Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 10
Fogos de artificio




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Ficamos cerca de 1 semana sem tem que fazer nenhum "trabalho", uma vez ou outra Leo e Rauthar saiam para resolver algumas coisas com clientes, mas a situação estava boa, eles tinham muito dinheiro com trabalhos anteriores e com a recompensa do dragão, passamos boa parte desse tempo isoladas no quarto construindo armas e praticando magia, acabamos transformando o quarto em um verdadeiro covil, nos permitiram fazer um buraco no chão onde podíamos fazer uma pequena fogueira sem incendiar o quarto, nós colocávamos o caldeirão encima do buraco e podíamos fazer poções em paz. As ferramentas de Fran estavam jogadas no chão do quarto em um canto enquanto ela cochilava em uma pilha de peças metálicas no meio da tarde, eu mexia no caldeirão fazendo uma poção que ajudaria com minha dor de cabeça, eu sei que não deveria usar magica pra isso, mas remédios normais não faziam grande efeito em mim.

Me espreguiço assim que noto que a poção está pronta e fico aliviada de poder finalmente soltar aquele bastão que eu usava para misturar, peguei uma colher e bebi um pouco tampando o caldeirão logo depois, e me deitando no chão perto de Fran para tirar um cochilo, mas logo sou assustada pelo barulho da porta se abrindo violentamente.

— Vocês estão dentro desse quarto a dias! - diz Inari entrando no quarto

— Vocês não se divertem nunca? - pergunta Jackie vindo logo atrás

— Ah, desculpe, apenas nos acostumamos a trabalhar assim. - respondo meio sonolenta

— Isso não é bom, vocês tem que sair um pouco

— Não é realmente necessário, nos deixem aqui

— De jeito nenhum. - falam ao mesmo tempo puxando nós duas pelos pés para fora do quarto enquanto protestávamos e esperneávamos tentando voltar

— Vai fazer bem pra vocês, vamos dar uma volta. - diz Inari se cansando de me puxar e me colocando em seu ombro, Jackie faz o mesmo com Fran - Podemos explodir algum prédio abandonado, que tal?

— ....... Acho que tudo bem.... O que acha, Fran?

— Quero fazer uma grande explosão!— ela levanta os braços animada com uma expressão neutra adorável

— Isso, isso, vamos fazer uma bem grande

— Vocês realmente se dão muito bem uma com a outra... - ele me coloca no chão e Jackie faz o mesmo quando chegamos na porta - Como consegue entender o que ela fala?

— Eu a escuto. - afago a cabeça de Fran - Escuto claramente

— Que sorte, eu quero uma amizade assim! - Jackie se joga encima de Inari o abraçando e escondendo o rosto em sua barriga e ele dá tapinhas na sua cabeça

— Eu conheço um ótimo lugar para explodirmos, não vai machucar ninguém e não vamos arranjar problemas...... isso é, se não nos acharem... - ele diz rindo com confiança - Daisy, meu garoto, quer ir com a gente?

— Não obrigado. - não tira os olhos do computador e Inari vai ate ele fechando o computador bem na frente do garoto - Ei, eu estava trabalhando!

— Crianças precisam de luz do sol, não achar? - ele sorri assustadoramente e faz Daisy se arrepiar

— 2 horas, ok?

— Isso, isso, vamos sair em família! Só queria que o papai e a mamãe estivessem aqui para sair com a gente

— Papai e mamãe? - pergunto

— Leo é nosso papai e Rauthar é nossa mamãe. - ele ri e abre a porta para que todos saíssemos

Estava nevando bastante do lado de fora, por sorte Jackie havia levado casacos e luvas para nós, os olhos de Francine não aguentavam o sol que fazia lá fora mesmo que fraco, mas a algum tempo atrás eu havia feito óculos especiais para ela, era com uma placa de metal ligeiramente grossa e acolchoada por dentro para que ela não sentisse frio, com 2 lentes ajustáveis como lentes de binóculos e com um suporte que dava a volta em sua cabeça para que ele não caísse facilmente, assim ela também poderia trabalhar com eles quando estivesse mexendo com o maçarico ou algo perigoso.

Caminhamos calmamente pela neve, Jackie e Inari saltitavam jogando neve um no outro enquanto iam em frente, Daisy escondia suas asas para que elas não rachassem com o frio e Fran caminhava ao meu lado, ela parecia uma grande boneco cheio de enchimento e com óculos enormes, ela quase não conseguia encostar seus braços no corpo de tão grande que era o casaco que usava. Depois de alguns minutos chegamos dentro de uma velha fabrica abandonada.

— Aqui estamos! Vamos começar essa belezinha! - Jackie diz animada

— Espera! - eu corro para dentro da fabrica - Fran, veja, era uma fabrica com materiais eletrônicos!

Mesmo, mesmo?— ela corre até mim - Ahhh, tem razão! Vamos levar com a gente

— Exatamente o que estava pensando! Inari, podemos levar algumas dessas coisas com a gente?

— Claro, enquanto isso ficamos brincando aqui fora

Ele e Jackie começaram a fazer fortes de neve e Daisy apenas o observou de longe, nós duas entramos e vasculhamos o local, achamos coisas como ferramentas que ainda podiam ser usadas, engrenagens, placas mãe, juntamos tudo que era útil e levitamos as coisas para fora fazendo um montinho.

— Acho que acabamos aqui, deveríamos ir para fora e avisar que colocaremos as bombas? - olho para os lados procurando Francine - Fran? Fran? - eu a chamo dando uma olhada pelos lados

Sefi, Sefi!— ela vem correndo até mim com um papel em mãos — Eu achei isso jogado no canto

— Me deixa ver.... - ela me entregou e eu virei o papel, era uma velha foto de duas garotas - Essa é....

É a mamãe!

— Isso, é uma foto da mamãe e.... essa é a mestre? - aponto para a garota de cabelo preto - Eu não sabia que a mamãe conhecia a mestre

Podemos ficar com ela?

— Claro, colocaremos na parede para podermos sempre olhar para ela. - encaro a foto de minha mãe quando ainda era jovem com um sorriso triste no meu rosto - Vamos logo avisar os outros

Quando saímos já era quase pôr do sol, Jackie e Inari enterravam Daisy na neve enquanto ele se debatia tentando sair do corpo de sereia que faziam por cima dele, avisamos que começaríamos a colocar as bombas, Fran me disse que trouxe as especiais com ela e as colocamos em pontos estratégicos onde sabíamos que derrubariam o local sem fazer com que pedações de tijolos voassem por ai desnecessariamente e apenas desabassem a fabrica. Assim que estava tudo pronto, Inari tomou forma de um pássaro grande e nos puxou para cima de uma árvore grande longe do lugar da explosão.

— Em 3,.... 2,.... 1..... kabum! - digo apertando o botão do controle junto com Fran e escutamos a explosão em sue barulho habitual, mas havia uma diferença, também ouvimos o barulho de algo subindo rapidamente e explodindo encima da fabrica fazendo uma luz colorida no céu começando a escurecer

Surpresa. - Fran dá um belo sorriso mostrando sue dentes para mim enquanto balançava alegremente seus pés para fora do galho da árvore onde estávamos

Você é realmente incrível, parceira. - sorrio bagunçando o cabelo dela a fazendo sorrir mais ainda

Todos ficamos olhando a explosão de fogos de artificio por 5 minutos até que parassem completamente, a fabrica á nossa frente começou a pegar fogo e escutamos o barulho do megafone dos bombeiros montados em dragões de agua para apagar o fogo.

— Opa, hora de fugirmos! - diz Inari pegando Jackie e Daisy debaixo dos braços e pulando da árvore começando a correr - Vamos, meninas!

Seguro Fran no colo e pulo junto começando a correr junto com ele.

— Isso que é vida, não?

— Não, isso definitivamente não é vida. - respondo com dificuldade me esforçando para acompanha-lo

— Vamos, vamos, como uma raposa! - ele dá um salto e um giro no ar se transformando em uma grande raposa, Jackie se transforma em um meio lobo e corre junto com ele uivando alegremente enquanto Daisy se segura nos pelos de Inari para não cair

— Como uma raposa, como uma raposa, como..... uma raposa... - procuro no meu bolso um pequeno frasco com uma poção lilás

Sempre pronta como uma boa vidente

— Na verdade foi uma coincidência, eu não sei do que é, mas não pode piorar. - eu bebi a poção e pelos negros começaram a crescer no meu corpo, minhas pernas começaram a se dobrar e meus joelhos de viraram, eu me transformei em um grande cão negro - Bem melhor do que nada

Você está falando como eu! — ela responde

Eu uivo alegremente em resposta, sendo acompanhada por Jackie e Inari, ou pelo menos eu achava que o barulho que ele fazia se assemelhava a um uivo. Chegamos em casa mortos de dor na perna,....... bem..... eu estava. O efeito da poção passou e fomos juntos nos aquecer perto da fogueira depois que jogamos pelo quarto as coisas que trouxemos conosco, peguei a foto que tinha deixado no bolso e a olhei por um tempo.

— O que é isso? - Jackie pergunta olhando por cima do meu ombro curiosamente

— Uma foto da nossa mãe

— Me deixa ver? - pede Inari e eu entrego a ele enquanto Jackie se apoia no ombro do homem olhando com ele - Ela era uma mulher muito bonita, você se parece muito com ela

— Obrigada. - respondo

— Onde vão colocar?

— Acho que grudaremos na parede

— Acho que a foto vai ficar solitária sozinha numa parede tão grande, que tal tirarmos umas todos juntos? - sugere Jackie

— O que acha, Fran?

— Foto das nossas duas famílias, duas vezes mais memorias

— Seria muito bom

Daisy vasculhou pela sala dos computadores e achou uma velha câmera que revelava as fotos na hora, começamos a tirar varias fotos juntos em varias poses diferente, Leo e Rauthar chegaram pouco depois e virar a pilha de fotos que havíamos tirado, Leo logo se animou e participou das fotos obrigando Rauthar a fazer o mesmo. Jantamos todos juntos e depois todos foram para o nosso quarto nos ajudar a colocar as fotos na parede, a parede do lado da cama ficou toda coberta pelas fotos, com a foto da mamãe no meio delas.

Serafina

— Hm? - digo quase pegando no sono depois que todos já tinham ido embora e estávamos na cama

Nós vamos ficar aqui pra sempre?

— .......... - fecho os olhos e uma visão vem a minha mente - Não,.... não, não vamos....

Mas vamos para um lugar bom?

— Pode-se dizer que sim

— Então não tem problema


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