Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 20
20. Capítulo




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Ainda na noite anterior a viagem de Sasuke.
Já se passava das duas da manhã quando ele entrou no escritório do Hokage, seu semblante como de costume demonstrava uma calma misturada à seriedade, dirigiu sua atenção ao Uzumaki que ao notar a visita dobrou um pergaminho e se pôs de pé.

—Não esperava você. – Naruto falou.

—Retornarei a viajar amanhã. – Falou e continuou. —Ameaças podem aparecer a qualquer momento. –

—Mas você não veio até aqui para me falar algo que já sei. – Naruto exibiu um sorriso de canto.

—Não, não vim. – O Uchiha continuou. —Primeiro eu gostaria que você me falasse o que sabe de Tsuki. –

—Certo. – Naruto falou e voltou a se sentar e então contou.

O Uzumaki entregou o máximo de conhecimento que havia adquirido sobre Tsuki Uchiha. Não apenas de sua personalidade; raras às vezes apresentou teimosia, que é gentil e respeita todo mundo, alguém muito agradável de ter como companhia, tem disposição para aprender, um pouco arrogante por receber missões tão fáceis, alguém que detesta acima de tudo a solidão, não é alguém competitivo. Alguém que não consegue esclarecer direito os seus sentimentos diante da nova família. Um pouco determinado, afinal acabou cego por causa de sua determinação. Em silêncio o Uchiha escutou, se odiando por não conhecer muito do próprio filho. Se odiando também por saber pelo sofrimento que passou em tão pouca idade. Mesmo para alguém tão jovem com tantas perdas, Tsuki ainda sim conseguia esbanjar uma aura positiva, algo que ele não conseguiu em sua infância. Indiretamente aquele menino estava lhe dando uma lição? Sasuke pensou quando toda informação lhe era entregue.

—O que mais você quer? – O Uzumaki perguntou. —Você falou “Primeiro”. Deve ter um “Segundo”. –

—Sim. – Sasuke continuou. —Torne-o seu pupilo. -

—Por quê? – O Hokage perguntou.

—Kazan Inuzuka e Keidan, o Assassino da Névoa. – O Uchiha o lembrou, mas continuou. —Era de conhecimento geral que formaram uma dupla após deixarem suas vilas. E Tsuki encontrou cada um em eventos separados, por isso quero que ele esteja pronto. –

—Pronto? – Naruto perguntou.

—Para caso eles queiram vingança. – Sasuke falou mais sério. —Não estou dizendo que eles vão fazer isso. Mas caso ocorra, é bom ele já estar preparado. – Após aquele comentário se dirigiu para a porta. —Estou indo nessa jornada para encontrá-los. –

—Tudo bem. – O Hokage respondeu.

O Uchiha abandonou o escritório sem trocar mais nenhuma palavra com o antigo companheiro de equipe. Sasuke retornou para sua casa e dormiu ao lado de sua esposa que murmurou alguma coisa após sentir um movimento na cama, mas voltou a dormir ao perceber que era o moreno. A madrugada passou em um piscar de olhos. Era de manhã e Haru estava sentado em sua cama, devagar removendo a bandagem que cobria seus olhos, ele queria saber o quanto de sua visão já fora restaurada. A fita branca caiu em seu colo e ele abriu devagar seus olhos e depois os mirou em suas mãos. Era como se o nevoeiro estivesse se dissipando, mas não era muito significativa a melhora.

—Tá melhorando. – Sussurrou. —Será que melhora se ativar o Sharingan? –

Afinal com aqueles olhos era capaz de ver o Fluxo de Chakra, e até onde tinha conhecimento à maioria das coisas vivas o tinham. Ele respirou devagar e devagar seus olhos verdes se tornam vermelhos, mas aquela mudança é acompanhada por uma forte dor e também por um pequeno sangramento, levou suas mãos diretamente a seus olhos e elas se sujaram. A dor continuava e ao que sentia ela estava piorando. Haru ergueu sua cabeça ao ouvir um barulho e dirige sua atenção para a porta do quarto, por ela entrava a Ninja Médica.

—Venha Tsuki, vou te levar pra tomar café. – Sakura olhou melhor para o menino na cama. —Droga Tsuki. –

Ela aproximou-se depressa do menino e com a mesma velocidade cobriu os olhos dele novamente com a bandagem, ouvindo sempre um pouco de reclamação. A Haruno olhou para o sangue das mãos do menino, ele estava fazendo completamente o oposto do que tinha sido sugerido, não estava descansando seus olhos e, além disso, os esforçava com a ativação de seu Doujutsu.

—Dói. – Haru sussurrou. —Doeu quando ativei o Sharingan. –

—Vai passar. – Sakura falou no mesmo tom. —Prometo que vai melhorar. –

Prometo que vai melhorar. Haru se lembrava daquela frase de algumas experiências passadas. Seus pais costumavam falar aquilo quando ele se feria de alguma maneira, não importando se era uma gripe ou até mesmo um machucado realmente sério, acabava no final melhorando mesmo. Ele exibiu um fraco sorriso com um sentimento nostálgico com aquela frase curta. A dor em seus olhos foi diminuindo devagar. Devagar levou seus braços ao corpo da Ninja Médica e a abraçou, um gesto que surpreendeu a Haruno, mas o correspondeu. “Tão quente e cheirosa” ele pensou.

—Quer ficar na cama? – Sakura sussurrou. —Ia me despedir de Sasuke nos portões da aldeia após o café. –

—Não. – Haru falou no mesmo tom. —Estou cansado de ficar na cama, não sei quando é noite e quando é dia, mais um pouco aqui e vou enlouquecer. Vou te acompanhar... – Haru continuou. —...mãe. –

—Como quiser. – A Haruno falou.

Se uma parte dela estava feliz por Haru a chamar novamente de mãe? Com toda a absoluta certeza. Ouvi-lo dizer aquela palavra dava a ela uma alegria sem qualquer sinal de que houvesse fim. A Ninja Médica devagar desfez aquele abraço e pegou o garoto pelos braços e o pôs de pé e com o mesmo abandonou o quarto e se dirigiram para o andar de baixo, para a cozinha onde Sarada e Sasuke terminavam de conversar.

—Finalmente saiu do quarto. – Sasuke falou para o garoto.

—Finalmente você vai embora. – Haru retrucou. —Se bem que sua presença aqui não muda em nada. –

Sakura com o punho fechado bateu no couro cabeludo de Haru que mexeu sua cabeça para o lado errado, aquele movimento falho rendeu para Sarada e a Ninja Médica um breve riso.

—Isso mesmo, riam de um cego. – Haru falou com as mãos postas na onde recebeu o soco.

—Você mereceu. – Sakura o respondeu.

O café foi rápido afinal Sasuke não demoraria a partir. Quinze minutos depois eles já estavam nos portões da aldeia, Haru um pouco mais afastado e com seus braços cruzados, Sasuke encerrava sua despedida com Sakura e Sarada. Ele levou sua atenção ao garoto de cabeça baixa, se lembrando de tudo que Naruto contou sobre o mesmo na noite passada. Afastou-se de sua esposa e filha e aproximou-se do rosado.

—Tsuki. – Sasuke o chamou.

—Ainda não foi embora? – Haru perguntou.

—Estou indo. – O respondeu e continuou. —Enquanto estiver fora, elas estarão em suas mãos. –

—Nas mãos de um cego. – Haru sussurrou.

—Nas mãos de um Uchiha. – Sasuke o corrigiu.

Haru por um momento ficou em silêncio, mas enfim movimentou sua cabeça como uma resposta de concordância, ele esticou seu braço esquerdo com o punho fechado, um suor escorreu por seu rosto enquanto esperava por uma resposta, e não muito depois ele sentiu. O punho direito de Sasuke e o esquerdo de Haru ficaram colados por alguns segundos.

—Não estou pedindo que você volte. – O rosto de Haru estava vermelho. —Mas até que seria bom para elas. –

Sasuke não o respondeu. Haru após seu comentário ficou em silêncio e voltou a cruzar seus braços. O Uchiha aproximou-se de sua esposa mais uma vez, mas não sem antes olhar novamente para o garoto, e depois enviar sua atenção para a Ninja Médica.

—Pedi a Naruto que o torna-se seu pupilo. – Ele comentou.

—Por quê? – Sakura questionou.

—Fale com ele depois. – Sasuke falou e já andava. —Até a próxima. –

A Ninja Médica não disse mais nada. Ela olhou para seu lado, para a menina de cabelos escuros que acenava ainda se despedindo do homem que já estava tomando mais distância, e depois olhou para trás, ao garoto que bocejava nos portões da vila. Ela discretamente olhou para algumas garotas que ficaram envergonhadas quando o menino passou por elas, escutou delas que o mesmo havia enfrentado o Sexto e o Sétimo Hokage, Tsuki estava conquistando o coração de algumas garotas como Sasuke costumava fazer na mesma idade?

—Tsuki, você prefere garotas de cabelo curto ou longo? – Sakura perguntou.

—E qual a diferença? Um cabelo não vai mudar o que a garota realmente é, por isso prefiro personalidade. – Ele a respondeu.

—Mas e se a Mizuchi tivesse cabelo longo? – Sarada perguntou.

—Ela não tem. – Haru respondeu.

—Por isso um “e se”. – Sarada sussurrou.

—Foi uma boa resposta, Tsuki. – Sakura falou e colocou suas mãos no couro cabeludo dele.

—Obrigado. – Respondeu.

Os três continuam andando por mais um tempo, ela queria saber o porquê de Sasuke pedir a Naruto que tornasse Tsuki seu pupilo. Será que era por algum motivo semelhante ao filho do Hokage ser seu aprendiz? Finalmente depois de uma caminhada chegaram ao escritório onde o Uzumaki costumava ficar e devagar abriu a porta, o loiro de olhos azuis ergueu sua cabeça enquanto terminava algumas anotações, e uma sobrancelha ao notar a visita inesperada.

—Sakura-chan, Sarada-chan e Haru. – Naruto os observou.

—Nii-san, minha visão tá um pouco melhor. – Haru falou e fez um sinal de vitória para uma estante.

—Lugar errado. – Sarada sussurrou.

—Oi, Naruto. – Sakura falou e continuou. —Que história é essa de tornar Tsuki seu pupilo? –

—Pupilo? – Haru perguntou e sorriu. —Pupilo do Sétimo? –

—Sasuke me pediu ontem. – Ele a respondeu. —Ele acredita que Haru pode ser ameaçado por Keidan, o Assassino da Névoa, e por Kazan Inuzuka. Essa viagem dele foi para encontrá-los. –

—Eu serei pupilo do Sétimo! – Haru voltou a repetir, mas parou ao perceber a seriedade da conversa. —Espera. Porque ele acha que posso ser ameaçado pelos dois? –

—Porque eles formaram uma dupla há alguns anos por um curto tempo. – Naruto respondeu e continuou. —Nada impede que essa dupla volte a ser formada com um único alvo, você. Seu pai espera encontrá-los antes. –

—Então não preciso me tornar pupilo de ninguém. – Ele falou cruzando seus braços. —Sasuke vai achar eles. –

—Nada é 100%, Haru. – Naruto falou. —Em três dias você vai começar o treinamento como meu aprendiz. –

—Com uma condição. – Haru falou e continuou. —Me ensine uma técnica que seu Kage Bunshin usou contra mim. O tal do Rasengan. –

Naruto olhou para Sakura e a ninja médica dava de ombros, Haru estava nas mãos dele. O Uzumaki concordou com a condição. A Ninja Médica olhou para Sarada, um olhar que a jovem Uchiha compreendeu, ela segurou as mãos de Haru e foram embora do escritório, deixando apenas os dois Sannin para uma conversa em particular. O garoto de cabelos róseos levou os braços para trás de sua cabeça enquanto andava ao lado da garota de cabelos escuros.

—Vamos à loja Kazame? – Perguntou.

—Acabamos de comer. – Sarada respondeu.

—Isso, nega o pedido de um cego. – Haru sussurrou.

—Tá bom! – Sarada respondeu.

E foram mesmo. Haru se deliciou com muitos bolinhos e se divertiu conversando com Mizuchi, mas por fim tiveram de retornar para o lar, onde Sakura já os aguardava. A Sannin das Lesmas revelou ao garoto uma de suas técnicas, o Byakugou e lhe disse o meio para sua utilização, se Haru estava se saindo tão bem com Ninjutsu Médico, porque não o ensinar? Ao final do dia o menino já estava acumulando seu Chakra, e percebia o quão duro era fazer aquilo, mas ele não andaria para trás, estava disposto a fazer aquilo para ter a mesma força bruta que a mulher.
Enquanto isso no País do Relâmpago, em uma aldeia pouco conhecida pelo país, tão pouco conhecida que os moradores tinham de viajar dias para a aldeia onde o Kage morava. Essa pequena aldeia estava sendo atacada. Os moradores fugiam de suas casas com medo de relâmpagos que caiam do céu e acertavam as moradias, mas aquilo não era natural. Keidan andava a passos calmos com o braço esquerdo esticado para cima e empunhando sua espada na qual liberava da lâmina fortes descargas elétricas para o céu, e as mesmas caiam em seus respectivos alvos. Kazan estava ao lado do aliado, de braços cruzados e não mostrando interesse nas vitimas.

—Já terminou aqui? – O Inuzuka perguntou.

—Nem comecei. – Keidan respondeu. —O pedido foi fazer essa aldeia virar cinzas junto com seus moradores. –

—Use aquele Jutsu então e vamos embora. – O Inuzuka falou.

Keidan suspirou não gostando da falta de interesse de seu aliado, mas decidiu que deveria agrada-lo um pouco. Ele criou três Kages Bunshin e os clones sabendo o que deveriam fazer se afastam tomando suas posições, todos estavam em direções cardeais; norte, sul, leste e oeste. Ao mesmo tempo erguem suas espadas e liberam das respectivas lâminas um relâmpago, as quatro correntes de eletricidade é direcionada para o céu, acima da aldeia. Os moradores assustados observam aquela técnica. As quatro conexões de relâmpago criam uma bola maciça do elemento. E por fim a mesma se explodiu. A pequena aldeia e os seus habitantes foram incinerados em questão de pouquíssimos segundos, em seu lugar restava apenas uma cratera por onde o Inuzuka saiu arrastando o Assassino da Névoa que havia perdido todas as suas forças após a utilização daquele Jutsu.

—Você ainda sofre desse desgaste. – O Inuzuka comentou.

—Quando conhecer mais três assassinos que usem Raiton e tenham Chakra para um Raimu Raito, me avise. – Ele sussurrou. —Por enquanto preciso gastar Chakra com Kage Bunshin. –

Kazan ficou em silêncio após a resposta. Aquele Jutsu era considerado um dos mais poderosos e destrutivos do elemento Raiton, não era atoa que Keidan sofria com aquele desgaste, aquilo normalmente seria trabalho para quatro pessoas e não para um. O Inuzuka olhou para trás, para o que antes era uma aldeia e agora era só destruição, não acreditava que Keidan fora pago para eliminar uma aldeia. Onde estava a paz que o Sexto e Sétimo Hokage tanto se orgulham?


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Notas finais do capítulo

**Agora sim é o capítulo certo.



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