Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 42
Delírio – Parte II


Notas iniciais do capítulo

42 – Que se inspire na Idade Média e cavalaria

Cada tema que faz a gente chorar e sofrer. Lembrando-se que Kiba está em delírio. Não estranhem as viagens.

Capítulo dedicado ao bolinho de chocolate com cobertura extra de morango que é a Deby Costa.



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Kiba despertou em um supetão e precisou equilibrar-se para não cair do cavalo.

− Caramba! Essa foi por pouco. – Ele respirou fundo, segurando firmemente a rédea e sentindo o peso da própria armadura.

− Sir Inuzuka! – A voz retumbante de Tsunade se fez ouvir. Kiba sentiu os pelinhos de sua nuca se arrepiarem da mesma forma que quando sua mãe o chamava para arrumar o quarto! – Está pronto para mais esta partida de Justa¹? Sabe que não podemos perder.

Ela aproximou-se de Kiba, estendendo para ele uma lança que ele segurou após ajustar o elmo sobre a cabeça. Sentia-se confuso, como se não soubesse em que momento do dia havia parado ali. Embora parecesse simplesmente certo.

− Quem eu vou enfrentar? – Essa pergunta parecia soar melhor do que como vim parar aqui? Pois ele tinha certeza que Tsunade poderia considerá-lo maluco! Mas era realmente algo que Kiba queria saber. Talvez depois de sua batalha.

− Oras, moleque, quem?! – bradou ela, irritadiça. Lembrando muito mesmo Tsume. – Não se faça de sonso! Ele está logo ali!

Tsunade apontou para frente. Por um momento, o sol cegou Kiba antes que pudesse enxergar através das frestas do próprio elmo. Um cavaleiro trajando uma armadura negra que reluzia à luz solar. Tinha consigo uma lança empunhada, e mesmo que o elmo estivesse abaixado e não pudesse enxergar seu rosto, Kiba sentiu seu corpo entrar em estado de alerta.

− Acabe com ele, Kiba. – disse ela, afastando-se.

Kiba engoliu em seco, brevemente paralisado. Mas havia uma voz, uma voz que vinha de longe e o acalmava. Não sabia de onde. Apenas sabia que tranquilizava seu coração.

“Sei que vai superar isso, Kiba.”

Ele iria, claro que sim! Era um cavaleiro, porra! Ter um coração corajoso era simplesmente o primeiro passo! Mas saber manejar uma espada era bem maneiro também. Mesmo que Kiba preferisse taijutsu.

− Taijutsu? – A lembrança o incomodou um pouco. Aquela palavra, tão familiar, parecia fugir-lhe dos costumes. Não era algo dali, Kiba tinha certeza. Será que havia lido em algum pergaminho? Livro? Qual era mesmo a palavra? Kiba não tinha certeza, a mente embaralhada.

− Estão prontos? – O juiz perguntou. E o sinal foi dado antes que Kiba pudesse raciocinar. Tendo que puxar as rédeas de seu alazão que avançou na direção de seu inimigo.

Quanto mais se aproximavam, mais podia ver o sorriso doente, insano. O sorriso de quem faria tudo para vencer. Não importava a manobra que tivesse que realizar.

Então a cena se repetiu novamente: os olhos vazios, os selos explosivos, o corpo sendo explodido e pedaços de carne humana voando para todo lado.

Seu alazão continuava avançando. Kiba empunhava a lança. Ouvindo-o gargalhar de si.

− Você vai falhar, moleque.

Kiba sentiu as palmas das mãos suarem. O mundo ao seu redor estremecia. Kiba agarrou com força a lança. As coisas se distorciam.

O medo. O medo ameaçava consumi-lo completamente quando o sorriso arreganhou-se e aquela lança explodiu em seu peito, derrubando-o de seu cavalo.

E tudo tornou-se breu.


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Notas finais do capítulo

¹ - Justa é um desporto jogado por dois cavaleiros com armaduras montados em cavalos. Consiste numa competição marcial entre dois cavaleiros montados, usando uma variedade de armas, geralmente em grupos de três por arma (como a inclinação com um lança, golpes com machados, ou golpes com a espada), entre outros, muitas vezes, como parte de um torneio.

***
Então, é isto. Os próximos capítulos virão com os delírios de Kiba. Não desistam de mim, pessoal!



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