Pouco mais de duas semanas haviam passado desde que Regina havia parado na emergência. Por pedido médico, ela retornava só então para se submeter a novos exames, tudo para ter certeza que se encontrava fora de risco e que estava bem.

Wale abria o envelope de resultados, os quais havia lido tão logo ficaram prontos, porém já esperava que fizessem a Rainha removê-lo da sala de atendimentos com bolas de fogo mais uma vez. Porém, não foi o caso. Depois de muito ouvir, a morena tomara o papel e o segurava com com as mãos trêmulas, em estado de choque.

— Quer que eu chame alguém? - O médico perguntou de forma solidária.

— Não, eu só quero ir para casa - ela disse com a voz desanimada.

Havia ainda muito a se pensar, muito para absorver, e a Rainha não estava pronta para isso. Ela estava nervosa de uma forma que pouco se vira na vida. O que Emma iria dizer? Será que a rejeitaria? E Mary Margaret? Depois de todos os esforços? Aquilo era um desastre, ou não? Ela estava confusa. Chegara em casa, mas Emma ainda estava no trabalho, precisaria esperar.

— Mãe, pare de andar, você tem que descansar! - Henry ralhava, vendo-a inquieta na cozinha.

Mas a Rainha não conseguia parar quieta em um só lugar. Até que ouviu o som de chaves na porta e Emma chegou acompanhada dos pais. Era o melhor momento. Antes que qualquer um pudesse fazer qualquer coisa, a loira nem ao menos conseguiu perguntar do jantar, Regina então tirou o papel do bolso.

— Desculpe, mas eu tenho algo a dizer - Ela começou muito séria. - Dr. Wale fez alguns exames para saber se estava tudo bem e um deles… - Ela falava apertando o papel em mãos, tremendo.

Emma ainda estava perdida, sabia que a namorada tinha ido fazer testes, mas jamais esperaria por algo que pudesse ser tratado de forma tão séria, a deixava preocupada. Olhou para Regina de forma desesperada:

— Por favor, me conte, o que está havendo? Você está doente?

Perguntava já com lágrimas nos olhos, não aguentaria perder a mulher mais uma vez. Segurou as mãos dela e esperava pela resposta. Regina também parecia que começaria a chorar, com uma cara de "por favor, me perdoe", entregou não a Emma, mas a Mary Margaret o resultado de seus exames. Snow começou a ler e franziu o cenho. Depois olhou da Rainha para o papel sucessivas vezes e ficou andando de um lado para o outro.

— Isso... É impossível... - Ela disse nervosa.

Mary mordia um dedo em pura ansiedade quando passou o papel para David, que o leu também ficando preocupado, depois ele finalmente entregou a Emma. Não era muita coisa, mas apenas um resultado de beta HcG positivo.

A loira passou algum tempo encarando o papel sem nada dizer. Beta HcG positivo. Aquilo deveria significar alguma outra coisa além do que achava. Deve ter faltado algumas aulas de ciências, não era possível. Regina disse que não era. Um milhão de coisas se passaram na cabeça da Salvadora enquanto olhava para aquele resultado. Até que foi muita informação para sua mente e Emma simplesmente desmaiou.

Houve muita movimentação. Mary Margaret passou na frente pegando a filha nos braços, Henry queria ajudar. Regina tentou se aproximar, mas David a segurou pelo braço. Logo a Rainha era praticamente levada para outro cômodo, para a sala. Henry a seguiu.

— Mãe, não importa qual seja a sua escolha, eu estou com você - ele disse e a abraçou.

Quando Emma acordou, os pais a rodeavam como aves. Levantou do sofá da sala de estar quase em um pulo, ao que foi atrás de Regina na cozinha. David ainda  tentou impedir, mas ela deu um sonoro "me largue”.

— Henry, nos deixe a sós - Pediu para o filho, que não queria, mas saiu.

A Rainha estava sentada em um banquinho, de frente para a entrada. Viu-se confusa, depois passou a esperar pelo pior da reação. A loira segurou suas mãos e as beijou, contrariando a todas as suas expectativas, foi doce:

— Desculpe, não sei o que houve comigo. Mas, eu quero que saiba que eu te amo e estarei com você, não importa o que aconteça. Estou aqui e não vou a lugar algum - aproximou-se ainda mais e a beijou com ternura nos lábios. - Sua barriga vai ficar linda. Eu vou dormir pegando nela todos os dias. Se você deixar, claro.

Regina então a puxou para um abraço, sem conseguir refrear o choro constante:

— Me perdoe, por favor, me perdoe. Eu te amo tanto… - soluçava, tentando manter a voz firme. - Eu quero você ao meu lado, se você ainda me quiser e eu vou entender se não me quiser mais. 

— Ei... Eu te quero, te quero muito. Não importa quais sejam os seus planos. Eu te quero e estarei aqui com você. Cuidando e te amando - falou com carinho - e ao bebê.

Sem mais palavras, a Rainha a puxou para um novo beijo, segurando-a pela nuca. Era bom estar em casa, em seu lar, se sentir segura com quem amava. Melhor ainda, era ter um recomeço, uma nova esperança, algo de bom poderia ser extraído de todo o mal que lhe acontecera.

Nesta noite, Emma dormiu envolvendo Regina, acariciando sua barriga até pegar no sono.

FIM