Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 9
O diamante roubado




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Colocamos as roupas e os outros tamebm foram se trocar, Rauthar e Leo continuaram com seus ternos, agora mais bem ajeitados, Jackie e Inari usavam as mesmas roupas que nós, e Daisy estavam com as mesmas roupas com um fone de ouvido com microfone e o computador no colo.

— Como está o som? - Daisy fala no microfone e Leo escuta com o minúsculo fone em um dos ouvidos

— Em alto e bom som. - sorri atrás do garoto

— Ótimo, então acho que estamos prontos

— Calma, ainda não explicamos a missão para as meninas ainda, elas são novatas. - ele caminha até nos e se põe apoiado em um joelho - Meninas, hoje fomos contratados para roubarmos um diamante!

— Roubar? Temos mesmo que fazer isso? - pergunto

— Não se preocupem, vai ser divertido, e não vão se arrepender no final, escutem o velho leão. - ele mexe as orelhas

— Se você diz......

— Ótimo, o plano é o seguinte: o diamante vai estar em uma sala bem protegida em uma festa importante hoje à noite, eu e Rauthar vamos nos infiltrar na festa e resolveremos o assunto com os guardas do salão e do lado de fora na hora da saída, vocês duas e Jackie dão um jeito nos guardas de dentro da sala, Daisy cuida do sistema de segurança, e nosso brilhante garoto fará sua mágica. - ele afaga a cabeça de Inari - Inari será responsável por tirar o diamante do lugar, no fim vamos traçar a rota de fuga e dar o fora dali. - ele ri com as mãos na barriga - Estão prontos, senhoras e senhores, para o grande espetáculo da noite?

— Sim, chefe! - ele gritam animadamente, menos Rauthar que apenas murmura um “sim” desanimado

— S-sim, chefe... - digo atrasada

— Isso vai ser um problema. - diz Fran me olhando preocupada

— Vai ficar tudo certo, ok? Não vou deixar nada acontecer com você

Leo puxou uma alavanca de dentro da lareira e uma plataforma foi descendo no chão, ela nos levava diretamente para uma grande sala secreta com varias equipamentos eletronicos e armas incríveis, ali perto estava um grande carro preto, todos entramos, Leo coloca óculos escuros e dá um belo sorriso ao virar a chave e ouvir o barulho do motor.

— Está de noite, não precisa disso. - Rauthar tira os óculos dele

— Mas eu fico incrível com ele. - ele resmunga e começa a dirigir

Subimos uma rampa que nos levou a uma parte escondida na floresta que só era aberta por dentro por um controle, passamos pela floresta por um tempo até chegarmos na rua de pedras de uma cidade próxima, em alguns minutos entramos em um local com um grande portão.

— Temos que descer aqui. - diz Inari abrindo o teto solar com o carro ainda em movimento

— Aqui?! - pergunto assustada

— Aqui, aqui, agora mesmo. - completa Jackie - Não vão se machucar, uma de vocês sobe nas minhas costas e a outra nas costas do Inari

Eu subo nas costas de Inari e Fran nas costas de Jackie, os dois saltam para fora e se escondem nas árvores do jardim, eles nos soltam e vamos sorrateiramente pelos fundos. Inari tira uma corda da mochila preta que trouxe assim que chegamos na parte de trás da casa onde tinha paredes altas e um teto em forma de cúpula.

— Eu vou subir e amarrar a corda. - ele fala se transformando em algo que parecia um grande balão peludo e flutuando para o telhado

— Poder de raposa. - diz Jackie olhando nossos rostos perplexos - É muito útil às vezes

Inari amarra a corda e Jackie da uma puxões nela para ter certeza que estava segura, começamos a subir e paramos tentando nos equilibrar em uma parte do teto onde não era de vidro, um pequeno parapeito nas bordas da cúpula, a raposa toma forma de um pássaro e anda calmamente pelo teto de vidro esperando o sinal de Leo para que entremos em ação.

— Estou feliz que tenham ficado com a gente. - Jackie fala - Quanto mais pessoas na família melhor

— Por que decidiu entrar pro grupo? - pergunto e ela parece ficar meio desconfortável - Não precisa falar se não quiser

— Não, tudo bem, agora que somos família é bom compartilhar as coisas, não é? - ela suspira e espera uns segundos - Meu pai nasceu na minha alcateia como um humano, meus avós fizeram de tudo para que ele não fosse descoberto, mesmo com instintos assassinos humanos, ele ainda conseguia se controlar muitas vezes, era bom na caça e cresceu ali escondido..... - ela faz outra pausa - Um dia, quando ele era mais velho, minha mãe o descobriu enquanto ele voltava da caçada, ela ficou assustada e queria contar pro resto da alcateia, mas meu pai implorou para que ela não contasse nada,...... a mamãe era muito bondosa e não conseguiu contar depois disso, mas ela começou a visitá-lo e ajudar a escondê-lo dos outros, os dois se apaixonaram depois de um tempo, eles não se casaram, não podiam se mostrar como casal para o resto do bando, depois de um tempo eu nasci

— E o que aconteceu depois?

— Depois? Eu cresci. Cresci escondida dos outros lobos, fui cuidada pelos meus pais e avós e aprendi sobre ser um lobo com eles, mas mesmo com aparência de lobo eu acabei nascendo com um terrível instinto assassino..... um dia eu não consegui me controlar e quando sai de casa para minha primeira caçada eu acabei encontrando um lobisomem criança, meu corpo estava cheio de adrenalina por ter corrido atrás do cervo que estava entre meu dentes, minha mente ficou turva e eu corri pra cima do garoto cravando os dentes na garganta dele

Ela faz uma pequena pausa e eu instintivamente levo uma das mãos ao pescoço tentando fazer aquela sensação fantasma parar.

— Os pais dele chegaram logo depois, ninguém gostaria de ver seu filho morto perto de um lobisomem meio formado...... sabe, quando eu me transformo para a forma de lobo, eu não consigo me formar completamente, eu apenas fico parecendo um ser humano com pelos e pernas tortas..... os outros chegaram logo depois, eu tentei me esconder em casa, mas eles nos acharam, meu pai mandou que fugíssemos pelos fundos e tentou impedi-los..... eles o mataram.... - vi algumas lágrimas rolando pela sua bochecha - Meus avós eram muito fracos, mas não tinha problema, eles só queriam a mim e ao meu pai. Minha mãe tentou fugir comigo, mas eles a seguraram e ela mandou que eu corresse para o mais longe que eu conseguisse e eu o fiz. Eu corri, por horas, passei por muitas cidades naquela forma deformada de lobo, mas no terceiro dia eu sucumbi ao cansaço e a fome e acabei caindo no meio de uma floresta qualquer arfando de cansaço, foi quando Leo apareceu, ele estava junto com Rauthar e Inari, eles me levaram para um dos esconderijos que tinham por perto, me alimentaram, me deram roupas e me aceitaram mesmo depois de ouvir minha história...... Leo me disse para não deixar que ninguém além de mim defina o que eu sou, ele disse que eu não era um monstro e me ensinou a conter a minha vontade de matar, começamos a trabalhar juntos, então todo trabalho onde tínhamos que sujar as mãos eu mesmo fazia e ele sempre faz carinho na minha cabeca e diz que eu fiz um bom trabalho.... Eu sei que vocês devem achar assustador, mas.... somos uma família agora, então espero que isso não mude

— Está tudo bem. - eu ponho a mão no ombro dela - Não temos medo de você

Fran se arrasta com cuidado para o lado e põe a mão encima da minha, Jackie dá um grande sorriso e nos abraça quase nos fazendo cair. Escutamos um assovio estranho com um pequeno rugido no fim, Inari canta rapidamente como um pássaro e voa até nós se transformando em homem raposa de novo.

— É o sinal, vamos começar agora

Ele põe as garras para fora e corta uma parte grande do vidro para que pudéssemos entrar, recolhe a corda e a joga cuidadosamente pelo buraco.

— Sistema de segurança desligado? - ele pergunta pressionando o pequeno fone em seu ouvido parecido com o de Leo

— Tudo desligado, pronto para ir. - a voz de Daisy pode ser escutada um pouco

— Jackie, vá na frente, meninas vocês atrás, se escondam nas sombras, em 1 minutos os guardas vão entrar pra checar a sala, vocês têm que nocautea-los no mesmo segundo que eles fecharem a porta, rápido, sem barulho e com a menor quantidade de sangue possível

— Temos que matá-los? - pergunto relutante

— Desculpa por isso, mas sim. - ele aperta meu ombro

— Temos que proteger nossa nova família, não temos?— Fran me entrega uma das armas que ela tinha colocado no bolso da roupa 

— Família? - sorrio para ela pegando a arma - Acha que podemos mesmo ter outra?

— Já éramos uma família, ela só aumentou um pouco agora

— Acho que sim.... - faço uma pausa enquanto uma visão vinha à minha mente - Isso..... acho que a mamãe ficaria orgulhosa de nós

— Ficaria?— ela me olha confusa, mas depois sorri - Acredito em você

Jackie entrou e nos fomos logo atrás dela. Nos escondemos nas sombras que a luz da lua fazia nas pilastras que enfeitavam as bordas na sala grande, alta e redonda, a porta se abre e 3 guarda entram, um deles fecha a porta e só consigo ver os olhos de Jackie se tomando uma cor vermelha muito brilhante quando ela em si forma quase lupina rasga o pescoço do homem que cai quase mordo lutando para falar alguma coisa e se engasgando no próprio sangue, antes que os outros pudessem se virar para trás e notar o que estava acontecendo eu corro e ativo a arma de choque no pescoço do segundo, que vai no chão com os olhos brancos e ainda tendo alguns espasmos. Fran aponta a arma para o terceiro, ela acerta a nuca dele com um dardo invenenado saído da arma. Com os 3 derrubados, Inari desce pela corda e vai até o centro, onde havia a caixa de vidro com um grande diamante de forma oval, ele corta a lateral da caixa com as garras e troca o objeto por um saco com alguma sorte pedras rapidamente, espera uns segundos e suspira aliviado.

— Vamos levar essa belezinha de volta. - diz segurando o diamante na mão

Assim que o diz, a porta se abre e mais guardas entram, eles veem a nos e os guardas mortos no chão, rapidamente gritam por reforços e tentam nos pegar, nos fugimos desviando o melhor que podíamos, Inari eram muito ágil, ele pulavam por cima das cabeças dos convidados do salão como uma raposa pulando em um campo de trigo, Jackie se esgueirava pela pernas dos outros e eu coloco Fran nas minhas costas e corro enquanto ela acerta o máximo de guardas que consegue com a arma de antes. Leo e Rauthar percebem a situação rapidamente e correm até nos. Leo correu para cima dos guardas em 4 patas e rugindo ferozmente para nos ajudar quando eles chegaram muito perto de nós duas, suas garras fazendo cortes profundos nas peles deles, Rauthar corre para fora para tentar pegar o carro, mas os guardas estavam na frente dele, então volta correndo avisando que nossa saída estava comprometida.

Tive uma ideia repentina e corro para fora com Fran ainda nas minhas costas e levanto a varinha para cima soltando um raio de luz azul, Fran faz o mesmo e em pouco segundos todos escutam um grasnado estrondoso nos céus e grandes passos se aproximando na terra, Pain e Death vieram para o resgate em sua forma de ataque, Pain era como uma grande fenix negra com lindas penas longas, Death tinha uma bela pelagem marrom escuro, ela grande como um filhote de bisão voador e tinha uma cauda longa.

— Venham, rápido! - grito para eles que rapidamente correm para as costas nos animais

Eu, Leo e Rauthar fomos voando e Fran, Jackie e Inari foram por terra.

— Ah, Serafina, não estamos indo para casa. - diz Leo - Temos que fazer a entrega para o cliente ainda hoje

— Tudo bem, onde então?

— Na montanha ao norte daqui, acha que chegamos rápido?

— O que acha amigão? - pergunto pra Pain que faz um alto barulho e começa a voar mais rápido, Death faz o mesmo em baixo e corre com mais velocidade

 

Em menos de 1 hora chegamos ao topo da montanha, em frente a uma caverna, Inari entrega o diamante em minhas mãos.

— Vocês salvaram nossas cabeças hoje, que tal fazerem a entrega pessoalmente? - pergunta Leo, baralancamks a cabeça afirmativamente e eu e Fran entramos

Era realmente frio lá dentro, mas após andar um pouco chegamos a parte mais espaçosa da caverna, ela tinha paredes de gelo e diamante e um grande dragão com escamas brilhantes esperava sentado no centro do local, ele nos olha e solta um berro alto. Seguro o objeto com as duas mãos a minha frente mostrando a ele, que rapidamente se abaixa e pega o diamantes com a boca, o coloca no chão e assopra gentilmente uma cortina de fogo nele. O diamante logo começa a se mover e rachar, de dentro dele sai um dragão menor tentando andar desajeitadamente, o dragão, que agora sabíamos que era mãe, o dá uma cabeçadinha de leve e o lambe, o pega com a boca para levá-lo pelo outro caminho da caverna, talvez pra uma parte mais profundo, mas antes de ir ela curva a cabeça para nós agradecendo e repetimos o gesto, ela acena com a cabeça para um monte de neve no canto e depois se vai.

Vamos até o monte de neve e começamos a escavar encontrando um saco grande com varias moedas de ouro e pedras preciosas. O levamos pra fora, todos ficaram bem animados com a recompensa e Leo nos parabenizou por cumprirmos nossa primeira missão. Voltamos para casa do mesmo jeito que chegamos ali, Pain e Death voltaram a sua forma normal quando chegamos e foram juntos pra..... bem,.... onde quer que queriam estar.

Todos chegaram bem cansados e foram logo dormir, eu e Fran fomos pra nosso quarto, colocamos roupas confortáveis e deitamos na macia cama de casal.

Sefi?

— Oi?

— Você tinha razão, mamãe deve estar mesmo orgulhosa de nós

— Eu sei que ela está. - a abraço aconchegando sua cabeça perto do meu peito, ela sempre se acalmava escutando o barulho do meu coração batendo, porque dizia que assim teria certeza que nada de ruim ia me acontecer enquanto eu dormir, ela envolve minha cintura com seus pequenos braços e sorri para mim pegando no sono


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