Nico bateu na porta do escritório da Grace, esperando que ela lhe desse autorização para entrar, mordendo o lábio inferior nervoso com a reação que ela poderia ter ao ver o que ele trouxe para ela, mas mesmo assim entrou e fechou a porta atrás de si, esperando que seus olhos azuis parassem nele, e assim que o feito, ela arregalou eles e semicerrou logo em seguida.

— Passa! – ela esticou a mão, quase psicótica.

— Estou temendo pela segurança dele...- o di Angelo murmurou desconfiado.

— Passa o pato!

Nico começou a rir, passando uma última vez o polegar em cima da cabeça do filhote de pato que tinha em mãos, desejando um “boa sorte” e contornando a mesa dela.

— Levanta – ele pediu, segurando o patinho contra seu peitoral e esperando ela sair de sua cadeira para se sentar – isso, agora senta aqui com cuidado para não assustar essa coisinha pequena! Patos são...

Antes que ele terminasse de concluir que patos são ariscos, ela se sentou sem nenhum pouco de delicadeza no colo dele, quase matando-o.

— Thalia, tudo bom?

— Passa o pato, di Angelo!

Nico sorriu e passou os braços pela cintura dela, a virando de lado em seu colo e colocando o patinho em suas coxas, fazendo-a ficar estática sem saber reagir a tanta fofura de uma vez só.

— Não vai surtar? – ele perguntou preocupado com tanto tempo que ela estava com a respiração presa.

— Eu não sei reagir...- murmurou perdida, boquiaberta.

— Que tal pegar ele DEVAGAR? – Nico alterou o tom de voz, dando ênfase no que era para ela fazer.

Thalia assentiu devagar, levando as mãos até seu colo e o pegando. Tudo estava bem até o pequenino soltar um “quack” baixinho, fazendo-a arregalar os olhos e apertar o patinho contra seu rosto, soltando barulhos estranhos de sua boca.

Nico chocou a mão contra a testa, vendo a morte do patinho na sua frente e ele nem poder ajudar, já que a garota o fuzilava se tentava se mexer.

— Larga nosso filho!

A Grace parou de apertar o animal, levando os olhos para o di Angelo, encarando-o meio sem saber o que fazer, sentindo seu interior se revirar e sabendo que ficaria vermelha. Maldita timidez.

— Como é que é?

— Eu não disse nada, eu disse? – Nico se fez de desentendido, olhando para o teto descontraidamente.

Annabeth bateu na porta do escritório da chefe, esperando ela autorizar para entrar, o que não demorou.

— Thalia...Nico...pato?!

— Meu filho – Thalia corrigiu com um sorriso.

— Nico, poderia nos dar licença? Preciso falar com a Thalia um pouquinho...- a loira sorriu, nervosa.

— Claro! – o di Angelo sorriu, deixando as duas a sós na sala, sem antes alertar a Grace – cuidado com ele!

Annabeth falou rapidamente com a chefe, que concordou e caminhou com ela (e o pato) para a reunião de toda segunda-feira, entrando por último e fechando a porta.

— Bom dia, gente! – Thalia saudou, deixando seu filho em cima da mesa enquanto ficava em pé apoiada nela.

— Tira o pato da mesa, Thalia! – Nico repreendeu, vendo o momento que o patinho ia cair dali ao escorregar nas folhas.

— Eu não vou tirar o pato da mesa! O pato é meu eu deixo aonde eu quiser! – a chefe retrucou.

— Eu te dei o pato, então eu vou cuidar dele também, então tira o pato da mesa porque ele vai cair! – rebateu, cruzando os braços.

— Ele não vai cair! – Thalia estava pronta para tirar seu salto ali mesmo e matar o pai do seu pato, mas preferiu manter a postura.

— Se ele cair, eu vou dar na sua cara, com ele! – Nico bufou alto, vendo o patinho soltar um “quack” e se levantar curioso.

A reunião prosseguiu normalmente (ou talvez com “quacks” a mais), até que Thalia foi atender ao pedido de Annabeth.

— Nós temos um tópico a mais! – ela começou, olhando para o tablet e já lançando a manchete no telão, sem nem mesmo ver do que se tratava. E foi aí que seu coração falhou uma batida e ela teve que se segurar na mesa para não cair.

“Família Jackson ganha mais um membro”

O escritório inteiro segurou a respiração e arregalou os olhos, esperando que Percy se tocasse do que estava acontecendo, fazendo todos terem que manter a postura até que ele notasse que sua noiva estava esperando um filho.

Percy alternou o olhar entre a loira e a tela, boquiaberto e tentando entender o que estava havendo, até que olhou para a barriga dela, onde uma de suas mãos estavam repousadas, sentindo seu coração parar.

— Eu vou ser pai? – questionou baixinho, sentindo seus olhos marejarem ao vê-la assentir com um grande sorriso, abraçando-o tão forte que poderia jurar que tinha quebrado algum osso importante.

— EU VOU SER TIA! – Thalia gritou feliz, fazendo uma dancinha estranha enquanto todos comemoravam a notícia repentina.

— Parabéns Annie e Percy...eu nem sei o que dizer...- Piper colocou a mão sobre o coração totalmente chocada.

— Obrigada – a loira agradeceu, mantendo seu rosto contra o peitoral do noivo, não conseguindo conter o grande sorriso que enfeitava seus lábios.

As coisas começaram a se acalmar, até que Leo comprimiu os lábios e sentiu sua morte passar a sua frente:

— E eu vim com mais uma bomba: eu estou namorando com a Reyna!

Reyna arregalou os olhos e deu um tapa no braço do garoto ao seu lado, sentindo suas bochechas arderem tanto que ela soube que iria derreter ali mesmo, começando a soar frio e teve que ser abraçada pelo latino, que escondeu seu rosto contra o peitoral dele, afagando seus cabelos enquanto ria.

— É muito tiro de uma vez gente, calma! – Silena colocou a mão sobre o coração – felicidades ao casal!

— Eu sabia! – Thalia se gabou, jogando o cabelo por cima do ombro – flagrei os dois em uma ceninha fofa ontem na varanda!

— Você me paga, Valdez – a Arellano murmurou constrangida, levantando o olhar e observando sua chefe.

— Aí que bonitinhos! -Zoe deu um sorriso.

A algazarra voltou a reinar ali, fazendo Thalia ter um momento de distração e mirar o di Angelo, mordendo o lábio inferior. A noite passada, enquanto estavam caindo no sono, ela havia mencionado sobre contar para os outros chefes sobre o que os dois tinham, e já que as revelações estavam à tona ali, por que não lançar mais uma?

O patinho se empolgou, tentando se movimentar em cima da mesa e acabando por escorregar em uma folha, fazendo Nico entender a deixa que ela havia dado para ele e esperou que as coisas estivessem mais calmas, assim como Leo.

— Tira nosso filho da mesa, amor! – soltou, encarando Thalia, que prendeu a respiração ao ver o escritório estático diante da revelação do di Angelo.

— E é com essa revelação maravilhosa que eu estou morando e quase namorando com o di Angelo, que eu pego meu pato e saio daqui! – Thalia se apressou em pegar seu filho, correndo em direção a saída, que foi bloqueada por Rachel ter aberto a porta.

— Ah, bom dia chefe! – a ruiva sorriu, mesmo estando confusa com os olhos arregalados da garota – está tudo bem?

Thalia deu dois passos para trás, sabendo que dali viria um surto e tanto.

— Talvez eu diga que seu shipper é real...assim...quem sabe, não é mesmo?

— MENTIRA?!?! – Rachel abriu a boca perplexa, arregalando os olhos, fazendo a chefe chocar a mão contra a testa e se afastar um pouco mais – SOCORRO EU NÃO ACREDITO NISSO!

O escritório explodiu em surtos, já que todos apostavam que os dois eram um casal depois um tempo que eles começaram a andar juntos demais, porém nada saiu da aposta e todos haviam se convencido que nada rolava entre eles.

— Surpresa? – Thalia murmurou com um sorriso culpado.

— SURPRESA? – Rachel gritou de volta, mirando Nico com um sorriso malicioso – EU SABIA QUE MANDAR VOCÊ CHAMAR ELA PARA SAIR QUANDO ELA AINDA ERA ESTAGIÁRIA DARIA EM ALGUMA COISA! EU SABIA!

— Rachel calma! – Nico pediu, dando risada, mesmo que estivesse ruborizado assim como a garota, já que ele havia a pego de surpresa por chama-la de amor, sendo que fizera isso apenas uma vez até o certo momento.

— Nós sabíamos! – Annabeth deu um sorriso, chamando atenção da chefe que a olhou com a sobrancelha arqueada.

— Como? Nós mantivemos em segredo tão bem! – Thalia colocou a mão na cintura, equilibrando seu bebê na outra.

— Digamos que no dia da festa do pijama nós não dormimos, então vimos vocês se beijando no corredor...escutamos o boa noite fofo...vimos vocês voltarem juntos algum tempo depois e irem dormir...- Percy explicou, lembrando-se de ter que fingir que dormia até ambos voltarem a seus lugares.

— E desde quando isso rola? – Silena questionou curiosa.

— Infelizmente eu não marquei o dia, Sil! Sinto muito, Nico pode me ajudar com o pato? To indo! – Thalia disse rápido, deixando o garoto para trás, que não perdeu tempo em se levantar também e ir atrás da menina, fugindo das perguntas de Silena e de Travis.

Ambos seguiram para o escritório de Thalia, que respirou fundo assim que ele fechou a porta e os dois ficaram a sós novamente.

— Eu não acredito que nós contamos isso para todo mundo – ela murmurou, colocando seu filho no sofá, sorrindo ao ouvir um “quack” baixinho vindo dele, se encolhendo e escondendo o bico entre as penas.

— Isso o que? – Nico questionou, a pegando pelo braço e a puxando delicadamente para que ela ficasse em pé.

— Nós contamos nossa relação, eu estava tranquila até lembrar do espião que tem aqui! Ele pode usar isso contra mim, eu posso perder a Olympus, eu posso não, eu vou perder porque sei que alguém vai fazer uma jogada com isso e eu to sentindo que vou me dar mal – Thalia começou a disparar palavras, levando as mãos para o cabelo em uma clara paranoia.

— Thalia, calma! – ele pediu, segurando seu braço e acariciando ali, impedindo que ela começasse a andar de um lado para o outro.

— Calma? Calma? Eu não posso ficar calma em um momento desses, achei que fosse o certo fazer o que fizemos, mas sinto que não foi nada certo em ter admitido isso...- antes que pudesse terminar, seus lábios foram selados com os dele de surpresa, mas ela não deixou que ele evoluísse o beijo, empurrando-o – nosso filho!

— Ele dormiu, senão eu não iria beijar você! – o moreno retrucou, apontando para o patinho.

Ela se desvencilhou dele e caminhou até a caixinha que guardava papéis em cima da sua mesa, tirando as folhas e forrando com um casaco extra, pegando seu filho e colocando ali, deixando-o em um lugar que tinha certeza de que não iria esbarrar no coitado.

— Por favor, me ajuda! – pediu baixinho, trincando os dentes ao corar, notando que ele estava rindo baixo, porém seus lábios em um beijo por ora casto, mas que logo começou a virar algo que os dois necessitavam.

Thalia agora estava em cima da mesa, sentindo-o acariciar sua cintura com calma enquanto seus lábios se encaixavam devagar, deixando que cada um explorasse seus próprios sentimentos enquanto trocavam caricias fofas.

As mãos dele subiram por suas curvas, indo para suas costas, onde ele achou o zíper do vestido e começou a abaixa-lo, enquanto com a outra mão que não estava fazendo tal, acariciava suas costas com carinho, sentindo que ela não precisava fazer sexo, e sim fazer algo com mais calma e sentimentos.

Ela levou as mãos até a blusa de botões dele, começando a desabotoar cada um lentamente, abrindo seus olhos e o encarando, deixando suas bocas um tanto separadas para que cada um pegasse a quantidade de ar que precisava.

Porém, tudo que é bom dura pouco, não?

Sem um aviso prévio, a porta foi aberta e Zeus entrou no recinto ao lado de Jason, flagrando os dois no momento fofo, e tudo que os restou, foi se afastar calmamente enquanto Nico permanecia de costas para o Olympus e abotoava a camisa, saindo de frente da Grace e encostando o quadril na mesa e observando o senhor gritar com os dois, coisas desconexas, que com certeza era por conta da raiva que ele não conseguia formular nenhuma frase.

Thalia desceu da mesa e evitou olhar para seu pai e para seu irmão, virando de costas para Nico, que subiu com cuidado o vestido dela e suspirou alto.

— Vocês...- Zeus começou entredentes, virando de costas e fechando os olhos, apertando uma mão na outra para extravasar a raiva.

Jason chocou a mão contra a testa, notando o quão burra sua irmã era para nem mesmo trancar a porta enquanto fazia as coisas com o di Angelo.

O casal pego se entreolhou hesitante, esperando com que Zeus se acalmasse pelo menos um por cento para começar a gritaria, o que houve logo em seguida.