Uma era prospera estava fluindo pelo clã.

O Nurarihyon detinha o título de Senhor de Todas as Assombrações e uma das maiores marchas noturnas de youkais já criada. Seu nome e reputação começaram a se espalhar com mais e mais potência, atraindo o respeito de todos os tipos de divindades e youkais.

Yo Hime casou-se com o Nurarihyon em uma bela cerimônia, que foi exclusiva para os membros do clã. Ela em um conjunto branco com cerejeiras bordadas e ele em quimonos negros realçando o dourado de seus cabelos. Setsurara prestigiou com felicidade a cerimônia, mesmo que desejasse, ainda, o amor de seu comandante.

Myako hime agora tinha um templo próprio, não muito longe da cede do clã, e era adorada pelas pessoas como alguém que traz paz e conforto aos outros. Ela recebia várias visitas aleatórias de Hitotsume e tinha a proteção direta de membros de seu grupo. Para auxiliar o clã Nura, para agradecer por tudo que fizeram até ali por ela, ela decidiu dar suas lágrimas perolizadas a eles – uma grande ajuda para um clã que tinha tantos youkais e facções para manter, além da mansão e dos navios do tesouro.

Em Kyoto, como prometido, Hidemoto estava com o projeto de sua barreira espiral a todo vapor! Construindo selos em castelos, sobre as principais fontes de youki da região e em espiral, seu poder permitiria o sucesso que pretendia ao longo dos anos que estaria ausente.

Os youkais do clã Nura se divertiam comas mudanças de Yo Hime. Ela aprendeu a servir chá e sake, cozinhar, limpar, lavar, dobrar, pendurar, arrumar e organizar a casa. Nunca precisou fazer isso antes e, agora, acompanhava os youkais do clã para aprender e ajudar a manter seu novo lar.

Seu novo lar onde, em breve, começaria uma família! Ela foi se consultar com um médico da cidade por estar muito cansada e com dores de cabeça recentemente. Talvez estivesse exagerando nas tarefas da casa ou fosse algo pior! Precisava ter certeza e não iria interromper uma reunião de oficiais para pedir uma consulta. Ela saiu de lá com a melhor das notícias para entregar.

Na entrada da mansão, ela encontrou Setsurara muito brava.

— Yo hime! Onde você esteve? – ela congelava um pouco do chão de nervoso.

— Estou de volta Setsurara! – aprincesa não ligou e abraçou a Yuki-ona mau humorada sorrindo e dando alguns pulos de alegria.

Setsurara não conseguiu entender e foi deixada para trás pela moça que cantarolava alegre até a sala de reuniões. Os youkais da casa se aglomeravam curiosos e a seguiram até a sala esperando descobrir o que se passava.

— Ayakashi-sama! – ela entrou interrompendo a reunião e indo diretamente abraçar seu marido.

— Yo!? O que aconteceu? – uma pergunta mais que necessária naquela situação e que foi respondida por um beijo.

— Eu estou grávida! – ela soltou sua notícia e conseguiu surpreender a todos.

— Sério!? – para o Nurarihyon e todo o clã aquilo era a maior e mais bela novidade! Ele seria pai e eles teriam um herdeiro para o futuro!

— Sim. – os olhos marejavam de felicidade e ambos se perderam em um abraço, alheios ao resto do mundo.

O clã entrou em festa e celebrou a semana inteira o futuro membro da família que Yo carregava.

Foram meses de espera para o grande dia! Gestar um meio youkai realmente foi exaustivo para Yo e o clã precisou aprender as sutilezas entre youkais e humanas grávidas. Seres humanos eram mais propensos a exaustão e aos riscos de vida do momento de dar à luz que uma youkai era – sem contar que Yo não estava gestando um humano.

Para o Nurarihyon a experiência foi bem diferente e curiosa. Com o tempo a barriga de Yo crescia, seu filho se mexia cada vez mais e se familiarizou com vários comerciantes de alimentos quando, por algum tempo, Yo pedia muita comida em diversos horários e alguns pratos diferentes. Tudo bem, ela estava comendo por dois; mas sair para comprar comida e acordar os youkais da cozinha as duas horas da manhã não era fácil!

Mas tudo valeu a pena, depois de um momento de susto. Já havia enfrentado muitas batalhas e os mais variados youkais, mas no momento em que Yo passou a sentir muita dor, gritar e sangrar, ele fez o impossível para se conter. A cena não foi agradável, mas valeu cada segundo no final.

Choros. Exatamente o que o casal e os youkais fora do quarto queriam ouvir. Com Yo muito cansada para se mover, o bebe ficou nos braços do Nurarihyon e ele o abaixou perto dela para vê-lo. Era um pequeno e saudável menino de cabelos negros. Aproveitando o tempo que tinham, ambos decidiram nomeá-lo como Nura Rihan.

Outra extensa festa se seguiu no clã. Eles agora tinham um futuro comandante que veriam crescer, aprender e ascender até o topo. Mesmo alvoroçados e bêbados na comemoração, todos pararam para apreciar a cena que aquela manhã trouxe.

O Nurarihyon estava fumando seu cachimbo, sobre a cerejeira do jardim, pensando no futuro que o aguardava e na felicidade que sentia agora comum filho. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Yo Hime o chamando para descer da árvore – ela tinha acabado de dar de mamar para Rihan e ele dormia profundamente em seus braços.

Ele desceu em um único passo, colocou o cachimbo para trás e foi acariciar os cabelos meio bagunçados de seu filho. Um feliz casal olhava com ternura seu filho, sobre a cerejeira.