Namorado escrita por Nati Miles


Capítulo 12
Declaração


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho nessa semana!
Espero que gostem ♥



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Midoriya não dormiu direito novamente naquela noite. Sabia que deveria se preparar psicologicamente para a possibilidade de ver contatos mais próximos entre Bakugou e Uraraka, mas não sabia que sua reação poderia ser choque total, ainda que o beijo tenha sido apenas na testa – e ainda que havia ocorrido na noite anterior. E hoje eles haviam escapado para sair juntos novamente...

O garoto se revirava de um lado para o outro enquanto pensava em como havia sido estúpido em rejeitar os sentimentos da morena quando ela foi se declarar. Agora ficava ali se martirizando, pensando em como poderia ser ele a levá-la ao parque, andar de mãos dadas e beijá-la. Mas sua chance foi perdida e era obrigado a vê-la fazendo tudo isso com aquele que foi seu amigo na infância.

Porém, estava disposto a tentar reconquistá-la já havia alguns dias, só não sabia como o fazer. Tentou ser gentil, mas ficou por isso mesmo. Tentou chamá-la para sair e Bakugou os interrompeu, afinal era óbvio que ele não gostaria da ideia de sua namorada saindo com outro cara. Havia tido diversas chances durante o período escolar naquele dia, pois os professores estavam todos pedindo duplas, mas Uraraka sempre corria para Bakugou antes mesmo de olhar para ele. E quando a garota finalmente parecia estar disposta a olhá-lo e vê-lo acenando para ela, Bakugou novamente o olhou ameaçadoramente e a chamou para fazerem juntos.

E agora sua mente rodava enquanto se esforçava para encontrar uma saída. E em uma dessas voltas, percebeu que a solução poderia ser mais simples do que pensava. Uraraka poderia não gostar tanto assim de Bakugou, já que começaram a namorar praticamente no dia seguinte que ela havia se declarado. Sabia que a garota era muito correta, mas talvez houvesse a possibilidade dela estar apenas tentando esquecê-lo namorando com o loiro. Isso! Ela poderia estar apenas o evitando como uma forma de tentar esquecê-lo!

E essa situação poderia ser facilmente resolvida se ele fosse conversar com ela e se declarasse como ela fez.

Sentiu uma determinação e felicidade lhe invadirem enquanto pensava em como poderia abordá-la no dia seguinte.

xxx

Midoriya acordou cedo e já começou com a primeira parte de seu plano. Havia pensando em muitas maneiras de abordar Uraraka, mas em todas Bakugou aparecia, o ameaçava e a levava para longe. E depois de muito ter pensado, percebeu que poderia simplesmente lhe mandar uma mensagem no celular.

 “Uraraka-san, você pode me encontrar no pátio dos dormitórios após as aulas? Preciso falar com você. Venha sozinha.”

— Mas que merda é essa? Ficou horrível – brigou consigo mesmo enquanto apagava tudo.

“Uraraka-san, me encontre no pátio dos dormitórios após as aulas! Preciso falar com você um assunto urgente!”

— Agora parece que vou anunciar uma tragédia – revirou os olhos enquanto apagava novamente.

“Uraraka-san, por favor, me encontre no pátio dos dormitórios após as aulas.”

— Simples, mas eficaz – sorriu quando finalmente conseguiu uma mensagem decente para mandar.

Midoriya se trocou rapidamente e caminhou para a U.A. acompanhado de alguns colegas, torcendo para que o dia passasse o mais rápido possível. Mas não foi bem assim que aconteceu. As aulas foram todas teóricas nesse dia, o que fazia parecer que demorava o dobro do tempo para passar. E para piorar, não havia recebido nem um mísero “ok” como resposta até a hora do almoço.

Quando o sinal bateu avisando que era hora de parar um pouco para descansar, Midoriya sentiu o celular vibrando em seu bolso. Pegou rapidamente e viu que era uma resposta da Uraraka: “Ok, Deku-kun!”. Guardou o celular de volta com uma alegria que mal podia conter.

O restante do dia passou um pouco mais rápido, mas ainda assim Midoriya achava que estava lento demais. E quando o sinal para ir embora bateu, o garoto jogou todo seu material na mochila e saiu correndo, causando estranheza aos seus colegas. Chegou ao local combinado um pouco ofegante, mas gostaria de ter a certeza de chegar antes de Uraraka, afinal precisava se preparar um pouco.

A garota chegou uns 5 minutos depois dele, com o rosto mais corado que o normal. Estava andando tranquilamente com Bakugou, quando percebeu que Midoriya já não estava lá. Disse para o loiro que precisava ir na frente e saiu correndo, sem explicar o motivo de sua pressa.

— Desculpe a demora, Deku. Não havia percebido que você já havia vindo para cá – disse sem graça, coçando a nuca. – Mas então, o que gostaria de falar comigo?

— Uraraka-san... – o garoto engoliu em seco e respirou fundo. Era agora. Pegou nas mãos da garota à sua frente antes de prosseguir. – E-e-eu... Eu... Eu gosto de você.

— O-o que disse? – a garota piscava freneticamente. Achou que havia ouvido errado, não era possível que esse plano da Mina havia funcionado.

— Que eu gosto de você – disse com um pouco mais de coragem. – Me desculpe por não ter retribuído seus sentimentos quando você foi se declarar para mim, mas eu ainda não havia me dado conta de que toda essa admiração que sinto é porque gosto de você.

— Deku-kun, eu...

— Uraraka, por favor, termine com o Kacchan e fique comigo!

Midoriya reuniu ainda mais coragem e se aproximou da garota, unindo seus lábios em um selinho inocente. A garota arregalou os olhos, mas logo os fechou para aproveitar aquele momento rápido. Deku se afastou e a olhava em um misto de felicidade e apreensão, como se estivesse esperando que ela retribuísse seus sentimentos.

Uraraka sentiu que seu coração estava acelerado, sua respiração ficou pesada e suas mãos suavam junto às de Midoriya... Mas algo não estava parecendo certo. Não se sentia tão plena e feliz quanto achou que ficaria. Estava impressionada que o plano havia mesmo dado certo, mas a única coisa que se passava em sua cabeça agora era... Outra pessoa.

PUTA QUE PARIU!, pensou consigo mesma, enquanto se xingava mentalmente com todos os palavrões que havia aprendido com essa pessoa que estava atrapalhando esse momento que havia esperado por tanto tempo. Por mais que seu cérebro lhe dissesse que gostava de Midoriya e que deveria ficar feliz com esse beijo, seu coração lhe dizia que não e que o que sentia não era o mesmo que sentiu quando Bakugou lhe deu um beijo na testa. E ela com certeza deveria ter ficado mais feliz com um beijo na boca, não é?

E então Uraraka percebeu que já fazia alguns dias que ela não mais estava focada em realmente conquistar Midoriya, mas sim em prosseguir com o plano. Seus objetivos haviam mudado, e ela nem se deu conta. Assim como não havia se dado conta de que seu coração já não batia mais tão forte pelo garoto de cabelo verde, mas sim por aquele que estava sempre ao seu lado esses dias, por aquele que havia dito que poderia mudar e vinha se mostrando uma pessoa totalmente diferente quando estava com ela.

— Deku-kun, me desculpe... Mas acho que agora quem não se sente da mesma maneira sou eu. Me desculpe.

A garota soltou suas mãos, enquanto ele suspirava pesadamente e olhava para baixo, com vergonha demais para encará-la. Tudo que ele pensava agora era que realmente havia sido estúpido e desperdiçado a única chance que lhe havia sido dada. Sentiu Uraraka o abraçar e sussurrar um pedido de desculpas novamente. E então ela o soltou e voltou correndo para o prédio, o deixando ali sozinho e sem saber o que fazer.

xxx

Bakugou havia acabado de chegar em seu quarto. Estava tão cansado que não queria fazer nenhuma lição naquele momento, então decidiu pegar um ar em sua varanda. Apoiou os braços na sacada enquanto sentia a leve brisa lhe atingir, juntamente com a cena que via lá embaixo. Aquela era Uraraka com o nerd inútil?

O loiro não conseguia ouvir, afinal estava no quarto andar, mas conseguia ver muito bem. E conseguiu ver perfeitamente quando Midoriya lhe beijou e ela não recuou. Bakugou sentiu uma pontada muito forte em seu peito e uma vontade enorme de explodir aquele prédio inteiro. Desapoiou da sacada, pronto para entrar em seu quarto, quando viu a garota abraçar aquele nerd inútil.

E agora parecia que seu coração havia levado uma martelada e sido desfeito em vários pedaços. Ele estava se esforçando tanto por Uraraka e sentiu que havia sido tudo em vão, pois ela ainda amava o idiota de cabelo verde.

Entrou de volta em seu quarto, batendo a porta da varanda com tanta força que não soube como ela não havia quebrado. Pegou ar e deu o grito mais alto que pode, deixando sair toda a sua raiva. Ouviu Kirishima bater em sua porta e entrar, perguntando se estava tudo bem.

Mas Bakugou ignorou. Não conseguia prestar atenção em nada, a não ser na dor que sentia dentro de si naquele momento.

— Foda-se essa merda de gostar de alguém – disse se jogando em sua cama, enquanto o amigo se sentava numa cadeira próxima e o olhava preocupado.

— Kacchan, o que foi que...

— Uraraka! Garota fodidamente estúpida, burra e densa. Nunca mais vou ficar próximo dela ou falar com essa piranha, muito menos continuar com essa porra de plano fodido. Eu desisto dessa porra. Em poucos dias essa merda de sentimento fodido desaparece e eu consigo viver em paz de novo.

Kirishima não entendia direito o que havia acontecido, mas era perceptível a raiva que o amigo sentia no momento. Sabia que quando Bakugou enfiava uma coisa na cabeça, dificilmente mudava de ideia. E temia pelo que poderia vir a acontecer.

 


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Notas finais do capítulo

Todo mundo, vamo lá cantar pro Midoriya: VOCÊ DESPERDIÇOOOOOOOU UM AMOOOOOOR, PARTIU E NUNCA MAIS LIGOOOOOOOOU! AHSIUHSAIUEHAIEAS



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