Rin e Seshomaru permaneceram sem se ver. Ambos mantinham distância depois do que aconteceu – mesmo cada um tendo sua própria conclusão sobre o assunto. Seshomaru decidiu que era o ideal Rin ficar longe, mas se a visse de novo não perderia a oportunidade de no mínimo abraça-la. Rin tinha em mente que deveria ficar longe de Seshomaru, mas sempre se pegava desejando vê-lo e poder ficar próxima dele em um novo momento especial – nem que fosse um abraço.

Suas conclusões eram unanimes e similares. Mesmo distantes os dois sabiam aproximadamente o que o outro estava pensando e como agir. Aquela situação estranha de ambos ficarem separados e querendo se ver, mas evitando a ocasião, tinha que acabar! E Kagome se responsabilizou por isso.

Já mais que muito incomodada com aquela situação, a sacerdotisa decidiu aprontar Kirara para uma viagem e manda-la levar Rin diretamente para o Oeste. Kagome levou Rin para perto da Árvore de Deus e lá mandou ela resolver aquele problema com Seshomaru de uma vez! Rin já queria a muito ir, mas sua razão não deixava! Assim, ter o impulso dos amigos foi sua salvação! Ela agradeceu e partiu para o Oeste.

Rin fez a viagem sozinha. Deixou Kirara na vila com todos e saiu a pé mesmo. No caminho ela até enfrentou alguns youkais fracos e teve que lidar com alguns bandidos que a acharam uma presa fácil – nada como cometer esse erro com uma sacerdotisa tão poderosa. Ela aproveitou a viagem até os limites do Oeste.

Lá ela teria que ter mais cuidado e estava certa. Adentrando mais o terreno ela viu um confronto em andamento. Não parecia nada além de alguns youkais sem clã causando problemas e ela se manteve longe para não interferir. Aquele grupo de youkais, quando derrotados, revelou ter um perigoso ser no comando. Era um oni disfarçado.

Quando o oni desfez seu disfarce, ele reparou na sacerdotisa escondida entre os arbustos. Rin não queria interferir, mas se lembrou que aquele oni batia com descrições de outras vilas que foram atacadas e do clã de Kouga que já havia encontrado com ele também. Já tendo sido descoberta, Rin se revelou para o oni e os youkais que o enfrentavam e seguiam.

Os youkais do Oeste iam se dividir para atacar Rin, mas antes o oni a atacou! Todos os youkais acharam que ela havia morrido, mas, quando a poeira abaixou, viram que o golpe foi bloqueado por uma barreira. Sem pensar duas vezes, Rin concentrou poder na barreira e arremessou o oni metros para longe dela.

Enquanto eles lutavam na floresta, Seshomaru e Irasue estranhavam que o grupo de patrulha não tinha enviado seu relatório ainda e foram averiguar a situação. Chegando lá todos se depararam com o combate entre Rin e o oni. Nisso, Seshomaru e Jaken deixaram escapar que a sacerdotisa era Rin e Irasue ouviu. Ela não esperava um susto desses depois da conversa com Jaken! Sabia que a menina virou uma sacerdotisa, mas não uma com tamanho poder.

A luta não tardou a acabar também. Agilidade, antecipação e poder fizeram com que a sacerdotisa triunfasse sobre o oni. Quando terminou, Rin virou-se de forma ameaçadora para os youkais invasores.

— Mais alguém deseja me enfrentar? – ela perguntou com frieza e liberando seu poder puro e branco em sua volta.

— A Sacerdotisa Rin! – um dos invasores se pronunciou e instigou o medo dos companheiros. Todos saíram as pressas de perto dela! Sua atual reputação era o suficiente para colocar medo na maioria das criaturas ou humanos que viessem mexer com ela.

Com suas saídas, ela reprimiu seus poderes e acalmou-se para virar-se e encontrar com Seshomaru e Jaken assistindo tudo.

— Seshomaru-sama! Jaken-san! – ela foi para mais perto – Desculpem a bagunça. – ela curvou-se – Eu planejava não interferir, mas quando o oni me notou eu acabei reagindo e atrapalhando a ação do grupo de defesa. – ela terminou olhado para os youkais surpresos.

— Impressionante. – aquela palavra vinda de Seshomaru não era normal e ele prosseguiu – Você realmente desenvolveu elevados poderes exorcistas e purificadores. – ele terminou.

— Sim, treinei bastante para isso. – ela justificou-se e decidiu arranjar uma desculpa para entrar no Castelo do Oeste – O que me diz de termos uma conversa? – a pergunta direta soou estranha e Rin a complementou – Creio que eu deva explicações sobre minha atual ‘invasão’ e uma melhor desculpa por interferir nas ações de defesa do seu território. – ela terminou e Seshomaru e Irasue se entreolharam.

Os dois concordaram que ela poderia sim entrar e que deveriam conversar, mas a verdade era que Rin queria apenas cinco minutos sozinha com Seshomaru pelo menos. Com todas as explicações feitas e Rin tendo conseguido permissão para passar algum tempo no castelo, agora era hora de por seus planos em prática.

Rin colocou um kimono simples e vermelho e saiu para andar pela área do castelo – sabia que as chances de Seshomaru segui-la eram altas (principalmente se se afastasse demais do castelo). Um sucesso! Ela foi para longe em uma pequena clareira na floresta onde estava a nascente do pequeno e fino rio que cortava a grama até desaparecer embaixo da terra novamente entre as árvores da área.

Ali ela não precisou aguardar muito para dar de cara com Seshomaru. Ele estava desarmado e usando algo que ela julgou ser uma roupa para seus momentos de descanso, leitura... alguma coisa que não envolvesse comandar ou lutar. Era uma roupa branca simples em baixo de um kimono azul de mangas curtas. Uma vestimenta bem menos chamativa que a sua tradicional, que não tinha lugar para suas espadas e que o deixava maravilhoso naquela noite de luar.

Aquele momento especial dispensava palavras. O chamar de seus nomes um pelo outro e o envolver de ambos em um carinhoso abraço faziam até o ar faltar e o coração acelerar. Sem querer deixar escapar, Rin começou a mover-se para os lados como se dançasse e levou Seshomaru junto. Ele não se importou e acompanhou os movimentos dela enquanto a analisava.

Ele gravava sua expressão de alegria, o desenho de seu corpo naquele kimono vermelho e mexia em uma pequena mecha de seu cabelo. Estava decidido! Ela ficaria com ele! Presenciou suas habilidades de combate e estava aliviado em deixar aquela emoção fluir depois de tanto reprimi-la.

Rin via em seus olhos que ele a manteria ao seu lado daquele momento em diante. Sua certeza veio ao reparar que ele sorriu para ela! Era um sincero sorriso, que ela seria a primeira e única pessoa ou youkai a receber. Sua alegria ficou nítida e ela se aconchegou no corpo de Seshomaru enquanto ambos seguiam seu precioso momento.