Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 14
O Outro Plano


Notas iniciais do capítulo

Helloooooo!
Namorado está chegando ao seu fim. O próximo capítulo provavelmente será o último.
Agradeço a todos que têm apoiado a fic, vocês me incentivam a continuar escrevendo ♥



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— Podemos repassar o plano de novo? – Uraraka pediu.

Estava caminhando ao lado de Kirishima e Ashido em direção à escola e estava muito ansiosa. Mal havia pregado os olhos de noite, após ter ouvido mais uma ideia mirabolante de sua amiga alienígena. Apenas pensar que poderia esclarecer as coisas com Bakugou lhe deixava nervosa e fazia com que as borboletas em seu estômago dessem piruetas sem parar.

— Certo – Mina começou. – Eu e o Kirishima vamos fazer com que Bakugou vá para o pátio do dormitório conosco. Vamos inventar qualquer desculpa, talvez Kirishima faça isso sozinho. Nós só vamos sair quando você chegar. Bakugou com certeza vai querer sair rápido dali assim que te ver, então antes que ele perceba nós já vamos ter saído e você terá que ser rápida com as palavras.

— Eu ainda acho que vamos acabar todos sendo explodidos – o ruivo comentou.

— Não seja pessimista, Eijirou! – a garota cor de rosa brigou. – Confia na sua mulher.

— Certo... Vamos confiar que vai dar certo! – a morena disse determinada.

— E vai dar certo. Não deu certo esse plano de namorar com Bakugou pra fazer ciúmes no Midoriya?

— Bom... Eu acabei gostando dele e recusando o Deku.

— Mas o Midoriya acabou se declarando – Mina disse convencida. – Assim como eu disse que faria.

— E isso nos obrigou a pensar em outro plano – Kirishima comentou.

— Que também vai dar certo – a garota rosa disse o olhando ameaçadoramente.

O trio logo chegou à sala de aula, onde Kirishima já começaria a tentar colocar o plano em ação. O ruivo aproveitou que ainda não havia batido o sinal e foi até o novo lugar de Bakugou.

— Ei, Bakugou! – o chamou sorridente. – Vamos apostar corrida no pátio do dormitório hoje após as aulas?

— Por que eu faria isso? – o loiro rebateu arqueando uma sobrancelha.

O ruivo havia falado a primeira coisa lhe veio à cabeça, sem nem pensar direito. Depois de ter perguntado, havia lhe ficado óbvio que a resposta seria não. Tinha que pensar em algo melhor, que pudesse atrair Bakugou. Mas All Might já havia chegado na sala para chama-los para uma aula prática e Kirishima teve que esperar outra oportunidade.

Quando a aula de All Might acabou e todos foram aos vestiários tomar banho e se trocar, o ruivo aproveitou a oportunidade novamente.

— Ei, Bakugou! Vamos nos encontrar no pátio dos dormitórios após as aulas hoje!

— Pra quê? – o loiro perguntou o olhando torto.

— Ahn... Surpresa? – disse sorrindo amarelo.

— Que porra é essa, Kirishima?! Tenho cara de quem gosta de surpresas? – respondeu irritado, se virando para ir embora.

— Tá bom, eu conto! – disse tentando chamar a atenção do garoto de volta. – Eu queria pedir para você me ajudar a treinar minha resistência, me explodindo.

— Hm, não seria tão ruim poder explodir alguém com toda a vontade que eu quero e posso... Não é exatamente quem eu gostaria de explodir, mas já é alguma coisa – respondeu dando de ombros.

Kirishima sorriu amarelo e agradeceu o amigo. Bakugou voltou para a sala e o ruivo mandou mensagem para a namorada, avisando que o plano já estava em ação e que ela talvez ficasse viúva antes mesmo de se casar.

xxx

Ochako estava suando frio desde o almoço, quando Mina lhe disse que Kirishima havia achado uma maneira de levar Bakugou até o ponto de encontro. A morena não conseguiu prestar atenção em mais nada desde então. Passou o restante das aulas pensando em maneiras de conseguir dizer o que gostaria sem ele fugir, sem ela morrer de taquicardia ou sem ele a explodir. Quando foi se declarar para o Midoriya parecia ter sido tão mais fácil, ela só foi lá e quando se deu conta não tinha como voltar atrás e teve que falar.

Quando o sinal para a saída bateu, Uraraka sentiu as borboletas voltarem dando cambalhotas. Viu Bakugou sair conversando com Kirishima e Ashido, sem nem olhar na direção que ela estava. Soltou o ar dos pulmões, só então percebendo que estava prendendo a respiração enquanto observava o loiro.

A morena saiu andando logo depois, tentando manter um ritmo rápido para não demorar muito. Quanto mais pensava no assunto, mais nervosa ficava. Havia decidido consigo mesma que não iria ficar ensaiando o que dizer nem os possíveis diálogos, iria apenas deixar tudo fluir.

Chegou no dormitório e foi para a porta que dava acesso ao pátio, observando a cena do lado de fora. Mina estava sentada segurando a risada, Bakugou já estava com as palmas das mãos para cima em posição de ataque e Kirishima estava fingindo se alongar.

— Vai logo, Kirishima – ouviu o loiro irritado. – Se você ficar enrolando, vou te explodir antes mesmo de usar sua individualidade!

Uraraka não sabia por quanto tempo ele conseguiria enrolar o loiro nem se acabaria sendo explodido mesmo, então saiu e acenou para o colega, sinalizando que havia chegado e eles poderiam sair.

— Calma, eu só preciso... – o ruivo parou ao ver Uraraka, sorrindo aliviado.

— Olá, Bakugou – a morena disse.

O loiro ainda estava de costas para ela, mas foi perceptível a pequena explosão que saíram de suas mãos quando ouviu a voz dela.

— Preciso entrar. Desculpe, Kacchan!

Kirishima pegou Ashido pela mão e saiu correndo para dentro antes que Bakugou tivesse alguma reação agressiva com eles. O loiro se virou e passou reto por Uraraka, sem olhá-la ou lhe responder o cumprimento.

— Bakugou...

— Já disse pra me deixar em paz.

— Só me escuta!

— Não tenho obrigação nenhuma com você – respondeu seco, se virando para olhá-la. Seu olhar era frio, quase cortante.

— Eu só queria esclarecer o que viu ontem.

— Você não precisa me esclarecer nada. Já disse que podemos acabar com essa farsa, você não tem que ficar me explicando porra nenhuma.

— Você interpretou aquele beijo errado!

— Realmente, é fácil entender um beijo errado – respondeu com um sorriso irônico. – Escuta, garota, eu não ligo para o que você faz ou deixa de fazer. Foda-se! Não quero e nem preciso das suas explicações fodidas – o loiro se virou de costas novamente, prestes a voltar para dentro.

— Mina me disse que você gosta de mim! – disse rápido num momento de desespero. Não podia deixá-lo escapar fácil assim.

Bakugou travou no lugar. Não era capaz de andar, de se virar e nem respirar direito. Aquela alienígena iria pagar caro, mas não tanto quanto aquele língua solta que considerava ser seu melhor amigo. Sabia que ele acabaria contando para a namorada estúpida e que a piranha acabaria contando para Uraraka. O loiro virou-se lentamente, tentando manter a melhor expressão neutra que pudesse – no caso, uma carranca.

— Não fale idiotices! Você acha que eu iria gostar logo de você? – disse tentando disfarçar, mas ela estava com aquele sorriso estúpido, o que lhe causava mais irritação.

— Bakugou-kun – o chamou se aproximando. – Não precisa tentar desconversar. Eu sei que gosta de mim e fico feliz.

— Não fode, Uraraka!

A morena riu de leve. Ela estava tentando lhe provocar com esses sorrisos e risadinhas?

Uraraka se aproximou mais e antes que Bakugou pudesse ter qualquer reação, ela o abraçou. A garota passou os braços ao redor do pescoço dele e afundou seu nariz ali, respirando profundamente aquele perfume que havia aprendido a gostar e havia sentido tanta falta naquele dia.

Bakugou pensou em explodi-la, jogá-la longe, arrancar ela dali à força... Mas não conseguia concretizar nada do que pensava, não tinha coragem de machucá-la assim de verdade. Seu corpo se arrepiava com ela respirando em seu pescoço e seu estômago embrulhava de senti-la assim tão perto.

Tudo que conseguiu fazer foi abraça-la de volta e se perder no perfume que seus cabelos castanhos exalavam.

— Eu gosto de você também – ela sussurrou.

O loiro sentiu um arrepio subir pela sua espinha. Não negaria que havia sonhado com isso diversas vezes, mas agora que acontecia parecia estranho. Havia a visto beijando outro no dia anterior e agora ela vinha toda carinhosa? O que ela queria, afinal?

Afastou-se um pouco dela, a segurando pelos ombros. Esperava encontrar ali algum vestígio de que ela estava aprontando alguma coisa, que estava o enganando, mas não encontrou nada. Apenas viu aqueles olhos castanhos que o hipnotizavam e lhe transmitiam confiança e paz. Se ela continuasse a olhá-lo desse jeito não conseguiria aguentar.

E foi o que aconteceu.

Bakugou deslizou suas mãos para cima, segurando o mais delicadamente que podia o rosto de Uraraka. Aproximou-se devagar, ainda com receio, e a beijou. No início estavam apenas com os lábios encostados, mas logo aprofundaram. O loiro nunca havia sentido nada parecido em sua vida, não se sentia tão feliz e completo nem quando estava explodindo tudo. A morena dessa vez sentiu que estava tudo certo e que gostaria de ficar ali para sempre.

O mundo parecia ter parado ao redor deles. Por um momento era apenas os dois no meio do pátio, sentindo o vento quente da noite balançar seus cabelos e o sentimento ser retribuído.

— Eu acho que isso quer dizer que você iria sim gostar logo de mim – ela disse sorrindo, tentando ao máximo segurar a vontade de chorar.

Mas para sua surpresa, Bakugou sorriu de volta – aquele sorriso do parque, aquele que ela havia achado tão bonito.


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Notas finais do capítulo

AEEEE, FINALMENTEEE! Eu ía enrolar mais, mas achei que seria maldade adiar ainda mais o tão esperado beijo. Espero que tenham gostado ♥



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