Coincidências escrita por Miss A
Notas iniciais do capítulo
Preparem-se para shippar Scorose ♥
— Quais são os seus planos? Seus sonhos?
— No momento meu único sonho é me tornar um ator pornô.
Meus pés estavam em seu colo, então eu aproveitei e o chutei.
— Fala sério.
— Eu estou.
— É muito ambicioso da sua parte.
— Na verdade, não sei se vai dar certo, eu preciso de um pau maior.
— Eu acho o tamanho do seu pau ok, mas já que você não concorda, tente transplante.
Ele riu.
— Não, estou bem com ele.
— Eu também – Eu passei o pé por sua calça. Ele o pegou.
— E qual é o seu sonho?
— Ir para Marte.
— Por quê?
— Não vai ter nada pra fazer lá, a não ser...
— Transar muito?
— Exato.
— Você pode fazer isso também aqui na Terra, ruiva.
— Posso, é?
Ele avançou sobre mim e de repente esqueci porque eu queria estar em qualquer lugar que não ali.
— Você nunca me explicou sobre o seu envolvimento com a aluna.
Ele suspirou.
— Isso sempre volta para me assombrar.
— Quem mandou se envolver com uma menor – Eu fiz piada.
— Já te contaram a história?
— Sim. Mas quero ouvir a sua versão.
— Foi Fred?
— Não.
— Quem?
— Não vou revelar minha fonte. Vai me contar ou não?
— Foi durante o meu estágio de professor. Primeiro emprego. Erro de principiante. Logo de cara ela chamou minha atenção.
— Aposto que ela era bonita.
— Sim, mas ela...
— Como ela era?
— Negra, altura mediana, cabelos cacheados, tinha um rosto doce e uma áurea de maturidade.
— Com áurea você quer dizer corpo?
— Vai continuar me interrompendo?
— Não.
— Ela gostava de poesia e nos aproximamos.
— Que clichê.
— Ela me enviou um convite no Facebook e eu...
— Sempre o Facebook.
— Weasley.
— Desculpa.
— Não achei problema em aceitar. Ela me chamou, começamos a trocar mensagens e uma coisa levou a outra. Achei que não teria problema porque ninguém iria descobrir.
— Mas descobriram.
— Depois de cinco meses. A direção da escola e os pais dela deixaram que eu me demitisse sem alarde, em troca eu nunca mais falei com a Catherine.
— E você gostava dela?
— Sim, eu pensava que estava apaixonado.
— Pensava?
— Depois de um tempo eu percebi que o que eu sentia não era tudo isso. Afinal, eu priorizei minha carreira ao invés dela sem nem pestanejar.
— Isso não significa que você não a amava, só que você tem bom senso.
— De qualquer forma, isso nunca se repetiu e nem vai.
— Boa decisão.
— Acha que eu sou um parvo?
— Não, não por isso, é claro.
— E você? Qual é a história do incesto?
Eu sorri.
— Isso você não vai descobrir.
— Eu contei a minha história!
— Porque quis.
— Foi o Fred?
— Não vou responder.
— O seu irmão?
— Não estou ouvindo nada do que você está falando.
— Isso é injusto.
— É a vida.
— Vai me apresentar os seus pais quando?
— Ai – Coloquei a mão na testa, fingindo-me tonta.
— O que foi? Você não está se sentindo bem?
— É a sua pressão me oprimindo.
Ele bufou.
— Não sabia que você queria conhecê-los.
— Eu quero.
— Podemos marcar. Só tenho que contar para eles da sua existência primeiro.
— Não contou ainda?
— Para ganhar um interrogatório de Rony Weasley? Nem pensar.
— Ele vai querer me liquidar, não é?
— Não, claro que não – Menti.
— Minha mãe ficou animada com você. Eu disse que você gostava de astrologia.
— Eu adoraria conhecê-la.
— Podemos marcar uma viagem para Bath no futuro.
— Com um serial killer lá? Nem pen... Tive uma ideia! Podíamos tentar encontrar o serial killer.
— Rose, eu não quero aparecer no jornal das seis.
— Não quer aparecer no jornal como um herói?
— Sim, mas não é isso que aconteceria. A manchete possivelmente seria “Rapaz de 23 anos morre estupidamente ao tentar enfrentar o serial killer de Bath”.
— O que seria morrer estupidamente?
— Seria tropeçar numa pedra e morrer.
— Eu seguro sua mão para você não tropeçar.
— Não ia adiantar, eu provavelmente te levaria junto para a morte.
— Sabe, docinho, eu...
— Docinho?
— Estou testando alguns apelidos.
— Que tal nenhum?
— Mas você nem ouviu os outros ainda, minha vida.
— Deve ser todos ruins.
— Você me subestima, princesa.
— Eu vou morder seu pau, Scorpius.
— Que agressiva. Talvez eu devesse te chamar de Fiona.
— A Fiona é um amor.
— Se você diz.
Scorpius me abraçou, pousando a cabeça sob o meu peito.
Acariciei seus cabelos loiros. Eram macios.
Ele fechou os olhos.
Ficava uma graça assim. Parecia um gatinho.
Estava a cara da sua Lua em Peixes.
— Olhando assim nem parece que você tem Escorpião no mapa astral.
Ele riu.
— Como se isso fosse algo ruim.
— É um pouco. Você vai fazer greve de sexo para se vingar de mim quando eu brigar com você por algo ridículo?
— Por que você brigaria comigo por algo ridículo?
— Porque eu tenho Lua em Câncer e minha função é fazer drama.
— Quando isso acontecer, eu serei magnânimo e te perdoarei.
— Que ser misericordioso e justo você é.
— Obrigada, ruiva.
— Você é arrogante demais, mas eu te perdoo.
— Viu como eu te influencio de maneira positiva? Faz só algumas semanas e você já se tornou tão piedosa quanto eu.
Ergui uma sobrancelha. Ele levantou o rosto, com aquele sorriso irritante que eu gostava, para poder me ver.
— Para de sorrir desse jeito.
— Por quê?
— Porque me dá vontade de te dar uns tapas e depois beijá-lo.
— Hum, talvez eu te deixe fazer isso. Um dia – Ele se ergueu para me beijar.
— Você deve gostar mesmo de mim para cogitar a ideia de apanhar – Zombei.
— Como você bem disse, eu só cogitei – Ele desceu beijos pelo meu pescoço – E eu gosto de você pra caralho.
Aquilo fez meu estômago se agitar. Foi inevitável corar.
— Palavrão não é advérbio de intensidade, Malfoy.
— Foda-se.
— Você realmente deseja apanhar.
— Talvez uma parte de mim seja masoquista.
— Você tem uma áurea sádica.
Ele levantou o rosto e olhou para a minha boca. Seus cílios eram longos e me causavam inveja.
— Eu posso ser os dois – Ele me deu um selinho demorado e mordeu meu lábio inferior. Segurei seu queixo e não o deixei se afastar, aprofundei nosso beijo.
— Docinho...
Afastei seu rosto.
— Scorpius! Assim você estraga todo o clima.
Ele se deitou do meu lado e ficou rindo. Babaca.
— Você é tão insuportável quanto o Robespierre.
— Está insinuando que minha cabeça vai rolar?
— Também.
— Você não sabe nem brincar.
Revirei os olhos.
— Eu sei, só que minha artilharia é pesada, bebê.
Ele ergueu a sobrancelha.
— Acho que nunca mais vou ver isso se repetindo, não é?
— Não.
Chamá-lo de bebê não estava nos meus planos pelos próximos cem anos.
— Conte-me algo que eu não saiba.
— Tipo o que?
— Seu guilt pressure?
— Não sei se quero falar.
— Fala.
— Não vai me sacanear?
— Jamais.
Estreitei os olhos.
— São romances de época.
— Não são nada demais. Não pensei que você se envergonhasse da Austen.
— Scorpius você não está entendendo. Não são esses romances.
Ele franziu o cenho, aos poucos sua expressão confusa se transformou numa gargalhada.
— Não acredito que você gosta daquilo!
— Eu sei que é ruim, tá bom?
— Por que você lê?
— Porque eu gosto de rir.
— Eu não chego nem perto daquilo.
— Não está perdendo nada – Eu disse – Os romances não são coerentes com a época, as personagens são melosas e as cenas de sexo são terríveis.
— Eu nunca pensaria que você gostaria de algo assim.
— Todo mundo tem defeito.
— Eu não. Eu sou perfeito.
Dei um sorriso irônico.
— Duvido. Qual é o seu guilt pressure?
— BDSM.
Eu ri alto.
— Fala sério.
— Eu estou. Aliás, estou louco para te amarrar e te espancar com penas de gansos.
— Socorro, devo ligar para a polícia?
— Polícia não, só para uma ambulância. A coisa pode ficar feia.
— Sim, porque penas são altamente cruéis.
Ele sorriu.
— Você já riu tanto que ficou com falta de ar?
— Já.
— Quer que isso aconteça de novo?
— Isso é você insinuando que vai contar uma piada?
— Não – Ele começou a se arrastar lentamente pela cama.
— O que você vai... Nem pense nisso, Scorpius!
— Por que não?
— Não quero que no meu atestado de óbito esteja escrito “óbito por cosquinha”.
— Eles não iriam escrever isso.
Ele se aproximou mais.
— Estou falando sério, Scorpius. Nem pense nisso.
— Não vou fazer nada que você não queira, neném.
— Então, não se aproxime mais – Eu me afastei dele. Ele riu.
— Não vou fazer nada, Rose.
Não acreditei.
— Ótimo, porque seria clichê demais. A autora dessa fanfic e seus leitores não iam aguentar tamanha pieguice. Nem eu.
— Que fanfic?
— A minha vida. Ela é tão aleatória que até parece uma fanfic.
— Faz sentido. Tem até o mocinho perfeito, no caso, eu mesmo.
— Se tem uma coisa que você não é, Scorpius, é perfeito.
— Essa doeu.
— Babaca.
— Você me elogia tanto que fica quase difícil acreditar que você gosta de mim.
Ele brincou, mas senti uma indireta.
Eu me arrastei para mais perto dele.
— Sem drama. Quem tem Lua em Câncer aqui, sou eu – Eu cutuquei seu braço – E eu gosto de você.
— Ah, é? Continue.
Olhei para o seu rosto, para ver se ele estava falando sério. Ele estampava um meio sorriso.
— É. Eu gosto do seu sorriso – Continuei enfiando o meu dedo em seu braço - das nossas conversas estranhas e de transar com você.
Ele gargalhou alto.
— O que foi? Eu fui sincera.
— Você pode parar de me furar?
— Desculpa.
— Até que você não foi mal.
— Em que?
— Em se declarar, mas obviamente você tem um bloqueio com isso.
— Licença que quem fazia psicologia era eu.
Ele veio me abraçar.
— Não fica triste, a gente vai dar um jeito nisso.
— Sai, Scorpius.
Ele passou os braços ao meu redor e beijou minha orelha.
— Não gosta de abraços?
— Não gosto dos seus.
— Você vai ter tempo para gostar.
Bufei e me soltei dos seus braços.
— É a minha vez.
— Do que?
— Fica olhando nos meus olhos. Não desvia.
— Por quê?
— É um desafio. Vou curar sua inibição aos sentimentos.
Eu ri.
— Ridículo.
Ele ficou sério, me encarando. Eu fiz o mesmo.
— Eu gosto de você porque você é uma fofa.
— Ah, tá.
— Shiu, você não pode dizer nada.
Desfiz o sorriso sarcástico e fiquei séria novamente.
— Você é fofa de uma maneira não convencional.
Ergui uma sobrancelha.
— Você tem um carisma natural. É toda estranha, animada, sarcástica e linda. Gosto da sua áurea, você tem um ar diferente.
— Você está me elogiando ou me ofendendo?
— Eu desisto.
Ele se jogou na cama, derrotado.
— Você não me contou sobre o seu guilt pressure.
— Não vou falar.
— Fala.
— Não.
— É ler fanfic de incesto na internet?
— Que? Não!
— Ah é, esse é o meu.
Ele revirou os olhos.
— Qual é?
— Ler sobre serial killers.
— Por que você sente culpa?
— Toda vez que mostro meus livros de serial killers as pessoas me olham estranho.
— Eu não ligo. Foi esse o motivo pelo qual comecei a estudar psicologia, eu queria entender a mente dos psicopatas.
— Será que é por esse motivo que você aceitou a namorar comigo?
— Mas é claro. Estou escrevendo um livro. Quando eu namorei um psicopata escorpiano.
— Sinto cheiro de best-seller.
— Eu só queria sentir cheiro de comida. De qualquer comida.
— Isso foi uma indireta?
— Foi mais para uma direta mesmo.
Ele bagunçou meu cabelo e se levantou antes que o agredisse.
— É bom que você traga a coisa mais gostosa do universo ou vai haver consequências.
— Vou me trazer numa bandeja.
Eu ri dissimuladamente.
— Vou cuspir no seu refrigerante – Ele disse e depois sumiu pela porta.
— Seja menos escorpiano, Scorpius!
Depois de um tempo ele me trouxe uma torta que estava maravilhosa e me fez perceber que havia grandes vantagens em ter um namorado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, qual é o seu guilt pressure?