Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 38
Despedidas


Notas iniciais do capítulo

38 – Que fale sobre despedidas



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A guerra é sobre despedidas. Kiba aprendeu isso da maneira mais difícil ao ver Neji partir, e não somente ele. Um sem número de ninjas de Konoha também havia partido da mesma maneira. E não havia tempo para dizer adeus.

Eram pessoas cotidianas, pessoas que costumavam cumprimentá-lo quando saía de casa para ir a alguma missão ou simplesmente passear por Konoha. Pessoas que já o tinham levado aos puxões de orelha até a casa de sua mãe para ralhar com ele. E que também já o haviam recompensado por algo.

Neji havia sido apenas um nome de peso acrescentado ali. Apenas mais um entre tantos que perdera a sua vida por uma guerra que para Kiba não parecia ter começo, meio ou fim.

O rosto de Hinata, ainda manchado pelas lágrimas e coberto pela fúria, o enchiam de apreensão pela amiga. Como poderia ele compreender o que ela passava quando Hinata havia perdido algo próximo de um irmão?

Shino era uma estátua ao lado dos dois, silencioso, dando-lhes espaço enquanto não se tornavam novamente alvos na guerra. Por um momento, após toda a raiva de Hinata se esgotar, conseguiram encontrar um minuto de paz. Como se a própria guerra estivesse ficando esgotada dela mesma. Mas Shino e Kiba não se iludiam o bastante para pensar que seria assim. Não. Aquela era apenas uma breve pausa no epicentro do caos onde se encontravam.

Kiba respirou fundo, agachando-se ao lado de Hinata que havia se ajoelhado diante de um inimigo abatido. Seus olhos vítreos encaravam o nada até que Hinata os fechou, encarando-o de maneira reflexiva durante muito tempo até que Shino tocou seu ombro.

− Na morte, somos todos iguais, Hinata-chan. – disse sabiamente o jovem Aburame, ao ver lágrimas correrem através dos olhos perolados.

Shino sabia que isso não era nenhum consolo e Kiba também.

− Isso não significa que não exista nada. – Kiba emendou. – Acredito que Neji vai olhar por você, Hinata-chan.

− Ele morreu por minha causa... – As palavras soaram vazias e destrutivas saídas de seus lábios.

− Ele morreu porque acreditava em você. – Shino corrigiu. – Não foi uma obrigação pelo clã. Já não era há muito. E você sabe disso.

Hinata sentiu a garganta fechar. Querendo afogar-se na culpa. Mas encontrando apenas a compreensão de seus companheiros. Queria esconder-se, chorar, mas não havia espaço para isso. Não ali.

− Vingança não o trará de volta. – Kiba ergueu-se, estendendo a mão para ela. – Mas você pode se despedir. Diga suas últimas palavras a ele.

Hinata não sabia se acreditava nisso, mas aceitou a mão de Kiba e se colocou de pé. Mesmo naquele cenário de destruição, permitiu-se ter aquele momento.

− Neji-nii... sinto muito por todos os momentos que foram roubados de você. – disse. – Não viverei me lamentando, mas sim por aquilo em que acreditávamos: um clã justo e igualitário. Conquistarei isso por nós. Farei dos Hyuuga uma família melhor.

Silêncio pairou entre eles. E se abraçaram. Cientes de todo o caos ao redor. E de que precisavam daquilo.


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Notas finais do capítulo

Não vou prometer voltar pra programação normal. O que eu estou passando não é bloqueio literario, mas exaustão absoluta. Eu chego em casa tão cansada que não tenho ânimo pra escrever. Não sei como vão ficar as postagens a partir daqui. Eu vou tentar manter uma linearidade, mas não vou prometer nada.

Até breve.



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