Eu realmente tomei conta das crianças por todos. Shippo e Kirara ajudaram, Rin e Seshomaru agora tinham filhos – ela não era mais totalmente humana depois de um incidente que ocorreu no Oeste, então viveria com eles por muito tempo ainda – e vi nossos netos terem seus filhos.

Me diverti muito contando a eles sobre vocês e vendo-os imaginar como eram. Vocês jamais voltarão, mas eu fui feliz vendo a continuidade de nossas famílias, embora também tenha visto outra coisa: o mundo estava mudando demais. Cada vez menos youkais tinham a oportunidade de sair de seus esconderijos, pessoas tinham diferentes preocupações e percebi estar perdendo meu foco.

Nossos filhos já morreram, nossos netos estão envelhecendo e nossos bisnetos preocupados conosco. Tenho que admitir também que para conseguir preocupar o Shippo e a Kirara da maneira como consegui, talvez seja hora de parar para apreciar uma aposentadoria de toda agitação.

Vamos ser realistas também, eu já vou fazer quase 300 anos. Sendo um hanyou minha noção de tempo é diferente, mas meu coração ainda humano desejava estar com aqueles que mais amei e prezei.

Nossos bisnetos não tinham as habilidades que nós tínhamos, mas sabiam onde conseguir ajuda. Rin havia aprendido feitiços com você e o Miroku e aperfeiçoado sua luta no Oeste, então recorreram a ela para ajudar. Rin realmente podia ajudar, mas tudo dependeria dos meus sentimentos; se realmente não estivesse pronto, nada ocorreria.

Pensando sobre o assunto, reparei que apenas me forçava a viver para cuidar de vocês como prometi e agora vocês podiam viver muito bem sozinhos, fazendo minha guarda ser dispensável e eu perceber estar no lugar errado! Meu verdadeiro lugar era ao seu lado Kagome e ao lado dos nossos amigos.

Nossas famílias manteriam nossas histórias vivas e nossas ações jamais seriam irrelevantes ou esquecidas. Nós salvamos inúmeras vidas e abrimos caminhos para o futuro melhor de muitas pessoas e youkais, fizemos nossa parte e já era mais que hora de estarmos juntos novamente.

Falei com a Rin pessoalmente sobre o assunto e ela apenas sorriu, deixando uma lágrima de alegria escapar, pelo fato que estaríamos juntos novamente. O feitiço foi bem simples – aos meus olhos ao menos. Ela estendeu a mão para meu coração e suprimiu todos meus poderes youkais, me fazendo humano antes da lua nova daquela noite.

Ela avisou que era temporário e apenas descobriria o resto do caminho com o tempo. Mas quais eram essas margens de tempo das quais ela falava? Quanto tempo seria? Apreensivo ou não como estava, agradeci e saí para andar.

Voltava para a vila, quando parei na clareira da Árvore de Deus, fiquei a admirar o pôr do sol novamente. Quando uma brisa suave veio me acolher, sorri gentil e aliviado, das profundezas de meu coração. “Você está vindo me buscar.”. Esse pensamento me ocorreu e ali fiquei a sua espera. Ao ponto que o término do pôr do sol se aproximava e a noite começava a preencher a céu, senti suas mãos tocarem as minhas, criando um abraço que durou pouco tempo.

Senti seu cheiro e o fluxo de meu sangue voltando, já que o feitiço se desfazia. Nada dissemos, pois não era preciso. Ao fechar e abrir meus olhos novamente, estávamos na fronteira do mundo dos mortos, onde nos jardins todos nos aguardavam. Sorri ao nos abraçamos, juntos novamente. Meu coração bateu mais forte e juntos rumamos ao desconhecido.

Agora reunidos, jamais esqueceria aquele pôr do sol novo. O pôr do sol que me trouxe de volta para minha família.