Coincidências escrita por Miss A


Capítulo 3
Selfie


Notas iniciais do capítulo

Olá nobres seres.
Eu estive pensando e cheguei a conclusão que se eu parasse de escrever outras coisas e focasse só em terminar uma história, Coincidências já poderia estar em seu fim.
Vocês também sofrem desse mal? Já comecei a escrever duas histórias essa semana e estou tentada a começar a terceira hoje. Todas JayRose. Eu quero morrer.
Mas vamos deixar a morte de lado, por ora, por que nesse capítulo temos James. Apesar de sua presença ser quase a de um figurante. (Que decadência).

Boa leitura.



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— Você e Scorpius, hein? Estão bem grudados – Comentou Fred, antes de dar uma mordida em seu lanche. Estávamos almoçando em seu estúdio.

— Estamos em um relacionamento sério – Eu contei. Ele era o primeiro a ficar sabendo. Dominique iria me matar.

Suas sobrancelhas se ergueram.

— Sério? Já? Isso é...

Estávamos saindo há três semanas e meia. Muito pouco tempo para que eu, Rose Weasley, se aventurasse num relacionamento mais sério.

— Impulsivo?

Por que era assim que eu me sentia.

Impulsiva.

Era o sentimento que Scorpius me provocava.

— Eu ia usar a palavra chocante. Pensei que você iria namorar alguém, mas só depois dos trinta.

— Era o plano.

— O que mudou?

— Não sei exatamente. Eu estou a fim de tentar algo novo.

— Você está apaixonada?

— Não sei.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto comíamos.

— Sempre pensei que James e você iriam voltar.

Aquilo nunca tinha passado pela minha mente.

Quer dizer, sim, mas só como uma fantasia. Eu não voltaria atrás na minha decisão.

— Ele já sabe?

— Não. Você acha que eu deveria contar para ele primeiro?

— Vocês ainda são melhores amigos.

— É.

Depois que voltei da viagem da França as coisas ficaram meio estranhas. Fingíamos que nada tinha acontecido. Que nunca havíamos nos beijado, que não passamos os últimos dois meses tirando a roupa um do outro, que eu não havia terminado para preservar nossa amizade. Tinha sido constrangedor.

Felizmente, aos poucos fomos deixando isso de lado. Ainda não estávamos cem por cento como éramos antes do nosso envolvimento, mas eu não achava que conseguiríamos sê-lo.

— Mas e Dominique e você?

Ele passou a mão pelos cabelos.

— As coisas não estão muito boas.

— Mas já?

Ele deu de ombros.

— Qual é o problema?

— Ela quer mais atenção do que eu posso dar.

— Por que você não pode lhe dar mais atenção?

— Trabalho. Ando tendo muitos ensaios e para piorar meu assistente pediu demissão. Vai sair daqui uma semana.

— Já encontrou outro?

— Não. Nem tive tempo para procurar, na verdade.

— Você já explicou tudo isso para a Nick?

— Já, mas... Eu sei que tem uma hora que desculpas não servem mais.

— E isso quer dizer o que?

— Não sei.

— Você não vai desistir, não é, Fred?

— Eu...

— Não seja um babaca.

Ele sorriu.

— Isso não seria possível.

Revirei os olhos e resolvi mudar para um assunto mais leve.

— Você soube sobre o serial killer de Bath?

 

Eu estava andando pelo quarto, desejando que os santos unicórnios me recompensassem por ser uma boa devota. Afinal, só naquele mês eu tinha comprado uma camiseta e uma almofada de unicórnios. Aquilo tinha que servir para algo.

 

Como eu deveria contar para o James?

— Oi, James! Você quer comer uma pizza comigo e com o meu namorado?

— James, você não vai acreditar! Desencalhei.

— James você acredita em milagres? Pois eu sim, estou namorando.

— Como foi o trabalho? Você viu aquele artigo que dizia que eu estou num relacionamento sério?

— Estou namorando. Com um panda. Mentira. É menos incrível. É com o Scorpius.

Eu suspirei. Nenhum deles era bom o suficiente.

E se eu simplesmente o deixasse descobrir pela mudança do meu status nas redes sociais?

— James, eu preciso lhe dizer que...

— O que?

Eu gritei.

James havia escancarado a porta do meu quarto silenciosamente.

— Seu parvo, filho do demônio!

Ele riu.

— Você quer me matar? – Coloquei as mãos sobre o coração, elas estavam tremendo.

— O que você quer me dizer?

— Só que eu gostaria muito que você morresse. Saia do meu quarto!

Joguei minha almofada de unicórnio nele.

Babaca.

 

Decidi que precisava de ajuda e eu esperava conseguir com Dominique.

— O QUE? Não acredito!

— Nem o resto da cafeteria. Precisa gritar assim?

— Sim. Esse é um momento memorável. Quero me lembrar disso até os fins dos meus dias.

— Menos Dominique.

— Vamos tirar uma selfie!

— Que?

— Eu disse que eu quero me lembrar.

Ela sacou o celular e juntou nossos rostos.

— Sorria como se esse celular fosse o Scorpius.

Ela tirou a foto.

— É um sorriso um pouco psicopata, mas serve.

Eu mostrei o dedo do meio para ela.

— Eu estou tão feliz por você, Rô!

— Obrigada, Nick.

— Mas é inacreditável.

— Eu sei. Também acho um pouco.

— Pensei que você só namoraria depois dos trinta.

— Fred disse a mesma coisa.

— Como assim? Você contou para ele antes de contar para mim?

Droga.

— Não.

— Não?

— Só que sim.

— Eu achei que eu era a sua melhor amiga!

— Ele também é.

— Ele é a sua melhor amiga?

— Sim, eu faço tranças no cabelo dele e pinto suas unhas enquanto conversamos sobre crushes.

Era verdade. Eu tinha feito aquilo uma vez com ele e James.

— Ainda não acredito que você não me contou primeiro.

— Você deveria me agradecer por te contar logo ou você ia gostar de receber a notícia através dele?

— Você não ousaria!

Eu ergui uma sobrancelha.

— Tanto faz. Estamos desviando do assunto.

O que era ótimo para mim.

— Rose Weasley está namorando. Parece o começo de uma piada.

— Muito engraçado.

— E ele é escorpiano! Isso é mais chocante ainda.

— É.

— Tio Rony vai surtar tanto! Posso estar lá quando você contar?

— Não.

— Grande Scorpius Malfoy. Ele vai se tornar uma lenda.

Eu beberiquei meu café.

— Na verdade ele já é. Ele é o herói de uma epopeia. Não, de uma tragédia.

— Tragédia? Você quer que eu morra?

— Não.

— Então pare de tirar com a minha cara.

— Ninguém nunca morreu por isso.

— Posso ser a primeira então.

Ela revirou os olhos.

— Como foi?

— O que?

— O pedido.

— Foi antes de transarmos.

— E?

— O que?

— Não vai me dar detalhes?

— Nem pensar.

Ela suspirou.

— E o sexo?

Deixei meu sorriso responder.

— Isso aí, garota!

— Dominique, eu preciso de sua ajuda.

— Diga.

— Preciso contar para o James.

— Faça isso antes que o Fred conte.

— Mas como? Eu não faço a mínima ideia de como fazer isso.

— Rose, vocês sempre foram amigos, só fale a verdade. Seja direta.

Eu já sabia disso, mas a verdade é que eu só gostaria de procrastinar essa conversa o máximo possível.

— É tão irônico, não é?

— O que?

— Você namorando alguém.

— Ainda está nisso?

— Eu nunca superarei isso.

Torci o nariz.

— Eu pensei que você não gostava de clichês – Ela comentou.

— Não gosto.

— Então o que você está fazendo namorando alguém? Isso é tão clichê. A maioria dos jovens fazem isso.

— Importunar os amigos também é clichê, Dominique. Sabia disso?

— Eu não me importo com clichês.

— Bem, eu também não.

Ela ergueu a sobrancelha.

— Você acabou de dizer que não gosta.

— Não, mas não me importo mais – Eu menti. Ou não – James uma vez disse que não adianta o que nós façamos tudo vai ser clichê e é verdade, portanto deixarei de me importar com os clichês.

— Parabéns por sair da adolescência.

— Falou a que lê romances históricos melosos.

— Falou a que venera unicórnios.

— Não ouse colocar os unicórnios no meio disso.

Ela revirou os olhos.

— Podemos falar de Scorpius?

— Por quê? Está interessada nele?

— Você é impossível.

— Obrigada.

 

Quando cheguei em casa, decidi que me livraria daquele problema imediatamente.

Bati no quarto de James e não pude deixar de lembrar-me da última vez que eu tinha estado ali. A nossa última noite juntos.

— Entre.

Sacudi a cabeça, livrando-me daqueles pensamentos.

— Oi Jay – Dei um sorriso enorme, esperando distraí-lo com a minha beleza.

— Ei. Senta aí.

Ele recolheu as pernas, deixando espaço para mim na cama. Sentei-me a sua frente.

— Preciso falar com você.

— Diga.

— Não queria que você soubesse por outra pessoa então...

— Você está grávida?

— QUE? Isso de novo? É claro que não.

— O que é?

— Eu estou num relacionamento meio que sério.

Eu sabia que ele já desconfiava de que eu estava saindo com alguém por causa dos meus sumiços, mas duvidava que ele soubesse com quem. Ou que ele esperasse aquela notícia.

Suas sobrancelhas se levantaram.

— Sério?

— É. Mas você viu sobre a declaração do Philip Roth sobre o vencedor do último Nobel? – Decidi mudar de assunto sutilmente.

— Espera. Calma. Com quem?

— Ahn... Scorpius Malfoy o nome.

Ele pareceu surpreso.

— O professor pervertido?

— O professor do desejo – Corrigi.

— Não estou falando do livro do Roth.

— Nem eu – Brinquei. Ele bufou.

— Eu sei que você não gosta dele, mas eu esperava que você me apoiasse.

Ele se aproximou.

— Eu vou. Se você está feliz eu também estou, Rô.

— Obrigada.

— Parabéns, Rose. De verdade – Ele sorriu - Espero que vocês não terminem daqui uma semana. Seria uma pena.

Bati nele.

— Continue debochando e eu vou esfregar sua cara no asfalto.

Ele riu.

— Você está muito estressada. Falta de sexo?

— Eu não, já você...

Ele ignorou minha provocação.

— O que acha de assistirmos Friends?

— Revenge.

— De novo?

Interpretei sua pergunta como retórica e não respondi, só o puxei para a sala. Ficamos assistindo e conversando como se nada tivesse mudado. Afinal, não tinha.

 

 

Dois dias depois a presença de mulheres no café da manhã recomeçou.

 


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Notas finais do capítulo

Eu não queria dizer nada né, mas... O próximo capítulo vai ser a coisa mais fofa do mundo. Mas é um fofo nível Rose Weasley, então tirem suas próprias conclusões.
Ele vai se chamar Scorose.
Pra quem é team JayRose, só no cap. 5. Mas vai compensar.

Vejo vocês em algum domingo próximo.



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