Fotos que Contam uma História escrita por benihime


Capítulo 19
A Cerejeira e a Lua (Parte 1) – Nurarihyon no Mago


Notas iniciais do capítulo

Pessoal olha eu aqui! Essa escritora sumida que vocês conhecem ;)
Estava terminando a faculdade, fazendo (ainda) TCCs por encomenda e escrevendo uma história de presente para uma amiga minha (foi uma de Como Treinar seu Dragão e eu já postei ela aqui).
Epero que possam aproveitar esta sequência de Nurarihyon no Mago!
Genero de Romance prevalece aqui.



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A noite se estendia até onde a vista alcançava. Algumas poucas nuvens e a lua gigante e brilhante no céu. Tudo normal, se não fosse pela nuvem maior que se movia rapidamente pelo céu.

A nuvem acinzentada levava os youkais do clã Nura. Milhares de youkais seguiam o senhor de todas as assombrações, seu supremo comandante: O Nurarihyon. O youkai pode ter sido ferido gravemente na batalha, mas não morreria cedo e queria aproveitar seus anos seguintes com sua mulher: Yo Hime.

Com a grande conquista de Kyoto, por vencer a youkai Hagoromo Kitsune, e a diversão de invadir a cede dos Onmyoujis, comer, beber e importunar alguns exorcistas, a ideia era seguir de volta para a casa. O clã possuía uma mansão que usavam pouco em Tokyo e decidiram voltar para cuidar do Nurarihyon, dar a Yo um local de descanso de toda aquela agitação e começar outra festa – além da casa estar precisando de uma grande faxina depois de tanto tempo fora.

Yo Hime já estava exausta e dormia recostada no Nurarihyon. Ele também estava cansado, mas tinha que guiar seu clã de volta para casa e queria admirar mais sua mulher.

— Supremo Comandante. – Gyuki apareceu ao lado do youkai para conversar.

— O que foi Gyuki? Alguém precisa parar? – ele perguntou analisando seus youkais atrás de si.

Setsurara estava bêbada e reclamava palavras incompreensíveis enquanto olhava para o alto; Karasutengu ficava pensado em Nuregarasu e o que ela lhe faria por voltar depois de tanto tempo para casa; Daruma conversava com Hitotsume enquanto o mesmo estava envergonhado que Myako hime não queria largar dele; e os youkais menores planejavam já a festa que fariam na sede e continuavam a rir dos Onmyoujis que haviam importunado.

— Não. – Gyuki também havia se virado para analisar a situação que se seguia atrás de si e voltou-se para o Nurarihyon novamente – O senhor precisa descansar depois do ferimento que Hagoromo Kitsune lhe fez. Ainda iremos demorar para chegar a sede! – Gyuki não era bobo. Desde que se uniu ao Clã Nura passou a analisar os comportamentos de seu comandante e a auxiliar os lideres a controla-lo em seus momentos de teimosia.

— Esta bem Gyuki. – o youkai ria da maneira como seus seguidores sempre o supervisionavam – Mas me avisem assim que estivermos na fronteira do território. – ele já se abraçava em Yo Hime com um cobertor.

— Sim senhor! – Gyuki confirmou e foi repassar a ordem aos outros lideres enquanto o Nurarihyon já estava dormindo com a princesa.

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O sol iluminava e a princesa acordava tentando reconhecer onde estava. Olhando em volta ela se deparou com o youkai que conquistou seu coração e lhe deu a tão sonhada liberdade.

— Ayakashi-sama! – ela levantou por impulso da cama para abraçar o Nurarihyon.

— Bom dia, Yo Hime. – ele a abraçava igualmente – Quero lhe mostrar uma coisa. – o youkai os afastou devagar e abriu a porta do quarto para uma linda vista.

O jardim era extenso e bem cuidado, haviam algumas poucas pedras próximas e um lago na frente de uma das árvores que passavam em fila perto do muro alto. Onde ambos poderiam estar para ser tão lindo assim?

— Onde estamos? – ela não pode deixar de questionar, por mais lindo que o local fosse.

— Estamos na sede do Clã Nura em Tokyo. – a resposta fez a princesa se surpreender.

— Tokyo!? Não estávamos em Kyoto ontem? – ela estava claramente confusa sobre como chegaram tão rápido.

— Nós chegamos há três dias já. – o youkai ria enquanto respondia a princesa – Você com certeza estava muito cansada, então deixamos você dormir o máximo. – ele terminou enquanto ela processava suas informações.

— Obrigada! – ela agradecia e analisava o youkai – E você, como está se sentindo? – ela estendeu a mão para analisar a ferida do youkai.

— Eu estou bem melhor. – ele não negou para os grandes e vivos olhos de Yo que ainda lhe doía a ferida, porem admitiu que os youkais do clã o forçaram a descansar bastante.

— Que bom! Eu... – antes de continuar os dois ouviram um alto som que fez a princesa corar instantaneamente de vergonha e o Nurarihyon rir muito alto.

— O que foi isso? Um youkai bravo? – o youkai ria enquanto a princesa protestava envergonhada.

— Ayakashi-sama! Pare! – ela olhava para os lados tentando se distrair com as provocações do youkai.

— Só você para ficar tão bela mesmo estando tão brava comigo. – ele a abraçava pela cintura e ela se aconchegava naquele carinho tão bom – Você dormiu três dias inteiros, claro que está com fome! – ele já os afastava e ficava em pé – Venha! Vou te mostrar a casa e pedir para prepararem algo para você. – ele estendeu a mão para ela.

Aceitando seu convite, ela foi com ele. Estava ainda um pouco tonta por ter passado tanto tempo dormindo, mas andava apoiada no youkai e admirava cada pedaço da casa. Era incrível! Haviam milhares de youkais para todos os lados. Pequenos, grandes, assustadores, brincalhões... Para onde olhava via um youkai diferente.

Natto-Kozou e outros youkais pequenos estavam ajudando a arrumar o hall de entrada e alguns mais limpavam o extenso jardim; Setsurara estava com alguns youkais na grande cozinha que havia na lateral da casa onde o Nurarihyon pediu que o café da manhã de Yo fosse preparado; os muros altos e bem preservados eram preenchidos em sua extensão por alguns youkais que tomavam sol; Gyuki e Daruma estavam com Hitotsume enquanto Myako se mantinha bem próxima dele; e Karasutengu era visto voando de um lado para o outro enquanto guardava coisas quase em desespero.

— Ayakashi-sama, o que há com ele? – Yo apontou para o corvo em desespero.

— Ele está se preparando para ir visitar a esposa dele. – o Nurarihyon novamente ria – Ela se chama Nuregarasu e mora nas profundezas do Monte Takao junto dos outros corvos do clã deles. Ela sempre fica brava quando ele sai e demora para voltar a vê-la. – ele terminou e viu Yo rir alto e divertidamente da explicação.

Tudo pareceu parar quando Gyuki veio correndo na direção do casal.

— Supremo comandante! A Nuregarasu está aqui! – ele avisou afobado e Karasutengu desceu do céu apavorado.

— Ela esta aqui!? – o youkai tremia – Eu disse que havia chegado e iria vista-la.

— Aquela é ela, Karasutengu-san? – Yo apontou para a formosa mulher que caminha na direção deles. Belíssima em olhos expressivos, cabelos negros e lisos, um volumoso kimono longo de cores escuras e uma aparência delicada – a youkai parecia ter saído de uma pintura.

— Fique perto de mim Yo Hime, isso vai ser interessante e perigoso. – o Nurarihyon alertou e, sem entender direito o que queria dizer, ela começou a prestar um pouco mais de atenção no comportamento dos youkais em volta.

Gyuki foi para junto dos outros líderes que já se aglomeravam para ver a youkai recém-chegada, os youkais menores pareciam estar na expectativa pelo que viria a ocorrer do encontro de Karasutengu e sua esposa e outros ayakashis pareciam estar curiosos pelo que aconteceria. O mais interessante é que todos estavam a uma distância ‘segura’ de Nuregarasu!

Mas, prestando atenção no Nurarihyon, ela via que estava segurando um sorriso de divertimento e satisfação. Agora sim não entendia mais nada! Então apenas veria a cena se desenrolar.

— Querida! Eu disse que estava indo visita-la. Porque veio para sede? – o corvo se aproximava da moça com dúvida e não gostou de sua reposta.

— Você disse isso a quatro dias atrás quando estavam chegando no território! E não foi me ver! – a expressão da youkai mudou completamente e ela agarrava Karasutengu pela cabeça – Eu vi a comitiva passar pelo monte Takao! Seu corvo maldito! Já te falei para não fazer isso! – ela agora sacudia o corvo e o espancava contra as pedras do jardim.

A discussão do casal seguia em meio aos murmúrios de surpresa dos youkais e as risadas do Nurarihyon. Enquanto todos aproveitavam a cena, Yo estava organizando seus pensamentos sobre o Clã.

“Era um clã de youkais dos mais variados: pequenos, grandes, fracos, fortes, fofos e assustadores. Seu líder era um youkai livre, ousado, adorador de doces e comida grátis, tinha mania de invadir a casa dos outros por diversão, fazia por merecer a admiração de todo seu clã e agora era o Senhor de todas as Assombrações.

Por mais diferentes que todos fossem, eles eram extremamente unidos! Mantinham a casa dividindo seus afazeres; riam, brincavam e pregavam peças das mais variadas; respeitavam suas hierarquias internas; controlavam seu comandante teimoso e fujão; e possuíam a determinação para lutar e seguir em frente independente do adversário.

O mais curioso, apesar de tudo, era que todos tinham apreço e aceitação por humanos – alguns talvez nem tanto, mas, enquanto seu comandante se mantivesse neste caminho, todos estariam com ele. A maior prova veio quando ele a levou para conhecer seu clã e todos brincaram com ela, procuraram conhece-la melhor e aqueles que não gostaram da situação não lhe fizeram mal.

A verdade é que ali ela era livre para viver. Livre para seguir suas próprias decisões e seu próprio caminho. Livre para amar, sorrir, lamentar, chorar, sair e voltar sempre. Acima de tudo, livre para criar uma família e um lar! Ter um lugar para onde seu coração sempre irá voltar.”

A discussão entre o casal de corvos durou horas até, finalmente, pararem, Karasutengu ser socorrido e Nuregarasu se ocupar em cumprimentar Yo Hime. Um dia que se seguiu muito animado e fluiu até tarde da noite.

Yo Hime saiu sozinha do quarto em que tentava dormir. O Nurarihyon não estava lá, a Nenekirimaru estava ajeitada ao seu lado e ela queria respirar a brisa da noite. Sem se preocupar, ela seguiu e encontrou a grandiosa cerejeira do clã Nura. Que árvore espetacular!

Perfeitamente florida, luminosa com lua e movendo-se com graça ao ritmo da brisa da noite, sua beleza cativou a princesa – que, perdida em pensamentos, foi surpreendida pelos braços do Nurarihyon. Não estava com medo ou vontade de gritar pelo susto e sim de sorrindo fundo de seu coração enquanto tocava o homem que ama.

E foi o que fez. Erguendo seu olhar ela viu o sorriso travesso do youkai que conquistou seu coração – deveria se expressar naquele momento ou jamais se perdoaria.

— Eu te amo, Ayakashi-sama. – simples e potentes palavras que lhe renderam um apaixonado beijo. Seu primeiro beijo como mulher, como noiva e como alguém livre.


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Notas finais do capítulo

Eis o capitulo fresquinho para vcs!
Espero que tenham gostado e aproveitem a sequência :D



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