Segunda Chace escrita por Juliana Lestranger


Capítulo 2
Capítulo 01




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Segunda Chance,  capítulo 1.

POV IZZIE

Sonho. Eu queria acordar nesse exato momento e pensar que tudo não passou de um sonho, uma brincadeira do destino, mas não, a realidade é outra, meu filho continua deitado na cama no hospital, lutando pela vida, sentindo dores que eu queria poder sentir em seu lugar, a pior dor para uma mãe é ver seu filho nessa situação e não poder fazer nada. Já faz algumas horas que dei entrada no hospital, meu filho foi colocado em um apartamento, estamos aguardando o médico vim examina-lo e pedir os exames. Estou deitada com ele me meus braços, cantava baixo a canção que ele mais gostava e o deixava tranquilo, ajudando-o a dormir.

— Olha quem resolveu aparecer?! – Uma voz conhecida entrou no quarto de braços cruzados tirando-me dos meus devaneios. – Isobel Catherine Stevens.

— Olá Dra. Bailey. – Sorrio para minha antiga residente. – Também senti sua falta.

— Fiquei surpresa quando seu nome apareceu na minha sala. – Caminhou para perto da cama, sua expressão suavizou quando desceu o olhar para meu filho adormecido.

Alguém mais sabe que estou aqui? – Tentei não transparecer o nervosismo em minha voz, mas Bailey me conhece muito bem para saber de quem eu estava falando.

— Apenas eu e o Dr. Webber que estávamos em minha sala quando recebemos a noticia. Precisava ver com meus próprios olhos. – Fez um sinal com os dedos apontado para mim.  – Dr. Webber está em uma cirurgia, daqui a pouco ele vem te ver.

— Como estão todos? – Me acomodei melhor na cama fazendo meu filho abrir os olhos, o aconcheguei novamente em meu colo e o fiquei balançando até ele voltar a dormir. – Ele quase não está dormindo esses dias por conta das dores. – Justifiquei com a voz mais suave.

— Eles... – Bailey observou a cena e deu uma leve tossida tentando se recompor, passou as mãos limpando os olhos que estavam marejados. Depois que ela teve o Tuck, ficou mais emotiva com crianças, embora ainda tentasse passar a pose de “Nazista”. – Dr. Webber está ensinando os estagiários, Grey está na Cirurgia Geral, mês passado ganhou o prémio Harper Avery, Yang se especializou em Cardiologia e foi para Zurique, Kare... Hum-hum. – Tossiu não terminando a frase e desconversou. – Dr. Ave...

Como ele está?  - Perguntei olhando em seus olhos. Eu sei que ele está aqui, eu vim por causa dele, mas não tenho noticias desde quando fui embora, só uma ou outra informação, mas nada certo. Ela me olhou incerta, mas continuou.

— Karev está bem. É um ótimo médico, quem diria que hoje ele seria o chefe da cirurgia pediatra?! – Brincou Bailey tentando descontrair o ambiente. – Muitas coisas aconteceram aqui nos últimos anos.

— Chefe? Uau... – Sorrio imaginando Alex como chefe.

— E você, por onde andou? – Perguntou se aproximando da cama, seus olhos pediam permissão para acariciar os finos cabelos loiros do meu filho, apenas sorri e dei espaço para ela sentar na cama junto conosco.

— Depois que fui embora, fui para Londres... – Contei minha história para ela, ficamos longos minutos conversando, descobri o que aconteceu com o restante de meus amigos do hospital.

Fiquei muito triste por relembrar as perdas tão significativas que tivemos como Dr. Shepperd, Mc Dream, Dr. Sloan, McSteamy, e Lexie, impossível não me emocionar, fiquei sabendo na época pelos jornais, mas saber realmente como aconteceu mexeu comigo. Ficamos mais alguns minutos conversando, contei o motivo pelo qual estava de volta, Dra Bailey já tinha lido a ficha médica do meu filho, mas expliquei cada detalhe para ela, quando me vi já chorava em seus braços, eles me confortaram, fazia tempo que eu não tinha ninguem ao meu lado assim. Eu não podia contar com minha mãe, falar o quão sério é o caso, porque ela não aguentaria, eu precisava ser forte por nos dois. Não demorou muito e o médico entrou no quarto acompanhado de alguns residentes, como o costume.

— Com licença, sou Dr. Thorpe. – Falou o médico se dirigindo a mim e em seguida a Dra. Bailey que se recompunha. – Srta. Stevens, Dra. Bailey.

— Olá Doutor. – Respondo diretamente para ele e cumprimento os demais, saio da cama dando espaço para eles examinarem meu bebe que está adormecido.

— Prossiga Dra. Reed.

— Paciente George Alexander Stevens, 4 anos, diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda e não está respondendo ao atual tratamento, deu entrada com febre, dores no corpo, cansaço, fraqueza e falta de ar.

O médico passou alguns minutos o examinando e avaliando seu estado, fez algumas perguntas de praxe e logo deu continuidade, pediu uma série de exames para que fossem feitos o mais rápido possível e assim que os resultados estivessem prontos já iniciaria o novo tratamento.

— Até mais tarde, Srta. Stevens. 

Logo todos saíram do quarto, restando apenas eu, a Dra. Bailey e outra médica que ficou para coletar a amostra de sangue. Depois de algumas tentativas e muito choro dele em meus braços, conseguimos coletar o necessário para o exame. Eu chorava junto com ele, não suportava cada dor que ele sentia, cada agulhada em sua pele, parecia mil vezes mais dolorido em minha alma. Em seguida eu já estava sozinha no quarto, devido as minhas atuais circunstancias Dra. Bailey não me deixou acompanhar meu filho no restante dos exames, garantindo que ela mesma estaria ao lado dele.

Chorei me sentindo incapaz, eu não podia fazer mais nada, todo o estresse e tensão dos últimos dias estavam escorrendo pelos meus olhos. Toda a ansiedade e angustia apertava meu peito me deixando sem ar, minha pressão estava caindo. Já não me lembro da ultima vez que fiz uma refeição decente ou dormir mais que algumas horas por dia.

Saio do quarto, eu precisava de ar. Antigamente, quando isso acontecia eu iria para casa e faria muitos bolos e doces, hoje eu não posso sair daqui. Andei apressada pelos corredores do hospital que eu tanto conhecia, o cheiro estava me deixando enjoada. Parei na passarela que dava a vista privilegiada de grande parte da recepção do hospital. Fiquei alguns minutos tentando me recuperar, sentia minhas vistas embaçadas, estava com os batimentos acelerados e sem ar, precisava deitar, me apoiar em alguém antes que eu caísse.

— Hey, você. – Chamei a primeira pessoa que vi com um jaleco, me apoiei nela, sentindo tudo escurecer.

Não sei quanto tempo passei desacordada, as horas que eu ficava sem comer e dormir refletia nisso, mesmo sendo médica, ainda tinha dias que não me policiava com isso, a correria do hospital e com o tratamento do meu filho eu sempre deixava isso em segundo plano, era sempre Adam que me lembrava de tomar os remédios e comer... Impossível não me lembrar de Alex nesse momento, sempre que eu precisei ele estava lá, mesmo quando eu não o queria presente, ele estava lá.

Quando abri os olhos, pude observar a menina que me ajudou, reconheci sendo o quarto que estive mais cedo com meu filho, provavelmente a etiqueta que me deram na entrada com o numero do quarto ainda está colada em meu casaco. Estar aqui me deixa mais tranquila. Observo a médica que me ajudou, ela é nova, tem os cabelos na altura dos ombros, minha visão ainda está um pouco embaçada por isso não consigo ler seu nome.

— Você está bem? – Pergunta ela me olhando.

— Você poderia chamar a Dra. Arizona Robbins, por favor? – Pedi sentindo minha cabeça latejar.

— Sinto informar que ela está em cirurgia, ela não poder vai te atender, ela é médica pediatra só atende crianças, posso chamar outro médico para te atender...

— Eu sei quem ela é. – Falei um pouco grossa, não era a minha intenção, acabou saindo um pouco áspero demais.

— Ela só atende crianças, ela não poderá te atender. – Repetiu de forma seca como se estivesse falando o obvio. - Tenho que chamar outro médico...

— Eu também sou médica, sei o que uma pediatra faz. Fala para Dra. Robbins que sou a Dra. Stevens, 25 semanas de gestação, risco de pré-eclâmpsia. – Falei respirando fundo, sentia meus batimentos acelerados outra vez. Desamarrei o laço do casaco que eu usava revelando minha barriga de 6 meses de gestação.

— Stevens? Izzie Stevens? – Perguntou um tanto surpresa me avaliando da cabeça aos pés. Seus olhos pareciam assustados por me ver ali, parecia que tinha visto um fantasma ou algo do tipo.

— Sim, eu mesma. Dra. Izzie Stevens. – Confirmei sem muita paciência, fiquei alguns segundos trabalhando minha respiração, minha gravidez era considerada de risco e eu precisava de muito cuidado. – Você pode pedir para ela me examinar quando sair da cirurgia, por favor.

— Vou... Vou falar com ela. – Gaguejou com as sobrancelhas arqueadas me olhando.

— Qual o seu nome?

— Eh... – Se atropelou um pouco com as palavras. – Jo Wilson. Dra. Wilson.

Ela nem terminou de me responder e já saiu apressada do quarto. Não entendi nada do que havia acontecido, que menina doída. Por que será que ela agiu assim quando soube o meu nome? Será que minha fama é tão ruim no hospital ao ponto de me reconhecerem assim, só pelo nome? Respiro fundo, sei que não posso me irritar, já basta à situação estressante que estou passando, isso não é bom para o bebê. Fecho os olhos e tento descansar. Meu segundo milagre está aqui dentro de mim e eu o protegerei com todas as minhas forças, ainda terei um longo dia pela frente.


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Notas finais do capítulo

E ai, gente? Primeiro contato da Izzie com a Jo.
A surpresa da Izzie grávida... mais para frente vou explicar melhor isso.

Espero que gostem!! Obrigada a quem está acompanhando a Fic.

Comentem... ♥