Na vila os amigos já sabiam que Rin reencontrou Seshomaru e que ele era a fonte de sua atual tristeza. Há uma semana, quando Rin voltou, todos se perguntaram o por que dela ter demorado um pouco mais para voltar – e a resposta não agradou. Inuyasha disse que estava sentindo o cheiro de Seshomaru nela e todos viam que estava chateada. Algo ruim deveria ter ocorrido no reencontro deles.

Kagome e Sango foram tentar a sorte em uma conversa com Rin.

— Rin. – Kagome aproximou-se do lago onde ela estava sentada junto de Sango.

— Kagome-sama e Sango-san!? – por suas companhias ela não esperava e estava distraída em pensamentos – Algum problema? – ela achou que algo tinha acontecido.

— Provavelmente. – Sango olhou para Kagome (nessa hora ambas já estavam sentadas ao lado de Rin).

— Você encontrou o Seshomaru, certo? – Kagome não aguardou que ela reagisse a confirmação de Sango e prosseguiu – o Inuyasha disse que o cheiro dele estava em você. – ela terminou a espera de uma resposta.

— Sim, eu encontrei ele de novo. – as lágrimas subiam e Rin segurava sua emoção. Não deu certo. Sango a abraçou para que deixasse o peso sair e aliviasse sua tristeza. Ela e Kagome esperaram alguns minutos até Rin se acalmar.

— Esta melhor? – Sango a afastou perguntando.

— Obrigada Sango-san. – a menina se recompôs e Kagome tocou seu ombro.

— O que houve com vocês? – sua preocupação era nítida – Eu jurava que você estaria feliz ao vê-lo novamente! E não triste dessa forma. – ela expressou sua dúvida e foi apoiada por Sango.

— Eu estou sim feliz por vê-lo de novo, mas.... O que eu estava esperando não vai acontecer. – ela parou evitando que seu choro voltasse e fez ambas entenderem na hora.

— Rin, o Seshomaru não tem esse tipo de sentimento. – Kagome decidiu ela mesma dar a deixa – Ele nunca foi a favor desses relacionamentos com humanos. Eu sei que ele mudou depois de te conhecer, mas um youkai como ele (ela deu ênfase na referência ao Dai Youkai) não muda assim tão fácil. – ela terminou.

— Eu sei. Mas quando ele me tocou e parou naquele momento comigo, mesmo que estivéssemos de costas, eu achei que existia alguma coisa. – ela fez ambas se surpreenderem – Quando me virei e olhei nos olhos dele eu via que ele estava completamente focado no momento; mas ele me afastou. – ela abaixou o rosto – Eu sei que ele tem algum sentimento por mim em algum lugar! Eu sei o que senti e também o que vi na hora em que ele reprimiu qualquer emoção que existisse ali. – Rin terminou em meio as expressões paralisadas de Kagome e Sango.

— Deixa eu ver se entendi. – Sago, depois de alguns minutos, retomou a conversa – Ele gosta de você tanto quanto você dele, mas ele não vai permitir estas emoções se tornarem reais? – Sango terminou na mesma dúvida de Kagome e com Rin confirmando suas palavras (tudo enquanto acariciava pensativa e ainda triste a mão que ele havia tocado quando se encontraram).

As duas ficaram o resto daquele dia confortando Rin e pensando em todo aquele processo. Ela havia mudado Seshomaru a este ponto, mas o próprio lutava para não ter as emoções que ela lhe deu e, por conta disso, ele havia magoado Rin no reencontro deles. Uma verdadeira confusão.

Enquanto isso se passava na vila, Seshomaru a muito tinha voltado para o Castelo do Oeste. Seu retorno foi comum para todos, exceto Irasue. Ele reportou que a sacerdotisa havia se afastado dos territórios e não lhes era uma ameaça, mas Irasue estava estranhando o cheiro que ele levava. Ela sabendo que ele nada lhe diria, foi questionar Jaken e perdeu seu chão.

Como questionar o pequeno youkai pode ter feito Irasue perder seu chão? De tanto insistir, Jaken acabou contando a Irasue que a sacerdotisa era Rin. A menina humana que ela conheceu a tempos atrás. Além disso, ele acabou contando que ela e Seshomaru tiveram um pequeno momento juntos – isto sim fez Irasue enlouquecer! Uma loucura que, nem quando Jaken disse que ele reprimiu aquele sentimento, foi desfeita.

Irasue precisava tirar aquela situação a limpo com Seshomaru e Jaken já sabia que seria punido por contar a ela o que houve. Mesmo ela querendo explicações, lidar com Seshomaru era difícil. Ele não se dispôs em nenhum instante a ter aquela conversa e já se atormentava suficientemente em pensamentos.

{Pensamentos de Seshomaru on}

Foi melhor ela ter partido mesmo. Se aquele momento tivesse continuado não sei o que teria feito! Meus instintos diziam que deveria tê-la abraçado pelo menos; mas eu não o fiz. Além de tudo, ela estava linda. O cheiro dela e a visão de seu crescimento me deixaram desnorteado!

*ele teve certeza de ter admitido para si mesmo naquela hora que a menina ainda mexia com ele e que estava difícil de se conter depois do que aconteceu*

Que sensação incomoda! *em seus pensamentos a compreensão do que sentia lhe incomodava* Sei muito bem o que é esta sensação, mas não permitir que assuma minhas ações! *sabia perfeitamente como eram as definições de ‘amor’ e tinha certeza que estava encaixado nelas*

[atormentando-se em seus pensamentos, Seshomaru caminhava em direção ao jardim que ficava aos fundos do castelo. Lá ele estava sozinho e podia permitir que, em seus pensamentos, agora organizados, confessa-se algo]

Realmente, agora, me sinto incomodado por não ter feito o que deveria naquela hora e lhe afastado. Eu não acho que você vai voltar a me encontrar depois do que houve, mas talvez assim seja melhor. O mundo em que vivo pode ser perigoso demais para você.

*ele terminou seus pensamentos apoiando uma de suas mãos sobre a Bakusaiga e olhando para o horizonte imaginado as palavras finais do bilhete dela: “Até uma futura ocasião”*

{Pensamentos do Seshomaru off}