Contos de Terror do Japão escrita por DiegoT


Capítulo 4
Hanako-san


Notas iniciais do capítulo

No Japão acredita-se que um espírito de uma criança habita os banheiros, Hanako-san, através de uma rima cantarolada é possível evocar Hanako.



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Estamos em um colégio japonês, duas alunas estão dentro do banheiro feminino localizado no terceiro andar. olham assustadas para uma porta fechada, que começa a abrir lentamente. As meninas saem correndo e gritando.

Chiaki, a professora responsável pela sala de aula das duas, aplica uma bronca nelas:

— Quantos anos vocês pensam que tem? Que negócio é esse de sair correndo e gritando pela escola?

— É que... - uma das alunas começa a falar, mas fica com medo.

— O que foi?

— Nada.

— Não, vocês iam dizer alguma coisa e não vão sair dessa sala até falarem.

— Vimos a Hanako-San.

— O que? - Chiaki fica incrédula - Hanako-san? O fantasma da menina que habita o banheiro?

— Sim - as duas falam em uníssono.

— Vocês querem que eu acredite nessa lenda?

— É verdade professora.

— Parem de falar besteiras, tornem-se mais corajosas ou nunca se tornarão adultas respeitáveis que contribuem para com a sociedade.

— A senhora é uma adulta responsável que contribui com a sociedade?

— Que tipo de pergunta é essa? - Chiaki estava furiosa - Sou sua professora, estou perdendo um tempo precioso para convencê-las que fantasmas não existem.

— Então por que não invoca a Hanako-san? Se sabe que ela não existe não tem porque ter medo, se é uma adulta responsável por que não?

— Vão embora, o mau comportamento de vocês duas será avaliado mais tarde.

Naquela final de tarde Chiaki ficou na sala dos professores terminando seu relatório sobre as garotas e corrigindo provas. Começa a chover forte, ela desanima percebendo que ficará mais tempo do que gostaria.

Chiaki levanta-se e vai ao banheiro mais próximo, após o devido uso ela lava as mãos, ao olhar-se no espelho lembra-se da provocação de sua aluna: "Então por que não invoca a Hanako-san? Se sabe que ela não existe não tem porque ter medo, se é uma adulta responsável por que não?”.

A professora respira fundo, vira-se para uma das cabines do banheiro, muda sua expressão para uma amigável e sorrindo realiza o ritual que aprendera na infância:

Bate palmas e fala cantando: "Hanako-San, vamos brincar?".

O som de uma dobradiça enferrujada toma o ambiente, como se uma porta muito antiga fosse aberta, Chiaki dá um passo para trás.

A porta de uma das cabines do banheiro está semi aberta. A professora percebe um olho a espiando pela fresta, assustada sai correndo.

Correndo pelo corredor Chiaki tropeça no salto de sua bota, ela ouve uma risada infantil. "Vamos brincar".

Em desespero se arraste, fica de pé e corre o mas rápido que pode até a sala dos professores.

Uma vez no local que julga protegido a jovem professora bebe um pouco de chá, já meio frio, tentando se acalmar, qual seu susto ao ver uma marca de mão na janela. O som de passos no corredor - passos de uma criança correndo. Risos infantis.

— Desculpe! - Chiaki grita, ela desliga seu computador, joga suas coisas dentro da mala apressadamente para ir embora, quando sente uma mão segurando sua perna.

Chiaki está paralisada de medo, ao tomar coragem olha para baixo vê uma menina de roupa vermelha e cabelos curtos segurando sua perna, olhando para ela. Chiaki grita de novo e cai no chão desmaiando.

Hanako aproxima-se da professora desacordada, agacha-se de cócoras e observa seu lindo rosto, afasta os longos cabelos negros da face dela.

A expressão de Hanako é neutra, não existe a alegria ou o sorriso maroto das crianças, tampouco qualquer outra emoção.

Minutos se passam e Chiaki desperta dolorida. Ela ainda está confusa, teria sido tudo um sonho? A chuva passou, ainda cambaleante ela vai para seu carro disposta a ir para casa e esquecer aquela noite.

Hanako está sentada no banco de trás.

Fim

 


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