Coincidências escrita por Miss A


Capítulo 4
Scorose


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se para shippar Scorose ♥



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— Quais são os seus planos? Seus sonhos?

— No momento meu único sonho é me tornar um ator pornô.

Meus pés estavam em seu colo, então eu aproveitei e o chutei.

— Fala sério.

— Eu estou.

— É muito ambicioso da sua parte.

— Na verdade, não sei se vai dar certo, eu preciso de um pau maior.

— Eu acho o tamanho do seu pau ok, mas já que você não concorda, tente transplante.

Ele riu.

— Não, estou bem com ele.

— Eu também – Eu passei o pé por sua calça. Ele o pegou.

— E qual é o seu sonho?

— Ir para Marte.

— Por quê?

— Não vai ter nada pra fazer lá, a não ser...

— Transar muito?

— Exato.

— Você pode fazer isso também aqui na Terra, ruiva.

— Posso, é?

Ele avançou sobre mim e de repente esqueci porque eu queria estar em qualquer lugar que não ali.

 

— Você nunca me explicou sobre o seu envolvimento com a aluna.

Ele suspirou.

— Isso sempre volta para me assombrar.

— Quem mandou se envolver com uma menor – Eu fiz piada.

— Já te contaram a história?

— Sim. Mas quero ouvir a sua versão.

— Foi Fred?

— Não.

— Quem?

— Não vou revelar minha fonte. Vai me contar ou não?

— Foi durante o meu estágio de professor. Primeiro emprego. Erro de principiante. Logo de cara ela chamou minha atenção.

— Aposto que ela era bonita.

— Sim, mas ela...

— Como ela era?

— Negra, altura mediana, cabelos cacheados, tinha um rosto doce e uma áurea de maturidade.

— Com áurea você quer dizer corpo?

— Vai continuar me interrompendo?

— Não.

— Ela gostava de poesia e nos aproximamos.

— Que clichê.

— Ela me enviou um convite no Facebook e eu...

— Sempre o Facebook.

— Weasley.

— Desculpa.

— Não achei problema em aceitar. Ela me chamou, começamos a trocar mensagens e uma coisa levou a outra. Achei que não teria problema porque ninguém iria descobrir.

— Mas descobriram.

— Depois de cinco meses. A direção da escola e os pais dela deixaram que eu me demitisse sem alarde, em troca eu nunca mais falei com a Catherine.

— E você gostava dela?

— Sim, eu pensava que estava apaixonado.

— Pensava?

— Depois de um tempo eu percebi que o que eu sentia não era tudo isso. Afinal, eu priorizei minha carreira ao invés dela sem nem pestanejar.

— Isso não significa que você não a amava, só que você tem bom senso.

— De qualquer forma, isso nunca se repetiu e nem vai.

— Boa decisão.            

— Acha que eu sou um parvo?

— Não, não por isso, é claro.

— E você? Qual é a história do incesto?

Eu sorri.

— Isso você não vai descobrir.

— Eu contei a minha história!

— Porque quis.

— Foi o Fred?

— Não vou responder.

— O seu irmão?

— Não estou ouvindo nada do que você está falando.

— Isso é injusto.

— É a vida.

 

— Vai me apresentar os seus pais quando?

— Ai – Coloquei a mão na testa, fingindo-me tonta.

— O que foi? Você não está se sentindo bem?

— É a sua pressão me oprimindo.

Ele bufou. 

— Não sabia que você queria conhecê-los.

— Eu quero.

— Podemos marcar. Só tenho que contar para eles da sua existência primeiro.

— Não contou ainda?

— Para ganhar um interrogatório de Rony Weasley? Nem pensar.

— Ele vai querer me liquidar, não é?

— Não, claro que não – Menti.

— Minha mãe ficou animada com você. Eu disse que você gostava de astrologia.

— Eu adoraria conhecê-la.

— Podemos marcar uma viagem para Bath no futuro.

— Com um serial killer lá? Nem pen... Tive uma ideia! Podíamos tentar encontrar o serial killer.

— Rose, eu não quero aparecer no jornal das seis.

— Não quer aparecer no jornal como um herói?

— Sim, mas não é isso que aconteceria. A manchete possivelmente seria “Rapaz de 23 anos morre estupidamente ao tentar enfrentar o serial killer de Bath”.

— O que seria morrer estupidamente?

— Seria tropeçar numa pedra e morrer.

— Eu seguro sua mão para você não tropeçar.

— Não ia adiantar, eu provavelmente te levaria junto para a morte.

 

— Sabe, docinho, eu...

— Docinho?

— Estou testando alguns apelidos.

— Que tal nenhum?

— Mas você nem ouviu os outros ainda, minha vida.

— Deve ser todos ruins.

— Você me subestima, princesa.

— Eu vou morder seu pau, Scorpius.

— Que agressiva. Talvez eu devesse te chamar de Fiona.

— A Fiona é um amor.

— Se você diz.

 

Scorpius me abraçou, pousando a cabeça sob o meu peito.

Acariciei seus cabelos loiros. Eram macios.

Ele fechou os olhos.

Ficava uma graça assim. Parecia um gatinho.

Estava a cara da sua Lua em Peixes.

— Olhando assim nem parece que você tem Escorpião no mapa astral.

Ele riu.

— Como se isso fosse algo ruim.

— É um pouco. Você vai fazer greve de sexo para se vingar de mim quando eu brigar com você por algo ridículo?

— Por que você brigaria comigo por algo ridículo?

— Porque eu tenho Lua em Câncer e minha função é fazer drama.

— Quando isso acontecer, eu serei magnânimo e te perdoarei.

— Que ser misericordioso e justo você é.

— Obrigada, ruiva.

— Você é arrogante demais, mas eu te perdoo.

— Viu como eu te influencio de maneira positiva? Faz só algumas semanas e você já se tornou tão piedosa quanto eu.

Ergui uma sobrancelha. Ele levantou o rosto, com aquele sorriso irritante que eu gostava, para poder me ver.

— Para de sorrir desse jeito.

— Por quê?

— Porque me dá vontade de te dar uns tapas e depois beijá-lo.

— Hum, talvez eu te deixe fazer isso. Um dia – Ele se ergueu para me beijar.

— Você deve gostar mesmo de mim para cogitar a ideia de apanhar – Zombei.

— Como você bem disse, eu só cogitei – Ele desceu beijos pelo meu pescoço – E eu gosto de você pra caralho.

Aquilo fez meu estômago se agitar. Foi inevitável corar.

— Palavrão não é advérbio de intensidade, Malfoy.

— Foda-se.

— Você realmente deseja apanhar.

— Talvez uma parte de mim seja masoquista.

— Você tem uma áurea sádica.

Ele levantou o rosto e olhou para a minha boca. Seus cílios eram longos e me causavam inveja.

— Eu posso ser os dois – Ele me deu um selinho demorado e mordeu meu lábio inferior. Segurei seu queixo e não o deixei se afastar, aprofundei nosso beijo.

— Docinho...

Afastei seu rosto.

— Scorpius! Assim você estraga todo o clima.

Ele se deitou do meu lado e ficou rindo. Babaca.

— Você é tão insuportável quanto o Robespierre.

— Está insinuando que minha cabeça vai rolar?

— Também.

— Você não sabe nem brincar.

Revirei os olhos.

— Eu sei, só que minha artilharia é pesada, bebê.

Ele ergueu a sobrancelha.

— Acho que nunca mais vou ver isso se repetindo, não é?

— Não.

Chamá-lo de bebê não estava nos meus planos pelos próximos cem anos.

 

— Conte-me algo que eu não saiba.

— Tipo o que?

— Seu guilt pressure?

— Não sei se quero falar.

— Fala.

— Não vai me sacanear?

— Jamais.

Estreitei os olhos.

— São romances de época.

— Não são nada demais. Não pensei que você se envergonhasse da Austen.

— Scorpius você não está entendendo. Não são esses romances.

Ele franziu o cenho, aos poucos sua expressão confusa se transformou numa gargalhada.

— Não acredito que você gosta daquilo!

— Eu sei que é ruim, tá bom?

— Por que você lê?

— Porque eu gosto de rir.

— Eu não chego nem perto daquilo.

— Não está perdendo nada – Eu disse – Os romances não são coerentes com a época, as personagens são melosas e as cenas de sexo são terríveis.

— Eu nunca pensaria que você gostaria de algo assim.

— Todo mundo tem defeito.

— Eu não. Eu sou perfeito.

Dei um sorriso irônico.

— Duvido. Qual é o seu guilt pressure?

— BDSM.

Eu ri alto.

— Fala sério.

— Eu estou. Aliás, estou louco para te amarrar e te espancar com penas de gansos.

— Socorro, devo ligar para a polícia?

— Polícia não, só para uma ambulância. A coisa pode ficar feia.

— Sim, porque penas são altamente cruéis.

Ele sorriu.

— Você já riu tanto que ficou com falta de ar?

— Já.

— Quer que isso aconteça de novo?

— Isso é você insinuando que vai contar uma piada?

— Não – Ele começou a se arrastar lentamente pela cama.

— O que você vai... Nem pense nisso, Scorpius!

— Por que não?

— Não quero que no meu atestado de óbito esteja escrito “óbito por cosquinha”.

— Eles não iriam escrever isso.

Ele se aproximou mais.

— Estou falando sério, Scorpius. Nem pense nisso.

— Não vou fazer nada que você não queira, neném.

— Então, não se aproxime mais – Eu me afastei dele. Ele riu.

— Não vou fazer nada, Rose.

Não acreditei.

— Ótimo, porque seria clichê demais. A autora dessa fanfic e seus leitores não iam aguentar tamanha pieguice. Nem eu.

— Que fanfic?

— A minha vida. Ela é tão aleatória que até parece uma fanfic.

— Faz sentido. Tem até o mocinho perfeito, no caso, eu mesmo.

— Se tem uma coisa que você não é, Scorpius, é perfeito.

— Essa doeu.

— Babaca.

— Você me elogia tanto que fica quase difícil acreditar que você gosta de mim.

Ele brincou, mas senti uma indireta.

Eu me arrastei para mais perto dele.

— Sem drama. Quem tem Lua em Câncer aqui, sou eu – Eu cutuquei seu braço – E eu gosto de você.

— Ah, é? Continue.

Olhei para o seu rosto, para ver se ele estava falando sério. Ele estampava um meio sorriso.

— É. Eu gosto do seu sorriso – Continuei enfiando o meu dedo em seu braço - das nossas conversas estranhas e de transar com você.

Ele gargalhou alto.

— O que foi? Eu fui sincera.

— Você pode parar de me furar?

— Desculpa.

— Até que você não foi mal.

— Em que?

— Em se declarar, mas obviamente você tem um bloqueio com isso.

— Licença que quem fazia psicologia era eu.

Ele veio me abraçar.

— Não fica triste, a gente vai dar um jeito nisso.

— Sai, Scorpius.

Ele passou os braços ao meu redor e beijou minha orelha.

— Não gosta de abraços?

— Não gosto dos seus.

— Você vai ter tempo para gostar.

Bufei e me soltei dos seus braços.

— É a minha vez.

— Do que?

— Fica olhando nos meus olhos. Não desvia.

— Por quê?

— É um desafio. Vou curar sua inibição aos sentimentos.

Eu ri.

— Ridículo.

Ele ficou sério, me encarando. Eu fiz o mesmo.

— Eu gosto de você porque você é uma fofa.

— Ah, tá.

— Shiu, você não pode dizer nada.

Desfiz o sorriso sarcástico e fiquei séria novamente.

— Você é fofa de uma maneira não convencional.

Ergui uma sobrancelha.

— Você tem um carisma natural. É toda estranha, animada, sarcástica e linda. Gosto da sua áurea, você tem um ar diferente.

— Você está me elogiando ou me ofendendo?

— Eu desisto.

Ele se jogou na cama, derrotado.

— Você não me contou sobre o seu guilt pressure.

— Não vou falar.

— Fala.

— Não.

— É ler fanfic de incesto na internet?

— Que? Não!

— Ah é, esse é o meu.

Ele revirou os olhos.

— Qual é?

— Ler sobre serial killers.

— Por que você sente culpa?

— Toda vez que mostro meus livros de serial killers as pessoas me olham estranho.

— Eu não ligo. Foi esse o motivo pelo qual comecei a estudar psicologia, eu queria entender a mente dos psicopatas.

— Será que é por esse motivo que você aceitou a namorar comigo?

— Mas é claro. Estou escrevendo um livro. Quando eu namorei um psicopata escorpiano.

— Sinto cheiro de best-seller.

— Eu só queria sentir cheiro de comida. De qualquer comida.

— Isso foi uma indireta?

— Foi mais para uma direta mesmo.

Ele bagunçou meu cabelo e se levantou antes que o agredisse.

— É bom que você traga a coisa mais gostosa do universo ou vai haver consequências.

— Vou me trazer numa bandeja.

Eu ri dissimuladamente.

— Vou cuspir no seu refrigerante – Ele disse e depois sumiu pela porta.

— Seja menos escorpiano, Scorpius!

 

Depois de um tempo ele me trouxe uma torta que estava maravilhosa e me fez perceber que havia grandes vantagens em ter um namorado. 

 


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Notas finais do capítulo

Então, qual é o seu guilt pressure?



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