Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 11
O resgate do leão




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— Meninas, levantem, hora de trabalhar! - Leo cantarola abrindo a porta

— Trabalhar? - pergunto olhando no despertador - São 5 da manhã!

— Os clientes não esperam, quem não trabalha não come! - diz com um grande sorriso entrando no quarto e puxando nós duas pra pra da cama nos carregando debaixo dos seus braços

— Sefi, nós vamos morrer, é muito cedo, não podemos fazer maldições se formos ficar fora no sol. - ela reclama

— Não deve demorar tanto tempo assim, podemos pedir pra o Pain e o Death pegarem algumas coisas para fazermos maldições depois

— Vocês são engraçadas. - Leo comenta - Se entendem mesmo sem palavras

— Eh, mais ou menos isso

Leo solta nós duas no sofá e pega um avental cor de rosa que estava em uma das cadeiras.

— Hora do pai fazer a comida para as crias, que tipo de chefe eu seria se deixasse vocês morrendo de fome antes de trabalhar?

Ele vai para a cozinha deixando nós duas deitadas no sofá, Jackie sai do quarto de pijamas e bocejando logo depois, se joga perto de nós.

— Bom dia, meninas. - ela se espreguiça e fica nos farejando - Vocês estão com um ótimo cheiro de trevas e mau-humor logo cedo. - ela nos abraça e fica esfregando a cabeça em nós

— E você está bem feliz como sempre. - resmungo com voz de sono

— Vão se acostumar, trabalhos de manhã são os melhores

— Eu que o diga. - Inari se junta a nós - Escutem o velhote, 1000 anos mais velho que vocês e trabalho aqui a pelo menos 1800 anos, os trabalhos de manhã são os mais interessantes, mas os mais demorados

— Eu sempre acabo ficando na parte técnica, então eu não me importo se é dia ou se é noite. - Daisy chega voando a alguns centímetros do chão e se senta no sofá a nossa frente

— Trabalho de manhã é um saco. - Rauthar se senta à mesa - Provavelemnte vamos ter que lidar com alguma máfia pequena que anda dando trabalho a alguma empresa ou outra máfia

— Quase correto, minha querida. - Leo diz chegando com duas frigideiras - Hoje temos uma grande máfia causando problemas pra outra grande máfia, provavelemnte ficaremos fora o dia todo. - coloca as frigideiras com ovos e bacon na mesa - Tem mais na cozinha, mas já podem começar, minhas crianças

— Poderia para de me chamar de querida? - Rauthar fala irritado com os braços cruzados enquanto o resto de nós se senta

— Desculpe, amor! - Leo grita da cozinha

Como de costume, comemos todos juntos, todos conversando, Jackie deixando comida cair no chão, Inari batendo não mão dela para que ela não pegue a comida de volta, Rauthar tentando ignorar Leo que tenta chamar a atenção dele com muita animação, Daisy apenas fica no canto dele e vez ou outra comida voa na cara dele vinda da direção de Inari e Jackie em meio às suas brincadeiras, eu e Fran comíamos em silêncio, eu conversava com ela telepaticamente pra deixá-la mais tranquila, ela sempre teve um pouco de problema de ansiedade em meio a grandes grupos de início, então era comum ela comer segurando minha mão por de baixo da mesa.

Depois de comermos, Leo nos deu as instruções do trabalho, Daisy ia cuidar de desativar os sistemas de segurança e ficar de olho pelas câmeras para saber se alguém se aproximaria de nossas posições, Inari iria resgatar uma garota sequestrada, a filha do chefe de uma grande máfia, eu e Fran fomos designadas para escolta-lo, Leo, Rauthar e Jackie iam cuidar dos guardas. Fomos para os quartos nos trocarmos, Leo entrega a nos duas ternos feitos sob medida.

— Eu não permitiria que minhas duas novas crianças não se vestissem como verdadeiras..... bem...... considerem-se com máfia hoje. - ele afaga nossas cabeças e vai para seu quarto

Depois que estávamos todos prontos entramos no carro, Leo nos leva por um caminho escondido, uma estrada vazia e depois por um caminho subterrâneo. O lugar onde paramos era quase igual a um castelo uma grande mansão no meio do nada, o carro ficou estacionado em uma parte distante, Daisy controlava as coisas pelos computadores dentro do carro e ficou lá sozinho, Leo, Rauthar e Jackie entraram primeiro para derrubar os primeiros guardas e abrir caminho. Ficamos algumas horas esperando e preparando nossas armas, Fran ficou bem animada em testas suas novas armas de veneno, quando finalmente nos deram o sinal pra entrar, fomos sorrateiramente até a porta dos fundos.

— Esse lugar é enorme. - diz Inari quando entramos pelo grande corredor - Acho que temos que achar a entrada subterrânea, ninguém deixaria uma garota sequestrada em um quarto normal

— Então procuramos alguma entrada, alavanca, botão ou qualquer coisa que possa abrir passagem? - pergunto

— É um começo

Passamos por muitos corredores, não fazia ideia de quanto tempo estávamos ali, alguns guardas apareceram aqui e ali e tivemos que lidar com ele, não era realmente fácil pra mim matar aqueles lobisomens e elfos, Fran tinha muitos pesadelos apesar de gostar daquela adrenalina.

— Não se preocupem com aquelas pessoas. - Inari fala como que lesse meus pensamentos - Eles eram pessoas cruéis, já devem ter matado muito mais pessoas por muito menos

— Se não se importar de responder..... como você começou a trabalhar... com isso?

— Não é uma história bonita, Serafina, você tem certeza disso?

— Acho que sim. - engulo em seco

— Muito bem...... meu pai era muito cruel quando eu era mais novo, minha mãe morreu quando eu nasci e meu pai começou a beber muito, ele sempre me batia até eu quase morrer...... - ele contava com uma expressão séria enquanto continuava procurando uma entrada - Eu era cheio de marcas pelo meu corpo, ainda devo ter algumas cicatrizes até agora.... ah, aqui. - ele para por um momento quando achamos uma parte solta nas tábuas do chão, ele puxa a alavanca que achamos de baixo daquilo e uma parte da parede se abre pra entrarmos - Vejamos..... ah, sim, com 700 anos eu fugi de casa, fiquei vagando pelas ruas por meses, acabei me tornando muito bom eu surrupiar coisas para minha sobrevivência..... foi quando eu tentei roubar o leão errado. - ele ri - Leo já trabalhava com a profissão de agora, ele tinha 2000 anos, vi um cara de terno e achei que deveria ter muito dinheiro no bolso, tentei roubar a carteira dele, mas ele me pegou na hora, eu lembro disso até hoje... - suspira - Ele me pegou pelo braço e disse “você tem mãos ótimas, garoto, não prefere usá-las pra uma coisa melhor do que conseguir alguns trocados de carteiras?”, eu fiquei confuso no começo, mas..... aceitei a proposta dele

Inari parou um pouco de falar quando chegamos no fim do corredor e encontramos uma porta pesada, ele pega uma arma grande e atira na fechadura abrindo a porta.

— Ele me deu uma casa... - continua - Éramos apenas eu, ele e Rauthar no começo, tínhamos trabalhos pequenos, mas ele era muito gentil comigo, nunca permitiu que alguém me machucasse mesmo que isso causasse problemas para ele

Denteo do quarto escuro havia um guarda e uma cela, o guarda começa a atirar, Inari desliza pelo chão fugindo das balar, Fran e eu começamos a atirar no homem que vai morto no chão soltando uma poça de sangue.

— E eu nunca mais tive que parar de sorrir depois daquele dia. - ele atira na fechadura da cela a abrindo e entra nela quebrando a corrente que segurava o calcanhar da garota, sai de la de dentro com uma pequena menina-leoa no colo, ela estava machucada e assustada, seu vestido azul claro estava sujo e rasgado nas barras - Leo é realmente um bom chefe, eu daria qualquer coisa para ajudá-lo

— Acho que devemos muito a ele também. - digo acariciando a cabeça de Fran

Com a garota em mãos, saímos de lá e fomos em direção ao salão onde Leo nos pediu para encontrá-lo, paramos perto da entrada dele em um dos corredores. Leo estava lá frente a frente com um outro homem-leão, ele tinha cabelos negros soltos e arrumados para trás e uma barba menor que a de Leo.

— É uma pena ter que te rever assim, Lenore. - diz o leão de pelo negro

— Ah, agora eu me chamo Leo. - diz sorridente

— Leo? Por que um nome assim?

— Porque é fofinho!

— Voce realmente mudou bastante, deve estar enferrujado, sua mãe ter morrido realmente não favoreceu nada a você a esse ponto

— Ora, vamos começar a falar de minha doce mamushka? Não aconselho a falar dela assim. - os braços de Leo começam a ficar maiores e mais peludos, começara a parecer um grande leão de quase 4 metros de altura em 2 para - Eu ainda sinto falta dela. - diz com uma voz grossa

O leão negro começa a tremer de medo e tenta fugir, mas Leo estica o braço e agarra sua cabeça.

— Acho que não era eu quem estava enferrujado afinal. - ele aperta a mão e apenas consigo ver pedaços de cérebro e gotículas de sangue voando entre seus dedos

Coloco as mãos na frente dos olhos de Fran e a viro pra mim a segurando no colo, ela coloca seja cabeça no meu ombro pra se esconder. Leo volta ao normal e cai no chão cansado, Rauthar corre para ajudá-lo.

— O que aconteceu? Achei que leões não se transformavam. - falo com Inari

— E não se transformam.... você vai aprender uma hora sobre isso, mas por enquanto vamos apenas levar essa pequena para casa

Daisy foi nos buscar de carro, Rauthar e Jackie carregam Leo para de deitar no banco de trás e descansa, Rauthar vai dirigindo de volta, lá fora já estava quase escurecendo, não conseguia acreditar que já era tão tarde, estava morrendo de fome.

— Me dê a garota aqui. - Leo pede levitando o braço para nós que estávamos no banco mais atrás, Inari a entrega para ele - Oi, pequena... - ela se deita encima da barriga dele - Logo te levaremos para seu papa e sua mama, ok? Os homens maus não causarão mais problemas. - a garotinha sorri e o abraça seu pescoço - Quantos anos você tem, pequena?

— 500

— E qual o seu nome?

— Helena

— Helena? Mais que belo nome! Tenho um presente pra você, Helena. - ele puxa uma maleta de baixo do banco e a abre tirando uma pelúcia de leão com um vestido rosa e uma coroinha e entrega a menina - Espero que goste

— Obrigada! - ela abraça a pelúcia - Qual seu nome?

— Pode me chamar de tio Leo, seu pai é um velho conhecido meu

Ficamos um longo tempo no carro enquanto Leo, Inari e Jackie brincavam com a garotinha, paramos em outra casa grande bem escondida, mas essa parecia mais viva, tinha um lindo jardim com flores e um homem-leão e uma mulher-leoa esperavam no portão branco. A porta do carro se abre e a garotinha corre alegremente para os braços de seus pais, que a agarram em lágrimas, Leo se levanta com dificuldade e o leão de cabelo ruivo o abraça forte.

Estava bem tarde quando voltamos, Leo ainda se sentia um pouco fraco, o ajudamos a entrar e o deitamos no sofá.

— Acho que é hora de um banquete para o jantar. - diz Inari colocando o avental

— Não, não, podem deixar que eu dou conta da cozinha. - Leo tenta se levantar

— De jeito nenhum. - Rauthar o empurra para baixo o deitando no sofá de novo - Nós cuidamos disso. - coloca um avental também

— Vamos fazer tanto comida que vamos explodir de comer hoje. - Jackie também coloca o avental

— Então trate de ficar aí. - Daisy faz o mesmo dos outros

— Vamos compensar por tudo hoje, ok? - pergunto dele pegando um avental para mim e para Fran, que vai até ele dar um abraço em sua barriga

— Vocês são mesmo a melhor família que um leão poderia querer. - ele sorri

— Muito bem, gente, operação jantar, começar! - grita Inari indo pra a cozinha

— Sim, senhor! - o resto de nós grita


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