanhol no meio, você é daqui?

Ele deu risadinha e em seguida me respondeu:

— En verdad, yo soy de México!

— Ah! Eu devia desconfiar por causa do seu chapéu, ou melhor, sombrero!

Nós dois rimos e ele questionou:

— Entiendes la lengua española?

— Sí, yo la entiendo. – respondi no dito idioma.

Cormano deu um grande sorriso até que percebemos que o bar estava se esvaziando. Em poucos minutos, os outros três cavalheiros retornaram à mesa.

— Bem, acho que por hoje já deu a festança por aqui não? Vamos para o albergue! – falou Billy já bocejando.

— Já está tarde mesmo e amanhã teremos um dia... cheio... – completou Bob com um brilho no olhar.

Cormano então se levantou não sem antes de se dirigir a mim:

— Señorita Helena, lo que fazes ainda sentada ahí? Venga con nosotros!

— Cormano! – disse rapidamente Steve – Temos uma missão perigosa a partir de amanhã, não dá para ficarmos levando uma menina conosco: ela iria mais atrapalhar do que ajudar! – ele completou parecendo adivinhar as intenções do parceiro.

Fiquei calada observando aquela discussão entre aqueles dois rapazes. Cormano tentava se justificar:

— Pero... Pero...

— Mas nada, Cormano! – continuou Steve num tom ríspido. – Você é o herói, o mocinho que salva a tudo e a todos ou um caçador de recompensas?

Eu fiquei perplexa!

“– Como assim? Caçador de recompensas?” – pensei totalmente perdida.

— Devo lembrar a todos vocês – Steve continuava – que a partir de amanhã começamos nossa caçada a Simon Greedwell cuja recompensa é de $10.000, vamos também ter que dividir o lucro com essa garota?

Cormano, que tinha abaixado a cabeça devido ao sermão do colega, se levantou e com firmeza disparou:

— Si lo que te interesa es el dinero, enton estoy fuera del grupo!

— O que? – Steve pareceu indignado. – Não seja ridículo! Por que sacrificar tudo agora por uma menina que mal conhece? Esqueceu o motivo de você estar aqui conosco nisso?

— Es suficiente! – Cormano vociferou. – Si la chica no ficar con nosotros, estoy fuera del bando!

Os outros três homens ficaram de olhos arregalados até que, num suspiro, Steve disse derrotado:

— Está bem, está bem! A garota pode vir conosco, mas ela será de sua e apenas de sua responsabilidade!

Cormano então abriu um sorriso de orelha a orelha e eu, que estava sem palavras diante de toda aquela situação, apenas sorri agradecendo a ele: se não fosse pela força que ele me deu, não saberia dizer o que seria de mim...

Rumamos para o dito albergue e, lá, os rapazes deram um jeito de eu conseguir dormir num quartinho à parte e mais uma vez, agradeci a toda ajuda que principalmente o Cormano me deu. Ainda estava preocupada com Jennifer, mas algumas de suas últimas palavras delas não saiam da minha mente...

“– Helena! Tudo aqui não passou de um jogo, você está dentro do mundo dos jogos, aliás! Parece que você vai ter que passar por mais alguns para conseguir enfim voltar pra casa!”

Tentei afastar esses pensamentos e deitei na cama do que seria meu quarto por aquela noite.

“Amanhã deverá ser um dia agitado...” – pensei já sonolenta e dormi.


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Notas finais do capítulo

E o jogo é Sunset Riders! E como descrito pela própria protagonista da história, é um game que se passa no Velho Oeste, com direito a tiros e tudo mais! :v

Segue o gameplay de uma das fases dele:

https://www.youtube.com/watch?v=6Obsu5ZoyeY



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