HOLD THE LINE - Livro #01 escrita por Lyra


Capítulo 20
CAPÍTULO 20 - Time After Time




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Deitada de costas no chão sujo do ônibus caindo aos pedaços onde havia se escondido com mais quatro crianças, Louise encarava o teto com olhar distante enquanto refletia sobre toda sua vida até o exato momento, desde os eventos do passado aos planos para o futuro que jamais aconteceria caso não conseguissem sair em segurança do local.

Assim como qualquer adolescente cheio de sonhos ela também possuía toda uma história de vida pronta que desejava alcançar e se imaginava vivendo durante as horas que antecedem o sono ao deitar na cama. Seu foco principal era deixar Hawkins, não como fugitiva, mas para cursar uma excelente faculdade após conseguir bolsa de estudos por seu talento e inteligência. Dustin teria de sobreviver algum tempo sem sua proteção, porém assim que estivesse com condições monetárias ela o levaria para viver ao seu lado e o ajudaria no que fosse preciso até ele próprio ingressar na faculdade. Depois de formada Louise se casaria por amor, comumente ela viajava além do normal ao imaginar quem seria seu marido, em noventa e nove por cento das vezes seu companheiro era David Bowie que a veria durante um show e se apaixonaria perdidamente por ela, naquele outro um por cento ela pensava em algo mais "realístico". Normalmente mesclava seus pensamentos sobre maridos mais cabíveis em sua realidade dividindo entre Jonathan Byers e Eddie Munson. A ficção envolvendo Jonathan narrava ele assumindo que sempre a amou e viveriam o sonho americano, tendo uma linda família grande que durante o verão viajam pelo país dentro de um trailer. Enquanto a ficção com Eddie tomava dois caminhos distintos eles se casariam se: 1- Ambos atingissem os trinta anos solteiros. 2- Se o casamento dela com David Bowie ou Jonathan não desse certo. Ela seria Neurobiologista e ele um astro do rock, como sempre sonharam.

Entretanto com a situação em que se encontrava, a única visão de futuro "positiva" que conseguia visualizar para si envolvia muitos anos dentro de alguma penitenciaria feminina de alta segurança compartilhando cela com serial killers e inimigas do país. Isso caso tenha a sorte dos militares estarem de bom humor quando a pegarem e a morte tiver tirado um dia de folga, pois como Lucas havia alertado todo o grupo, eles estavam acobertando e protegendo uma arma biológica durante a semana. Aquele seu pequeno lado fã de teorias da conspiração duvidava que o governo fosse bonzinho a ponto de deixá-la viva. Eles levariam Eleven e executariam as testemunhas, talvez somente os mais novos tivessem "sorte" e fossem os próximos a ganharem poderes.

Ao pensar nas crianças sendo sequestradas pelo governo, Louise olhou de relance para cada um deles imaginando quais seriam os seus poderes depois de servirem como ratos de laboratório nos experimentos. Depois de cogitar sobre os poderes que as crianças poderiam desenvolver, a adolescente voltou a encarar o teto pensando em si própria com poderes. Caso pudesse escolher o poder que desenvolveria ela iria escolher ser como a sua personagem de RPG Lady Stardust, uma Eladrin belíssima capaz de se teletransportar durante as lutas. Para ela seria ótimo esse poder, principalmente agora que precisava dar um jeito de fugir com as crianças sem chamar a atenção.

Em relação aos seus arrependimentos, os quais levaria para o túmulo caso o governo ou o monstro que pegou Will a pegasse, todos vinham de coisas que deixou de fazer. Havia somente poucas coisas das quais se arrependia de ter feito e, apesar de ser inimiga pública, nenhuma delas envolvia ter ajudado as crianças. Pelo menos aquela aventura estava lhe servindo como um abridor de olhos, caso sobrevivesse começaria a fazer mais coisas que dessem vontade e deixaria de viver na sombra. O não ela sempre recebeu, agora começaria a correr atrás da humilhação. E se nada desse certo, pelo menos ela possuía seu irmão, os amigos dele e o clube Hellfire.

— Mike, tá aí? Mike? — De repente o silêncio dentro o automóvel caindo aos pedaços foi quebrado, atraindo atenção de todos os presentes e fazendo Lola levantar do chão com os cabelos sujos de terra.

— Ouviram isso? — Perguntou Dustin trocando olhares confusos com os amigos e também com a irmã mais velha.

— Mike? — Chamou a voz vinda do rádio comunicador pela terceira vez.

Mais do que depressa o Wheeler levantou do chão correndo agachado até o banco onde sua bolsa estava e retirou de dentro dela o comunicador, fazendo com que a recepção ficasse melhor e a voz soasse mais nítida. Assustados com o que estava acontecendo, os outros aproximaram do Mike para que também pudessem ouvir e tomar qualquer ação em grupo. Com a atenção voltada para o rádio e a frequência mais limpa eles conseguiram entender quem era a responsável por aquela voz do outro lado da linha.

— É a Nancy? — Descrente Louise olhou confusa para os demais. Por se tratar da Wheeler mais velha ela acreditava fielmente que se tratava de uma armadilha, ainda mais pelo governo estar os esperando na casa da família - Não responda, Mike!

— Isso é uma emergência, Mike! Tá ouvindo? — Insistiu Nancy com a voz chorosa do outro lado da linha. — Mike, tá ouvindo?

—Tá bem, isso é muito estranho — Disse Dustin estando tão confuso com os outros.

Quando Lucas estava prestes a tomar o comunicador das mãos do Mike para responder, Louise conseguiu ser mais rápida e ergueu o objeto o máximo que conseguiu sem ficar em pé dentro do ônibus para não chamar a atenção desnecessária dos algozes.

— Ninguém vai responder — Crispou Lola entre os dentes olhando ferozmente para cada um dos meninos, principalmente para Lucas.

— Ela disse que é uma emergência — Disse Lucas gesticulando irritado.

— É a Nancy. Isso aqui é claramente uma armadinha — Rebateu Louise afastando ainda mais o objeto dos meninos.

— É a droga da irmã do Mike! — Gritou Lucas revoltado.

— Fala baixo, porra. Quer que descubram que estamos aqui? — Perguntou Louise. — Aliás já parou para pensar que eles podem ter sequestrado ela? Que podem estar forçando falar essas coisas?

— Eu preciso que responda! — Insistiu Nancy do outro lado da linha.

— Como Lando Calrissian — Dustin compreendeu o que a irmã queria dizer, para que os outros também compreendessem sua linha de pensamento ele citou o personagem de Star Wars que foi forçado a enganar o grupo de rebeldes contando com Solo e Leia para leva-los até Darth Vader.

— Exatamente — Concordou Louise apontando para o irmão com o rádio.

— Não responde — Disse Dustin balançando a cabeça negativamente.

— Precisamos saber que está aí, Mike! — Falou Nancy desesperada.

— Escuta, aqui é o delegado. Louise se estiver aí atende! — Ordenou Hopper grosseiramente do outro lado da linha.

— Eles sabem que você está aqui — Disse Mike olhando surpreso para a mais velha, a qual também estava chocada com a informação.

— Claro, meu rabo está na reta — Falou Louise olhando para o rádio comunicador e com os pensamentos a mil, definitivamente ela seria presa caso os homens maus os pegassem.

— Louise Henderson! Sabemos que estão com problemas e sabemos sobre a garota — Insistiu Hopper com a mesma entonação de antes.

— Porque a Nancy está com o delegado? — Perguntou Lucas.

— Como é que ele sabe sobre...? — Dustin começou a falar e virou para Eleven.

— Podemos te proteger, proteger as crianças e ajudar. Mas você tem que responder, Lola. Você está aí? — Perguntou o delegado novamente. — Está ouvindo? Câmbio!

— Merda... — Murmurou Louise jogando a cabeça para trás enquanto refletia sobre o problema, os meninos a encaravam com curiosidade, pois o próximo passo dependia apenas dela. Colocando a segurança das crianças na frente de qualquer problema que pudesse aparecer, ela respondeu ao chamado — Oi, Henderson aqui! Estou te ouvindo, na verdade todos nós estamos.

— Graças a Deus! — Comemorou Hopper do outro lado do comunicador — Onde vocês estão?

— Escondidos — Respondeu a menina dando com os ombros e voltando a sentar no chão.

— Isso eu já sei, mas onde? — Perguntou Hopper.

— Primeiro, como posso saber que isso não é uma armadilha? Não confio na Nancy — Perguntou Louise apertando o rádio com força.

— Mas confia em mim, não confia? — Perguntou Jonathan do outro lado, ele havia acabado de tomar o rádio das mãos do Hopper para poder conversar com a melhor amiga.

— Não! Você foi um escroto comigo no cemitério — Respondeu Louise ficando ainda mais irritada — Sabia que o Steve me pediu perdão? Pois é! Duas vezes. E você foi um grosso babaca, me arrependo de ter te beijado.

— Lou... — Choramingou Jonathan — Desculpe, está legal. É que foi o único jeito de te manter afastada. Não queria que você se envolvesse no que estávamos fazendo para a própria segurança.

— Que ótimo, funcionou — Louise sorriu irônica.

— Deixa que eu falo com ela — Disse Joyce tomando o aparelho das mãos do filho, conhecia a menina tempo o suficiente para saber o quanto ela era difícil de lidar quando desconfiada. — Lola, meu doce. Sou eu, a tia Joyce. Sei que estão fazendo isso para ajudar o Will e agradeço muito o esforço. Mas preciso que confie em mim e me diga onde está, é para a sua segurança e de todas as crianças. Tudo bem? Você confia em mim, não confia? Não é uma armadilha. Por isso me diga, onde vocês estão?

— Ferro velho — Louise estava com pouca vontade de responder quanto à localização, mas precisava deixar pelo menos as crianças seguras e, apesar de não confiar tanto nos outros, ela confiava na Joyce.

— O Hopper está indo buscar vocês, aguentem firme e não saiam daí — Ordenou a Joyce com voz aliviada do outro lado - Câmbio e desligo!

Louise bufou nervosa pela boca e com expressões de quem havia acabado de perder a batalha mais importante de toda uma vida devolveu o rádio comunicador para que Mike pudesse guardar novamente o aparelho. Silenciosamente ela se jogou esparramada de costas sobre o chão imundo, encarando o buraco no teto.

Colocar todas as suas fichas de confiança na Joyce durante aquele momento estava sendo um tiro na mais profunda escuridão. Os homens maus poderiam ter entrado em acordo com ela para devolverem o Will, talvez estivessem com uma arma apontada para a cabeça do Jonathan e ela estivesse sendo obrigada a cooperar para não perder outro filho, talvez fosse tudo isso de uma única vez.

— O que fazemos agora? — Perguntou Dustin nervoso.

— Vocês ouviram, esperamos — Respondeu Louise dando com os ombros e cobrindo os olhos com as mãos, sentia-se tola por ter colocado as crianças em perigo e se culpava por todas as merdas. — Desculpa!

— Pelo que? — Perguntou Mike notando o tom pesaroso no pedido da menina.

— Por ter colocado vocês nessa enrascada, deveria ter sido a adulta responsável aqui. — Ela balançou a cabeça negativamente.

— Mas você não é adulta — Falou Dustin acariciando o joelho da irmã — Você mal tem dezesseis anos.

— Não, Dustin! E se isso for uma armadilha? — Perguntou Louise sentando no chão e olhando com os olhos marejados para as crianças — Eu juro que se for eu quero que vocês corram e não olhem para trás.

— Não vai ser uma armadilha — Disse Mike tentando passar segurança para Louise, porém ele estava tão inseguro quanto ela.

— Vamos esperar — Louise sorriu sem humor e voltou a fantasiar sobre o futuro. Dessa vez algo mais próximo, arquitetando um plano de fuga para Eleven e os demais caso esse fosse o fim da linha para ela.

Os minutos de espera dentro daquele ônibus pareciam durar uma eternidade, dando a impressão de que estavam presos no local por dias. Todo grupo estava apreensivo e demonstravam sinais de ansiedade, principalmente Louise por temer ter colocado todas as crianças em risco ao aceitar o "resgate" oferecido por Hopper. Caso aquilo fosse uma armadilha ela jamais se perdoaria por ter destruído os últimos fios de esperança na busca do Will e passaria o resto da vida contando com sangue em suas mãos por deixá-lo perecer no mundo invertido.

Sentada no chão com as pernas encolhidas enquanto abraçava os próprios joelhos, Louise balançava o corpo para frente e para trás enquanto cantarolava bem baixinho a música "Heroes" do cantor "David Bowie" pela quarta vez. Aquela canção fazia parte do mixtape que tinha montado na fita cassete e emprestado para Jonathan no primeiro dia de desaparecimento do Will, sendo aquela sua playlist favorita para manter o alto astral e não surtar definitivamente.

— Vocês podem parar com isso? — Pediu Mike ficando nervoso, não apenas com o comportamento repetitivo de Louise como as andanças de Dustin pelo automóvel, o qual ia de um lado para o outro sem relaxar desde que a irmã fez o pedido de desculpas.

— Já faz muito tempo. — Reclamou Dustin ignorando o pedido do melhor amigo — Quer saber, talvez a Louise tenha razão, talvez isso tudo seja uma armadilha e os homens maus estejam vindo para cá nos pegar agora.

— Não é uma armadilha — Falou Lucas colérico devido ao nervosismo, ele não tinha parado de tremer a perna desde a comunicação e tentava manter as esperanças mesmo que os irmãos Henderson tivessem desistido dela — Porque o delegado ia armar para a gente? A Nancy talvez, mas o delegado e a Joyce?

— Lando Calrissian — Citaram os irmãos Henderson em uníssono.

— Da para calarem a boca sobre o Lando? — Cogitou Lucas irritado.

— Tem alguma coisa errada nisso. Tem alguma coisa errada nisso! — Gritou Dustin enfurecido bem na cara do Lucas.

— Pra você sempre tem alguma coisa errada — Rebateu Lucas no mesmo timbre de voz.

— Louise... — Mike chamou a atenção da mais velha e apontou para os dois — Você não vai falar nada sobre isso?

— Nós podemos ser heróis, apenas por um dia — Cantou a adolescente olhando apática para Mike.

O Wheeler estava prestes a dar uma resposta atravessada para Louise quando foi interrompido pelo som de pneus de carro na terra, sinal claro de que alguém havia ingressado no ferro velho para encontra-los. Imediatamente a mais velha levantou do chão segurando o primeiro pedaço de ferro que encontrou no caminho e correu para frente do ônibus na tentativa de enxergar se a aproximação era amiga ou inimiga. Como também estavam ansiosos para descobrirem, as crianças ignoraram o sinal de Louise para que eles se escondessem e a seguiram até a frente do ônibus.

— Ai merda, se escondam. — Ordenou Lola empurrando as crianças para o fundo ao perceber que os dois carros que haviam estacionado próximos no ferro velho eram completamente desconhecidos. - Vai, vai, vai!

— Lando — Disse Dustin escondendo atrás de um dos bancos detonados do ônibus escolar.

— Eles viram a gente? — Perguntou Lucas escondido do lado oposto de Dustin e com olhar temeroso para Louise.

— Não, agora calem a boca — Ordenou Louise agachada atrás do banco mais próximo da porta, ela segurava o pedaço de ferro pesado e enferrujado com ambas às mãos estando pronta para atacar caso necessário. Mesmo sabendo que poderia não sobreviver, ela lutaria com os algozes o máximo que aguentasse até que as crianças conseguissem fugir. — E aconteça o que acontecer, permaneçam em silêncio.

Devido à visão privilegiada que tinha por estar escondida mais próxima da porta de entrada do ônibus, Louise conseguiu contar três homens armados usando ternos descendo dos automóveis. Eles se dividiram pelo terreno andando com passos sorrateiros e sumindo da linha de visão da adolescente.

Todos os pelos do corpo de Louise ficaram arrepiados quando ouviu passos próximos do ônibus, seria questão de tempo para os perseguidores os encontrassem no local. Ela olhou rapidamente na direção do irmão mais novo e sorriu tristemente, dando a entender que aquela seria a sua despedida. Com os olhos marejados Dustin chegou a abrir a boca para dizer algo, mas Louise fez sinal para ele permanecer em silêncio e agarrou com mais força o pedaço de metal enquanto voltava a olhar para frente, estando pronta para brilhar ao moer a cabeça do inimigo quando ingressasse no ônibus a qualquer momento. Lentamente a mão do algoz ingressou na fresta da porta sanfonada do automóvel e no instante que ele abriu colocando seu rosto para dentro, Louise pulou de seu esconderijo o acertando fortemente com o metal.

— Louise — Falou Hopper surpreso ao ver que a adolescente havia sido mais rápida que ele para desmaiar o agente do governo.

— Hopper — Comemorou Lola soando baixinho e sorrindo aliviada ao ver o delegado, porém seu sorriso sumiu quando o segundo homem armado apareceu próximo a eles — Atrás de você!

— Se abaixa! — Ordenou Hopper puxando o pedaço de cano das mãos de Louise enquanto atacava o segundo homem com uma pancada forte na cabeça. Porém ao puxar o objeto das mãos da menina, ele fez com que ela desequilibrasse e caísse sobre o corpo desmaiado do homem que havia atacado anteriormente.

Os restos dos eventos aconteceram muito rápidos e Louise foi incapaz de assistir a luta de Hopper nos mínimos detalhes. Ao ver que o terceiro vilão estava erguendo a arma para apontar em sua direção e do delegado, Louise cobriu a cabeça com as mãos e rastejou no chão utilizando os joelhos e cotovelos enquanto Hopper arrebentava com o algoz depois de desarma-lo.

— Okay, vamos embora — Disse Hopper com a voz cansada enquanto tocava o ombro de Louise.

— Com certeza — Concordou Louise ficando em pé e batendo o pó da roupa enquanto Hopper ia chamar as crianças que continuavam escondidas. Durante os breves segundos de espera, ela aproximou do agente que havia desmaiado para checar seus batimentos cardíacos através da carótica.

— O que está fazendo? Vamos embora — Ordenou Hopper irritado ao descer do ônibus com as crianças ao seu encalço.

— Lola! — Dustin correu até a irmã mais velha, lhe dando um abraço apertado enquanto sorria cheio de alívio por ela não ter morrido durante a luta. — Nunca mais faça isso.

— Eu acho que matei ele — Disse Louise abraçando o irmão enquanto olhava pesarosa para Hopper. — Acho que matei o cara.

— Não tem importância, vamos embora! — Ordenou Hopper gesticulando para que eles o seguissem até a viatura, algo que o grupo não tardou a fazer.

O grupo todo permaneceu em silêncio enquanto Hopper dirigia pelo caminho mais comprido para evitar os agentes federais, eles temiam serem encontrados e só falariam quando estivessem em um local seguro. No entanto o silêncio de Louise não se dava pelo temor de ser pega pelas autoridades, mas por ter sangue em suas mãos. Ela sabia que no fundo não tinha culpa, que aquele momento era matar ou morrer. Porém mesmo sendo em legitima defesa, o fato de, talvez, ter tirado uma vida pesava em sua consciência.

A noite já havia caído quando eles alcançaram a casa da família Byers, fazendo com que todos respirassem mais aliviados por estarem em terreno conhecido. No momento que o carro ingresso no quintal, Joyce, Jonathan e Nancy saíram da casa e correram desesperado para se certificar de que todos estavam bem.

— Mike! — Gritou Nancy ao ver o irmão, indo correndo abraça-lo.

— Louise! Meu Deus! Lola! — Gritou Joyce desesperada quando a adolescente desceu do carro com as vestes sujas de barro e expressões abatidas, ela correu na direção da menina a abraçando fortemente.

— Tia Joyce! — Sem hesitar Louise retribuiu o abraço da mulher e desabou de chorar em seus braços.

— Está tudo bem! Eu estou aqui, querida. — Disse Joyce emocionada enquanto beijava o topo da cabeça de Louise e seu rosto — Está tudo bem, vocês estão seguros agora.

— Vamos entrar, acho que temos muito o que conversar — Disse Hopper apertando com ternura o braço de Louise ao passar por ela e Joyce com as crianças. Apesar de não dizer com todas as palavras, ele estava feliz por sua protegida estar viva e, quando as coisas se acalmassem, conversaria sobre o homem abatido.


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