Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 8
Trabalho de inverno




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— Night..... Shadows? Você fala como se ser ladrão, mercenário e fora da lei fosse uma coisa boa. - digo ainda meio confusa segurando a mão de Fran

— Não esqueça de hackers e gênios. - completa Leo com um sorriso no rosto

— Não importa, não queremos fazer parte disso, só queríamos um lugar para ficar

— Fiquem com a gente, de preferência fazendo armas

— Não queremos! - bato o pé

— Escuta, mocinha... - ele se apoia em um joelho ficando da minha altura e suspira colocando a mão no meu ombro

— Serafina. - digo firmemente com um olhar frio

— Certo, Serafina. - ele dá um sorriso de leve - Eu sei que seu senso de moral pode não te permitir achar que o que fazemos é uma coisa boa, mas se nos conhecer melhor vai ver que não somos diferentes de vocês. - ele se levanta - Somos uma família aqui, cuidamos uns dos outros. - ele faz um gesto para trás apresentando os que estavam no sofá, que agora nos olhavam, a lobisomem e o raposa sorriam, o elfo continuava com expressão neutra e o garoto fada parecia curioso - Vocês não tem para onde ir não é? Que tipo de monstro eu seria deixando duas garotinhas vagando perdidas pela neve?

— Serafina... - Fran puxa a barra da minha camisa - Não vai fazer mal passar um tempo, até o inverno passar pelo menos

— Ok.... - eu suspiro e me abaixo um pouco para abraça-la - Faço isso por você

— Então? - ele pergunta mais uma vez

— Você venceu, nós vamos ficar, mas só até o inverno passar!

— Sejam muito bem vindas aos Night Shadows! - Leo nos levanta e abraça a nós duas ao mesmo tempo, um abraço quente, caloroso e apertado, muito, muito apertado, estava começando a não sentir os dedos das mãos

— Eu também, eu também! - grita a lobisomem pulando nas costas do homem e se pendurando nele dando um abraço em nós duas - Yay, novos cheiros pra família!

— Se você está indo, acho que devo ir também. - diz o homem raposa se levantando para se afiar no meio do abraço

— Daisy, Daisy, vem aqui! - chama a lobisomem balançando freneticamente suas pernas e sua cauda

— Acho que não tenho escolha. - diz o garoto fada deixando o computador e lado e voando para cima de nós se agarrando na cintura de Leo

— Você também, resmungão, venha se divertir. - Leo se vira chamando o elfo

— Eu não quero. - ele vira o rosto

— Não me faça levar todo mundo até ai

— Você não ousaria. - ele o encara irritado

— Aqui vamos nós. - Leo vai levando todos com ele e nos jogamos encima do elfo

— Sai daqui, seu grande monte de pelos! - ele grita afastando o rosto de Leo de perto dele

O homem nos solta rindo sem parar enquanto o elfo se ajeita depois que todos saíram de cima dele.

— Ah, isso, ainda não fora apresentadas! - diz Leo - Muito bem, pessoal, essas aqui são Serafina - ele bagunça meu cabelo - E Francine. - bagunça o cabelo dela - A partir de hoje elas serão nossas mecânicas e fazedoras de armas, espero que possam se dar bem com elas. Meninas, esses são Rauthar, - aponta para o elfo - Nosso negociador que ajuda nos trabalhos internos, Daisy - aponta para o menino fada

— Eu já disse para me chamar de Dennis! - fala o garoto o interrompendo

— Não seja bobo, Daisy, você tem um belo nome. - ele ri - Bem, onde estava...... Ah, Daisy, nosso hacker, muito útil para os trabalhos internos, pesquisa de clientes, consegue encontrar arquivos até do computador escondido da sala de mestres. - diz orgulhoso do rapaz - Aquele raposo bonitão é o Inari, ele consegue roubar coisas bem a frente dos seus olhos! - olhamos para Inari e ele estava com um livro na mão, era um pequeno livro que eu mantinha comigo desde que saímos da casa de Morfus, era como um diário que ele havia usado para desenhar e anotar as coisas que ele viu quando foi para a Terra

— Não se preocupem, foi só uma demonstração. - ele joga o livro para mim

— E por fim, mas não menos importante. - continua Leo - Essa é Jackie, ela é nossa mais letal e perigosa assassina

— Eu mesma! - diz a garota pulando animada e nos rodeando - Vocês tem um ótimo cheiro! - ele cheira nossas roupas e enfia a cara nos nossos cabelos - Espero que possam ser uma ótima parte da matilha

— Eh, o que..... exatamente deveríamos fazer agora? - pergunto para Leo

— Podem começar com um banho quente, vai revigorar as energias de vocês com certeza, vamos fazer uma boa refeição todos juntos e de noite vamos ao primeiro trabalho

— Já?

— Não podemos nos dar ao luxo de relaxarmos, outras gangues podem tentar tomar nossa posição privilegiada

— Entendido

— Inari, por favor, mostre a elas o banheiro que tem a banheira grande

— É pra já, chefinho. - levanta sorridente do sofá - Por aqui

Ele nos leva para outro cômodo pela porta à direita onde era uma outra sala, tinha uma televisão, computadores, muitos livros e caixas de madeira empilhadas num canto, à esquerda daquela sala tinha um corredor espaçoso e bem iluminado com 4 portas de cada lado, fazia uma curva para a esquerda no final e tinham mais 3 portas, mas apenas no lado direito, ele abre a segunda porta para nós.

— Fiquem à vontade, podem levar o tempo que precisarem

— Obrigada. - digo entrando com Fran e fechando a porta

Acha que faremos algo perigoso?

— Eu não sei, eu espero que não....

— Não consegue ver nada?

— Não, eu não consigo controlar esse poder

Não, eu não quis te forçar a fazer isso, eu apenas quis saber - ela balança o os braços nervosamente como se estivesse tentando esconder um erro

— Não precisa fazer isso. - eu rio - Eu sei que não quis falar nada de mal

Tem razão, você não faria isso-

— Foi o que achou que eu ia dizer, otária? - eu cruzo os braços e dou um sorriso maldoso para ela

Pelo menos não sou eu que não consegue nem se concentrar para ver 3 segundos do futuro, babaca - ela entra na brincadeira imitando meu sorriso

— Eu posso sair no sol, e quanto a você, hein?

Eu não sou uma cabeça de vento que não consegue pegar um coelho sozinha sem ganhar arranhões na perna

— Isso é cruel, você só não se machucou porque quando um deles vinha pra cima eu carregava você

Não é minha culpa se você é caidinha por mim. - ela me dá língua

— Eu vou te pegar e fazer cócegas em você até a sua morte, sua pirralhinha. - eu avanço para ela com as mãos preparadas e ela corre rindo me fazendo ir atrás dela - Agora você tem medo do poder da grande bruxa?

Você só é grande de tamanho, mas tem cérebro de esquilo. - ela ri correndo enquanto olha para trás

— Francine, cuidado! - ela se distrai e tropeça para dentro da banheira embutida no chão, ela tenta se segurar em mim, mas apenas me faz cair encima dela na banheira

— Você caiu também.— ela diz rindo

— De quem você acha que foi a culpa? - rio ficando de joelhos ao lado dela

— Poderíamos planejar uma aterrissagem melhor na próxima. - diz rindo e se sentando - Ai... - ela pega na parte de trás da cabeça

— Você se machucou? Me deixe ver. - eu ajeito seu pequeno corpo de costas para mim e verifico sua nuca - Hm, não parece ter nada de errado, deve ter batido na queda, mas logo vai ficar bem

— Você parece a mamãe falando. - ela vira a cabeça e sorri ternamente

— É..... eu sinto falta da mamãe

— Ela gostaria muito de ver como estamos agora

— Fazem só 8 meses que saímos de casa. - ri e ela se joga para trás se deitando de costas no meu corpo e levantando a cabeça para me olhar

Mas 8 meses mudam a vida de jovens bruxas em fase de crescimento

— Você ainda lembra dessa velha frase?

Claro que lembro, você me disse isso quando eu comecei a morar com você e a mamãe e você começou a me ensinar, e em 8 meses eu disse que não era possível eu ter melhorado muito

— E mesmo assim você conseguiu invocar seu animal familiar, o que provou que eu estava certa

Estava... - ela estica mão para tocar na minha bochecha ainda com um sorriso - Mesmo que isso seja raro, acho que até cérebros de esquilo acertam de vez em quando

Sua pirralhinha. - aperto as bochechas dela - Temos que tomar banho logo, vamos, levante esses bracinhos

Sim senhora. - diz cantarolando e levanta os braços para que eu a ajudasse a tirar as roupas - Por que sempre tira as minhas e nunca deixa eu tirar as suas? Essa amizade não pode ser monopolizada!

— Você não alcança minha cabeça

Eu alcanço!

— Ok, vá em frente. - fico de pé na frente dela e ela se levanta também, ficando à altura do meu umbigo

Hm.... - cruza os braços— Fica de joelhos!

Ok, ok. - digo dando uma risada e me ajoelhando, ela consegue tirar minha blusa

— Agora temos justiça

— Vamos apenas tomar banho logo

Nos lavamos e depois enchemos a banheira para ficarmos mergulhadas na agua quente por um tempo, era relaxante e tranquilo, suas palavras que desconhecíamos nesses últimos 8 meses, Fran se deita de costas para mim como antes e eu passo meus braços em volta dela a abraçando fraco.

— Ei, Sefi

— Oi?

— Vamos ficar assim para sempre não vamos? Quer dizer, não confortáveis assim, talvez tenhamos que passar por mais meses difíceis, mas eu vou ter você comigo até quando formos adultas, não vou?

— Para onde mais eu iria?

Pra junto da mamãe. - ela afunda um pouco na banheira

— Não seja boba, Fran, eu vou esperar para podermos ver a mamãe juntas, ela não gostaria de ver as filhas uma da cada vez

— Você me promete?— se levanta um pouco mais com a cabeça levantada bem perto do meu rosto

— Prometo. - a abraço um pouco mais forte

Eu te amo, Serafina. - ela beija minha bochecha

— Eu também te amo, pirralhinha

Saímos do banho pouco tempo depois, mas não sabíamos onde nos trocar e nem se deveríamos vestir as mesmas roupas, já que nossas coisas ficaram na carroça lá fora, até que vemos Jackie vindo até nós com uma cesta.

— Aqui estão, roupas quente! Espero que gostem, trouxemos suas coisas para dentro, mas não tinham roupas de frio, então podem usar as minhas. - sorri balançando a cauda - Seus quartos são por aqui, venham. - ela dobra o corredor e aponta os dois primeiros quartos da esquerda - Um para Francine e um para Serafina. - Fran agarra o meu braço com uma mão e faz uma cara triste

— Vamos dividir o mesmo quarto se não se importa. - digo

— Sem problemas também, fiquem à vontade

Fomos para dentro do quarto, as paredes eram brancas, o quarto era meio vazio e tinha um belo piso de madeira, havia uma cama de casal e um armário apenas, mas na parede da frente, nos ficava encostada a cama de frente para nós, tinha um suporte pendurado onde estavam varias ferramentas, os olhos de Fran se iluminaram quando ela viu aquilo. Colocamos nossas roupas e fomos de volta para a sala por onde entramos, Leo saia pela porta da esquerda que ainda não tínhamos visto, lá ficava a cozinha e ele carregava alegremente uma travessa com um grande javali de 3 chifres assado, o cheiro já nos dava água na boca, nunca mais tínhamos tido uma refeição decente.

Foi divertido poder comer com outras pessoas em volta de novo, ficamos conversando um pouco sobre o trabalho deles enquanto Leo fazia piadas e Jackie ficava brincando com a comida junto com Inari. Assim que terminamos, Leo recolheu os prato com a ajuda de Rauthar, assim que terminaram, Leo nos joga um par de roupas pretas.

— Pra quê isso?

— Trabalho, vamos, temos que sair em 5 minutos, não podemos deixar os clientes que pagam esperando, não?


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