-Bella? – Charlie perguntou, espantado, assim que entrou e me viu.

-Sentiu minha falta? – perguntei-lhe, um pouco incomodada por ser chamada de Bella, mas pelo menos dele eu não vou exigir que mude a maneira de em chamar.

-Claro que senti, muita, você sumiu e ficou sem dar noticia alguma ao seu pai aqui. – ele falou, andando em minha direção, e me dando um abraço apertado, ato que eu estranhei, mas retribui sem pensar duas vezes.

-Me desculpe, eu devia ter te ligado, ou mandado um e-mail como combinamos. – Falei. Ouvi alguém limpar a garganta, e me lembrei dos outros.

-Quem são? – meu pai perguntou, olhando os cinco parados.

-Meus amigos. Sophia, Caio, Pietro, Lucy e seu irmão Luke, meu atual namorado. – apresentei de uma vez, apontando cada um.

-Atual namorado? – Charlie questionou, olhando Luke de cima a baixo, com seu olhar policial. Eu ri, ele sempre faria isso, Charlie não muda.

-Sim, meu atual namorado. – respondi sorrindo.

-Muito prazer, Charlie. – Luke o cumprimentou, educado como sempre, estendendo a mão.

-Muito prazer. – Charlie respondeu, sorrindo e apertando a mão de Luke. Senti que várias respirações foram soltas com esse ato. Ta bom que eles acreditaram que Charlie estava bravo realmente.

-Fiz o jantar. – avisei. – Peixe com batatas.

-Que ótimo. – Charlie agradeceu, indo para a cozinha. Eu fui logo depois dele, coloquei os pratos na mesa, e os talheres, peguei a travessa do peixe, e coloquei para que todos se servissem.

-Se importa se comermos aqui? – perguntei a Charlie, eu sabia que ele não negaria, mas ainda assim, é bom perguntar.

-Claro que não, eu adoraria. – respondeu. Eu sorri, e chamei aos outros, que quase não couberam na cozinha. Cada um se serviu, fomos todos para a sala, levando as duas cadeiras da cozinha junto, para que todos pudessem se sentar. Charlie, por incrível que pareça, não ligou a TV, provavelmente preferiu ficar conversando.

-Isa, comece a cozinhar mais vezes. – Caio falou. – prefiro mil vezes sua comida que a de Luke.

-Eu também. – Pietro concordou e nós rimos.

-Isa? – Charlie questionou. – Achei que preferisse Bella.

-Sim, eles estão acostumados a me chamar assim, Bella fica mais para você e mamãe. – respondi, dando de ombros.

-E Jake. – Charlie acrescentou, e eu quase engasguei com a pronuncia do nome.

-Talvez. – falei, sem querer contrariá-lo. Jacob é quem eu escolheria para casar, na opinião de meu pai. Ok, não nego, eu teria o escolhido naquela época, mas agora já sou comprometida, e por mais que eu o ame, ele não me ama.

Terminamos o jantar, lavei a loça, sequei tudo e guardei cada coisa em seu lugar. Todos continuavam na sala, conversando. Voltei para lá, eu iria me sentar no colo de Luke, se Charlie não estivesse ali, me contentei em sentar ao lado de meu namorado. Peguei sua mão, e prestei atenção na conversa.

-Bella nunca gostou muito daqui. – Charlie falava.

-Eu também não escolheria esta cidade para viver. – Lucy concordou comigo. – Embora nossa casa seja linda, não tem nenhum shopping.

-Achei que fosse ficar aqui filha. – Charlie falou. – Não achei que tivessem comprado uma casa.

-Pois é, achamos melhor, não caberiam todos aqui. – Respondi.

-Sou obrigado a concordar, a casa de vocês deve ser grande, onde estão morando? – Questionou.

-Na antiga casa dos Cullen. – falei, e os olhos de meu pai vieram para mim, ambos arregalados.

-Onde? – perguntou.

-Onde a família Cullen morava pai, Lucy comprou aquela casa, e está terminando a reforma. – falei, e ele pareceu encaixar todas as informações na cabeça.

-Mas e... – ele começou mas eu o cortei.

-Está tudo bem pai, não se preocupe. – pedi, e ele assentiu. Ouvi o som de um carro estacionando na frente da casa de meu pai, e depois algumas vozes, elas me são familiares, mas eu não consigo me lembrar de quem eram.

-Eu atendo. – Charlie falou, se levantando quando a capainha tocou. Nós continuamos sentados, conversando sobre a decoração da casa.

-Eu insisto em ter uma biblioteca. – Sophia, nossa maior leitora, falou.

-Eu também acho que uma biblioteca seria boa. – concordei.

-Ok, ok... – Lucy desistiu de nos contrariar.

-Bella, venha aqui. – Ouvi Charlie me chamar, e me levantei. Os outros quatro olhavam para a porta, e cada um deles deu um aceno de cabeça. Vi Billy sentado em sua cadeira, e olhei para cima, já sabendo quem veria.

Senti meu coração falhar quando olhei em seus olhos, e torci para que ninguém tivesse ouvido. Jacob sorriu, o meu soriso, que eu tanto senti falta, foi impossível não sorrir de volta.

-Não sabia que havia voltado para cá. – Billy falou, e eu voltei a realidade.

-Cheguei hoje pela manhã. – respondi, baixando meu olhar para ele.

-Vejo que não veio sozinha. – Comentou, olhando por cima de meu ombro. Percebi que meus amigos estavam parados ali, observando a cena.

-Oh, esses são Caio, Sophia, Pietro, Lucy e Luke, meu namorado. – os apresentei novamente. Luke passou o braço pela minha cintura, e eu pude ver que Jacob não ficou muito feliz... mas eu acho que é coisa da minha cabeça....

-Olá. – Belly os cumprimentou.

-Olá. – responderam, todos. Jacob estava com um olhar pensativo, queria poder ler mentes, mas quem fazia isso era Edward... Observei o olhar de Luke para Jake, e cheguei a conclusão de que está na hora de ir.

-Bem, pai, acho que nós já vamos... – falei.

-Mas Bella, agora que eles chegaram. – meu pai insistiu. Pois é, agora que eles chegaram, é a hora perfeita para impedir uma briga.

-É Bells, fique mais um pouco. – Jacob pediu também. Fico, fico, claro... Foco Bella, foco, você não quer uma luta aqui...

-Acho melhor irmos mesmo Jake. – respondi. – Sabe como é, ainda temos que arrumar as coisas lá em casa e...

-Está tudo arrumado Isa. – Pietro falou, e nós o olhamos.

-Pelo que vejo você não tem nada para arrumar mais. – Jacob falou, e nessa hora eu jurei a mim mesma que ia fazer Pietro sentir como é a sensação de estar queimando no fogo.

-Pietro é que não presta muita atenção, e não viu a zona que a casa está. – Falei, e andei até a porta.

-Você ainda é uma péssima mentirosa, pelo menos para mim você não sabe mentir. – Falou, me segurando pelo braço. Um rosnado saiu do pulmão de Luke, e eu me odiei por não ter feito curso de teatro ao invés de aulas de dança.

-Luke. – o alertei, e os rosnados se sessaram. Soltei meu braço, e olhei para Jake, depois para meu pai e Billy. – Temos mesmo que ir, até mais.

-Até. – os três responderam. Entramos no carro, Luke voltaria dirigindo, e pela sua expressão, ele não estava de muito bom humor, melhor não falar nada.