Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 41
Delírio - Parte I


Notas iniciais do capítulo

41 – Sobre medos

Abaixa que vem tiro



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Não viu de onde o ataque veio. Seus instintos afloraram, mas foi tudo tão rápido. As kunais explosivas, Shino lhe empurrando novamente em direção ao lago. Suas mãos – manchadas de sangue (o sangue dele) – se estendendo para tentar alcançar Shino.

E o sorriso dele.

Eu te amo.

Suas últimas palavras antes da explosão.

Antes do banho de sangue.

Antes que Kiba gritasse e gritasse e gritasse.

Hinata colocou a mão sobre a testa de Kiba, preocupada. Umedeceu a toalha, trocando-a e colocando sobre a testa de Kiba. Shino havia saído para caçar comida. Haviam decidido esconder-se enquanto tudo permanecia silencioso. Nenhum deles possuía chakra para continuar na guerra. Precisavam de um tempo de descanso. Nesse tempo, após cair no lago, Kiba adoeceu. Shino desconfiava que seu corpo havia entrado em colapso devido às coisas que não era capaz de processar. Já o vira febril antes, mas nunca em delírio.

− Shino, não... Shino... não me deixa... Shino, por favor... Shino... – murmurava, estendendo as mãos. Certa vez, Hinata teve que agarrar o corpo dele com todas as forças usando o próprio peso pois Kiba havia convulsionado, tamanha era a temperatura de seu corpo.

E isso era preocupante.

− Não há nada que possamos fazer? – O shinobi perguntou, incomodado com sua própria inutilidade para o caso.

− Transferi um pouco do meu chakra que havia recuperado para ele. – Hinata revelou. – Ajudou a amainar um pouco a febre e cessou as convulsões, mas ele ainda permanece preso. Acho que é algo que ele precisa passar sozinho, Shino-kun. O que podemos fazer é dar nosso apoio.

Shino apertou os punhos com força, temeroso. Nunca vira Kiba assim. Não nesse estado. Eram shinobis, treinados para serem armas desde sempre. Mas o coração puro de Kiba, que sempre lhe fora uma dádiva, agora era o motivo que o deixava doente.

Shino nunca sentiu tanto medo em toda sua vida. Embaixo de sua pele, os insetos estavam agitados, perturbados diante da perturbação de seu dono que os controlava como podia.

Controle.

As coisas estavam saindo do controle.

E o que Shino faria se perdesse Kiba?

Não. Não podia pensar nisso. Ele superaria.

Shino sentou-se ao seu lado, segurando a mão de Kiba. Quente. Mas não o calor que tanto amava.

− Sinto muito por não poder fazer mais do que isso, Shino-kun. – Hinata murmurou. Sentindo-se tão inútil quanto Shino. – Vou vigiar o perímetro com Akamaru-kun.

Ele anuiu, grato por Hinata dar-lhe aquele espaço. Sabendo que ela fizera de tudo para ajudá-lo.

Akamaru foi relutante, mas acompanhou Hinata.

− Sei que vai superar isso, Kiba. – Shino disse ao ficarem sozinhos. A expressão do namorado, sempre tão serena no sono, parecia torturada. – Você sempre supera tudo, não é? Qualquer obstáculo. E estarei aqui quando você o fizer. Não tenha pressa. Se a guerra chegar até nós, eu a pararei. Farei tudo ao meu alcance para te proteger.

A verdade é que Shino temia. Temia que Kiba jamais despertasse do torpor. Ou que jamais fosse o mesmo quando o fizesse.


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Notas finais do capítulo

Os temas não me ajudam a sair da tristeza, socorro.



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