Outro dia de trabalho. Byakuya havia virado a noite no 6º esquadrão arrumando documentos sobre uma missão importante e agora estava de saída. Iria com Renji e mais vinte shinigamis do esquadrão lidar com um problema com Holows – estes classificados como adjucas pelos relatórios da 12ª divisão.

A missão durou quatro dias e foi bem sucedida. Agora o capitão da 6ª divisão precisava participar de uma reunião de capitães e entregar alguns relatórios antes de poder descansar. Horas de trabalho finalmente acabavam – um pouco mais cedo graças a ajuda de Renji – e agora ele estava livre para ir para casa – ao menos na teoria.

Um chamado de seu avô para participar de uma reunião com outra família nobre da Soul Society. Aquilo demoraria demais! E demorou – ao menos para o capitão. Foram três dias apenas, que para Byakuya significavam séculos! Queria poder ir para casa o quanto antes.

Enquanto ele resolvia seus deveres, Hisana estava em casa passeando pelos jardins. Há mais de uma semana ela acordou cedo com Byakuya saindo para resolver uma missão urgente. Ele se despediu dela com todo carinho de sempre e disse que voltaria o mais rápido possível. Ela sabia que era verdade e que antes de voltar ele ainda resolveria muitas coisas, mas dessa vez estava demorando.

Ela já havia lido vários livros para se distrair, conversado com Rukia algumas vezes – já que ela também estava com saudades de Renji – e já havia passeado pelos jardins e as ruas da região várias vezes. Sem maiores resultados. Ainda pensava em Byakuya quando via as flores de cerejeira.

As árvores grandes e fortes floresciam inteiras em pequenas e belas flores pintadas em rosa claro. Estavam maravilhosas e lembravam seu amor – não apenas por sua zampaktou Senbonzakura, mas também por sua beleza, mistério e suavidade.

Byakuya finalmente estava em casa! Uma semana e meia de serviço e reuniões ininterruptas finalmente teve fim e ele estava de folga por um dia inteiro. Ele entrou em sua casa e foi de imediato buscar Hisana. Ele apenas deixou sua zampaktou no quarto e seguiu para encontrá-la – sabia que ela estaria no jardim e foi vê-la com seu haori de capitão e seu shihakushou (não estava com paciência nem de se trocar, apenas queria estar com ela o quanto antes).

E lá estava ela. Sobre a ponte do lago admirando as carpas nadarem. Uma linda visão que Byakuya ficou a admirar, até chamar seu nome e ela encontra-lo atrás de si.

— Hisana. – a voz vinha de trás e era acompanhada de um delicado abraço pela cintura.    

— Byakuya-sama. – ela já não se surpreendia mais com as silenciosas aproximações do marido e adorava ser abraçada com toda aquela delicadeza e carinho que possuía.

Os dois trocaram um rápido beijo e seguiram passeando pelo jardim. Apenas queriam apreciar a companhia um do outro e conversar. Ela conversava sobre o trabalho dele e como iam as coisas no 6º esquadrão e ele queria saber como haviam sido seus dias e como ia sua saúde.

Ambos sempre preocupados um com o outro. E Hisana percebeu o quão cansado Byakuya estava. Ele havia trabalhado muito recentemente e, mesmo tendo tempo de descansar e relaxar, estava com ela passeando. O lado romântico e doce dele que apenas ela tinha acesso.

No meio do jardim estavam as cerejeiras e Hisana o convidou para se sentarem sobre uma que era especial para ambos – a árvore sob a qual deram o primeiro beijo e ela viu Byakuya sorrir do fundo de seu coração pela primeira vez.

Sentados sobre a árvore, Hisana o acolheu em um abraço e começou a acariciar seus cabelos. Ele se sentiu confortável naquela posição e se ajeitou melhor para estar à frente dela.

— Byakuya-sama. – Hisana o fez olhar diretamente em seus olhos, rendendo o capitão – Você está cansado? – ela já sabia que sim e viu ele confirmar sua pergunta – Então descanse. Teremos bastante tempo depois que se sentir melhor. – ela apoiou sua cabeça contra seu peito e continuou a acariciá-lo.

— Hisana.... – ele apoiou uma de suas mão na dela e fechou seus olhos deixando o cansaço tomar conta finalmente e adormecendo.

Os dois ali ficaram o resto da manhã. Juntos em paz e com o toque das pétalas de cerejeira que caiam sobre eles.