Império escrita por Miranda Homer, Melissa Homer


Capítulo 27
Irresponsabilidade


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Aqui é as irmãs Homer!



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Jason se apressou em fechar a porta, sabendo que seu pai estava a ponto de explodir ali mesmo, então resolveu privar o resto da empresa dos gritos e xingamentos que viriam a seguir.

— Vocês! – Zeus se virou, apontando o dedo na cara de sua filha e começando a caminhar em sua direção, até que Jason segurou seu braço, impedindo que ele fosse para cima da garota que nunca havia apanhado durante sua vida e estava prestes a morrer ali.

— Pai, mantenha a calma, sem violência aqui dentro...nem lá fora!

Thalia comprimiu os lábios, arqueando a sobrancelha.

— Eu não posso acreditar na sua irresponsabilidade Thalia Olympus Grace! – o senhor Olympus apertou as mãos uma contra a outra novamente, respirando fundo quase a cada segundo – dormir com alguém que trabalha com você? O que se passou na sua cabeça para fazer isso? Espero que essa tenha sido a primeira e última vez que você está fazendo isso!

A Grace abriu a boca para responder o pai, mas ele a cortou:

— CALA A BOCA!

Ela apenas comprimiu os lábios e deu de ombros, já que ia responder a pergunta dele e não teve chance.

— Seu irmão não faria isso! – Zeus apontou para o loiro, que devolveu o olhar mantendo-se inexpressivo, mas em sua mente dizia totalmente o contrário.

— Não ouse...- Thalia desencostou da mesa como um aviso, fechando a cara e encarando o pai com seu melhor olhar duro.

— Não ouse o que, Thalia? Falar que seu irmão é melhor que você? – Zeus retrucou, levando uma das mãos aos cabelos tingidos para esconder que um dia estavam grisalhos.

— Se ele é melhor que eu, porque não pensou duas vezes antes de me fazer? – a morena retrucou com raiva, sentindo as lágrimas inundarem suas pálpebras, mas engoliu o choro e travou o maxilar.

Ah, ótimo, agora eu estou no meio da treta. Jason pensou consigo mesmo, rolando os olhos e negando em reprovação, sabendo que sua irmã sairia machucada dali, não fisicamente, e sim psicologicamente.

Pai, para! – Jason resmungou, erguendo os olhos azuis para observa-lo.

Sabe o que eu vou fazer, Thalia? Vou passar a empresa para seu irmão, tão querido, responsável, que nunca ficaria com alguém em ambiente de trabalho, só pensa no futuro, não em sexo e provavelmente drogas, que tem a verdadeira postura de um chefe! – o senhor Olympus discursou, tocando no ponto fraco da garota.

— Tá, dá a empresa para ele então – ela deu de ombros, se virando de costas e as costas das mãos no rosto, limpando as lágrimas silenciosas que haviam caído de seus olhos e caminhando até a estante, pegando seu filho e sua bolsa, deixando o escritório sem nem ao menos olhar na cara dos presentes ali.

Entrou no elevador o mais rápido que pode e apertou o andar do térreo, porém assim que a porta iria fechar, uma mão a segurou e ela pode ver seu irmão.

— O que foi, Jason? Veio se vangloriar? Veio se gabar que você ganhou...de novo? – disse antes de bater na mão dele, fazendo-o soltar a porta e ela finalmente se fechar, a levando para o térreo, onde saiu e entrou em seu carro, arrumando seu filho no banco em segurança e acelerando para longe da revista.

— Parabéns, pai! Você conseguiu acabar com as coisas de uma maneira maravilhosa – Jason resmungou ao entrar no escritório pertencente a sua irmã, negando em reprovação.

— Ela é uma irresponsável – Zeus retrucou, cruzando os braços.

— Como se você fosse! Você sequer aparecia aqui! – o loiro retrucou, olhando para Nico, que ainda estava ali sem falar nada, acenando para que o garoto saísse dali, o que foi feito às pressas, já que o di Angelo não gostava nada de presenciar as brigas do senhor Olympus com a família.

— Eu não vou passar a empresa para você! – Zeus arrumou a postura.

— Tá – ele deu de ombros. Pouco se importava para aquela empresa.

— Eu vou voltar a assumir! – o senhor Olympus sorriu vitorioso.

— Boa sorte com isso – o loiro rolou os olhos, saindo da sala e pegando o celular, tentando ligar para a irmã, que não atendeu em nenhuma das três vezes que tentou.

Zeus caminhou até a sala de Nico, onde o moreno tentava ligar para Thalia também, mandando mensagens e perguntando como ela estava, perguntando se queria que a deixasse sozinha essa noite, coisas do tipo.

— Larga esse celular, e se eu ver que é o número de Thalia para quem está digitando, você vai para a rua nesse exato momento, mas como sei que vai excluir o dela daí e nunca mais se encontrar com ela, estou mandando que reúna os chefes imediatamente para uma reunião na sala principal!  

O moreno levantou o olhar e bloqueou o celular, assentindo sem nada dizer, se levantando e saindo atrás do homem, lançando um olhar nada bom para Rachel que entendeu praticamente o que havia acontecido, já que tinha visto Thalia sair do escritório totalmente alheia a realidade, então não foi preciso raciocinar tanto para adivinhar que Zeus havia pego os dois.

— Estou assumindo novamente a Olympus, e eu quero reforçar a regra de que não quero relacionamentos amorosos aqui dentro do prédio, pois lá fora não tenho nada a ver com vocês, porém aqui dentro considero falta de responsabilidade – o senhor Olympus discursou assim que as cadeiras estavam devidamente ocupadas na sala principal, deixando sua postura impecavelmente ereta – o nome da minha filha não pode ser mencionado dentro dessa empresa, se eu souber que estão falando dela, com ela ou até mesmo soltando referências ao estado dela, vocês vão para a rua de imediato.

Os funcionários assentiram meio sem reação, tendo a teoria confirmada do que estava acontecendo a mirarem Nico, que engoliu em seco e abaixou o olhar na mesma hora, sentindo-se culpado por não ter sido punido como a garota.

— Podem ir, todos voltem ao trabalho, menos o senhor, di Angelo, precisamos ter uma conversinha, deixar as coisas claras – Zeus apontou para o chefe, que levantou o olhar e assentiu. Assim que a sala se tornou vazia, ele começou o sermão – escute bem, o senhor está na beira do penhasco garoto, mais um erro e você está fora daqui, por mínimo que for, não vou tolerar! Então, se você preza por seu trabalho, acho melhor começar a se esforçar o máximo possível para voltar ao que eu julgava ser digno de um chefe.

O moreno assentiu, sendo liberado da sala e voltando para seu escritório, tentando novamente falar com Thalia.

***

— Não chora, princesa! Você sabe que eu não gosto de ver esse lindo rostinho vermelho e inchado! – Luke tentou acalmar sua amiga, que estava encolhida na cama de casal que possuía, escondendo o rosto entre os braços – Thals! Vamos conversar, meu amor.

— Eu não posso acreditar que meu pai fez isso comigo, Luke – ela levantou o rosto, sendo puxada de encontro a ele, que a aninhou em seu peitoral.

— Você nunca precisou da aprovação do seu pai, por que tem que ser diferente agora?

— Porque eu realmente quero isso, a revista sempre foi meu sonho de criança e você sabe disso, estava lá comigo! – ela retrucou baixinho – e outra, ele surtou por um motivo idiota demais! Qual o problema de eu estar...

— Eu sei, eu sei! Mas seu pai é meio controlador nessas coisas e eu sei muito bem disso...- Luke murmurou, afagando seus cabelos – mas isso vai te impedir de ficar com Nico?

— Me impedir não, mas já o Nico eu sinceramente não sei!

— Não fala isso que eu vou chegar nas voadoras para cima daquele garoto se ele desistir tão fácil assim de você! – o loiro comprimiu os lábios só com a hipótese do menino deixar ela sofrendo daquele jeito – eu vou fazer alguma coisa para você comer, o que acha? Um chocolate quente! Aguenta um pouco sem mim?

Thalia assentiu, se arrumando na cama e fungando, acompanhando o garoto com o olhar, até que ele parou e sorriu minimamente, pegando o patinho e colocando em cima da cama, que balançou o pequeno rabo curioso e caminhou entre as ondas que as cobertas juntas e bagunçadas faziam até chegar onde a mãe estava.

— Patinho – a morena murmurou, engolindo em seco e sorrindo levemente, levando o dedo para acariciar o animalzinho.

Luke passou pela sala, notando que o celular da garota vibrava loucamente e se aproximou, vendo o nome de Nico brilhar na tela, concluindo que ele não iria ganhar uma voadora tão cedo.

— Oi Nico – o garoto atendeu a ligação, se afastando o máximo possível do quarto, impedindo que a amiga ouvisse o que ele falava – é o Luke, estou aqui com ela.

— Ela tá bem? Me deixou preocupado! – o di Angelo respondeu, encarando um ponto de seu escritório enquanto falava.

— Ela está péssima! Tá louca com umas paranoias que você vai deixar ela porque Zeus vão separar vocês dois e que você vai desistir dela!

— Dá um tapa nela por mim? Eu agradeço!

— Pode deixar, vou dar sim – o loiro olhou para trás, tendo certeza que ela não estava ali – você vai vir ficar com ela mais tarde? Ou quer que eu fique?

— Se você quiser ficar...mas vai ter que me aturar também, porque vou de qualquer jeito!

— Acha bom que eu fique também? – Luke questionou, abrindo o armário e apoiando o celular entre o ombro e a bochecha.

— Você que sabe, Luke – Nico deu de ombros – acho que ela se sentiria melhor, não sei! Vou terminar meu expediente e depois vou pra i, ok?

— Até – o loiro encerrou a ligação, voltando a atenção para o chocolate quente, notando que havia muitas mensagens no celular dela, tanto de Nico quanto de Jason e de muitas outras pessoas, mas bloqueou o celular e o deixou sobre o balcão.

Algum tempo depois voltou ao quarto, sorrindo ao ver que a garota tinha caído no sono e seu patinho fiel estava ao seu lado, dormindo com o bico entre as penas. Ele odiou desmanchar essa cena tão fofa, mas sabia que ela poderia rolar durante o sono e esmagar seu filho, portanto o tirou dali e colocou em sua caminha improvisada.

Ele permaneceu ali do lado dela, observando-a dormir tranquilamente enquanto sua mente deveria estar um furacão total, até que a porta do apartamento foi aberta e Luke sabia que era Nico, já que o garoto praticamente morava ali com ela, e para confirmar, logo ele passou pela porta do quarto dela cautelosamente.

Luke lançou um sorriso para ele, que retribuiu minimamente e recostou no arco da porta, suspirando baixo.

— Ela estava bem mal...- o loiro começou baixinho, não querendo acordar sua amiga.

— Eu imagino, Zeus chegou a ir para cima dela, mas Jason o parou – Nico respondeu no mesmo tom, temendo que ela acordasse.

— Não sei porque surtou tanto...

— Eu suspeito que seja porque era um ambiente de trabalho, ou também por ciúmes, quem sabe?

— Pode ser, ele sempre foi muito conservado por ela, entende o que quero dizer?

— Ah, pode ter certeza que entendo! – o moreno levou seus olhos para a garota – como pode ser tão linda essa coisinha? Até mesmo dormindo!

— Isso é uma coisa que eu nunca consegui descobrir, em todo o tempo de amizade que tenho com ela! – Luke sorriu, deixando um riso baixo escapar – vem, fica com ela.

Nico assentiu e sentou na ponta da cama, retirando seus sapatos e indo para perto da garota, a abraçando com cuidado. Ela se encolheu diante de seu abraço, porém não acordou e procurou ficar mais confortável.

— Tem chocolate quente na cozinha, eu fiz para ela, mas quando voltei ela já estava dormindo ao lado do filho dela ou de vocês, não sei dizer...- o loiro sorriu, se escorando no arco da porta – se precisar de mim, tem meu número no celular dela, é só ligar que eu saio de onde estiver, ok?

— Obrigado por cuidar dela, Luke – o di Angelo sorriu em agradecimento.

— Não foi nada – ele retrucou e sorriu de volta, fechando a porta e deixando-os para trás, saindo do apartamento e se encolhendo dentro de seu casaco com o ventinho frio daquela noite.


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Notas finais do capítulo

Hey cambadinhas!
Segurem que agora a treta vai ficar boa, hein?

Kisses com Trovoadas das Gêmeas ♥



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