Querido diário, sempre tem alguém que consegue fazer a gente perder o rumo de tudo, bem o que poderia dizer da namoradinha de John, eu estava sentado no meu canto normalmente, ouvindo música, esperando Roberta aparecer quando ela chegou e…

 - Você, nossa como é difícil falar com você. Você está sempre com aquela garota homem.

Garoto homem e o apelido que algumas meninas chamam a Roberta, principalmente as meninas que não gostam dela.

 - O que você quer comigo? 

— Queria saber o John fala de mim para você, sabe ele anda meio frio comigo. 

— Eu e o John só falamos sobre trabalho e mais nada. 

A coisa que mais odeio são garotas como ela, que se acham que as pessoas tem que fazer tudo o que elas querem.

 - Você sabe se John gosta de alguém? Ele deve ter falado alguma coisa. 

— Porque você não pergunta para ele.

Eu vi Roberta me procurando e fui na direção dela e deixa Clarisse falando sozinha.

Não sei porque não gosto muito de pessoa assim, ela me parecem tóxicas e isso me deixa sempre ruim, pelo menos eu sei que John não namora com ela, já que ela está preocupada para saber quem ele gosta.

Mas isso não quer dizer que eu estou feliz por um lado, eu sei que tantas pessoas na escola, essa pessoa não deve ser eu.

Não quero ficar em uma falsa esperança, por isso vou continuar mantendo a mesma distância que eu estou dele.

Estar com John todas as tardes tem sido o meu momento mais mágico, mesmo que os sentimentos dele não seja iguais ao meus, mas só de estar ali vendo ele dando toda atenção que eu mereço, já me sinto totalmente feliz. 

Não dá pra acreditar que ele seja do grupinho dos populares, a única pessoa além dele que fala comigo: é o Marcos, mas a nossa amizade foi por mera coincidência do destino, não sei se por ele ter medo, de eu acabar contando o segredo dele ou e por que ele gosta realmente de conversar comigo.

Ele sempre está falando de como é a relação dele com Carlos e o medo que ele tem de que a família dele acabe descobrindo que ele é gay.

A família dele é religioso no extremo e não aceita esse tipo de coisa, ele tem até medo do que a família dele pode fazer se caso descobra.

Eu disse para ele muitas vezes que o segredo dele está bem guardado comigo e que se ele precisar de ajuda, pode contar comigo. 

— Algumas vezes queria saber o que você está pensando Henrique.

 - O que você acha que eu estou pensando?

Não estou acreditando que tive coragem de fazer essa pergunta, eu nunca tive coragem de ser ousado. 

— Você é difícil de entender, de vez quando consigo entender o que as pessoas estão pensando, mas você é um mistério para mim. 

Ele puxou a cadeira que estava sentado e pediu para mim sentar perto dele na cama, eu sentei na cama dele. 

— Você gosta de alguém Henrique? 

— Não tenho ninguém em especial e você? 

— Eu gosto de alguém, mas essa pessoa não sabe ainda.

 - Se você gostasse de alguém, como você diria para essa pessoa que você gosta dela? 

— Como eu diria, eu chamaria ela para conversar, olharia nos olhos e diria: Eu queria dizer algo para você, eu gosto de você.

O meu rosto estava perto de John, faltava pouco coisa para a gente se beijar, ele entrou na brincadeira disse: 

— Eu gosto de você também.

Faltou muito pouco para a gente se beijar, eu podia sentir a respiração de John no rosto, ficamos assim por alguns segundos.

 - Se a pessoa que você gosta dizer não, você não tem medo?

 - Talvez eu fique triste e chore, mas a vida segue em frente, Henrique. 

Eu queria ter toda a maturidade ele, quando eu olho para ele não consigo acreditar em que ele possa ser alguém assim, quase perfeito.