Império escrita por Miranda Homer, Melissa Homer


Capítulo 33
Fogo




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Thalia mostrava a revista para seu novo funcionário, ansiando o momento que iria cruzar as portas do escritório de Silena e presenciar uma cena que julgava ser muito fofa, já que ela sabia que a garota não fazia ideia que seu ex-namorado (ou quem sabe atual, não?) estava ali para ajudar ela.

Assim que entrou no escritório dela, se afastou de Charles o máximo possível e arregalou os olhos de leve ao ver a Beauregard sentada no chão com um coque desleixado no topo de sua cabeça, sendo rodeada por desenhos de vestidos e roupas, tendo as mãos na cabeça sem saber o que fazer.

— Silena, contratei um novo funcionário para te ajudar – Thalia começou com um sorriso, vendo ela levantar os olhos e parar estática ao ver o garoto ali ao lado da chefe, não perdendo tempo em levantar e se jogar nos braços do Charles, que sorriu e a segurou, abraçando-a com força.

Silena puxou seu rosto e selou seus lábios, não ligando para a chefe ali do lado, que aplaudiu o ato da menina e soltou um gritinho incentivador, fazendo o Beckendorf relaxar e sorrir entre o beijo, descendo as mãos para sua cintura.

— Parece que agora você não tem mais ex, não é mesmo, Sil? – a Grace sorriu, parando de bater palmas assim que eles se separaram – já shippo vocês dois, adorei!

— Como? – a Beauregard questionou, respirando fundo e o encarando.

— Eu cansei da Diamonds e Rachel me deu um empurrão para vir para cá, então conversei com Thalia e aqui estou eu, trabalhando com você!

— Charles, você responde a Silena – a Olympus ordenou – e se forem fazer alguma coisa...tranquem a porta, é constrangedor se alguém entrar!

— Irônico você estar avisando isso, não? – Silena sorriu zombeteira.

— Não precisa me lembrar disso – Thalia negou em reprovação – aproveitem! – e assim ela saiu, fechando a porta e indo em direção aos corredores, decidida a passar em cada setor para ver como as coisas andavam.

 - E aí, Rey, como anda o namoro? – questionou se apoiando na parede e vendo a garota corar e abaixar a cabeça enquanto organizava algumas coisas.

— Legal...

— Bela definição, vou aderir quando estiver namorando! – a Grace deu risada.

— Então...acabou tudo mesmo? – Reyna questionou, encarando a chefe, que desfez o sorriso lentamente.

— Do que você está falando?

— Ah..., nada não! – murmurou, abaixando a cabeça novamente.

Hum...e está tudo certo aí? Sabe, tudo sob controle?

— Está sim...

— Legal...- a chefe sorriu de leve, se virando e saindo da sala, procurando outro setor para ter certeza que nada estava saindo dos trilhos.

— Mas eu quero! – Annabeth pediu, vendo a chefe passar do lado de fora da sala, mas voltar de ré ao notar a cena que estava acontecendo ali e franzindo o cenho.

— Eu não tenho como conseguir isso!

— MAS EU QUERO!

— Eu posso ajudar? – Thalia questionou, entrando na sala com um sorriso de canto, sabendo que deveria se tratar de um desejo de grávida.  

— Você sabe onde conseguir manga com beterraba? – Percy arqueou a sobrancelha nervoso.

— Que? – a chefe arregalou os olhos – menina do céu o que você estava fazendo para sentir desejo disso?

— Eu não sei, só quero! – a loira deu de ombros, levando uma das mãos para a barriga e acariciando ali.

— Bom, eu vou dar uma saída agora e procuro isso para você, ok? Não se preocupe! – a Grace sorriu ao ver o moreno de olhos verde-mar se abaixar na frente de Annabeth e segurar a barriga da garota:

— Por que você está dando tanto trabalho? Você nem nasceu ainda!

— Não fala assim com ele! – Annabeth deu um tapinha no ombro do seu noivo, que sorriu e deixou um beijo na barriga dela.

— Papai te ama! – sussurrou baixinho, se levantando e dando um selinho na loira, que sorriu e respirou fundo.

Thalia se segurou para não chorar vendo a cena e deu as costas, pegando sua bolsa em seu escritório e pegado seu carro, indo para o mundo atrás de manga com beterraba, sem nem mesmo saber como iria juntar os dois e fazer algo que ela gostasse e se saciasse.

Um pouco longe dali, estava Nico dentro do escritório da irmã, se segurando para não jogar alguma coisa na cabeça da garota e a apagar para que ela parasse de gritar igual retardada.

— COMO SÓ ISSO?

— Bianca nós não ficávamos conversando da nossa vida pessoal lá! – ele mentiu descaradamente.

— Como não? Nós não fazemos isso aqui porque somos uma empresa séria!

— E eles também, não é?

— Eu vou tacar esse abajur na sua cara se você não parar de entrar na defensiva com essa revista de merda, Nico D’Fienne di Angelo!

— Pelo amor, para com essa paranoia e usa logo o que eu disse para você, ou então apenas espera até que eu consiga algo melhor, porque né, eu joguei baixo demais e agora não tenho como descobrir mais coisas já que meu ponto de informações nem olha mais na minha cara.

— Eu vou esperar até amanhã, sinta-se pressionado!

Ele rolou os olhos e levantou, saindo do escritório e notando que Rachel falava com alguém no telefone, mesmo com a garota tentando disfarçar o máximo possível.

— Quem é? – questionou baixinho para a ruiva, que arregalou os olhos levemente.

— Annabeth está com desejo...

— Rach, quem é?

—A Thalia...- murmurou baixinho, longe do telefone para que a morena não a ouvisse dizer.

— O que a loira quer comer?

— Manga com beterraba...- a ruiva disse meio perdida, piscando os olhos estranhando – ela já conseguiu a beterraba, mas a manga não está achando em lugar nenhum.

Nico levou o olhar até a mesa de frutas que a empresa tinha, vendo as mangas fresquinhas brilharem dentro da bacia de inox, suspirando alto.

— Manda ela vir aqui.

A Dare arregalou os olhos, mas se apressou em falar para a Grace vir até a Diamonds que ela daria um jeito, fazendo a de olhos azuis respirar fundo e mudar sua rota, indo para a revista rival e parando em frente, apertando as mãos nervosa ao ver Nico encostado no arco da porta desinteressado com uma sacola.

Thalia saiu do carro e manteve-se inexpressiva, parando a frente dele que esticou a sacola, que ela teve o cuidado de pegar para não relar em nenhuma parte do corpo dele, resmungando um “valeu” baixinho e dando as costas, evitando encara-lo.

— Grace, e o Daffy? – Nico questionou, fazendo-a parar na porta do carro e pigarrear, comprimindo os lábios e o olhando por cima do ombro.

— Está na mesa – ela resmungou, mesmo sabendo que Daffy estava no banco ao seu lado.

— Foda-se a segurança do pato, né? Aí ele cai lá e ninguém tá lá para ajudar o bichinho! – o di Angelo começou a xingar, cruzando os braços irritado.

Thalia respirou fundo e precisou usar toda sua calma para deixar a sacola no carro e pegar seu filho nos braços, saindo do carro e vendo o menino mudar o semblante assim que viu o patinho. O animal também se empolgou, já que começou a bater as asinhas feliz quando viu Nico, soltando “quack” desesperadamente, tanto que a garota teve que entregar para o moreno.

— Alguns minutos, aproveite bem a última vez que vai ver ele!

A Olympus encostou no carro, cruzando os braços e observando a cena do di Angelo conversar com seu filho, se arrependendo a cada minuto de ter tirado Daffy de dentro do carro, mas apenas suspirou e chocou a mão contra a testa, vendo ele falar para o patinho que teve um problema com ela e que ele amava o animal, mesmo morando longe.

Nico caminhou até ela, levantando o olhar:

— Tem umas coisas minhas no seu apartamento ainda, posso pedir para a Rachel ir buscar mais tarde?

Thalia assentiu minimamente, tomando Daffy das mãos dele e entrando no carro, não deixando que ele falasse mais alguma coisa, apenas acelerando e sumindo de vista em alguns segundos.

— Aí Daffy o que você faz eu fazer, não? – a morena negou em reprovação enquanto dirigia – eu e seu pai temos problemas e não podemos mais ficar juntos e você ainda me faz tirar você do carro para ver ele? Que feio!

O patinho respondeu com um “quack” que talvez queria dizer que ele não fez nada, não sabia nem mesmo onde estava indo.

— Eu sei, eu sei, complicado! – ela suspirou, olhando para frente e logo avistando o prédio da Olympus.

Na Diamonds, Nico voltou a entrar e passeava pelos corredores até ouvir a voz sua de irmã de um lugar atrás de si:

— É né, ela nem olha na sua cara mais!

Ele comprimiu os lábios e deu de ombros, continuando seu caminho sem olhar para a cara de Bianca, sabendo que ela o acusaria de muitas coisas, mas na verdade, ela não o olhou mesmo, só Daffy que se empolgou um pouco.

Na empresa Olympus, Thalia caminhava pelos corredores e entrou na sala de Annabeth, que abriu um sorriso ao ver a sacola de mercado nas mãos da garota:

— Aí como eu amo essa menina! Tá vendo, Percy? Tem que ser assim.

— Eu espero que você aproveite bem isso aqui, viu? Você me fez encarar o Nico, porque a Rachel pediu para eu ir lá pegar as mangas fresquinhas que tinha lá! E ele ainda pegou meu Daffy na mão para brincar! – Thalia disse indignada, deixando as coisas para a loira, que pegou dentro da sacola mesmo uma manga e tirou uma faca de dentro da gaveta, cortando a fruta e jogando beterraba no meio.

— Isso é muito ruim – concluiu, negando em reprovação – mas eu quero mais!

— Grávidas e seus desejos estranhos – Percy negou, comprimindo os lábios.

— Aguenta que isso é só o começo! – Thalia deu um sorriso incentivador – mas agora eu vou voltar ao trabalho, ok? Se precisarem de mim, sabem onde me achar!

***

— Eu poderia ter colocado fogo nisso tudo? É claro que sim! Mas vai saber se não pega fogo no prédio todo e depois eu iria sair culpada?

Thalia argumentava andando de um lado para o outro pegando as coisas do moreno e jogando tudo dentro de uma caixa de papelão, enquanto Luke apenas a observava andar de um lado para o outro.

— Eu poderia ter colocado! Ainda posso, será que dá tempo? – ele analisou, levando uma das mãos para o queixo fingindo pensar.

— Luke! Ele já falou com a Rachel e ela vai vir pegar, não tem como falar tipo “ah, aconteceu um incêndio aqui e só queimou as suas coisas, irônico, não?”.

— Vai que ele acreditava, não sei!

— Eu te mereço...- Thalia negou em reprovação, pegando uma camisa dele e encarando o tecido por um longo tempo, comprimindo os lábios ao lembrar que um dia estava usando isso em seu corpo.

— Se você inventar de ficar com isso, Thalia Olympus Grace eu vou dar na sua cara aqui mesmo!

— Para, Luke! Eu nunca ficaria com algo dele, depois vou até tomar um banho para tirar os germes que devem ter ficado em mim ao pegar esse negócio horrendo! – a garota jogou a camisa na caixa, se virando com as mãos na cintura – acho que acabou.

— Seus anos de teatro podem enganar as pessoas, mas a mim não mocinha linda!

— O que quer dizer com isso, Castellan?

— Nada não, deixa para lá!

A campainha tocou, a fazendo franzir o cenho desconfiada já que o porteiro não havia avisado que Rachel estava aí e nem pedido permissão para ela se poderia subir, então hesitante foi até a porta e se segurou para não fechar ao ver Nico ali.

— Rachel não conseguiu vir e eu já tinha marcado horário com você, portanto eu vim...- explicou o moreno, sentindo o clima na casa ficar um tanto pesado, já que sentia o olhar de Luke o fuzilando, dando um passo para trás ao ver ele levantar de supetão do sofá e cruzar os braços.

Thalia assentiu minimamente, dando espaço para ele entrar e apontando para onde estava a caixa com coisas dele, fazendo-o ir até lá surpreso, já que a última vez que esteve ali, quase foi acertado por um banco.

Pegou suas coisas e acenou de leve com a cabeça para Luke.

— D’Fienne – cumprimentou por educação, o que fez Nico levar os olhos para Thalia, que desviou o olhar de imediato e deu de ombros.

— Castellan – ele devolveu o cumprimento, saindo do apartamento o mais rápido que pode e suspirou de alivio quando estava no elevador, notando que haviam consertado o estrago que havia feito o dia que ela havia o descoberto.

— Filho da puta desgraçado – Thalia xingou assim que soltou a maçaneta da porta, se virando com raiva e sendo puxada para um abraço.

— Não destrói seu apartamento não, respira fundo e vamos seguir em frente, ele vai ter o que merece meu amor – Luke murmurou, deixando um beijo em sua testa e respirando fundo, sabendo que ele mesmo tinha se segurado para não chegar nas voadoras para cima do D’Fienne.


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